Radio do Bloguer do capitão.

sábado, 26 de maio de 2018

O CRISTÃO E SEUS RELACIONAMENTOS



Introdução

Existem verdadeiros amigos, mas não são muitos. Pessoas em que podemos confidenciar muitos segredos, tendo a certeza de que não serão espalhados adiante, estão em escassez. A Escritura Sagrada nos adverte que, enquanto estiver em nossa dependência, devemos cultivar o bom relacionamento com as demais pessoas da sociedade.

Provérbios 18:24. O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão.

Num primeiro momento, devemos priorizar o relacionamento na sua verticalidade, isto é, entre o Homem (seguidor de Cristo) e Deus. Um bom exemplo para ilustrar este tipo de relacionamento, se deu entre Abrão (depois Abraão) e o Senhor Jeová.

Tiago 2:21-23. Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?  Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.  E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. (grifo nosso)

Num segundo momento e de forma sequencial, devemos atentar para o relacionamento na sua horizontalidade, ou seja, entre o Homem e outros Homens. Entre outros exemplos, podemos citar a amizade entre Jonatas, filho do rei Saul, e Davi, filho de Jessé.

1 Samuel 18:1-5. E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jónatas se ligou com a alma de Davi; e Jónatas o amou, como à sua própria alma. E Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai. E Jónatas e Davi fizeram aliança; porque Jónatas o amava como à sua própria alma. E Jónatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse e conduzia-se com prudência, e Saul o pós sobre os homens de guerra; e era aceito aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul.

Os dois tipos de relacionamentos estão intimamente ligados. Quando se mantém um bom relacionamento com Deus, é bem provável que se mantém também um bom relacionamento com o próximo.  E quem sabe, pelo bom trato e a maneira de agir do Cristão com as demais pessoas da sociedade, poderá atrai-la e trazê-la para Cristo. Vale ressaltar, que o contrário também é verdadeiro, ou seja, se o Cristão for “salgado demais”, irá afastar as pessoas de si e de Jesus.

Desenvolvimento

            O Cristão precisa influenciar pessoas a sua volta, mas isso só será possível, se ele der bom testemunho. Por isso, ele precisa manter um bom relacionamento com as demais pessoas, para que sua influência seja benéfica. E é bom entender que um bom relacionamento pode evitar grandes problemas.  
Muitos ímpios, isto é, pessoas que não se converteram ao Cristianismo, ás vezes, tem uma grande resistência para ir numa igreja evangélica, ou ainda, de pegar uma Bíblia para ler. No entanto, elas podem ficar impressionadas com a maneira de viver do Cristão (talvez seu vizinho, colega de serviço etc.).
            Alguém disse certa vez, que: “o exemplo diz mais do que muitas palavras”. Particularmente, tive um professor da Escola Bíblica Dominical – Evangelista Osmar Barbosa (hoje, Pastor), que disse certa vez, na sala de aula, que: “a vida do Cristão é a Bíblia do incrédulo”. Esta é a mais pura verdade. Por isso, devemos buscar apresentar em todos os setores da sociedade uma conduta idônea, em que ninguém possa nos acusar. Sendo assim, vamos ver as orientações teológicas, sobre como deve ser a conduta cristã em seu cotidiano:

1. O Bom Relacionamento na Sociedade:

O homem é um ser gregário, isto é, foi criado para viver com outras pessoas, em sociedade. Por isso, Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18a). Extrai-se deste texto, de que o homem se completa ou se realiza, quando se relaciona com outras pessoas. No caso do matrimônio, em especial, diz-se que: “o que falta no marido é completado pela esposa, e o que falta na esposa, se completa pelo marido”. Todo ser humano (homem ou mulher) tem, no mínimo, quatro necessidades básicas que precisam ser atendidas:

1ª. Ser reconhecido: Este reconhecimento virá com o tempo, mas desde que haja trabalho árduo, determinação, disciplina e dedicação. Tem pessoas que já querem chegar e ser reconhecidas (ter bons cargos na empresa, já ser usado para pregar ou participar do louvor da igreja, entre outros); mas a vida não é bem assim.

2ª. Ser valorizado: Todos querem ser valorizados, mas precisam entender que a valorização deve vir pelo que você “é” e não pelo que você “tem”.

3ª. Pertencimento: Quando somos adolescentes, não temos a capacidade de compreensão acerca deste tema e, muitas vezes, batalhamos para entrar e fazer parte de certos grupos de  pessoas, mas sem avaliarmos as consequências (usuários de drogas, pichadores, pessoas que praticam pequenos furtos ou roubos, etc.).
Nessa faixa etária, a necessidade de pertencimento é ainda maior. Portanto, temos que estar atentos com nossas crianças e adolescentes, para que seus desejos estejam voltados para pertencerem a grupos que praticam atividades beneficentes e saudáveis, como por exemplo; grupos de estudos, de lazer e entretenimento, religiosos, profissionais, de ação social, cultural, artístico, entre outros.

