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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A VERDADEIRA ADORAÇÃO A DEUS

Introdução

            O propósito de preparar este estudo, deve-se ao fato de que algumas pessoas restringem ou fazem confusão acerca do que vem a ser uma verdadeira adoração a Deus.  O ato de adoração alcança uma amplitude e extensão enorme na esfera física, religioso e espiritual do ser humano.
Entretanto, há membros e frequentadores de igrejas evangélicas, que acham que a adoração esteja presente somente durante a ministração dos louvores. Para esses, este é o verdadeiro ápice do culto, onde erguem os braços, dançam e glorificam a Deus. Amém!
Outros crentes, acreditam que para ocorrer uma verdadeira adoração tem que ter  movimentos, barulhos e uma glorificação num tom vocal de grande amplitude. Dito com outras palavras, o publico presente tem que ter uma manifestação corporal bem perceptivel e atuante. Alguns saem do culto e costumam usar o seguinte jargão: “hoje o manto desceu em nosso meio”. Amém!
Outros não tem esta mesma percepção, acreditam que a verdadeira adoração reside somente no momento da ministração da Palavra de Deus. Com  isso, eles podem achar que as pessoas que entram, sentam e ficam quietos durante o culto, não adoraram a Deus, mas podem estar totalmente enganados.
Penso e acredito que cada pessoa tem sua forma particular de  apresentar a sua adoração a Deus. E isso deve ser respeitado por todos. Amém!

1.   Equívocos Acerca da Adoração:

1.1 – Somente Louvor: como dissemos anteriormente, tem muitas pessoas que vão aos cultos na igreja com certa assiduidade, mas que só estão interessadas no momento em que ocorre a ministração dos louvores. Nesse período, elas colocam  toda a sua emoção e, ás vezes, extravasam em seus comportamentos, para aproveitar ao máximo aquele momento. 

Salmo 30:11-12. Tornaste o meu pranto em folguedo, tiraste o meu cilício (cordão ou cinto) e me cingiste de alegria; para que a minha glória te cante louvores e  não se cale: Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre.

Vale lembrar para essas pessoas que o simples ato de louvar (o louvor em si mesmo),  não significa a verdadeira adoração a Deus. No entanto, o louvor também é uma das várias formas de se adorar o nosso Senhor.
Tenho por costume fazer uma comparação bem simples, acerca dos louvores na Igreja: Quando chegamos num restaurante, geralmente nos oferecem um prato de entrada. Dependendo deste prato, será criada em nós, uma grande expectativa quanto ao prato principal que será servido posteriormente.
Nos cultos da igreja, penso da mesma forma, isto é, os louvores que são entoados, representam o nosso prato de entrada, ou seja, uma forma de nos preparar e criar em nós, uma grande expectativa para o prato principal que será servido logo apos os louvores – a ministração da Palavra de Deus.
Assim eu penso e enchergo a ministração dos louvores, como sendo um ato de adoração a Deus, mas  como um “atrativo preparatório” para o ato de adoração maior que é a  pregação da Palavra de Deus, pois é ela e por meio dela,  que nos mantemos “firmes, constantes e de pé”.

1.2 – Isolamento Social: tem pessoas que entendem que é necessário haver um isolamento (se retirar)  de outras pessoas para que consiga apresentar a sua adoração ao Senhor. É bom frisar que nem sempre o isolamento ou a clausura, será a garantia de que a sua adoração chegará como “cheiro suave” ao Senhor.  Entretanto, o ato duma pessoa se colocar, de vez em quando, num local solitario para  buscar a presença de Deus; certanente, essa atitude também é uma das várias maneiras de se adorar o Senhor: 

Mateus 14:22-23. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.

            O próprio Jesus Cristo, em diversas ocasiões procedeu assim, estando registrado em várias narrativas Bíblicas. Ele separou-se da multidão para estar num diálogo a sós com o Pai Celestial.  Cuidado sobre o fato de estar se dedicando muito e durante muito tempo a este tipo de comportamento (ir ao monte, cruzadas evangelísticas, vigílias etc.) e acabar achando que é mais espiritual do que as outras pessoas.

1.3 – Praticar Boas Ações: muitas pessoas de posses,  empresas e instituições filantrópicas fazem excelentes ações sociais, para ajudar pessoas que estão em extrema miséria e pobreza. No entanto, essas ações centradas em si mesmas, não representam a verdadeira adoração ao Senhor. Embora saibamos que elas fazem parte das diversas maneiras de adorarmos a Deus.

Efésios 2:8-9. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.  

Se você acha que somente fazendo boas obras já está adorando a Deus, a ponto de estar na condição de salvo, está redondamente enganado. A Palavra de Deus é bem clara: ninguém será salvo pelas obras que faz, mas todo aquele que é salvo, faz boas obras (cf. Tiago 2:14-18).

