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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Louvando ao Senhor com os Dízimos


Introdução

            A prática de dizimar ou ofertar vem desde a antiguidade, mesmo antes de ser estabelecido na Lei de Moisés. Os patriarcas dizimavam com certa regularidade e seus dízimos eram usados para sacrifícios oferecidos a Javé (em hebraico - Iahweh) e para o sustento dos Levitas e Sacerdotes, como também, para ajudar os mais pobres em suas necessidades.
Muitos estudiosos dos textos Sagrados preferem usar Seu nome no original, isto é, usando as quatro consoantes YHWH, conhecida como o Tetragrama. Isso se deu, haja vista que não havia vogais na escrita Hebraica.
            A palavra “dízimo” significa a “décima parte dum todo”. No Antigo Testamento, costumava-se oferecer a décima parte de sua colheita ou de seu gado, para que fosse apresentada ao Senhor. O dízimo do povo de Israel era entregue para o sustento dos Levitas (Números 18:20-21) e dos Sacerdotes (Números 18:28).

Números 18:20-21,26-29. Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. (...). Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o melhor deles, a sua santa parte.
           
Dois textos foram selecionados pelo comentarista da lição, para embasar sua argumentação acerca da importância da devolução do dízimo ao Senhor: Malaquias 3:7-11 (Antigo Testamento) e 2 Coríntios 9:6-7 (Novo Testamento).

Malaquias 3:7-11. Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
           
Como foi dito anteriormente, a entrega do dízimo era uma exigência estabelecida na Lei de Moisés: “Toda coisa consagrada que for consagrada do homem não será resgatada: certamente morrerá. Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do Senhor: santas são ao Senhor. (...). No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo (a décima parte) será santo ao Senhor” (Levítico 27:29-30,32).
 Como dissemos anteriormente, na época do Antigo Testamento, o dízimo garantia o sustento dos Levitas e Sacerdotes Israelitas (ou Hebreus) , também servia para socorrer os pobres, as viúvas, os estrangeiros e os órfãos em suas necessidades (Números 18:21,28 e Deuteronômio 14:28-29).
No entanto, os Israelitas estavam ignorando esta exigência, isto é, estavam violando a Lei e, ao mesmo tempo, roubando a Deus ao deixarem de trazer os dízimos a Casa do Tesouro. Com isso, estava faltando mantimento aos levitas e as coisas não estavam indo muito bem. Lembre-se: Deus não precisa de nosso dinheiro, mas a sua obra sim.

Desenvolvimento:

O ato de contribuir com os nossos dízimos e ofertas, ajuda a manter a obra local do Senhor, onde se reúne a Congregação ou a Igreja dos Santos; como também á distância, ou seja, no sustento de missionários que estão propagando as Boas Novas de Cristo pelo mundo a fora.
           
2 Coríntios 8:2-5. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.
           
No texto acima, o apóstolo Paulo está agradecendo aos irmãos da Macedônia, pela contribuição que estavam enviando para os irmãos mais pobres da Judeia. Certa vez, Jesus disse aos seus discípulos “que dificilmente entraria um rico no céu” (Mateus 19:23). Costumo dizer que quem ajuda aos pobres é o próprio pobre. Foi o que o apóstolo Paulo disse: “(...) e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade”.
No outro texto escolhido, 2 Coríntios 9:6-7, o mesmo apostolo Paulo, registra sobre a questão da semeadura:

2 Coríntios 9:6-7. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

Existem duas formas em que a pessoa, sendo cristão ou não, pode contribuir e ajudar outrem: a primeira se dá de forma generosa. E, a segunda, com avareza. Para o apóstolo Paulo, a contribuição não é uma perda, mas sim uma forma de economizar, pois trará benefícios substanciais para aquele que contribui (2 Coríntios 8:2; 9:11). Ele não está se referindo a “quantidade ou valor dado”, mas na qualidade em que está sendo feita a oferta.
Quando ele diz: “(...) segundo propôs em seu coração”. Devemos lembrar que para haver alegria em seu coração ao contribuir, este coração tem que ter abundância de Generosidade, de Amor e Compaixão sincera para com o próximo. Ao procedermos assim, poderemos esperar como resultado da parte do Senhor:

a) o suprimento da necessidade de nossos irmãos mais pobres (e também o nosso);
b) louvor e ações de graças a Deus: “Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dá a Deus” (2 Coríntios 9:12);
c) e o amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda.