4º. Se Sentir Amado: Esta atitude não pode ser substituída por presentes, com o propósito de justificar sua ausência (muitos pais e maridos agem assim). E também não deve ser motivada por interesses, como por exemplo, se aproximar de alguém que pode me beneficiar em alguma coisa (um emprego, uma promoção no trabalho, uma consagração, etc.).

1.1 No Local de Trabalho: - neste local, geralmente você vai conhecer pessoas que poderão ser seus colegas e companheiros de trabalho. E caso você já seja cristão, deve agir com prudência e sabedoria para tentar ganha-las para Cristo. Nesse ambiente, você não poderá ser salgado demais (aquele cristão que só sabe falar sobre religião), inclusive atrapalhando o bom andamento do serviço a ser prestado. Deve buscar viver em harmonia com todos e, se possível for, ajudar os colegas em suas tarefas trabalhistas.

Romanos 12:17-18.  A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.

            O Cristão deve buscar dar bom testemunho a todo tempo e em todo o lugar da sociedade. O propósito maior dessa atitude deve-se ao fato de que o nome do Senhor Jesus seja glorificado.

1.2 Na Escola ou Faculdade: - passamos muitas horas de convivência neste ambiente educacional, sendo elas de grande importância para os professores e os funcionários, mas especialmente para os alunos. Esse relacionamento – professor/aluno, deve implicar em mudanças de comportamentos, pois esta é, entre outras coisas, a principal tarefa do Mestre em relação aos seus alunos.  E as mudanças devem ser para melhor. Eu costumo dizer o seguinte: quero ser melhor hoje do que fui ontem. E amanhã, preciso ser melhor do que fui hoje.
            Muitos alunos não tem uma referência paterna em casa, sendo assim, verão no (a) professor (a) esta referência, pois o Mestre estará sendo observado o tempo todo por eles e, em alguns casos, irão querer imitá-lo. Portanto, o professor não foi colocado nesta posição por acaso, Deus tem colocado cada profissional (ou Cristão) no ambiente certo, para usar dos talentos que lhe foi concedido, de acordo com a sua capacidade.

Mateus 25:14-15. Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
(...)
Romanos 12:6-8. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

            Deus nos conhece por inteiro e sabe de nossa capacidade física e intelectual. Portanto, Ele não colocará nada em suas mãos para fazer, caso você não seja capaz.

1.3 No Matrimônio: - desde que Deus viu que Adão estava só e triste, resolveu criar uma companheira e ajudadora para estar com ele. Ele estabeleceu princípios e normas para que fossem obedecidas e, assim, promovesse harmonia, paz e felicidade entre seus membros. Precisamos estar atentos, pois um sério problema que atinge os cônjuges na atualidade é a falta de diálogo e comunicação: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3).
            Como registra a Palavra de Deus: “E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2:23-24). 
Com o matrimônio, os cônjuges se tornam numa só carne, sendo assim, devem estar de acordo em tudo o que resolverem fazer.

 1.3.1 Em Família: - ela é a instituição mais antiga e mais importante da face da terra, considerada a “célula mater” da sociedade.  Cada cristão tem o dever de zelar pelo bem-estar de sua família. Os pais dão as suas vidas (literalmente) para criar e educar os filhos. Eles abrem mão de muitas coisas que gostariam de fazer (viajar, estudar, cuidar de sua saúde, etc.) para satisfazer as suas vontades.

Deuteronômio 6:6-9. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.

            A recomendação do Senhor é que quando eles – os pais, envelhecerem ou adoecerem, recebam os cuidados de seus filhos. Como eles fizeram conosco, o ideal é que também o façamos por eles. A Escritura Sagrada diz que: “aquele que não cuida bem da sua família, é pior do que o incrédulo ou ímpio”.
            Não podemos esquecer de que os filhos são como “espelhos” e tendem a refletir (reproduzir) o comportamento de seus pais. Isto se aplica também quanto aos alunos (refletirem o professor), os empregados (refletirem o patrão), os membros da igreja (refletirem o seu pastor), e assim, sucessivamente.

Provérbios 22:6. Educa (ou instrua) a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.

            Não basta dizer ou falar para eles, pois nem sempre isto vai significar ter havido a comunicação ideal para o aprendizado (colocar em prática). Muitas vezes, será necessário demonstrar com o seu comportamento diário (o exemplo fala melhor).
  