2.   Conceitos:

Entre vários conceitos ou significados acerca da palavra adoração, encontramos alguns que muito nos agrada; entre eles, 1. amar extremamente alguém; 2. Tributar grande respeito a/por; 3. Venerar e 4. render-se à Divindade.
Um texto Bíblico muito citado por pregadores do Evangelho e, ao mesmo tempo, muito conhecido dos seguidores de Cristo, encontra-se em João 4:23-24:

João 4:23-24. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espirito e em verdade (grifamos).

            O que seria adorar a Cristo em espírito e em verdade?  Jesus Cristo nos ensina várias coisas acerca da adoração neste versículo.  Adorar em espírito significa a indicação de como está o nosso nível de adoração ao Senhor, ou seja, devemos estar no mais alto nível. E também nos ordena a comparecer perante Ele com total sinceridade de coração e com grande ânimo de espírito.
            A adoração a Cristo em verdade significa que ela deve ser prestada em conformidade com a verdade do Pai, que se revela na pessoa de seu Filho e que se recebe mediante a pessoa do Espírito Santo. Uma adoração verdadeira deve contemplar a Trindade Divina.
Verdade, do original grego – aletheia, é uma característica de Deus, encarnada em Cristo e intrínseca no Espírito Santo.

Salmo 31:5. Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da verdade.
(...)
João 14:6. Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
(...)
João 15:26. Mas, quando vier o Consolador (Paracleto), que eu da parte de meu Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim.

Portanto, devemos adorar o nosso Deus com todo o nosso entendimento (pensamento), e de todo o nosso coração e de nosso sentimento.

2.1 -  O Significado Teológico de Adoração:

Em primeiro lugar, queremos apresentar o seu significado na esfera secular, tendo em vista que vivemos numa época de grande concorrência e competitividade. Adorar significa o ato de render-se a alguém ou a alguma coisa. Nessa esfera ou no senso comum, render-se a alguém apresenta um aspecto negativo, haja vista que ninguém gosta de que o vejam como sendo um perdedor ou derrotado. 
Na disputa pelo mercado de trabalho, o ato de rendição demonstra ou imprime a ideia desagradável de admitir a derrota numa batalha, perder uma competição ou desistir diante dum adversário considerado mais forte e melhor preparado.
Não podemos esquecer que desde pequeno somos estimulados e ensinados a nunca desistir. Sendo assim, render-se; jamais. Lembro-me bem, de quando meu filho (Carlos Eduardo) era pequeno, e quando não conseguia fazer alguma coisa, a primeira coisa que lhe dizia era: “nunca desista”. Durante um bom tempo, este foi o nosso lema.
Entretanto, quando a mesma palavra é usada no campo teológico ou religioso, a ela é  dada uma importância e significado totalmente diferente, pois a nossa rendição ao Senhor será imprescindível para obtermos um bom relacionamento com Ele.

2.1.1 – Render-se a Cristo: diferentemente do sendo comum, adorar a Cristo como sendo sinônimo de rendição, não é a mesma coisa que resignação passiva, ou seja, renunciar simplesmente e ficar de braços cruzados. A adoração que tem por significado rendição, nos coloca numa condição de sacrificar a nossa vida e sofrer por Cristo. Todo o sacrifício pauta-se no sentido de mudar o que precisa ser mudado em nós.
            Render-se a Cristo também não é suprimir nossa personalidade. Como Deus usou os profetas do Antigo e do Novo Testamento, sem exigir que eles mudassem em sua essência e cultura; Ele também quer nos usar da mesma maneira, aproveitando-se de nossas características singulares.
C.S.Lewis, escreveu alguma coisa neste sentido, quando disse a seguinte frase: “Quanto mais deixamos que Deus assuma o controle de nossas vidas, mais autênticos nos tornamos, pois foi Ele quem nos fez (...)” 

Salmo 37:7,9. Descansa no Senhor e espera nele (...); mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra..
(...)
Romanos 12:1-2. Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mais transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

            Uma bela forma de apresentarmos uma adoração verdadeira a Deus, está transcrita nestes versículos, isto é, buscarmos ter uma vida em santidade, separando-nos do mundo (não se conformar com o que as pessoas fazem) e sermos aceitos por Ele.

3. Atitudes que Simbolizam a Verdadeira Adoração:

Quando olhamos e vemos que para prestar o verdadeiro culto de adoração a Deus, se faz necessário uma entrega total, ou seja, devemos nos render totalmente aos pés de Cristo. Pode parecer para muitas pessoas não ser uma boa atitude. Isto se deve pelo fato de que o “ato de render-se a alguém”, quase sempre imprime um significado de fraqueza, impotência ou de derrota (na esfera secular).

Lucas 5:5. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lançarei a rede.

Nesta narrativa, Pedro demonstra o verdadeiro ato de rendição. Eles passaram a noite inteira pescando, mas não pegaram nada. Eles deviam estar tremendamente cansados. No entanto, quando recebeu a ordem de Jesus para lançar a rede; ele simplesmente obedeceu.
Ele poderia apresentar muitas razões para não obedecer aquele mandamento, mas preferiu render-se a Ele.  Em contrapartida, Jesus efetuou um grande milagre, pois conseguiram pegar mais de cento e cinquenta grandes peixes.