Vários são os registros Bíblicos, em que são apresentados gestos de grande generosidade para com o próximo. Lembre-se: só podemos dar e oferecer alguma coisa a alguém, quando verdadeiramente a possuímos e temos. Ninguém pode dar o que não tem.

*Leitura Semanal Diária:
Seg. Deuteronômio 28:1-7. As Bênçãos de Deus Emanadas do Monte Gerizim (hebraico Terra fértil);
Ter. Deuteronômio 28:8-14. Se Seguissem os Mandamentos do Senhor, prosperariam em tudo;
Quar. João 15:1-5. A Videira Verdadeira – Jesus Cristo;
Quin. Mateus 13:1-8. A Parábola do Semeador;
Sex. Mateus 23:23-26. Jesus Censura os Escribas e Fariseus acerca do Dízimo;
Sáb. Lucas 6:30-36. Continuidade do Sermão da Montanha.

1. O Dízimo Não é Algo Novo:

Ele já era praticado muito antes da existência da lei. Certa vez, Abraão havia ganhado uma batalha e deparou-se com o rei de Salém (em hebraico é Paz) – Melquisedeque.  Naquele encontro, ele entregou o dizimo de tudo ao rei (Gênesis 14:18-20).

Hebreus 7:1-2. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
           
            O nome Melquisedeque significa “Rei de Paz ou Rei de Justiça”. A cidade de Salém, provavelmente era o nome primitivo de Jerusalém. Ele era cananeu, ou seja, morador da cidade de Canaã e igualmente a Ló é um exemplo dum “não Israelita” que era servo de Deus. Ele simboliza  um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4).

1.1  Obrigatoriedade do Dízimo: o próprio Deus foi quem determinou a Moisés que inserisse na Lei a obrigatoriedade de que o dizimo fosse entregue ao sacerdote, pois ele teria papel importantíssimo para a subsistência religiosa da nação de Israel.

Deuteronômio 26:1-4. E será que, quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der por herança, e a possuíres, e nela habitares, então tomarás das primícias de todos os frutos do solo, que recolheres da terra, que te dá o SENHOR teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. E irás ao sacerdote, que houver naqueles dias, e dir-lhe-ás: Hoje declaro perante o SENHOR teu Deus que entrei na terra que o SENHOR jurou a nossos pais dar-nos. E o sacerdote tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do SENHOR teu Deus.

            A inserção dessa obrigatoriedade na Lei Mosaica teve sua importância, entre outras coisas, para levar o sustento da Tribo Levítica, que estava responsável pelo Sacerdócio e pela preparação do Tabernáculo para a realização da adoração a Javé.

1.1.1 A Consistência do Dízimo: inicialmente as entregas dos dízimos eram feitas com os produtos das colheitas (suas primícias) e dos animais.  

Levítico 27:30-34. Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.

            Quando se entrega o dizimo, há o reconhecimento de que tudo pertence a Deus e que estamos devolvendo apenas a “décima parte dum todo” que Ele nos concede. Este ato também é uma forma de apresentarmos a nossa gratidão.
            O profeta Malaquias (3:7-11), foi usado por Deus para exortar o povo de Israel (e seus sacerdotes), pois estavam negligenciando a Lei Divina. Eles estavam retendo o que deveria ser oferecido ao Senhor (cf. Atos 5:1-5, Ananias e Safira). Devido a esta e outras atitudes, eles trouxeram maldições para si e para o povo de Israel. Por isso, Deus revelou uma palavra profética severa por meio deste profeta, acusando-os de serem ladrões (Malaquias 3:8-9).
            A ordenança do dizimo continua valendo para os dias atuais, isto é, para a Igreja do Senhor dos nossos dias. Eles devem ser trazidos e entregues a “Casa do Tesouro” – a Igreja. Se você é cristão; já é abençoado por Deus, mas se quiser ser mais abençoado por Ele, faça corretamente como o Senhor diz em Sua Palavra. SE quiser, faça prova com Deus, pois sua Palavra diz que Ele “abrirá as janelas dos céus e derramará chuvas em abundância em sua vida e de sua família” (Malaquias 3:10).

