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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Conhecendo um pouco sobre a História da Igreja Primitiva

Introdução:

            O propósito da preparação deste texto (ou aula), deve-se ao fato de que encerrou-se as lições da Revista da Escola Bíblica Dominical (13 Lições) e, no domingo próximo, será o último dia do ano de 2017,  sendo que á noite  terá o Culto da Virada, com a realização da Santa Ceia.
            Sendo assim, no próximo Domingo (07/01/2018), iniciaremos a ministração das aulas da Nova Revista da EBD. A nossa intenção é levar para os novos convertidos, um pouco do conhecimento historico acerca do surgimento e expansão da Igreja de Cristo na terra.

Desenvolvimento:

            Nesse sentido, queremos apresentar a sua origem e missão, como ocorreu sua evidência na terra, o reconhecimento pela população em geral e os conflitos gerados pela propagação do Evangelho de Jesus Cristo, entre outros.

1. ORIGEM DO CRISTIANISMO: Quando Jesus Cristo começou a reunir os primeiros discípulos e lhes fez o convite para segui-lo, sendo que alguns deles aceitaram e largaram tudo para estar com Ele; pode-se dizer que surgiu, neste momento, o Cristianismo. Com eles e através deles (Jesus e os discípulos), nasceu a Igreja Primitiva.

Matetus 10:1-8. E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios; de graça recebestes, de graça dai (ver também Lucas 10:1-20).

1.1 Missão: no proprio texto em relevo acima, podemos extrair qual era e continua sendo a missão da Igreja de Cristo: “(...); mas ides antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios, de graça recebestes, de graça dai”.
            Em vários outros textos Bíblicos, iremos encontrar quase a mesma ordenança para que fosse feita pela Igreja de Cristo, mas vamos nos ater ao que está escrito na Carta de Tiago: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27).

1.2 Sua Evidência na Terra: esses discípulos (ou Apóstolos) se tornaram em verdadeiros alicerces ou colunas para a constituição e expansão da Igreja. A forma mais evidente de sua manifestação terrena, deu-se, num primeiro momento, a partir do Pentecoste, isto é, com o derramamento da virtude do Espírito Santo sobre aquelas pessoas que ali estavam reunidas.

Atos 2:1-6. E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

            Deste texto, faz-se necessário esclarecer o que seria o Pentecoste? O termo tem origem no idioma grego – “Penteekostos”, com o significado de “quinquagésimo. Era uma das três festas sagradas do ano judaico, realizada cinquenta (quinquagésimo) dias após a realização da festa da Páscoa. A festa de Pentecoste era também conhecida como a Festa da Colheita (ou das Primícias), haja vista que eles colhiam os primeiros frutos da terra e os apresetavam em oferta a Deus.

Levítico 23:15-17. Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias (7 vezes 7 = 49 +1 = 50 dias); então oferecereis nova oferta de alimentos ao SENHOR. Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao SENHOR (acréscimo nosso).

            Vimos no texto acima, que o povo de Deus trazia as “primícias” da colheita para apresentarem em oferta ao Senhor, ou seja, os primeiros frutos da colheita. Um dos simbolismos da festa de Pentecoste para a Igreja atual, é que devemos pregar a Palavra de Deus (preparar a terra para o plantio) para aqueles que não a conhecem, com o propósito de fazer boa colheita de almas para o Seu Reino nesta terra.
            O derramamento da virtude do Espírito Santo naquele dia (Pentecoste), foi sentido por aproximadamente 120 Cristãos e, também, perceptível as demais pessoas presentes no local. Para os Cristãos, trouxe capacidade e poder sobrenatural (extraordinário) para testemunhar ao mundo a salvação de Deus, na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo.

Atos 1:8-9. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.

            O termo original para a expressão virtude é “dunamis”, que comporta o significado de “Poder Real ou Poder em Ação”. Logo, este poder que nos é concedido por Deus, deve servir para testemunharmos de Cristo e para ganharmos os perdidos para Ele.

2.  A IGREJA PRIMITIVA: Inicialmente, ela era composta pelos primeiros seguidores de Cristo, inclusive os doze apóstolos, que residiam na cidade de Jerusalém, ou, também, de pessoas que foram para a celebração da Páscoa e permaneceram na cidade.
            No idioma hebraico a palavra Páscoa significa “Passagem”, tendo em vista que o Anjo do Senhor passou por sobre a casa dos Hebreus e não feriu seus filhos e nem seus animais, mas somente os descendentes e animais dos Egipcios.

Êxodo 12:7,12-13. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. (...). E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.

A primeira celebração da Páscoa foi sacrificial, no período da tarde para o anoitecer (crepúsculo), em comemoração do êxodo e da libertação dos Israelitas do Egito.

Êxodo 12:5-8. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.

O cordeiro ou o cabrito, traziam a recordação do sacrífio ao qual passaram no Egito. Os pães ázimos, ou seja, sem fermento, representava a pureza (sem mácula) e, por fim, as ervas amargas, que representavam o período amargo da escravidão egipcia.