3.1 - Confiança:

Muitas vezes, durante o transcorrer de nossos dias, somos obrigados a confiar no motorista do coletivo, no piloto do avião, no taxista ou em outras pessoas, dependendo da situação e circunstâncias do nosso cotidiano.
E, infelizmente nos esquecemos de depositar toda a nossa confiança Naquele que detém todo o controle em Suas mãos – Jesus Cristo. Não se esqueça: confiar em Deus, é um verdadeiro e sincero ato de adoração”.

Salmo 20:7. Uns confiam em carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus.
(...)
Salmo 84:12. (...), bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.

Noé e vários outros personagens do Antigo Testamento, poderiam ser citados neste tópico acerca da confiança que depositaram em Deus. Quando Deus ordenou que construísse um grande barco de madeira, inclusive dizendo-o a sua dimensão e outros detalhes importantes, ele não questionou.
Ele poderia muito bem argumentar com o Senhor, de que nunca tinha visto alguma chuva, que morava muito distante do mar e do oceano e, também como convenceria os animais a entrarem naquele barco.  Em momento algum ele fez isso, simplesmente confiou no Senhor e fez tudo conforme lhe fora ordenado.

Gênesis 2:5. Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava, porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.
(...).
Gênesis 6:14. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.

Lembre-se: quando você deposita toda a sua confiança no Senhor, além de ser um verdadeiro ato de adoração, Ele muito se agrada. Podendo até dizer as mesmas palavras que disse acerca de Jesus Cristo: “(...): Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17).

3.2  – Obediência:

Nós, adultos, somos muito seletivos em relação aos nossos gostos e preferências. Sendo assim, muitas vezes escolhemos quais ordens e a quem obedecer. Costumamos listar quais as ordens que nos agradam e, assim, passamos a obedecer, enquanto deixamos de lado aquelas que consideramos absurdas ou que não gostamos. Não se esqueça: “uma obediência parcial é o mesmo que desobedecer”.
Muitas vezes colocamos o nosso foco e atenção em algumas atitudes que reputamos como a única forma de adoração. Talvez, este seja um de nossos grandes erros (inclusive Meu). Gostaríamos de fazer menção mais uma vez a pessoa do patriarca Noé, ao receber a ordem do Senhor, passou a fazer exatamente como Ele havia lhe falado, ou seja, sua obediência foi total.

Salmo 119:33-34. Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei e observá-la-ei de todo o coração.

Noé obedeceu rigorosamente e de forma incondicional. Lembre-se: qualquer ato de obediência a Deus e a sua Palavra, é um verdadeiro ato de adoração”. A sua obediência imediata lhe ensinará mais sobre Deus, do que uma vida inteira de discussões meramente teológicas

3.3   – Gratidão:

Todos os dias recebemos bençãos e livramentos da parte de Deus, mas, ás vezes, nem percebemos e nem nos são revelados. Noutros casos, Deus faz questão que tenhamos conhecimento para que possamos testemunhar do Seu agir e operar a nosso favor. E quando isso acontece, penso que Deus espera que nos voltemos a Ele para agradecer-lhe, pois esta atitude muito lhe causa prazer.

Lucas 17:12-15. E, entrando numa certa aldeia, sairam-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz.

                Se lermos toda a narrativa, iremos constatar que somente um dos dez homens, voltou para agradecer a Jesus por tê-lo curado da lepra. O patriarca Noé, assim que passou o dilúvio e as aguas baixaram, sua primeira atitude foi de preparar um altar e apresentar um sacrificio ao Senhor como forma de gratidão.

Gênesis 8:15-16,20-21. Então, falou Deus a Noé, dizendo: Sai da arca tu, e tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos contigo. (...). E edificou  Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos (sacrifício expiatório) sobre o altar. E o Senhor cheirou o suave cheiro e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz.

            Lembre-se:  o ato de apresentarmos a nossa gratidão a Deus, é uma forma da verdadeira adoração ao Senhor. Não se esqueça que ao ofecermos um Culto de Louvor e Gratidão a Deus, devemos fazê-lo pelo que Ele é, pelo que Representa e pelo que tem feito por nossas vidas: “Louvarei o nome de Deus com cântico e engrandecê-lo-ei com ação de graças” (cf. Salmo 69:30).

3.4  – Outras Formas da Verdadeira Adoração ao Senhor:

Quando você se compadece de alguém que está sofrendo ou pasando por grandes necessidades, indo em seu auxilio, com este gesto e atitude você está apresentando a Deus um verdadeiro ato de adoração.

Mateus 25.35-36,39-40. Porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e vestiste-me; adoeci, e visitaste-me; estive na prisão, e fostes ver-me. (...). E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim fizestes.
           