2.  O Bom relacionamento na Igreja:

            De antemão, quero enfatizar que o bom relacionamento do seguidor de Cristo, deve ocorrer tanto dentro quanto fora das quatro paredes (edificação onde funciona a reunião eclesiástica). O apóstolo Paulo em uma de suas Epístolas fez uma analogia entre a Igreja como sendo equiparada ao corpo humano.
            O corpo humano possui vários membros e órgãos, devendo haver um bom relacionamento entre eles, cada um executando sua função específica e de modo perfeito, com isso, fará trabalhar todo o organismo em perfeita harmonia. 
             
1 Coríntios 12:11-12, 18-20. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. (...). Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um só corpo.

            Portanto, assim como é o corpo humano, também deve ser a Igreja de Cristo. Cada membro tem uma função específica a executar (seja no ministério de louvor, na secretaria, na tesouraria, na secretaria de ação social, na secretaria de evangelismo e missões, professor da EBD, pastor, evangelista, presbítero, diácono, cooperadores etc.).
            Deve ser ressaltado, que nenhuma dessas funções é superior ou inferior a outra, pois todos devem se colocar à disposição para servir na obra do Senhor. O propósito maior e principal é conservar este corpo saudável, dinâmico, bem disposto e útil para a missão que lhe foi confiada por aquele que é o seu cabeça – Cristo.
            Nenhum membro sozinho (igualmente no corpo humano) forma todo o corpo (a igreja), isto é, você não é igreja sozinha. Hoje encontramos muitas pessoas decepcionadas com a Igreja (na verdade, com o homem que está em sua liderança), sendo chamadas de “os desigrejados”.
Essas pessoas precisam entender que nós sempre nos decepcionaremos com os homens, pois não são diferentes de nós (também são pecadores e sujeitos a errar). No entanto, jamais e nunca nos decepcionaremos com o Senhor que instituiu a Igreja – Jesus Cristo.
Elas precisam voltar a se congregar e estar sob a cobertura espiritual, ou seja, juntar-se aos demais membros e executar a função que Deus lhe comissionou a fazer. Devendo haver compreensão e uma busca pela união dos membros para que haja harmonia. Lembre-se: somos imperfeitos, isto é, todos nós temos manias, falhas, defeitos e estamos sujeitos a errar, simplesmente por sermos humanos. A moldagem é realizada por Deus, através de seu Espírito Santo. Ele é o oleiro, nós o barro!

Isaías 64:6. Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.

            Assim somos todos nós. Sabe o que nos diferenciam dos ímpios? A resposta é muito simples: o fato de sabermos quando pecamos, pois o Espírito Santo nos revela, confirma e incomoda. E temos consciência de que somos “pecadores arrependidos”.  
E é este mesmo Espírito que nos leva a confessar esses pecados, pois cremos que assim procedendo, receberemos o perdão e voltaremos à comunhão com o Pai Celestial: “(...): Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Romanos 10:9-10).

Conclusão:

            Portanto, relacionamento é a capacidade de cada pessoa conviver com seus semelhantes, buscando sempre ter uma boa convivência. Como bem dizia meu saudoso Pai (in memorian): “saiba fazer a política da boa vizinhança”, ou seja, procure viver bem com todas as pessoas.  
O bom relacionamento estará na dependência de cada um oferecer um pouco do melhor de si mesmo, e procurar, nos outros, as coisas boas que possuem. Precisamos nos esforçar para dispensar os defeitos das pessoas e enaltecer o que de bom elas possuem.


quarta-feira, 23 de maio de 2018

O POVO HEBREU E A IMPORTÂNCIA DE SEUS ANIMAIS


Introdução
             
              Todas as civilizações da antiguidade, fizeram uso de inúmeros animais para que os auxiliassem na preparação da terra, com o propósito do plantio e cultivo da lavoura, mas, também no transporte de cargas e na cavalgadura e, ainda, para o sustento alimentar da família. Neste artigo, queremos apresentar alguns desses animais que acompanhavam o povo hebreu em suas jornadas, como também o seu emprego e utilização em sua rotina diária.

            Gênesis 4:1-2. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.

              Neste texto, do primeiro Livro de nossas Bíblias atuais – o Gênesis, que significa a origem e o princípio de tudo o que existe na face da terra: o primeiro homem, a primeira família, o primeiro ofício, o primeiro homicídio, e assim suscessivamente; nos apresenta, duas das primeiras profissões desempenhadas pelo homem: pastor e cuidador de ovelhas e lavrador da terra.
              É bem certo de que nessas duas profissões, tanto um quanto o outro trabalhador, fizeram uso de animais para que desempenhassem bem a sua tarefa laborativa. Nesse sentido, faz-se necessário listar quais eram (ou foram) os animais utilizados por este povo, durante toda a sua caminhada e história de vida. Portanto, eles possuíram ovelhas (incluem-se aqui, bodes, cabritos e carneiros); bois; camelos (em alguns casos, dromedários); cavalos (insere-se também, jumentos e mulas), entre outros.
              Vale lembrar de que cada um desses animais, desenvolviam atividades laborativas distintas, enquanto outros serviam também para serem empregues em outros tipos de atividades.