2.1 Atuação Inicial da Igreja Primitiva: logo de início, eles pareciam muito com uma seita judaica, pois seus membros eram obrigados a obedecer a Lei Mosaica e tinham que frequentar fielmente o Templo ou a Sinagoga. Boa parte dos primeiros seguidores de Jesus, provinham de comunidades judaicas da dispersão (Cristãos em fuga, devido a perseguição). Provavelmente, poderiam ser pessoas que vieram para as Festividades da Páscoa e se converteram no dia de Pentecostes.

            . Seita: Facção ou doutrina que se afasta da opinião geral. 2. Comunidade fechada e muito radical: “Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister (necessário) circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a Lei de Moisés” (Atos 15:5).

. Lei Mosaica: refere-se aos Dez Mandamentos, provindos de Deus e entregues ao profeta e legislador Moisés: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” (Êxodo 31:18).

            .  Templo: um edifício ou local público consagrado à divindade e ao culto religioso. 2. Geralmente, quando se usa esta expressão nas Escrituras, refere-se ao Templo de Jerusalém: “Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do Templo” (Mateus 4:5). O Templo de Jerusalem era o símbolo da presença de Deus entre o povo, o ponto de aproximação de uma nação ao seu Deus.

            . Sinagoga: igreja, assembleia ou congregação judaica. Este local servia também como um centro social, lar espiritual do judeu e local para educar seus filhos: ”E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se; e, depois da lição da lei e dos profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Homens irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai” (Atos 13:14-15).

2.2  Reconhecimento como Cristãos: no início e por algum tempo, eles não eram chamados de Cristaõs, sendo a maioria de Judeus que acreditavam que o Messias era Jesus Cristo, e que o seu Reino já estava presente em Jesus. Anos mais tarde, pela primeira vez, eles foram chamados de Cristãos, isto se deu quando estiveram em Antioquia da Síria.

Atos 11:25-26 . E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia. E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.

Esta cidade distava aproximadamente 500 Km da cidade de Jerusalém e foi fundada por Seleuco Nicanor no ano 300 a.C., nome que foi dado em homenagem ao seu pai – Antioco. Durante mil anos ela foi a capital dos governadores gregos e romanos.
O termo cristão tem origem no idioma grego – “christianos”,  cuja ocorrência só ocorre três vezes nas Escrituras Sagradas (Atos 11:26; 26:28 e  1 Pedro 4:16).  Originalmente, seu significado denotava um “servo” ou “seguidor de Cristo”.  Para nós, na atualidade, significa dizer que Cristo e Sua palavra revelada nas Escrituras são autoridade suprema e a única fonte de esperança futura.

2.3  Perseguição dos Judeus aos Cristãos: com o passar dos anos, tornou-se evidente a diferença entre aqueles que acreditavam que Jesus Cristo era o Messias e os demais judeus que residiam em Jerusalém. Com isso, houve uma ruptura absoluta entre a Religião Judaica e os Cristãos. O povo judeu esperava um Messias-Rei, um grande político, legislador e guerreiro, que os libertariam do jugo e poder romano.
            Portanto, para eles, Jesus, o filho do carpinteiro, chamado José, casado com a camponesa de nome Maria, jamais poderia ser o Messias que a nação israelita esperava. A partir de então, deu-se início a uma perseguição ferrenha aos seguidores de Cristo, com o propósito de impedir a propagação do Evangelho.

Evangelho: do idioma grego – “euangelion” que significa “Boas Novas ou Boa Mensagem”. Na tradução mais simples para o nosso portugues, significa literalmente “anunciar para alguém que algo (realmente) bom aconteceu”.

            Um dos primeiros acontecimentos notáveis desta perseguição, ocorreu com o pronunciamento da condenação promovida pelo Sumo Sacerdote, na forma de apedrejamento de Estevão, sendo considerado o primeiro Mártir do Evangelho de Jesus Cristo (Atos 7:54-60).

3. DISPERSÃO E CRESCIMENTO DOS CRISTÃOS: Os judeus acreditavam que com a perseguição aos Cristãos, inclusive com a morte de Estevão, iria diminuir o numero de seguidores de Cristo. Entretanto, até certo ponto, esta perseguição foi benéfica para o crescimento da Igreja, pois fez com que eles saissem de Jerusalém e se espalhassem pelo mundo.
            Por onde eles passavam e se estabeleciam, propagavam o Evangelho de Jesus Cristo, levando muitas pessoas a acreditarem e a se converterem. Por volta do ano 70 d.C., o Templo foi destruido pelo exército romano, sob o comando do General Tito. Com isso, muitos Cristãos fugiram para outras cidades ou países. Numa dessas cidades, como o já dissemos, Antioquia da Síria, chegaram vários refugiados e começaram a pregar as Boas Novas de Cristo, mas desta vez, não somente aos judeus, e também para os gentios.

Atos 11:19-21. E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. E havia entre eles alguns homens cíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.

            Esses gentios, eram pessoas que viviam fora do grêmio de Israel, ou seja, ás margens da sociedade. Noutras palavras, pessoas que não eram convertidas ao judaismo.  Agora, eles também tinham acesso ao Evangelho de Jesus Cristo, o que gerou grande conflito com os judeus.

3.1 O Conflito com os Judeus:  os judeus da Palestina exigiam que os gentios convertidos ao judaismo (os tementes a Deus) deveriam adotar também as práticas e costumes culturais dos judeus, inclusive os preceitos da Lei Judaica.
           