Caso venhamos a fazer qualquer uma das atitudes citadas na narrativa acima, principalmente com espírito voluntarioso, com compaixão e amor, estaremos apresentando uma verdadeira adoração ao Senhor.

3.4.1 – Interceder por outras pessoas: Epafras, amigo e companheiro do apóstolo Paulo, vivia fazendo súplicas a Deus por outras pessoas, além de pregar o Evangelho a tempo e fora de tempo: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus” (Colossenses 4:12).

Hebreus 13:3. Lembrai-vos dos presos (andarilhos, dependentes quimicos, pobres etc.) como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.

Saiba de uma coisa muito importante: quando você ora e intercede pela vida de alguém, mesmo que esta pessoa não seja seu conhecido e amigo, você faz com que Deus se agrade. E o maravilhoso  desse ato, é que Ele provavelmente irá operar na vida dessa pessoa (talvez você não ficará sabendo), mas, ao mesmo tempo, a benção também virá para Ti.

3.4.2 – Evangelizar Pessoas: Fazemos referência ao mesmo personagem do ítem anterior, pois ele não perdia tempo e em toda a oportunidade falava das Boas Novos de Cristo: “Como aprendestes com Epafras, nosso amado conservo, que para nós é um fiel ministro de Cristo, o qual nos declarou também a vossa caridade no Espírito” (Colossenser 1:7:8).  
Não seja um Cristão salgado demais, isto é, que só sabe falar sobre religião e que todas as demais pessoas já estão condenadas ao inferno: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido (insosso, sem gosto), com que se há de salgar?” (Mateus 5:13).  Saiba usar a quantidade ideal de sal (falar de Jesus Cristo) para não salgar demais a comida (ofender as pessoas), dando-lhe o tempero certo (agradando-se de sua companhia).  
Também não seja um imenso refletor com uma potencia de iluminação extraordinária (excesso de Santidade): “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia (pequena lâmpada) e se coloca debaixo do alqueire (objeto para esconder a luz), mas no velador (um suporte), e dá luz a todos que estão em casa” (Mateus 5:14-15). 
            Quando adentrar em lugares escuros e em trevas (pessoas que não professam a mesma fé), saiba ser a luz que dará a luminosidade necessária para clarear aquele ambiente e os seus frequentadores ou ocupantes.

3.4.3 – Manter Boa Conduta Social: é muito fácil e comodo ser Cristão dentro de quatro paredes, isto é, quando se vai aos cultos ou dentro de nossas casas. O mais importante é darmos bons testemunhos de vida cristã na sociedade (fora da igreja), pois nossa procedencia pode atrair ou afastar as pessoas do Reino de Deus. 

2 Coríntios 6:1,3-5. E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão.(...); nao dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado (reprovado). Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido (...)

Você pode até pensar que não, mas existem muitas pessoas que nos observam diariamente, principalmente quando descobrem que somos Cristãos. Em muitos casos, a Bíblia que eles costumam ler diariamente é a “sua procedência cristã em meio a sociedade”.
Se ela for boa, existe a possibilidade de virem à Cristo, entretanto, se o seu testemunho for ruim,  dificilmente irão se aproximar do Evangelho e de Cristo. Certa vez um professor da Escola Bíblica Dominical (EBD) me disse assim: “A vida do cristão é a Bíblia do incrédulo”. A nossa responsabilidade é muito grande.

3.4.4 – Cuidar Bem da Família: outra forma de apresentar uma verdadeira adoração ao Senhor, prende-se ao fato de proteger, instruir e cuidar muito bem de nossa familia. Como também de nossos familiares, após o nosso casamento. 

1 Timóteo 3:2,4-5. Convém, pois, que o Bispo (Padre, Pastor, Evangelista, Marido etc.) seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar. (...); que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição (dependência, submissão), com toda modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?).

O homem casado, tem dentro de sua casa a sua primeira Igreja e seu primeiro Ministério. Em sendo aprovado ali, com certeza será aprovado também em qualquer outro lugar da sociedade. Lembre-se: o contrário também é verdadeiro.
Não tem como o seguidor de Cristo (homem e mulher) ser bipolar, ou seja, dentro da igreja é um santo e um profeta do Senhor, mas quando entra dentro de sua casa, transforma-se num demônio (carrasco, grosso, violento). Ou, quando está longe dos seus irmãos da Igreja e de seus Familiares, adota um comportamento social totalmente diferente – mundano e profano.       