Desenvolvimento

         Utilizando-se ainda, registro narrativo do primeiro Livro das Escrituras Sagradas, encontramos um conflito entre as pessoas de Jacó, suas duas mulheres e Labão, seu tio, irmão de sua mãe Rebeca. O fato se deu na cidade de Padã-Arã, envolvendo, a princípio, o direito à herançaa e posse de muitas ovelhas. 

Gênesis 31:14-19. Então, responderam Raquel e Léia e disseram-lhe: Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai? Não nos considera ele como estranhas? Pois vendeu-nos e comeu todo o nosso dinheiro. Porque toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te tem dito. Então, se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos, e levou todo o seu gado e toda a sua fazenda que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã. E, havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha (grifamos).

          Vocês devem conhecer muito bem esta narrativa Bíblica, pois Jacó, orientado por sua Mãe – Rebeca, foge para a esta cidade e é acolhido por seu tio Labão. Tudo para não ser morto por seu irmão – Esaú, pois o havia enganado, roubando-lhe o direito de primogenitura (cf. Gênesis 25:29-34). Jacó amou a Raquel, filha mais nova de seu tio, desde que a viu pela primeira vez e, para tê-la por esposa, contratou a sua  força de trabalho por 7 anos.
              Entretanto, como ele enganara a seu pai – Isaque (cf. Gênesis 27:18-19,21-24), e a seu irmão – Esaú, agora ele fora enganado por seu tio – Labão, casando-se primeiro com Léia, a filha mais velha e, depois de trabalhar por mais 7 anos, com Raquel (cf. Gênesis 29:21-30). No entanto, o que queremos relatar deste texto, são sobre os animais contidos nesta narrativa.

              1. Camelos: este animal tinha várias utilidades para o povo hebreu, principalmente quando a região é muito áriada. Entre elas, destacam-se:

         a) Transporte de cargas. Eles possuem uma grande vantagem ante aos outros animais, pois, diferentemente dos demais, tem dois estômagos: um serve como reservatório de água, e o outro, como reserva alimentícia, pois as suas duas corcovas acumulam células gordurosas, podendo passar muitas horas sem comer, por isso vivem ruminando (numa constante mastigação).  

2 Reis 8:9. Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele (o profeta Eliseu) e tomou um presente na sua mão, a saber, de tudo que era bom de Damasco, quarenta camelos carregados; e veio, e se pôs diante dele, e disse: Teu filho Bem-Hadade, rei da Síria, me enviou a ti, a dizer: Sararei eu desta doença?

         b) Vestuário. Os povos hebreus também utilizavam a sua pele para feitura de seu vestuário: “E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre” (cf. Mateus 3:4).

      c) Cavalgadura ou passeios curtos. Eram também usados como cavalgadura, principalmente no deserto: “E feriu-os Davi, desde o crepúsculo até a tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão quatrocentos jovens que, montados sobre camelos, fugiram” (1 Samuel 30:17). Nos dias atuais, é muito comum utilizar esses animais para passeios curtos, principalmente com crianças.

         d) Reprodução e produção de leite. Esse tipo de animal era muito vantajoso para os hebreus (e outros povos), pois também as suas femeas produziam muito leite:

Gênesis 32:13-15. E passou ali aquela noite; e tomou, do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú: duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros; trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas e dez jumentinhos.

          2. Ovelhas: este animal foi de vital importância para o povo hebreu, haja vista que podiam utilizar-se da tosquia de sua lã para fazimento de roupas; a produção de leite para sustento dos muitos filhos e, também, a utilização do cozimento ou fritura de sua carne, para o sustento da família.  

Gênesis 38:12. Passando-se, pois, muitos dias, morreu a filha de Sua, mulher de Judá; e, depois, se consolou Judá e subiu aos tosquiadores das suas ovelhas, em Timna, ele e Hira, seu amigo, o adulamita.
(...)
Números 22:40. Então, Balaque matou muitos bois e ovelhas; e deles enviou a Balaão, e aos príncipes que estavam com ele.
(...)
Isaías 7:21-22. E sucederá, naquele dia, que alguém criará uma vaca e duas ovelhas. E acontecerá que, por causa da abundancia do leite que elas hão de dar, comerá manteiga; e manteiga e mel comerá todo aquele que ficar de resto no meio da terra.