            Palestina: região da Ásia, situada entre a Fenícia ao norte, o Mar Morto ao sul, o Mediterraneo ao Ocidente e o Deserto Sírio ao Oriente. O termo Palestina quer dizer “Terra dos Filisteus”, também chamada de “Terra de Canaã ou Terra Santa”.  Por volta do ano de 1025 a.C, era o Reino Antigo do povo Hebraico.
No ano de 933 a.C., houve uma divisão do território palestino: ao Norte, ficava Israel, e ao Sul – ficava a Judéia. Lembrando que judéia quer dizer a “Terra dos Judeus”. Duas cidades importantes ou principais se destacavam: Telavive e Jafa.
           
Mateus 2:1. E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém. (...). Mateus 3:1. E, naqueles dias, apareceu João o Batista, pregando no deserto da judéia.

Vale lembrar que no tempo de Jesus Cristo, o rei que governava a região da Judeía era Herodes:  “Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel” (Lucas 1:5). E quem era o governador romano da província da Judéia era Pôncio Pilatos:

Lucas 23:6-8. Então Pilatos, ouvindo falar da Galiléia perguntou se aquele homem era galileu. E, sabendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal.

            O Apóstolo Paulo, juntamente com Barnabé, participaram deste conflito e pregavam que o que importava era apenas a fé em Jesus. Acrescentaram ainda, que não era a circuncisão ou as tradições judaicas que importavam, mas a fé em Jesus Cristo (Ler Atos 15:1-35; Gálatas  cap. 1 e 2).
            Desse conflito, resultou na convocação do primeiro Concílio geral da Igreja, no ano de 48 d.C., em Jerusalém (Atos 15:1-31). Entre as várias decisões tomadas, destaca-se o consendo em se acabar com qualquer distinção, na Igreja, entre Judeus e Gentios (não judeus).

            Circuncisão: era uma cerimõnia religiosa dos Judeus e Muçulmanos, que consistia em cortar o prepúcio dos meninos (pele que cobre a glande do pênis) e dos neófitos (novos convertidos a uma religião).

CONCLUSÃO:

            A Igreja de Cristo continua atuando em toda parte do mundo, buscando alcançar dos mais diversos lugares possíveis, as almas perdidas. Sabemos que muitas pessoas que estão na liderança de várias igrejas (e denominações), estão distorcendo ou diluindo o “verdadeiro Evangelho”.
O apóstolo Paulo, alertou seus seguidores que com a sua partida, muito falsos profetas entrariam na igreja, atuando como verdadeiros lobos devoradores: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mateus 7:15).
No entanto, Jesus Cristo disse a Pedro: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mateus 16:18). Entre outras coisas, Cristo quis dizer a Pedro que Satanás, o principe deste mundo, está fazendo o que bem quer com as igrejas que estão “mornas ou que são lideradas por falsos profetas”: “Sabemos que somos de Deus, e todo o mundo está no maligno” (1 João 5:19).
Entretanto, a Igreja Fiel de Cristo não será destruída, haja vista que, pela sua Graça, Sabedoria, infinita Misericórdia e Poder soberanos, sempre haverá um remanescente de Cristãos verdadeiros e de Igrejas que, no decurso de toda a história da redenção, permanecerá Fiel ao Evangelho Genuino de Cristo. Oro a Deus, para que possamos fazer parte da Membresia dessa Igreja. Amém! 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O MINISTÉRIO TERRENO DE JESUS

Hebreus 8:1,6. Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade. (...). Mas agora alcançou ele ministério mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.

Introdução:

O texto acima inicia com a expressão “a suma do que temos dito (...)”; ou seja, quer dizer um resumo do que foi dito anteriormente. No capítulo 7, o autor faz referência à pessoa de Melquisedeque, que foi rei de Salém (nome anterior de Jerusalém) e Sacerdote do Deus Altíssimo. Este sacerdote e rei, foi contemporâneo do patriarca Abraão que, inclusive, deu-lhe o dizimo de tudo e foi abençoado por Melquisedeque.

Gênesis 14:18-20. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.

            A Bíblia tem na pessoa de Melquisedeque, uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote e rei (Hebreus 7:2-7). Quando a Palavra de Deus diz que “onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6:20); significa dizer que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos demais Sacerdotes Levíticos e, também, de que Cristo é maior do que todos eles.

Desenvolvimento:

            Quando o mesmo texto diz que “ele alcançou ministério mais excelente (...)”, o autor se refere ao ofício, cargo ou função executada por Cristo, como sendo seu grande mediador. Ele está fazendo uma comparação entre o Velho Concerto (que estava centralizado na obediência da Lei de Moisés – o Decálogo) e o Novo Concerto que fora instituído por Jesus (que outorga graça e bênçãos àqueles que se aproximam de Deus mediante a Fé obediente).
            No antigo concerto (Velho Testamento), a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de uma aproximação com Ele à base duma fé expressa por meio da obediência a sua lei e ao sistema sacrificial assinalado na lei. Os sacrifícios neste concerto tinham três propósitos principais:

a) ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado, pois este os separava do Deus santo. Sendo assim, somente com o derramamento de sangue haveria reconciliação com Deus e o recebimento do perdão (Êxodo 12:3-14; Levítico 1:2-3; Hebreus 9:22);
b) prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (Hebreus 4:16; 7:25; 10:1);
c) prenunciar o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (João 1:29; 1 Pedro 1:18-19; Gálatas 3:19-24).