Conclusão

Amigos e irmãos em Cristo, Deus quer muito mais de mim e de você, do que apenas um compromisso semanal. Ele quer fazer parte de todas as nossas atividades diárias, ou seja, quer estar presente em nossas conversas, em nossos pensamentos e até em todos os nossos problemas.
O  Senhor não quer apenas uma parte de nossas vidas. Ele nos deseja por inteiro: “(...) todo o nosso coração, toda a nossa alma, todo o nosso pensamento e toda a nossa força” (cf. Deuteronõmio 6:5).
           Se passarmos a adorar a Deus com um ato de completa e total rendição á Ele, muitos benefícios além daqueles que já recebemos, serão disponibilizados para nós. Entre eles, teremos a sua Paz (Ele é o príncipe da Paz – cf. Isaías 9:6); viveremos em perfeita Liberdade (Ele é a verdade que nos liberta – cf. João 8:32) e, também, experimentaremos o Poder de Deus em nossas vidas (Ele é o Todo-Poderoso, o Altíssimo – cf. Lucas 1:35).

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O SERMÃO E SUAS PARTICULARIDADES


Introdução:

Existe diferenças entre um sermão (ou pregação), a ministração de uma palestra e de uma aula ou estudo. Cada um deles tem suas particularidades e precisam ser conhecidas por aqueles que querem se tornar num mensageiro das Boas Novas de Cristo, num palestrante ou professor. No Sermão, o que vai ser apresentado está diretamente ligado a Palavra de Deus, tendo como principal característica um só locutor e os seus ouvintes. Somente o locutor fala (prega).
Numa palestra, o assunto pode ser diverso, mas geralmente o palestrante irá abordar acerca de um tema específico. Pode ser que, durante a ministração ele admita intervenções dos ouvintes ou, nos minutos finais, abra um espaço para isso. Numa aula ou estudo, subentende-se que deve haver interação entre aquele que figura como professor e os que estão na posição de alunos (ou ouvintes).
Nosso propósito nesta abordagem, prende-se ao fato de conhecermos essas distinções e acentuarmos as peculiaridades alusivas ao sermão, também chamado e conhecido como pregação. Antes de abordarmos os detalhes do sermão, gostaríamos de registrar que o Cristianismo foi, na verdade, a primeira religião universal que o mundo conheceu[1], haja vista que as religiões pagãs eram muito exclusivistas, isto é, voltadas para as nações ou tribos a que pertenciam, por isso, não havia espaço para a inclusão do sermão ou pregação.
No início do Cristianismo, os seguidores de Cristo se limitavam a ler as Escrituras Sagradas no culto, seguindo o exemplo das Sinagogas, ou seja, as igrejas judaicas: “E eles, saindo de Perge,chegaram a Antioquia da Psídia e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se. E, depois da leitura da Lei e dos Profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Varões irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo falai” (Atos 13:14-15).
O sermão e a pregação estruturados, começou a surgir quando os Cristãos tomaram conhecimento das técnicas da retórica grega e da oratória romana. Retórica é uma palavra de origem grega – “rhetorike”, que significa a arte de falar bem ou de se comunicar de forma clara.
Os gregos atribuíam a homilética, uma tradução da palavra “homília” com o significado de conversar ou se comunicar entre familiares ou pessoas conhecidas. Ou seja, uma conversa informal e familiar acerca do Cristianismo.
Os romanos denominavam a homília, como sendo uma conversa e a chamavam de “sermonis”, mas com o mesmo significado dos gregos. Foi dai que se originou o vocábulo sermão. Presumimos que as primeiras pregações acerca das Boas Novas do Evangelho, ocorreram por meio das homílias, que eram realizadas num tom de diálogos informais nas casas dos cristãos primitivos: “Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus (...). Saudai também a igreja que está em sua casa” (Romanos 16:3,5).

1. Conceitos:

            Qual o significado da palavra Pregação ou Sermão? Na verdade, podemos dizer que os termos são sinônimos, mas segundo escreveu D. Martyn Lloyd-Jones (2008), a pregação é “o ato de entregar a mensagem de Deus aos homens”. Ele acrescentava que a mensagem não é do pregador, pois ele recebeu da parte de Deus e deve entregar para o público presente: “(...); de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8).
Nas palavras escritas pelo apóstolo Paulo, o pregador é um – “Presbeuo” – do idioma grego, um Embaixador de Cristo (2 Coríntios 5:20), pois foi enviado ou comissionado para estar ali, de pé, como sendo o porta-voz de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. Tendo a responsabilidade de transmitir aos seus ouvintes, aquilo que lhe foi revelado pelo Senhor.
O pregador não está ali para falar com eles, sobre si mesmo ou muito menos para entretê-los. Ele está ali para fazer algo em benefício daquelas pessoas e a mensagem deve influenciar o público presente. Por isso, a pregação deve buscar alcançar todas as pessoas presentes e em impactá-las inteiramente, inclusive acerca do âmago de sua vida. A mensagem ministrada na pregação deve causar total diferença em seu ouvinte, fazendo-o refletir sobre si mesmo e, inclusive, podendo se tornar noutra pessoa a partir daquele dia.
A pregação deve realizar algo em favor da alma humana, lidando com o ouvinte de um modo muito especial e, ás vezes, de forma radical. A pregação não é a mera transmissão de conhecimento humano, pois existe algo muito mais profundo envolvido. Numa pregação, está envolvida a totalidade duma pessoa e deve impactar ambos os lados, isto é, do lado de quem prega e do lado de quem ouve a mensagem.

