Radio do Bloguer do capitão.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

MOTORISTAS PROFISSIONAIS OU KAMIKAZES?

         Os kamikazes eram pilotos japoneses jovens que direcionavam seus aviões contra os navios inimigos, com isso promoviam várias mortes, inclusive a sua.
Desde criança já ouvia falar que motoristas de transportadoras de cargas e de ônibus que fazem rotas interestaduais, faziam uso de rebites para diminuição do apetite, cansaço e sono. 
        O rebite era a droga mais usada por esses profissionais naquela ocasião. Além disso, tomavam café misturado com coca-cola durante a jornada de trabalho, pois esses produtos possuem em sua composição, entre outras coisas, a cafeína que é uma substância estimulante das atividades cerebrais.
    Trabalhei por trinta anos na Polícia Militar, inclusive junto aos Fiscais da Fazenda Estadual, onde realizávamos blitz nas estradas e rodovias do Estado, abordando em especial caminhoneiros, para coibir a sonegação de impostos. Nessas abordagens, vimos por várias vezes, inúmeras capsulas de remédios na cabine dos caminhões. Tenho por costume dizer, que o “inimigo pode ser forte, perigoso e estar melhor equipado a nível de material bélico (armamento)”, mas se você souber como age e quais são as suas estratégias, aumenta em muito a possibilidade de vencê-lo ou, pelo menos, neutralizar sua ação.
     Faço desse fala uma analogia ao uso abusivo de drogas, seja lícita (álcool, cigarros e remédios em geral) ou ilícitas (proibidas por lei, e.g., maconha e cocaína, etc.): se você tiver conhecimento de como ela é (sua composição química e toxidade) e como atua no organismo humano (efeitos e sintomas físicos e/ou psiquicos), facilitará a intervenção de especialistas, na tentativa de promover a reabilitação do toxicômano.
    Anos mais tarde, atuei na ministração de palestras preventivas sobre o uso abusivo de drogas, tanto em escolas públicas e particulares, como em faculdades, igrejas, associações beneficentes, casas de recuperação e empresas, inclusive em transportadoras. Lembro-me bem duma  ministração que fiz para 100 motoristas duma grande transportadora de cargas, no município de Cariacica. Após a ministração, interagi com alguns deles e obtive a confirmação do uso  do rebite entre eles (substância do grupo das anfetaminas). 
   Me surpreendi à época, quando alguns disseram que essa droga estava sendo substituída pela cocaína por alguns motoristas. Infelizmente, essa conduta entre condutores de carretas e ônibus que atuam em linhas interestaduais, parece estar se tornando em algo comum. 
   Nas análises das amostras de sangue e urina, feitas pelo perito criminal bioquímico Rafael Bazzarella, do condutor da carreta que provocou a morte de 23 pessoas, confirmou ter feito uso do rebite. E além dela, aproximadamente 12 horas antes do acidente, fez uso também de cocaína.
   Quando ocorre um acidente nas estradas envolvendo caminhões, carretas ou ônibus; de plano, costumo afirmar antes de qualquer perícia realizada, que ocorreu uma de duas situações: no mínimo, um dos condutores fez uso de alguma substância psicotrópica (droga) ou que, não tendo sido feito uso de drogas, o sinistro se deu pela exaustão física e mental de um deles. Neste segundo caso, por exemplo, ele pode ter dormido ao volante.
   Os órgãos Federal, Estadual e Municipal, que são os responsáveis pela fiscalização dessas duas categorias profissionais, precisam urgentemente criar mecanismos eficazes para minimizar o número de acidentes nas estradas e de possíveis vítimas fatais.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

O SURGIMENTO DA IGREJA DE CRISTO

A ORIGEM DA IGREJA

Introdução    

O Livro que versa e apresenta a história do início da igreja na terra é Atos dos Apóstolos. Livro este que, segundo historiadores e teólogos, abrange em sua narrativa, os primeiros trinta anos da igreja primitiva. Seu autor, o medico Lucas, descreve acerca da pregação do Evangelho de Jesus Cristo, partindo inicialmente da cidade de Jerusalém até chegar em Roma.