           Entretanto, este animal era um dos mais utilizados e preferidos para a apresentação das ofertas de sacrifícios aos Senhor: “Um altar de terra e farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacificas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memoria do meu nome, virei a ti e te abençoarei” (Êxodo 20:24).

          3. Bois: esses animais serviam para preparo e aragem da terra, o transporte de carga e para o sustento da família. 

Deuteronômio 14:4. Estes são os animais que comereis: o boi, o gado miúdo das ovelhas, o gado miúdo das cabras.
(...)
1 Reis 1:24-25. E disse Natã: Ó rei, meu Senhor, disseste tu: Adonias reinará depois de mim e ele se assentará sobre o meu trono? Porque hoje desceu, e matou vacas, e bestas cevadas, e ovelhas em abundancia e convidou todos os filhos do rei, e os capitães do exercito, e a Abiatar, o sacerdote, e eis que estão comendo e bebendo perante ele; e dizem: Viva o rei Adonias!
(...).
1 Reis 19:19. Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.

          4. Cavalos. As Escrituras Sagradas, faz menção a este animal quadrupede, somente em situações de guerra. Entretanto, talvez uma exceção, está registrado no Livro do profeta Isaías 28:28:

Isaías 28:28. O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavalos.

       Como o povo hebreu ou israelita possuíam muito gado e ovelhas, parece que não necessitavam tanto deste tipo de animal. No entanto, alguns reis, como Davi, reservou para si um grande numero de cavalos: “E tomou-lhes Davi mil e seiscentos cavaleiros e vinte e um mil homens de pé; e Davi jarretou todos os cavalos dos carros e reservou deles cem carros” (2 Samuel 8:4).  Outro rei que tinha certo fascínio por esses animais, foi Salomão. Ele os importava e exportava em grande escala.

2 Crônicas 1:16-17. E os cavalos que tinha Salomão se traziam do Egito; e, quanto ao fio de linho, osd mercadores do rei tomavam o fio de linho por um certo preço. E faziam subir e sair do Egito cada carro por seiscentos siclos de prata, e cada cavalo, por cento e cinquenta; e assim, por meio deles, tiravam cavalos para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.

         5. Jumentos. Outro  quadrupede que tinha mais de uma utilidade para os hebreus: cultivo do campo, cavalgadura e transporte de cargas (cargueiro). Embora ele seja um pouco menor do que o cavalo, sua força física é maior.

Isaías 32:20. Bem-aventurados vós, que semeais sobre todas as águas e que dais liberdade ao pé do boi e do jumento.
(...)
2 Samuel 25:18. Então, Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho,e conco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados,  e os põs sobre jumentos.
(...)
Juízes 1:14. E sucedeu que, vindo ela a ele, o persuadiu a que pedisse um campo a seu pai; e ela se apeou do jumento, saltando; e Calebe lhe disse: Que é o que tens? (...). 5:10. Vós, os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais em juízo e que andais pelo caminho, falai disto.

              Em casos extremos, como a escassez de alimentos ou grande perido de fome na terra, entre outras, poderia servir como alimento: “E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de um jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas, por cinco peças de prata” (2 Reis 6:25).

          6. Mulos. Esses animais são gerados pelo cruzamento de cavalos com jumentas. Deste acasalamento, são gerados animais de porte mais altos e mais fortes do que seus pais. Além disso, eles costumam viver o dobro de anos em comporação a longevidade dos cavalos.
             
          a) Animais de carga: eles eram usados para o transporte de cargas: “E também seus vizinhos de mais perto, até Issacar, e Zebulom, e Naftali, trouxeram pão sobre jumentos, e sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, provisões de farinha, pastas de figos, e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois, e gado miúdo em abundãncia; porque havia alegria em Israel” (1 Crônicas 12:40).
              Nos dias atuais, embora um pouco mais raro, é possível ver alguns desses animais, atrelados a carroças de madeira, transitando em plena rua de cidades urbanas, fazendo pequenos transportes de cargas, como de areia, barro, sacos de cimento etc. O povo de Israel que estava exilado na Babilônia, quando retornaram para sua pátria, trouxeram vários animais com eles.

Neemais 7:6,68-69. Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, os transportados, que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada um para a sua cidade; (...); os seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seu mulos, duzentos e quarenta e cinco. Camelos, quatrocentos e trinta e cinco; jumentos, seis mil setecentos e vinte.
             
           b) Cavalgadura Real. as mulas eram escolhidas por alguns príncipes e reis, tornando-se um animal de sua preferencia para montagem.  Alguns reis conhecidos da história Bíblica, gostavam de cavalgar nesse tipo de animal, entre eles, o rei Davi.