No novo concerto (Novo Testamento), instituído por Jesus Cristo, pode ser entendido como sendo um acordo ou uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênçãos para todos aqueles que se achegam a Ele, através duma fé obediente. Dito de outra forma, seria um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como sendo o Filho de Deus. E, simultaneamente, afirmam ser Ele o mediador deste Novo Concerto (Hebreus 8:6; 9:14-15; 12:24).
O encargo assumido por esse Mediador foi executado com grande maestria, tendo total aprovação do Pai Celestial, autorizando-o a descer de seu Trono de Glória (nos céus) e vir para a terra, isto é, encarnar-se e passar por todas as provações, como se fora somente verdadeiramente humano (Jesus Cristo era 100% Deus e 100% homem).
Nesta sua incumbência ou em seu Ministério terreno, Jesus Cristo gostava muito de se fazer presente em três momentos ou lugares específicos; a saber: no monte, no deserto ou em meio à multidão. Em seus Evangelhos, no Novo Testamento, encontramos vários registros desses momentos de Jesus, em cumprimento a sua missão.

1. No Monte: Muitas vezes, Ele estava rodeado de uma grande multidão, depois de despedida, iria para o monte. O mais interessante, é que Ele ia para lá ficar a sós para orar.

Mateus 14:22-23. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
(...)
Marcos 6:46. E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar.
(...)
Lucas 22:39,41. E, saindo, foi, como costumava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. (...). E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava.
(...)
João 6:15. Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebata-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.

            Vimos que em todos os quatro evangelhos, encontramos registros sobre a atitude diária de Jesus indo para o monte orar. Ele tinha por costume “orar sem cessar”, isto é, estava em constante oração.

2. No Deserto: Este é outro local em que Jesus constantemente se dirigia. Ora pela necessidade de prosseguir a uma determinada cidade, ora para fugir de seus perseguidores, ora para isolar-se da multidão e ficar a “sós” com seu Pai Celestial.

Mateus 3:1,13. E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia. (...). Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. (...). 4:1. Então, foi conduzido Jesus pelo Espirito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
(...)
Marcos 1:9-12-13. E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. (...). E logo o Espirito o impeliu para o deserto. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
(...)
Marcos 1:35. E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
(...)
Lucas 3:2. Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João (Batista), filho de Zacarias. (...). 4:1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.
(...)
Lucas 5:15-16. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava.
(...)
João 1:28-29. Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando. No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele (no deserto), e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

            Vimos nos textos acima, que Jesus constantemente estava no deserto. Em alguns textos acima (de cima para baixo), podemos notar que registram seu batismo nas águas do rio Jordão, realizado por João, filho de Zacarias, como também a tentação sofrida por satanás. Noutros textos (Marcos 1:35; Lucas 5:15-16), percebemos que o povo se reunia próximo a Ele para ser curado de suas enfermidades e ouvir os seus ensinamentos.

3. Em Meio a Multidão: Jesus amava estar com pessoas, pois um de seus maiores ensinamentos é que devemos nos relacionar bem com nosso próximo. Quando estava envolto a várias pessoas, Ele não perdia a oportunidade, aproveitava para executar, no mínimo, dois propósitos: 1º. Ensiná-los acerca de sua Doutrina e, 2º. Dar atenção e assistência aos pobres, necessitados e enfermos.

Mateus 8:1. E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. E eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
(...)
Marcos 1:32,40-42. E, tendo chegado a tarde, quando já estava se pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados. (...). E, aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse: Quero, sê limpo! E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
(...)
Lucas 5:1,12-13. E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré. (...). E aconteceu que, quando estava em uma daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
(...)
João 6:1-2. Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. (...). E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

            Nota-se, pelos textos escolhidos, que verdadeiramente Jesus gostava de se fazer presente nestes lugares e reunido com pessoas. Ele que é onisciente, sabia que nessas ocasiões poderia fazer muito bem o oficio que lhe fora confiado por seu Pai.

Conclusão:

            Não abordei neste texto (artigo ou sermão) outro lugar em que Jesus Cristo ama estar, mas gostaria de finalizar enfatizando-o - em seu coração.  Portanto, que nós possamos estar ávidos por uma transformação completa em nossos corações, deixando o Espirito Santo agir e operar, de acordo com o que escreveu o profeta maior Ezequiel: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26).
            Antes, o Velho Concerto estava gravado em Tábuas de Pedras (ou impresso em pergaminhos e papiros), agora, o Novo Concerto deve estar gravado em nossos corações, mas, que estes sejam de carne, e não de pedra.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O PECADO DE SOBERBA DE DAVI

2 Samuel 24:1-4. E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá. Disse, pois, o rei a Joabe, capitão do exército, o qual tinha consigo: Agora percorre todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o número do povo. Então disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR teu Deus a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei meu senhor o vejam; mas, por que deseja o rei meu senhor este negócio? Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe, e contra os capitães do exército; Joabe, pois, saiu com os capitães do exército da presença do rei, para numerar o povo de Israel.