Hebreus 4:12. Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

Lembre-se: nós vamos ao cultos na igreja porque tem algo de errado conosco. Estamos cheios de problemas e dúvidas, muitos estão passando por grandes dificuldades e provações. O pregador não pode se esquecer disso,inclusive deve pregar de acordo com isso. Elas devem sair do culto totalmente diferentes da qual entraram.
A pregação tem que fazer o ouvinte refletir a respeito de si mesmo. Ela é uma transação viva, devendo lidar conosco de tal modo que nos envolva e saiamos do culto dizendo: “Não posso voltar a viver como vivia antes”. Portanto, segundo descreveu Lloyd-Jones (2008), a pregação autêntica é aquela que lida com toda a pessoa, em que o ouvinte se sente envolvido e sabe que foi profundamente tocado e exortado por Deus pela ministração da mensagem.

1.1 – O Sermão Não é:

a) Uma Palestra: este tipo de discurso ou apresentação prende-se a um determinado tema e seu objetivo é levar conhecimento e informações acerca deste assunto específico. Ela aborda questões ou comportamentos do cotidiano, orientando seus ouvintes para refletirem sobre cada um deles.
Ela não tem o poder e nem a garantia de que seus ouvintes irão mudar em suas atitudes. Geralmente, essas orientações vão apresentar alguns argumentos por meio de exemplos ou demonstração de fatos, para tentar fazer com que seu público passem a pensar e refletir sobre eles. 

b) Notícias da Atualidade: tem alguns pregadores que precisam estar “antenados” com o que acontece no mundo, por isso precisam ler jornais e assistir programas jornalísticos todos os dias. Parece que confundem a pregação com noticiários cotidianos, quando sobem ao púlpito da igreja. Dito de outra forma, sua mensagem volta-se inteiramente para falar de atualidades regionais ou mundiais.
Muitos nem abrem a Bíblia durante a ministração. Nada impede que o pregador dê exemplos da atualidade, inclusive faça aplicação durante  o transcorrer da mensagem Bíblica, mas, que não fique apenas noticiando atualidades.

c) Fábulas ou Romances Literários: outros pregadores, por serem leitores assíduos de diversos tipos de literaturas, costumam trazê-las integralmente para o púlpito e procuram fazer uma aplicação sobre princípios morais e éticos, extraídos da abordagem apresentada por seus autores aos seus ouvintes (muitos desses autores são pagãos ou ateus).

d) Ensaio ou Treinamento: ele ém totalmente distinto do Sermão. Geralmente, o ensaio é para ser lido e, se possível, evitando-se a repetição. Além disso, deve ser atrativo e busca-se uma elegância literária. Muitas vezes, sua criação nasce de uma ideia ou pensamento humano, apresentando uma abordagem ou  conceito particular.
Vale lembrar que as Boas Novas de Cristo, quando ministrada para o público, quaisquer que sejam seus ouvintes, deve se pautar, pelo menos, em três vertentes, e não somente numa direção: “Mas o que profetiza (prediz sobre algo ou alguma coisa que pode ou vai acontecer) fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Coríntios 14:3).  

e) Terapia Ocupacional ou Tratamento Psicológico: talvez, o pregador, por ter estudado psicologia ou psicanálise, pensa que a mensagem deve ser uma espécie de enlevação (êxtase) ou tratamento de choque em seu publico (psicológico). Nesse sentido, utiliza-se dum vocabulário próprio de uma dessas ciências, visando produzir um efeito psicológico e emocional em seus ouvintes.
E o pior é que  conseguem! Após a ministração, muitas pessoas se sentirão melhores e sairão felizes do culto. Esse tipo de mensagem é muito parecida com a ministração de uma sessão de análise e, também, com as dicas ou sugestões, dos diversos livros de autoajuda.

f) Discursos Eloquentes: como estamos vivendo na era da modernidade e de avanços tecnológicos, muitos pregadores tem se preparado para acompanhar esses avanços. Muitos deles se preocupam com o vocabulário a ser usado durante o sermão. Alguns adquirem e estão “antenadíssimos” com as diversas ferramentas tecnológicas, passando a ter vasto conhecimento sobre diversos assuntos, por meio das informações recebidas a todo instante.
No entanto, eles podem acabar perdendo boa parte de seu tempo envolvido com a “virtualidade”, deixando a desejar quanto a sua mordomia Cristã (oração, estudo da Palavra de Deus, aconselhamento pastoral, visitas, etc.), isto é, deixando de alimentar, proteger e cuidar bem de seu rebanho.