Texto Bíblico: (Atos 2:1-4,37-41)

Verso 1. O Pentecostes: Era a segunda festa sagrada anual dos judeus, sendo que a primeira festa era a da Páscoa. A palavra em seu idioma original – Pentekostos - significa “quinquagésimo”, pois era comemorada  cinquenta dias após a realização da festa da Páscoa.

Levítico 23:15-16. Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até o dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então, oferecereis nova oferta de manjares ao Senhor.

Era chamada também Festa das Semanas, porque, como já dissemos, era observada sete semanas depois da páscoa: “Sete semanas contarás, desde que a foice começar na seara, começarás a contar as sete semanas. Depois, celebrarás a Festa das Semanas ao Senhor, teu Deus (Deuteronômio 16:9-10a)”.

(...), todos reunidos no mesmo lugar. O lugar mencionado neste texto - “Cenáculo” – era um local mobiliado onde se reuniam para jantar ou cear. Estavam reunidos neste local, aproximadamente cento e vinte pessoas: “E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?  E ele vos mostrará um grande cenáculo, mobiliado e preparado; preparai-a ali” (Marcos 14:14-15).

Versos 2-3. E de repente (...). Ocorreu uma ação sobrenatural sobre eles, ou seja, de forma inesperada. (...) vem do céu. Eles estavam assentados naquele lugar e perceberam que aquela ação vinha do alto, isto é, sua origem era divina. (...) um som. Caracterizava um evento barulhento ou estrondoso. (...) como de um vento veemente e impetuoso. Descreve como sendo um vento muito forte e incontrolável. (...), e encheu toda a casa. Esta ação sobrenatural desceu do céu, invadiu o cenáculo e pousou sobre eles.

Verso 4. E todos foram cheios do Espírito Santo (...). Esta expressão registra o início do cumprimento da promessa de Deus, que usou o profeta Joel 2:28-29, para predizer acerca do “derramamento” do Espírito de Deus sobre todo o seu povo.

Joel 2:28-30. E há de ser que, depois, derramareis o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito. E mostrarei prodígios no céu e na terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça.

            Este derramamento do Espírito de Deus repousou sobre todos aqueles homens que estavam naquele cenáculo. E a partir daquele dia, esta dádiva que veio dos céus, pode estar presente em todo e qualquer lugar em que houver o ajuntamento de pessoas para buscarem a Deus.   
           
Atos 1:4-5. E, estando eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vos sereis batizados com o Espírito Santo, não muito destes dias.

(...) e começaram a falar noutras línguas. Este é um dos Dons Espirituais que o próprio Deus opera no meio de seu povo, por meio da manifestação do Espírito, para aquilo que for útil (1 Coríntios 12:6-7). Esse Dom possui, no mínimo, duas utilidades: – Se ela for seguida de Interpretação, que também é operada pelo Espírito de Deus, será para edificação da igreja – dos irmãos em Cristo que estão reunidos naquele local (1 Coríntios 14:3-5).  – Se for falada por um Membro em seu momento devocional com Deus, será para sua própria edificação (1 Coríntios 14:4).

Verso 38. (...): Arrependei-vos. O apóstolo Pedro adverte o povo, para que se arrependessem de seus maus caminhos, para que pudessem receber o maravilhoso Dom do Espírito Santo. O arrependimento é uma condição “sine qua non”, para o recebimento do Batismo com/no Espírito Santo. Outra condição é a confissão de pecados.

Atos 1:8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém com em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

A palavra original do idioma grego para virtude é – dunamis – que significa “poder real”, e esse poder em ação. Esse poder serve para municiar o cristão para testemunhar acerca de Cristo e ganhar almas para o seu reino. Com ele, espera-se que haja coragem e ousadia nesse cristão, para pregar o Evangelho.

1. Origem da Igreja.

            A palavra vem do idioma original grego – Ekklesia – que significa “os chamados para fora”, um grupo especial e seleto. Outros significados são: assembleia, reunião, ajuntamento ou agrupamento de pessoas.

Atos 19:32. Uns, pois, clamavam de uma maneira, de outra, porque o ajuntamento era confuso, e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado.
(...)
Romanos 16:5. Saudai também a igreja que está em sua casa, saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Ásia em Cristo.