Introdução    

            Existe já a algum tempo, um ditado popular que diz assim: “quer conhecer o homem, dê-lhe poder”. Davi em sua juventude era um cuidador das ovelhas de seu pai, Jessé. Dito em outras palavras, era um pastor de ovelhas. E pelo que se pode extrair das Escrituras Sagradas, seu pai não lhe dava muita valorização em relação aos demais filhos:

1 Samuel 16:10-11. Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido a estes. Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui

Jessé, após saber que o profeta Samuel viera em paz e tomar conhecimento do motivo de sua visita, fez questão de apresentar-lhe seus sete filhos, belos e bonitos, mas não fez nenhuma menção acerca do mais novo e menor – Davi. Apresentados todos os sete, o profeta teve a resposta de Deus que não era nenhum deles, mas quando mandaram chamar aquele jovenzinho ruivo, teve a revelação divina de que era ele a quem o Senhor escolhera, pois “Deus não vê como o homem vê, pela aparência (...), Ele olha para o seu coração” (1Samuel 16:7).
 
Desenvolvimento

            Depois desta primeira unção de Davi (1 Samuel 16:13), ele ainda não havia se dado conta do grande poder e responsabilidade que recaira sobre si, tendo sido entregue pelo profeta Samuel a mando de Jeová. Antes dessa unção, já havia matado um urso e um leão para proteger as ovelhas de seu pai (1 Samuel 17:32-36). E depois de passado um tempo, derrotou o gigante Golias, o filisteu que afrontava o povo de Israel (1 Samuel 17:48-58). Com isso, sua fama se espalhou sobre todas as regiões.
            Outras conquistas foram sendo feitas por Davi, aumentando cada dia mais a sua fama sobre o povo de Israel, com isso, começou a atrair o ciúme e inveja do atual rei – Saul. Pode-se dizer, que a gota d’água para aumentar a ira de Saul contra Davi, se deu quando andavam pelas ruas e ele ouviu umas mulheres cantarem:

1 Samuel 18:5-9. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse e conduzia-se com prudência, e Saul o pós sobre os homens de guerra; e era aceito aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul. Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de música.  E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita.

A partir de então, Saul deixou entrar em seu coração, o desejo satânico de tirar a vida do jovem Davi. E por algumas vezes tentou fazê-lo, mas Deus sempre estava com ele, livrando-o das ciladas preparados para o matar. Sabemos na verdade, que no decorrer da história, Davi teve, no mínimo, duas excelentes oportunidades de tirar a vida do rei Saul (1 Samuel 24:4,10).

Com o passar do tempo, principalmente, depois da morte de Saul, sua fama e poder se multiplicaram. E foi assim que veio o comportamento de sua soberba, ponto este que passaremos a abordar agora.

Versos 1-4.  Após receber a ordem do rei Davi para numerar o povo, o capitão do exército de Israel – Joabe, questiona por qual motivo da necessidade de assim fazê-lo. Sugerindo ao rei que era só multiplicar “cem vezes tanto quanto agora é (...)”. Entretanto, o rei fez prevalecer o seu poderio e posição, seria como se dissesse assim: “faça o que estou mandando, pois eu sou o rei de Israel”.
            Esta fala pode muito bem ser lembrada em nossa atualidade, pois quantas vezes já não ouvimos algo parecido, dito por alguém que está em uma hierarquia superior a nossa, mas mesmo sendo alertado sobre tal decisão, prevaleceu a sua ordem, tal como “faça o que eu estou mandando (...)”.  

Versos 8-10. A empreitada a ser executa por Joabe e seus homens, por determinação do rei Davi, levou aproximadamente 10 (dez) meses para ser realizada: “Assim, rodearam por toda a terra e, ao cabo de nove meses e vinte dias, voltaram a Jerusalém” (2 Sameul 24:8).
            Ele apresentou o resultado da contagem do povo ao rei: em Israel – 800 mil homens de guerra que arrancavam a espada; e em Judá – 500 mil homens. Depois de apresentada a numeração do povo a Davi, seu coração condoeu-se, entendendo que havia pecado contra Deus (e, também, contra seu capitão Joabe, por não ter-lhe dado ouvido), e inicia um diálogo com Ele, confessando-o: “(...): Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó Senhor, peço-te que traspasses a iniquidade do teu servo, porque, tenho procedido mui loucamente” (2 Samuel 24:10).

Versos 11-16. O interessante da vida deste homem de Deus, entre outras coisas, é que quando pecava e sabia que tinha errado com Deus, voltava-se rapidamente para Ele, confessando-lhe a sua transgressão. No episódio com Bate-Seba, Deus usou o profeta Natã para adverti-lo (2 Samuel 12:13), mas neste caso, foi usado o vidente Gade, para exortá-lo: “(...): três coisas te ofereço; escolhes uma delas para que ta faça. (...); e disse-lhe:  Queres sete anos de fome que te venham sobre a terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, ou que por três dias haja peste na tua terra?” (2 Samuel 24:12-13).
            Ele preferiu cair nas mãos do Senhor Deus, pois Ele é misericordioso, do que nas mãos dos homens sanguinários (inimigos). No entanto, por causa de sua provável soberba (enumerar o povo), 70 mil pessoas foram mortas pela peste. E a cidade de Jerusalém seria totalmente destruída, mas, pela sua misericórdia, Deus reteve a ação do anjo da morte e destruição: “(...), o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu” (2 Samuel 24:16).