1 Reis 1:33,38. E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso Senhor, e fazei subir a meu filho Salomão na mula quie é minha, e fazei-o descer em Giom. (...). Então desceu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e os quereteus, e os peleteus e fizeram montar Salomão a mula do rei Davi e o levaram a Giom.

         Como dissemos anteriormente, esses animais eram de alta estatura, ultrapassando a dos cavalos. Uma narrativa registrada no Livro de 2 Samuel, denota esta particularidade desse animal. Absalão, filho do rei Davi, havia matado seu irmão Amnom (2 Samuel 13:28), e fugia montado num mulo.

2 Samuel 18:9. E Absalão se encontrou com os servos de Davi;e Absalão ia montado num mulo; e, entrando o mulo debaixo da espessura dos ramos de um grande carvalho, pegou-se-lhe a cabeça no carvalho, e ficou pendurado entre o ceu e a terra; e o mulo, que estava debaixo dele, passou adiante.

       Informaram ao chefe do exército do rei Davi – Joabe, que Absalão estave dependurado numa árvore. Ele ordenou que o matassem, mas eles não tiveram coragem de matar o filho do rei. Então Joabe, sem perder tempo, “(...). E tomou três dardos e traspassou com eles o coração de Abalão, estando ele ainda vivo no meio do carvalho” (2 Samuel 18:14).

Conclusão

      Este pequeno estudo, teve o propósito de apresentar os animais domésticos que fizeram parte da vida dos Hebreus, durante todo o transcorrer de sua história e peregrinação.         Por fim, destaca-se que o patriarca Jó, antes de passar pela provação permitida pelo Senhor, possuía nada mais do que 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 juntas de bois e 500 jumentas (Jó 1:3).
       Depois de ter passado por esta prova e ter sido aprovado, o Senhor concedeu a ele tudo o que havia perdido, mas de forma duplicada: “E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas” (Jó 42:12).







quarta-feira, 9 de maio de 2018

PEDOFILIA: O INIMIGO MORA AO LADO



1. No Passado

Para muitas pessoas a palavra pedofilia e o crime de abuso sexual contra crianças e adolescentes parecem novidades surgidas em nossos dias. Entretanto, essa expressão e pratica abusiva contra seres humanos datam de tempos remotos. A palavra tem origem no vocábulo grego "paidóphilos", com o significado de "pai do filho ou amigo da criança". Conforme literalidade do termo a pedofilia deveria ser apenas e tão somente, o sentimento de profunda amizade entre um adulto e uma criança em formação.
Em muitas civilizações do passado esta prática sexuale abusiva contra crianças fazia parte do costume e da cultura popular. Como também, sacrificarem crianças aos ídolos e deuses cultuados e reverenciados por eles. Cita-se como exemplo, o caso do profeta islâmico Maomé[2] que, depois da morte de sua primeira esposa – Cadija -, viria a casar-se com outras quinze mulheres. A maioria destas mulheres eram viúvas de companheiros do profeta árabe e tinham idades avançadas. Nesses casos, o casamento com o profeta surgia como uma forma de garantir proteção e estabilidade econômico-financeira. Em outros casos os casamentos serviram para cimentar alianças políticas.
Uma exceção se deu com uma das esposas mais importantes de Maomé – Aicha -, a sua segunda esposa, que tinha 6 (seis) anos de idade na altura do seu noivado com Maomé e, segundo registros históricos, 14 (quatorze) anos na altura de seu casamento com o profeta. Registra-se que nesta época Maomé passava dos 40 (quarenta) anos de idade.
Quanto aos sacrifícios humanos, vale ressaltar que foram praticadas grandes crueldades contra crianças e adolescentes no passado. Dentre as várias civilizações primitivas tidas como religiosas, pode-se citar os Druidas, sacerdotes celtas que tinham o fogo como sagrado, faziam suas adorações nas florestas e, em determinadas ocasiões realizavam sacrifícios humanos, queimando, afogando ou enforcando suas vítimas. Geralmente estas pessoas eram tachadas como criminosas ou prisioneiros de guerra.
Os Druidas tinham também como prática antiga, a realização da festa deHalloween (2000 a.C.) em honra ao deus Samhain, o senhor dos mortos, celebrada nas primeiras horas do dia 1º de novembro, ou seja, na noite de 31 de outubro. Estima-se que todos os anos nesta data (31/10), isto é, no "Dias das Bruxas", muitas crianças são raptadas ou sequestradas de seus lares, para serem oferecidas em rituais satânicos por praticantes do ocultismo[3] ou outras práticas religiosas pagãs. Os sacerdotes druidas ofereciam crianças em sacrifícios, crendo que só assim, sacrificando o "fruto do corpo" (os filhos) satanás receberia o holocausto e os perdoaria dos pecados da alma.
Há vários registros histórico-bíblicos envolvendo os povos Hebreus (ou Judeus) e pagãos do Antigo Testamento (AT), dando conta de sacrifícios humanos praticados contra crianças. Como a transcrita no livro de 2º Reis, 21.6: "E até fez passar a seu filho pelo fogo, e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e instituiu adivinhos e feiticeiros, e prosseguiu em fazer mal aos olhos do Senhor, para o provocar a ira". E, também, no livro de 2º Crônicas, 28.3: "Também queimou incenso no vale do filho de Hinon, e queimou os seus filhos no fogo, conforme as abominações dos gentios que o Senhor tinha desterrado de diante dos filhos de Israel".
As duas narrativas históricas apresentadas registram práticas de arbitrariedades cometidas pelos reis de Judá e Jerusalém - Acaz e Manassés -, respectivamente, contra seus próprios filhos. Destaca-se que essa prática nefasta, fazia parte da cultura e religiosidade daquela civilização, como uma forma de reverenciar e aplacar a ira de seus deuses.