            A verdadeira origem da igreja se deu no “coração” de Deus. E seu alicerce principal, ou seja, o seu fundamento é Jesus Cristo.

Mateus 16:18. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

            Esta promessa não se aplica aos que negam a fé em Cristo e nem as igrejas mornas. Cristo estava dizendo a eles que a sua verdadeira e fiel igreja não seria destruída, por mais que os ataques viessem com muita proporção. Que igreja seria esta? – uma igreja que prega o Evangelho genuíno de Cristo e dos Apóstolos, que experimenta a verdadeira comunhão com Ele. E, também, que está atenta ao Seu senhorio e ao poder do Espírito Santo de Deus.

1.1  Formação desta Igreja

            Jesus Cristo começou formar a igreja chamando por seus membros – os Discípulos, dando-lhes instruções e ensinamentos: “E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se , o seguiu” (Mateus 9:9).
            Pode-se dizer aqui, que Cristo começou a instituir sua igreja de forma itinerante, isto é, andando com seus discípulos de cidade em cidade, de lugar a lugar, permanecendo ali por alguns dias. Ele pregava ali e algumas vidas se convertiam ao cristianismo, com isso, era necessário dar continuidade aos ensinamentos.
Depois preparou os Apóstolos, isto é, aqueles que seriam enviados como seus embaixadores e mensageiros de seu Evangelho: “E, ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Efésios 4:11). Esses homens dariam prosseguimento ao que Ele havia começado, executando as mesmas obras de seu Mestre e Senhor.

Gálatas 2:9-10. E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fossemos aos gentios e eles, á circuncisão; recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.

            Percebemos também que, em algumas cidades eles eram hospedados nas casas de pessoas que já haviam se convertido ou que, no mínimo, eram simpatizantes às suas doutrinas. Desta forma, montava-se inicialmente, uma congregação na residência dessas pessoas.

1 Coríntios 16:19. As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa.
(...)
Romanos 16:1-2. Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia (próximo a cidade de Corintos), para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.

Esta passagem da Epístola aos Romanos, descreve a pessoa de – Febe - que, provavelmente por falta de pessoas do sexo masculino (comentário Bíblico), atuava na função de “diaconisa” (fazia o serviço de diácono). Ela ministrava aos pobres, aos enfermos e aos necessitados, além de prestar assistência e de hospedar missionários em sua residência.

1.2  Ministério de Jesus

            Entre outras coisas, Ele estava preparando seus discípulos, apóstolos e demais seguidores, para se tornarem numa igreja forte e bem estruturada, pois teriam que sobreviver as mais terríveis adversidades e afrontas. (João 14:12-16).

João 14:12-16. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim fará as obras que eu faço, e as farás maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo que pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.

Desse texto do Evangelho de João, dois pontos a que se destacar: 1º - no verso 12 (...), “aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”. Observa-se que Ele os estava treinando e preparando, porque sabia que em breve teria que voltar para seu Pai Celestial; por isso estava dando-lhes todas as instruções necessárias para dar prosseguimento a Sua Obra; - no versículo 16, Ele diz “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”.
Se Ele disse “outro”, é por que já havia um anterior – Ele próprio. Esse outro é o Parakletos. Palavra do idioma grego que significa literalmente “alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar”. Neste caso, Ele estava se referindo ao Espírito santo, a terceira pessoa da Trindade, mas que também pode receber o significado de Consolador, Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, aliado, amigo ou Advogado: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo (1 João 2:1)”.

1.3  O Crescimento da Igreja

            Jesus usou vários homens e de inúmeras regiões para que recebessem a sua instrução (Sã Doutrina) e depois o seu Poder (Dons Espirituais), para darem prosseguimento a propagação de seu Evangelho. Dentre eles, inicialmente se destaca a pessoa de João, o Batista. Ele recebeu este codinome, tendo em vista que batizava nas águas às pessoas que recebiam a Mensagem de Jesus e declaravam querer segui-la.