Versos 17-24. Davi reconhece que havia pecado e que o povo não poderia pagar pelo seu erro. Ele, avistando a ação do Anjo que feria seu povo, falou ao Senhor e disse: “Eis que eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém, estas ovelhas o que fizeram?  Seja, pois, a sua mão contra mim e a casa de meu pai”.
            Davi, mas uma vez, pela ação do profeta Gade, é orientado a levantar uma altar e apresentar uma oferta ao senhor, pois com esta atitude aplacaria a sua ira. Ele vai a eira de Araúna com o intuito de compra-la, no entanto, ele a oferece gratuitamente, inclusive, dispondo-lhe também a lenha e os bois para o sacrifício.

2 Sameul 24:21-22. E disse Araúna: Por que vem o rei meu Senhor ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao SENHOR, para que este castigo cesse de sobre o povo. Então disse Araúna a Davi: Tome, e ofereça o rei meu senhor o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha.

            O rei Davi rejeita a oferta feita por Araúna, por entender que deve haver sacrifício (pagar um preço) para que a nossa oferta seja aceita pelo Senhor: “Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata” (2 Samuel 24:24). Ele entendeu que o valor real de nossas dádivas (ato ou efeito de dar, espontaneiamente, algo de valor a alguém) e vida diante de Deus, são medidos pelo sacrifício e o custo envolvido neles. Como alguém já disse: “um Cristianismo que nada custa, nada vale”.

Isaías 1:11. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
(...)
Malaquias 1:8-9. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos. Agora, pois, eu suplico, peça a Deus, que ele seja misericordioso conosco; isto veio das vossas mãos; aceitará ele a vossa pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.

            Como Cristãos e servos do Senhor, precisamos oferecer o melhor que possuímos para Deus – a nossa vida por completo em sacrifício vivo, em tempos dedicados a oração, a leitura e estudo de sua Palavra (Romanos 12:1).

Conclusão:

            O Pastor e Teólogo Martyn LLoyde- Jones, em um de seus vários livros, escreveu que um dos piores pecados dos homens (principalmente dos que sobem aos púlpitos, pastores e pregadores) é a soberba, e em vários de seus sinônimos (orgulho, altivez, exaltação etc.). O rei Davi, provavelmente no texto ao qual abordamos, cometeu este pecado. Entretanto, ao percebê-lo, correu para os braços do Senhor para confessá-lo, mas, não podemos esquecer, de que o perdão não nos isenta das consequências do ato pecaminoso (70 mil homens morreram). Que assim sejamos nós, haja vista que a soberba é uma chaga que permeia a vida de todos nós, por isso, precisamos o tempo todo e a todo tempo, buscarmos a limpeza e purificação deste mal em nossas vidas. 

QUAL O VALOR DUMA VIDA?

Introdução    

            Primeiramente, gostaria de apresentar alguns conceitos encontrados em nossos dicionários, sobre o significado da palavra vida. Pode ser o estado de atividade funcional peculiar aos animais e vegetais. Ou, a existência ou período do tempo decorrido entre o nascimento e a morte, tanto de animais como de vegetais. E, ainda, pode-se dizer, de forma particular a existência humana ou a duração habitual ou comum do homem (longevidade).
            Em segundo momento, trazer para nossa reflexão, de como com o passar dos anos veio se perdendo este significado e, principalmente, o valor duma vida humana. Atualmente, tira-se a vida de uma pessoa por qualquer valor pecuniário ou por qualquer motivo fútil, que pode resultar em algum favorecimento que venha em decorrência desta morte (herança, ocupação duma vaga em cargo ou função pública, discussão no trânsito, desentendimento conjugal ou familiar, etc.).
            Em sendo assim, queremos fazer o leitor folear a Palavra de Deus – as Escrituras Sagradas, com o propósito de observar exemplos de personagens Bíblicos, que se deixaram levar por algum tipo de sentimento, propostas ou circunstâncias, em que alguma vida humana teve que ser sacrificada.
 
Desenvolvimento

            Para atingir o nosso propósito, resolvemos começar pelo primeiro Livro da Bíblia Sagrada – o Gênesis. Nele, logo em seus primeiros capítulos, encontramos o registro do primeiro homicídio ocorrido entre os moradores da terra. Neste caso em específico, entre irmãos biológicos.

1. Caim e Abel:
           
O nome de Caim no idioma hebraico significa “lança” e o de Abel comporta o significado de “transitório”. Eles eram filhos de Adão e Eva.

Gênesis 4:1-5,8. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem. E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. (...). E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.

            Vê-se aqui no texto, que o primeiro homicídio ocorreu entre dois irmãos. O que chama nossa atenção é que o próprio texto registra a motivação para este crime - a ira, um dos sete pecados capitais: “E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante”. Os dois apresentaram uma oferta ao Senhor; no entanto, a oferta oferecida por Abel, foi apresentada com fé genuína e consagração, enquanto que a de Caim estava destituída de fé sincera e obediência, porque as suas obras eram más.

Hebreus 11:4. Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.
(...)
1 João 3:11-12. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.