2. No Presente

Em nossos dias, os escândalos divulgados pela imprensa em toda parte do mundo, envolvendo membros da Igreja Católica (padres, bispos, arcebispos etc.), treinadores esportivos, pastores evangélicos (inclusive, não podemos descartar esta linha de investigação, no caso recente ocorrido no ES), entre outros, pela pratica de pedofilia contra crianças e adolescentes, tem deixado a população perplexa, haja vista que essas pessoas, dizem ser representantes do "próprio Deus” (Padres e Pastores), enquanto as outras, que são “verdadeiros amigos” de suas vítimas.
Elas se aproveitam de sua posição eclesiástica ou profissional, para praticarem verdadeiras atrocidades contra pessoas ingênuas e indefesas (principalmente crianças entre 6 a 12 anos). Esses monstros e psicopatas realizam esses abusos dentro dos muros ou paredes dos monastérios (igrejas), nos vestiários dos locais de treinamento ou os levam para suas casas.
No campo da psiquiatria, a pedofilia é definida como uma perturbação mental no indivíduo, como resultado de sua história pessoal e de todo um contexto social. Os impulsos sexuais ocorrem de forma repetitiva e intensa, implicando geralmente na atividade sexual com uma criança. Esta característica o diferencia do popularmente chamado agressor ou abusador sexual, que nem sempre é um pedófilo.
Para a psicologia, a pedofilia é um distúrbio que ocorre independentemente de outras práticas sexuais. Resta frisar que nem todo pedófilo é celibatário (compromete-se em não se casar ou não manter relação sexual com outra pessoa), como também nem todas as pessoas que optam pelo isolamento sexual são homossexuais.
No entendimento do psicólogo Marcelo Markes, os perfis psicológicos do abusador sexual e do pedófilo são diferentes. O abusado tem como característica acontecer mais no ambiente familiar e, geralmente é praticado pelo padrasto, pai, tio, irmãos, primos ou pessoas muito próximas da família e da criança e/ou adolescente. Neste caso, o abusador sexual pode levar uma vida aparentemente normal. Ele (a), jamais se excitaria olhando a foto de uma criança tomando banho numa banheira. O universo psicológico dele envolve a sedução e a submissão da criança, podendo envolver atos de violência.
Segundo Markes, o pedófilo recorre à antiguidade grega para explicar seu comportamento sexual com crianças e adolescentes, lembrando que a iniciação sexual da criança na Grécia era feita por um adulto e que nossos avós e bisavós se casavam aos 12 anos de idade. Estima-se que em alguns países, mesmo em pleno Século XXI, preservem o costume e a cultura dos contratos de casamentos que são acordados entre os pais. E alguns desses matrimônios são realizados com meninas entre 8 (oito) a 12 (doze) anos de idade. No entanto, seus futuros maridos são de idades bem mais avançadas.
Os pedófilos acreditam que as suas atitudes não causam nenhum problema para as vítimas, inclusive de que não estão fazendo nada de errado ou cometendo qualquer tipo de crime. Muitas vezes, quando flagrados, acusam ás vitimas de os terem seduzidos. Eles, em muitos caos, nem chegam a ter relações sexuais (oral, anal ou vaginal). Realizam-se por apenas fotografarem as crianças nuas ou se exibirem sexualmente para que elas presenciem a cena, momento em que se excitam diante da situação. Neste caso, vale registrar o que diz a Lei nº 12.015/2009, sobre a matéria em questão: do Art. 218-A, da Lei nº 12.015/2009:

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

A Revista Veja, em sua edição de 21 de abril de 2010, apresentou matéria sobre o celibato e a pratica de pedofilia por membros da Igreja Católica. Parece que foi aberta a caixa de pandora[1] desta instituição milenar, mas que sempre manteve certa restrição e distanciamento social quanto as suas origens e práticas religiosas.
Trouxe como destaque a declaração do secretário de estado do Vaticano, Tarciso Bertone, descartando a possibilidade de a Igreja Católica rever as regras do celibato, conforme sugeriram alguns bispos e padres europeus. Diante da negativa, reascenderam os inúmeros casos de abusos do passado e de outros mais recentes praticados por renomados membros religiosos.
Nesse sentido, oportuno apresentar o seguinte questionamento: porque um padre ou uma pessoa adulta, quando sente o desejo de satisfazer-se sexualmente e não consegue resistir ou controlar este impulso sexual, não procura uma pessoa adulta para realizá-lo?
Deve ser lembrado que na atualidade, o comportamento sexual da população em geral, encontra-se totalmente pervertido e banalizado. Em qualquer esquina de rua, em qualquer parte do mundo, contratar uma mulher adulta para satisfação sexual, tornou-se uma prática de maior facilidade. O que tem aumentado a insatisfação e indignação social volta-se para o comportamento adotado pela cúpula da instituição eclesiástica que, em confirmando o abuso cometido por partes de seus membros, costuma transferi-los de paróquias.
Assim, esses abusadores sexuais ou pedófilos, recebem as benesses de ter novas vítimas para molestar e, quando muito, pegam a pena administrativa máxima – a excomunhão. Postura muito parecida  com alguns cargos jurídicos e/ou políticos no Brasil. Quando às pessoas se veem em aperto, aposentam-se compulsoriamente, com vultuosos salários e acabam escapando da sentença condenatória? (Prisão).
Não se pode olvidar, que esses abusos se amoldam a crimes capitulados em nosso ordenamento penal. Sendo assim, os autores (quaisquer que sejam ou cargos que ocupem) devem passar por todo o tramite processual e, em se confirmando o crime e a sua autoria, devem receber por parte do Estado-Jurisdição, a pena alusiva ao tipo de delito cometido. Assim deveria ser aplicada a Lei Brasileira – igualdade para todos!
Não se tem uma fórmula para identificar a pessoa com tendência à pedofilia, mas os especialistas traçam algumas características de seu perfil, que podem dar o sinal de alerta para os pais ou responsáveis pelas crianças; são elas:

. Geralmente, o pedófilo (ou abusador sexual), é do sexo masculino e tem mais de 30 anos;
. Possui poucos amigos em sua faixa etária (tem muito contato com crianças/adolescentes);
. Se casado, a relação é somente de companheirismo, com quase nenhuma relação sexual (disfarce, viver de aparência);
. É fascinado por atividades de crianças;
. Costuma descrever as crianças como puras e angelicais, mas, ele (s), muitas vezes, são agressivos;
. Busca envolver-se com brincadeiras de criança (colecionar brinquedos, carrinhos e bonecas);
. Procuram atuar e trabalhar em atividades que envolva contato diário e direto com crianças e adolescentes, tais como: escolinha de futebol, natação, recreação, professores (dança, artes, musica etc.), pediatra, padres, entre outras.

Por fim, os pedófilos e/ou abusadores sexuais, escolhem e selecionam crianças tímidas, vergonhosas, pobres ou com poucos privilégios familiares e sociais (desestrutura familiar e social). Ele as alicia com atenção e promessas, dando presentes, roupas, viagens ou levando para passeios aos lugares desejáveis por qualquer criança, como parques de diversões, circos, teatros, praias, cinemas etc.
Quando escrevemos este artigo, nossa intenção era de alertar os pais, a sociedade e ás autoridades públicas e políticas do Brasil. Nesses dias, acompanhando a matéria envolvendo o ex-treinador da Seleção Brasileira de Ginástica, resolvi republicá-lo. Entretanto, o propósito continua sendo o mesmo, alertar e conscientizar às pessoas, sobre a gravidade e o perigo acerca desses homens inescrupulosos, que fazem de tudo para terem saciados seus desejos carnais e sexuais (lascívia), não se importando quem seja a vítima e quais sejam as consequências físicas, emocionais ou psicológicas causadas as mesmas. Leia outros artigos do autor em: https://www.webartigos.com.br


EDUARDO VERONESE SILVA
Licenciatura em Educação Física
Graduado em Direito
Pós-graduado em Direito Militar
Palestrante sobre Drogas e Violência






[1] Pandora.  Segundo a mitologia grega, foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto e Atena, auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade na dança e nos trabalhos manuais. Hermes, porém pôs no seu coração a traição e a mentira.