Mateus 3.1-3. E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Esse batismo acontecia nas águas do rio Jordão: “Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão, e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mateus 3:14-15). No entanto, já havia sido-lhe revelado por Deus, que haveria de vir Aquele que os batizaria com o Espírito Santo e com fogo:

Mateus 3:11. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

Depois que Deus concedeu a “efusão” do Espírito Santo repousasse sobre seus escolhidos como João Batista, os apóstolos, os discípulos e demais seguidores, eles se tornaram ousados e corajosos para propagar o Evangelho: “(...): Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? (Mateus 3:7).
O Poderoso Deus em seu projeto, tencionava que a plena divulgação de sua Mensagem Salvadora alcançasse todos os povos: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Por isso, Ele municiou algumas pessoas com o conhecimento de Sua Doutrina e, também, concedeu-lhes Poderes Sobrenaturais.
Alguns de seus discípulos, tornaram-se tão fieis a Ele e a seu Evangelho, que chegaram ao ponto de não temerem a morte. Nesse sentido, o próprio Livro de Atos dos Apóstolos, registra a ocorrência da morte por apedrejamento de seu primeiro mártir – Estevão.

Atos 6:8. E Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Atos 7:51,54-58. Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, vós sois como vossos pais. (...). E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus; e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem, que está em pé á mão direita de Deus”. (...). E, expulsando-o da cidade, o apedrejaram. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.

Depois dessa e outras mortes em defesa do Evangelho, houve uma grande perseguição aos discípulos de Jesus, com o propósito de amedronta-los e, em outros casos, exterminá-los. O que seus algozes não sabiam é que ela iria produzir um resultado totalmente contrário ao desejado por eles, isto é, o crescimento do número de seguidores do Cristianismo: “E todos os dias no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo (Atos 5:42)”.  Com esta atitude tomada por seus discípulos, “(...) crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicavam muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia a fé (Atos 6:7)”.

1.3.1 Transpondo Limites Territoriais e Culturais

            As perseguições aos cristãos tornavam-se mais frequentes a cada dia. As lideranças religiosas das mais diversas crenças e seitas, apoiavam a quem se propunha a denunciar e a exterminar os “hereges”, pois era assim que eles denominavam os seguidores de Cristo.
Segundo comentários de historiadores da Sagrada Escritura, o autor do livro de Atos dos Apóstolos, mencionou nada menos do que 32 paises, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterraneo e 95 diferentes tipos de pessoas (etnias[1]), tiveram conhecimento do Evangelho de Jesus Cristo. A arqueologia vem confirmando a cada dia em suas pesquisas e estudos, que o conteúdo da Bíblia não é apenas uma história “inventada” ou uma ficção, mas sim, que toda sua narrativa é real e verdadeira. 

1.3.2  De Perseguidor a Perseguido

            Quem comandou uma dessas perseguições foi Saulo de Tarso[2], um fariseu zeloso (uma seita dos judeus) e cumpridor da lei, tradições e das ordens de seus superiores (Marcos 7:3-4). Nesta em especial, ia para a cidade de Damasco, capital da Síria, quando aconteceu algo sobrenatural ou extraordinário. Isto é, uma luz muito forte, ofuscou sua visão e o fez cair em terra: “E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (Atos 9:3-4)”.  
            Depois que teve esse encontro e diálogo com Jesus, passou a conhecer o real e verdadeiro Evangelho. A partir de então, tornou-se um dos maiores Mensageiros (embaixador, porta-voz) da Doutrina de Cristo, inclusive, por isso, deixou de perseguir os cristãos e, simultaneamente, passou a ser perseguido.

Atos 9:19-21,23. E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. E logo, nas sinagogas (igreja judaica), pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais sacerdotes? (...). E, tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para o matar.  

            Esse homem – Saulo (ímpio ou pagão), que antes açoitou, aprisionou  e matou tantos cristãos, inclusive foi testemunha ocular da morte de Estevão agora como – Paulo (cristão ou seguidor de Cristo), estava correndo perigo iminente de morte. Vale lembrar que ele sofreu nada menos que: a) 5 quarentena de açoites menos um; b) 3 vezes açoitado com varas; c) 1 vez apedrejado; d) 3 vezes esteve em naufrágio; e) trabalhos forçados; f) prisões; g) perigo de morte nas cidades, no deserto, no mar; h) passou fome, sede e frio, entre outras coisas (2 Coríntios 11:23-33).