            Podemos dizer que a vida de Abel foi interrompida precocemente, tendo como motivação para a execução do crime, ter apresentado uma oferta ao Senhor, suscitando no coração de seu irmão a ira. Este foi o valor da sua vida por Caim, seu irmão.
  
2. Sansão:
           
Interessante que seu nome no idioma hebraico significa “pequeno”. Ele foi o 13º juiz de Israel. Foi consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe, isto é, ele era Nazireu: “Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus” (Juízes 13:5).  

Juízes 16:4-5. E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.

            O texto registra que os príncipes (não diz quantos eram) persuadiram a Dalila a descobrir o segredo de sua força: “(...): Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força”. Com isso, prometeram-lhe recompensá-la com “mil e cem” moedas de prata, dadas por cada um deles.  Sansão foi desobediente aos seus pais e a lei do Senhor, trocando uma vida de Glória no Senhor, por paixões e sensualidades. Enquanto Dalila, que dizia o amar, teve por motivação entrega-lo aos seus adversários, pela ambição de acumular ou ostentar  riqueza, valorando a sua vida por milhares de moedas de prata.

3. José:
           
Seu nome em hebraico significa “Ele (Jeová) acrescenta”. José era o filho de Jacó e Raquel. No entanto, era o mais querido e amado por seu pai. Com isso, atraiu o ódio de seus irmãos: “E Israel (Jacó) amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente” (Gênesis 37:3-4).
            Seus irmãos já não gostavam dele, devido Jacó tratá-lo com maior preferência. Com a feitura desta túnica colorida, foi o estopim para acirrar mais ainda este ódio, a ponto de querer tirar-lhe a vida. Eles planejaram uma ocasião para o matarem.

Gênesis 37:23,26-28. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia. (...). Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue? Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.

            Num primeiro momento, eles o deixariam naquela cova até a morte, mas, com a intervenção de seu irmão Judá, chegou à decisão de vendê-lo por vinte moedas de prata. Ele, sem ter feito nada para merecer tamanho ódio dos irmãos, teve sua vida valorada em poucas moedas de prata. Pode-se dizer que a motivação de seus irmãos cometerem este crime, centrava-se no ciúme e, talvez, na inveja pelo tratamento e atenção recebida pelo pai.

4. Nabote:
           
Ele era um israelita da cidade de Jezreel, no tempo do governo do rei Acabe. Ele, seguindo a lei, recusou vender sua bela vinha ao rei: “Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo”.  

1 Reis 21:1-3. E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria. Então Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha ao lado da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor: ou, se for do teu agrado, dar-te-ei o seu valor em dinheiro. Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais.

Nabote recebera esta vinha da herança de seus pais, sendo assim, ela tinha um valor estimado para ele, excedendo o que prescrevia a lei e o valor monetário. A negativa de Nabote custou-lhe a própria vida. A motivação para tirar a sua vida, teve origem nos caprichos dum rei, pois da bela vinha de Nabote, ele queria fazer uma horta ao lado de sua casa. 

5. Ananias e Safira:
           
Ananias é a forma expressa do idioma grego, pois em hebraico escreve-se Hananiah (Hananias), que significa “Deus é misericordioso ou Deus é gracioso”. Enquanto que Safira no idioma hebraico significa “formosa”. Na época da Igreja Primitiva, era muito comum os primeiros cristãos terem tudo coletivamente, vendiam suas propriedades e levavam o dizimo aos sacerdotes.

Atos 5:1-5. Mas certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espirito Santo e retivestes parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígno em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

            Ananias planejou em seu coração mentir para os apóstolos (homens), com o consentimento de sua mulher. No entanto, ele havia se esquecido que o nosso Deus “sonda e conhece os nossos pensamentos” (Salmo 139). Com esta atitude, ele atraiu para si e para sua esposa, a morte.  

Atos 5:7-10. (...). E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendeste por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. (...): Por que é que concertastes entre vós para tentar o Espirito do Senhor? Eis ai a porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.

Muitas pessoas que se dizem cristãs, não valorizam o conteúdo do Antigo Testamento, com o argumento de que seus Mandamentos ou Ordenanças não mais estão em vigor (não precisam ser cumpridos). Defendem ainda, que ele era muito rigoroso em suas exigências. Neste texto de Atos dos Apóstolos, nota-se com clareza e nitidez, que o Novo Testamento é muito mais rigoroso que o anterior.
Nele, o pecado da “mentira” tem o mesmo valor para Deus do que qualquer outro pecado, por exemplo, o de adultério: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mateus 5:27-29).

6. Judas:
           
O termo Judas é a expressão da forma grega da palavra Judá. Este Judas é o que residia ou nasceu na cidade de Queriote, por isso o chamavam de Judas Iscariotes. Ele era um dos doze apóstolos e tinha a função de tesoureiro (cuidava da bolsa).

João 12:4-6. Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.

            Ele teve o privilégio de estar com Jesus e com os demais discípulos, mas num determinado momento de sua vida, deixou-se levar pelas astutas ciladas de Satanás. Com certeza, ele era um bom ator, pois roubava e mantinha relacionamentos maldosos acerca da pessoa de Jesus. E, até então, nenhum deles havia percebido. Ele planejou entrega-Lo aos soldados romanos, esperando uma ocasião própria para que tudo acontecesse sem que eles (os discípulos e Jesus) o soubessem. Sua motivação para que Jesus fosse preso e morto (crucificado) foi o total de trinta moedas de prata:

Mateus 26:14-16. Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata, E desde então buscava oportunidade para entregá-lo”
(...)
Mateus 27:1-4. E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem; E maniatando-o, o levaram e entregaram ao presidente Pôncio Pilatos. Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.