1.2 - Diferença entre a Pregação e a entrega da Mensagem:

            A pregação (ou sermão) é a mensagem que o ministrante preparou. No entanto, o ato ou a forma em que ele irá entregar este sermão aos ouvintes é que pode e deve ser diferente. Para exemplificar melhor, vejamos uma ilustração: Certa vez, após ter terminado de pregar na Filadélfia, um homem se aproximou de George Whitefield, perguntando-lhe se poderia imprimir seu Sermão.
Ele respondeu: - Bem, não faço objeção nenhuma, se você o quiser; mais jamais poderá colocar na página impressa os relâmpagos e trovões”. Noutras palavras, o que será impresso no papel é letra fria ou morta. O que mais importa é o impacto que ela produziu em seus ouvintes.

2. Composição ou Divisão do Sermão: em primeiro lugar, um sermão tem que ter conteúdo ou mensagem. Em segundo lugar, este conteúdo tem que ter uma forma. Também neste ponto existe distinção entre conteúdo e a forma.
            O que seria o conteúdo duma pregação? Lloyde-Jones assegura que, sem sombra de dúvidas, é um excelente Texto Bíblico. Um bom exemplo para fundamentarmos este assunto, prende-se a famosa declaração de Pedro, quando ele e João andavam pelo interior do Templo, no transcorrer do momento da adoração. De forma súbita, viram-se frente a frente com um homem com necessidades especiais.
            Esse homem esperava receber uma esmola, mas Pedro o encarou e disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho (o que recebi), isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda” (Atos 3:1-6). Que tipo de mensagem é esta? Era a única mensagem que ele tinha recebido. Por isso a entregou ao paralítico.
            O apóstolo Paulo falou acerca deste assunto: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebí”. Isso é o que determina o conteúdo ou a mensagem do sermão: aquilo que o pregador recebeu – a revelação de Deus – e deve entregar aos ouvintes. Por isso o apóstolo nos compara com um – Embaixador, pois a sua missão não é falar de si mesmo, mas falar em lugar daquele por quem ele foi enviado. Assim, ele fala em nome de seu País e de seu Presidente. E nós, de forma idêntica, devemos falar em nome de nosso Senhor.
            E o que seria a forma do sermão? Podemos afirmar, entre outras coisas, que a forma está ligada a maneira como o pregador planejou, preparou e como irá falar com  o público. Em pé, entonação de voz, passo a passo... Cada pregador tem uma característica própria quanto a este assunto.
            No caso da autodefesa de Estevão perante o Sinédrio, segundo Lloyd-Jones (2008), registrado em Atos 7, é demonstrada uma forma bem definida por ele. Houve um plano, uma preparação e um desenvolvimento, sempre que apresentava gradativamente seu argumento, sabendo exatamente quando e onde queria terminar.  

2.1 - Tipos de Sermões: primeiramente, gostaríamos de enfatizar que jamais o pregador deve ministrar algo que não seja a Bíblia Sagrada, ou seja, o que vier a falar deve ter embasamento na Palavra de Deus. Duas coisas importantes para você guardar acerca da Bíblia: a primeira, é que Ela é fonte de inspiração divina e a segunda, que ela é o único livro que ao ser lido, o autor se faz presente.

1 Timóteo 3:16. Toda Escritura divinamente iinspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.

Os sermões ou pregações, podem ser classificados de acordo com o seu conteúdo ou a sua forma. Nas duas categorias, existem vários tipos, mas daremos destaque a alguns deles.

2.1.1 Quanto ao Conteúdo: eles podem ser evangelísticos, doutrinários, devocionais, de consagração, de consolação, éticos ou mistos. Penso que o conteúdo do sermão, está diretamente voltado para o tipo de público para o qual será ministrado.

a) Sermões Evangelísticos: eles enfatizam a mensagem do Evangelho, as Boas Novas de Cristo para a humanidade. Geralmente, esses sermões apresentam um conteúdo doutrinário, deixando bem claro para seu ouvinte acerca da salvação.

b) Sermões Doutrinários: o seu conteúdo é centrado nas Doutrinas da Palavra de Deus. Neles, o pregador transmite uma mensagem que deve apelar para a razão dos ouvintes (intelecto e entendimento).

c) Sermões Éticos: como o próprio nome diz, visa moralizar o comportamento dos ouvientes, através da pregação ungida pelo Espírito Santo.  Sem esta unção, será meramente um discurso repressor e tirano.

2.1.2 Quanto a Forma: neste quesito, o que está em voga é a estruturação do Sermão, isto é, como ele será preparado e apresentado para os ouvintes. Destacamos três deles:  temáticos, textuais e expositivos.

a) Sermões Temáticos: o próprio nome esclarece, o pregador se apega somente ao tema, isto é, o assunto central do texto Bíblico com base na mensagem.  Não será necessário, recorrer ao texto anterior e posterior da narrativa Bíblica lida ou apresentada. Exemplo: Depressão - Elias (1 Reis 19:1-5).

b) Sermões Textuais: ao contrário do temático, o pregador apega-se estritamente a um único texto Bíblico, extraindo dele de forma ordenada e lógica as verdades espirituais que o Espírito Santo lhe concedeu. Acredito que um bom exemplo, entre outros, é a Parabola do Semeador (Mateus 13:3-8,18-23).

c) Sermões Expositivos: este tipo de sermão, tem uma função primária de colocar a vista o que está em obscuro no texto, de declarar a verdade que está inserida na Palavra de Deus  O simples fato do pregador tomar uma passagem Bíblica, versículo após versículo, fazendo comentários sobre o primeiro versículo, depois acerca do próximo, e assim sucessivamente, não significa que ele pregou um sermão expositivo.   