2. O Dízimo no Novo Testamento:

Certa vez, Jesus repreendeu asperamente os Escribas e Fariseus, não porque eles dizimavam, mas porque tinham um cuidado excessivo em dizimar coisas pequenas -  a hortelã, o endro e o cominho, mas ignoravam e negligenciavam questões mais importantes, como a justiça e o amor (Mateus 23:23-24).
O dizimo não deve ser entregue com o intuito de que as pessoas vejam (para se aparecer ou ostentação pessoal), mas deve ser acompanhado de generosidade, gratidão, amor e justiça. A igreja dos santos sempre contribuiu para que houvesse o crescimento da obra de Deus (Atos 2:45; 4:34-37).
Atos 2:44-45. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

            Duas coisas são necessárias para serem explicadas acerca deste texto: a primeira é que os tempos eram outros. Isso não tem como negar, mas mesmo assim, se quisermos podemos fazer alguma coisa neste sentido. A segunda diz respeito a questão econômico-financeira de alguns cidadãos daquela época.
Penso que como era naquele tempo, também hoje é assim, ou seja, poucas pessoas tinham muitas posses e riquezas. O que difere de lá para cá, é quanto a conduta deles (os cristãos primitivos) em relação aos ricos da nossa atualidade (principalmente os cristãos): Lá eles vendiam algumas propriedades (acredito que não todas), repartindo com aqueles que nada tinham ou que tinham grandes necessidades. Infelizmente, a mentalidade do homem atual não tem sido assim, seja cristão ou não. Ele (a) quer acumular a maior quantidade de bens e riquezas possíveis, sem, ao menos, pensar em ajudar outras pessoas, inclusive seus familiares.              

2.1 O Dízimo é um ato de Fé e de Amor. Mesmo não tendo mais a obrigatoriedade da lei Mosaica, haja vista que estamos vivendo o “tempo da dispensação da graça”, o cristão deve ser dizimista exemplar e fiel. O dízimo continua sendo uma Doutrina, embora não seja fundamental para a salvação.
Entretanto, quem sente o amor de Deus em seu coração, tem o desejo de ver a igreja prosperar, ajudando aos necessitados e o evangelho ser pregado por toda parte do mundo (2 Coríntios 9:7).

3. Resultados Positivos da Devolução do Dízimo:
                                 
            A lei da semeadura é bem conhecida por muitas pessoas: “cada um só colherá aquilo que plantar”. Alguém já disse que: “o ato de semear é uma escolha (o plantio), mas a colheita não, pois ela é certa”. A Epístola de Gálatas 6:7, diz assim: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Portanto, o ato de dizimar é comparado a semear uma semente em terreno fértil, ou seja, numa boa terra.

3.1 O Dízimo visto como um Investimento: quem trabalha com a agricultura, prepara o terreno e faz a semeadura (o plantio), depois espera o resultado de uma boa colheita. Assim também é com o dizimo: quando você o entrega na Igreja, está semeando em terra fértil e, por certo, colherá bênçãos como resultado.

3.1.1 O Dizimo para a Igreja. Ela é ricamente abençoada, pois consegue se sustentar em seus gastos diários e ajudar aos membros mais necessitados. Podendo, inclusive enviar missionários, realizar evangelização constante numa comunidade e desenvolver um serviço social, entre outros.

3.1.2 O Dízimo para o Dizimista. Deus reserva bênçãos especiais para os fieis. Quando eles veem o crescimento da igreja e se sentem recompensados por saberem que contribuíram e fizeram parte desta prosperidade.

Conclusão:

            No Livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, está escrito: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35).
Portanto, não fique esperando melhorar o seu salário para entregar o seu dízimo. Deus não está preocupado com o valor, mas sim com a sinceridade de seu coração.             Lembre-se da narrativa acerca da pobre viúva, ela tinha apenas duas moedinhas, mas com sinceridade de coração, depositou-as na Arca do Tesouro.
Jesus afirmou que ela deu muito mais do que as pessoas ricas, pois eles depositavam o que sobejava (sobrava), mas ela não; depositou tudo o que possuía (Marcos 12:41-44). Aprendi com um professor da Escola Bíblica Dominical (hoje, Pastor), duas coisas importantes acerca do dízimo: a primeira prende-se ao fato de pegarmos as notas mais novas do nosso salário para entregarmos na Igreja. A segunda, também relacionado à primeira, diz respeito ao ato de retirarmos os 10% (dez por cento) primeiro e separá-lo para devolvermos na igreja, para depois pagarmos nossas dívidas. Caso faça o contrário, você não conseguirá entregar o dízimo. Digo por experiência própria. Que possamos obedecer ao Senhor em suas Ordenanças, pois “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22).