Depois de ter feito tudo conforme planejara e ter recebido o valor contratado, sua motivação para trair o Mestre Jesus, resolveu tirar a sua própria vida (suicídio). Embora não seja conhecer do idioma hebraico ou grego, mas me filio aos estudiosos dessas línguas, que afirmam haver diferença entre o “arrependimento e o remorso”. Interessante fazermos esta observação, haja vista que o texto referido acima (Mateus 27:1-4), apresenta que Judas se arrependeu de seu ato cruel. No entanto, doutores e estudiosos de textos sagrados, afirmam que ele teve remorso e não arrependimento. Então, passemos a descrever uma pequena diferença entre os dois termos:

Remorso: este sentimento implica sempre numa tristeza derivada de nos sentirmos causadores de um dano indevido a alguém. Ele é sinônimo de sentimento de culpa. O causador do dano sofre pelo ato praticado, sabendo que não é a atitude correta, mas não faz nada para tentar muda-lo (reparação).
(...)
Arrependimento: este sentimento tem a ver com algo que fizemos e que não nos trouxe o resultado esperado. Ele nem precisa trazer, obrigatoriamente, danos ou prejuízos a outrem. A pessoa se arrepende de ter feito e praticado algo ruim, procura a todo custo tentar repará-lo, embora em muitos casos não tenha mais jeito.

            Tenho tido a oportunidade de palestrar ou ministrar a Palavra de Deus, para dependentes químicos em processo de reabilitação (internação) e, numa de nossas conversas, tenho feito a seguinte fala: tem comportamentos e atitudes praticadas por vocês, quando estavam na drogadição (sob o efeito da substância psicoativa) que veio a magoar outras pessoas que os amam muito. E, ás vezes, resultou numa separação,  divórcio ou inimizades (distanciando-os de seus pais, filhos pequenos ou adolescentes).
Hoje, por estarem em tratamento terapêutico (desintoxicação física e tratamento com profissional especializado), por certo, devem ter tomado ciência de que uma das motivações para praticar tais atitudes, foi o uso abusivo de drogas (você é um doente - toxicômano).  E, em muitos casos, se arrependem amargamente do grande sofrimento causado a estas pessoas.
Sendo assim, se houve o “arrependimento” verdadeiro e, se for possível, eu os oriento a procurarem por estas pessoas e lhe pedirem perdão. Pode ter certeza, se fizerem assim, as duas partes - você e ela – (e), serão ricamente beneficiados (pode haver cura da alma e suavizar ressentimentos).

7. Jesus:
           
Seu nome em hebraico significa “salvador”, no idioma grego significa “Josué”. Ele é o centro da história do mundo e, simultaneamente, o centro da história e da doutrina Bíblica. Com a ajuda de um de seus apóstolos – Judas Iscariotes, Ele foi preso, açoitado publicamente, humilhado, vituperado e teve uma morte das mais terríveis possíveis. E morte de cruz.

Mateus 25:1-4. E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem; E maniatando-o, o levaram e entregaram ao presidente Pôncio Pilatos. Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.

            O valor avaliado pela vida de Jesus, por um de seus discípulos – Judas Iscariotes, foi de apenas trinta moedas de prata. No entanto, ao nosso ver, a sua morte teve um preço incalculável e impagável, pois entregou-se a si mesmo por nossos pecados.

Efésios 5:1-2. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor, como Também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrificío a Deus, em cheiro suave.
(...)
1 Coríntios 6:19-20. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espirito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

Portanto, irmãos, inseri esses exemplos para nos servir de reflexão, e a partir de então, começarmos a pensar: qual tem sido o valor que temos dado a morte de Cristo por nós?  E qual o valor que estamos dando por nossa própria vida? Se não valorizamos a nossa vida, dificilmente valorizaremos a do meu próximo e, principalmente, a vida d’Aquele que se entregou e morreu por mim – miserável pecador.  

Conclusão:

            Basta acompanharmos os noticiários policiais diários, para confirmarmos que esta prática terrível de valorar a vida humana por um “preço ou valor irrisório” ou trocá-la por qualquer bem material é, entre tantas outras coisas, abominável aos olhos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Entretanto, precisamos estar atentos, que este comportamento cruel do ser humano com o seu próximo, já era de conhecimento d’Aquele que criou os céus e a terra, e que criou o próprio ser humano. Que passemos a refletir diariamente sobre este assunto, com o propósito maior de buscarmos mudanças em nossos pensamentos e caráter (metanoia).

            Jesus Cristo sabia perfeitamente que teria que morrer um dia, para poder com a sua morte, trazer a remissão dos pecados dos seres humanos. Quanto a sua morte na cruz, não temos como valorar o seu preço, muito menos podemos imaginar, pois ela, a sua morte, ultrapassa os limites e cálculos humanos, sendo um valor incalculável e impagável, haja vista que Ele morreu por milhares e milhares de milhares de vidas humanas. Pense nisso!