2. A Igreja de Cristo na Atualidade

            Vimos neste pequeno estudo, que os primeiros seguidores de Cristo (sua Igreja Primitiva) sofreram muitos perigos e afrontas, enfrentando toda sorte de perseguições e desafios, porém não desistiram de sua missão gloriosa de pregar o Evangelho. Entre eles, podemos destacar a pessoa de Filipe, Estevão, Paulo, Silas, Pedro, Barnabé, Timóteo, João Batista (...). E, também, não tão distante de nossa época, Martim Lutero, entre outros.
            Atualmente, estamos vendo muitas igrejas “ditas” cristãs ou evangélicas abarrotadas de pessoas em seus cultos, mas, infelizmente, poucas delas são verdadeiramente seguidoras de Cristo e de seu Evangelho Genuíno.  Em sua maioria, não passam de “meros” religiosos ou, ainda, de “visitantes de luxo”, isto é, vão somente aos cultos de domingo ou quando se encontram em apertos e dificuldades. As vezes o fazem, por costume e habito, falta de alternativas ou por mera formalidade e interação social.
Elas não entenderam a mensagem propagada pelo Mestre Jesus Cristo, de que cada cristão deve buscar seguir literalmente os seus mandamentos (sua Sã Doutrina), e que deve ser Pregador e Mensageiro de seu Evangelho, com o propósito maior de “ganhar almas para o Reino de Deus”. 
Esta não é uma escolha, mas sim uma missão e obrigação de todos nós, daqueles que se dizem ou intitulam-se como Cristãos:  “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). A expressão inicial usada por Jesus – ide - está em sua forma imperativa, o que significa dizer que é uma “Ordem”.
Um dia eu estava num lamaçal de pecados (bebidas, mentiras, promiscuidades etc.), num grande charco de lodo, mas alguém foi usado para pregar o Evangelho para mim. Assim como eu estava, existem milhares de pessoas, sendo que elas também tem o direito de “conhecer” a verdade e serem libertas das amarras do pecado: “ E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Neste ano, faz 19 anos que estou na presença do Senhor, buscando a cada dia “mortificar minha carne podre e pecadora”, pois sei que não passo de um trapo de imundícia: "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento, nos arrebatam" (Isaías 64:6); mas essas coisas luto para não fazê-las mais, pois não me convém: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Coríntios 6:12).

Conclusão:

            Hoje estou feliz por estar na presença do Senhor, embora saiba e tenha consciência de que as adversidades continuam a vir sobre minha vida (ás vezes até em maior proporção), mas com uma grande diferença: “estou acompanhado do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”.
Ele espera que eu e você - a sua Igreja Atual, venhamos aprender com seu Evangelho, pois a igreja surgiu, adquiriu seguidores, cresceu e continua presente neste terrível mundo em que vivemos (mas não pertencemos a ele), com a missão de levar a Mensagem de Salvação aos Perdidos (pecadores), dando-lhes a oportunidade de conhecerem aquele que é a “Cabeça e o Senhor” da Igreja: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo” (Efésios 5:22-23).
Precisamos fazer bem a nossa parte como verdadeiros Cristãos – aquele que “ama a Deus em primeiro lugar e, em segundo, ama ao próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39), para proporcionar a essas pessoas de se converterem de seus maus caminhos e de fazer parte da Igreja (a Noiva de Cristo) que ascenderá aos céus a encontrar-se com Cristo (o Seu Noivo), e juntos, participarem das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:9). Amém!!!!


Fonte
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, Revista e Corrigida, 1995.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Editora Vida, 27ª Edição, 1999.
MALAFAIA, Gilberto Gonçalves. Como nasceu a igreja. Revista primeiros passos na Fé. Doutrina Básica para Novos Convertidos. Central Gospel.



[1] Etnia. Indivíduos que se diferenciam por sua raça, cultura, língua, religião e maneiras de agir.
[2] Tarso. A principal cidade da Cilícia, na parte oriental da Ásia Menor, governada por Imperadores Romanos (Atos 11:25).