3. Como Estruturar um Sermão?

Como dissemos anteriormente, cada pregador ou palestrante, tem sua forma específica de estruturar o assunto que irá ministrar. Vale lembrar que um sermão não consiste no simples passear de versículo por versículo, nem tampouco na apresentação de uma coletânea ou inúmeras declarações e observações verdadeiras. Essas e outras coisas podem ou devem fazer parte dum sermão, mas não constituem num sermão (Lloyd-Jones).
O Sermão difere-se totalmente da pregação mais primitiva que, segundo afirmou Edwin Hatch (1888), naquela época a pregação era completamente profética, ou seja, alguns Cristãos recebiam as mensagens através do Espírito Santo entregando-as sem qualquer premeditação, ponderação ou preparação (conteúdo ou forma).
Atualmente, mesmo sabendo que o Espírito Santo continua a outorgar mensagens proféticas aos homens de Deus, achamos de grande importância estruturar basicamente a mensagem recebida, tornando-a numa pregação de fácil entendimento (inteligível) a todos os seus ouvintes.   
Seguindo a experiência de vários estudiosos e pregadores da Palavra de Deus, apresentamos os itens básicos para que estruturemos um Sermão:

3.1 – Titulo: de forma bem simples, é o nome a ser dado ao Sermão. Ele se faz de muita importância, haja vista que já deve despertar a atenção e a curiosidade dos ouvintes. Pode ser que o Título seja o mesmo do Tema. Existe alguma polêmica entre estudiosos acerca da distinção entre “Tema e Título”, mas não é de nosso propósito apimentá-la.
Portanto, de forma bem simples, o Tema pode ser entendido como sendo o assunto a ser abordado pelo pregador. Enquanto que o Título, entre outras definições, pode ser compreendido como sendo uma  subdivisão (ou mais) do assunto a ser apresentado (Silveira Bueno, Dicionário de Lingua Portuguesa, 2007).

3.2 – Texto: é a matéria prima recebida ou enviada do Céu para aqueles que Ministram a Palavra de Deus. Nunca e jamais aquele que se diz “Pregador ou Mensageiro” do Senhor, poderá se basear ou fundamentar sua ministração se não for totalmente alicerçada na Sagrada Escritura.
A montagem do Sermão, igualmente a um texto literário ou uma dissertação (Redação), deve conter: uma introdução (início), desenvolvimento (meio) e uma conclusão (fim),

3.2.1 – Introdução: de acordo com a fala de renomados pregadores e palestrantes, a introdução é quem vai determinar o conteúdo e o tom da mensagem. Dizem ainda, que nos cinco minutos iniciais você pode ganhar ou perder a atenção de seus ouvintes. Segundo alguns teólogos, uma mensagem sem uma boa introdução, é comparada a uma casa muito bonita em seu interior, mas com uma fachada horrível, trazendo grande dificuldade para o corretor vende-la.

3.2.2 – Desenvolvimento: aqui deve está a maior parte do Sermão. Neste ponto, o pregador deve apresentar seus comentários e desenvolver gradativamente o assunto que ele se propôs a ministrar. Nesta parte do Sermão, ele pode lançar mão de alguns recursos retóricos para melhor apresentação da mensagem. Pode inserir por exemplo, uma ilustração, uma citação, um dado estatístico, uma narrativa e fazer uma aplicação, entre outras coisas.

3.2.3 – Conclusão: sugere-se que no momento da conclusão, o pregador retome ao ponto de vista inicial do Sermão. Quem sabe, recapitulando as idéias centrais do texto ou as frases de grande expressão. Nesta parte da exposição, deve haver uma amarra entre a introdução e o desenvolvimento. Lembre-se: a repetição ou recapitulação trás memorização e aprendizado. 

Conclusão:

Poderíamos ter acrescentado outros itens neste estudo, tais como: a preparação do pregador, o caráter da mensagem (para quem?), o tempo de duração da mensagem, o que caracteriza uma pregação cristã, evangelística ou doutrinária; entre outros.
Mas gostaríamos de enfatizar e concluir este estudo, dizendo que a ministração do Sermão ou da Pregação deve trazer uma edificação aos Santos de Cristo – a sua Igreja. E, ao mesmo tempo, uma mensagem de esperança e de salvação.


[1] Scheffel Jr. Hermenêutica e Homilética, 2006.