terça-feira, 21 de agosto de 2018

OS ANJOS GUARDIÃES



Introdução

Você acredita na existência dos anjos? Se sua resposta é afirmativa, como eles foram gerados e quais são as suas funções? Será que nós temos anjos da guarda? Acredito que um dos propósitos dos elabores desta lição é de responder a estas e outras perguntas sobre o assunto, trazendo esclarecimentos para o nosso conhecimento. Nesse sentido, os textos escolhidos pelos comentaristas para a fundamentação de suas argumentações, baseiam-se em Colossenses 1:12-16 e Hebreus 1:13-14.

Colossenses 1:12-16. Dando g raças ao Pai que nos fez idóneos para participar da herança dos santos na luz; o qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele (grifamos).

O termo “redenção” como foi referido no texto acima, faz alusão a remir (absolver) os pecados dos homens por meio de Jesus Cristo, isto é, perdoar os seus pecados na pessoa Excelsa de Jesus Cristo. A essência da redenção de Cristo é o livramento do domínio e do poder das trevas. Dito noutras palavras, livrou-os do domínio de Satanás e de sua legião de demônios (verso 16).
Outro termo empregado no texto “o primogênito de toda criação”, não significa dizer que Cristo foi criado, pelo contrário, como frequentemente é atribuído seu uso no Antigo Testamento (AT), trazendo o significado de que Ele é o primeiro quanto à “posição”, inclusive tendo como expressões sinônimas o “herdeiro ou preeminente”.

Êxodo 4:22-23. Então, dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. E eu tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusas deixa-lo ir; eis que eu matarei a teu filho, o teu primogênito.

Este texto é muito rico e profético, haja vista que Deus reivindicou a Israel (nação) como sendo seu filho – seu primogênito. Posteriormente, num sentido mais restrito acerca da filiação, Ele reivindicou a dinastia (ou linhagem) Davídica como sendo seu filho (cf. 2 Samuel 7:14; Salmo 2:7 e Atos 13:33). Um pouco mais adiante, num sentido ainda mais restrito, Deus proclamou Jesus Cristo como seu Filho – seu primogênito (cf. Lucas 1:35; Hebreus 1:5-13).

Efésios 2:1-6. E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (ver também, Mateus 4:8-11; Lucas 22:52-53).

Deus, em seu amor especial, proclamou Jesus Cristo como seu Filho – Seu primogênito. Herdeiro e Soberano de toda criação, como sendo o Filho Eterno (verso 15).

João 1:3. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
(...)
Colossenses 1:17-19. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,

Vimos que todas as coisas que foram criadas na terra e nos céus, devem a sua existência a Deus. Nós, Cristãos, acreditamos de forma plena e perfeita nisto, inclusive na criação e atuação dos anjos.

Leitura Semanal Diária:
Seg. Gênesis 19:1, 14-17. Os Anjos Livram Ló e Sua Família da Morte.
Ter.  1 Reis 6:23-28. Salomão Edifica o Templo.
Qua. Ezequiel 28:14-16. Profecia contra o Rei de Tiro.
Qui. Lucas 2:9-15. Narrativa Acerca dos Pastores de Belém.
Sex. Lucas 20:34-36. Na Ressurreição dos Cristãos serão Iguais aos Anjos.
Sáb. Mateus 13:39-41,49. Explicação da Parábola do Joio. Os Anjos farão a separação.

Desenvolvimento

1. Origem e Conceito: o significado da palavra anjo tanto no idioma hebraico – “Malak” como no idioma grego – “Aggelos” (ou ângelus) quer dizer “mensageiro, emissário ou enviado”. Podemos conceituar o termo como sendo “personagem sobrenatural e espiritual enviado por Deus, como portadores de mensagens aos homens, com o propósito de executarem a Sua vontade”.

Salmo 91:11-12. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
(...)
Salmo 34:7. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
(...)
Mateus 18:10. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.

Encontramos em muitos textos Bíblicos, em que seus autores usam a expressão “e todo o seu exército” para fazer referência aos anjos. Dentre eles, queremos destacar dois:

Gênesis 2:1. Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.
(...)
Neemias 9:6. Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora (grifo  nosso).

Os anjos, ao contrário dos homens, são espíritos e não são ou estão limitadas as condições materiais e físicas (ou humanas).

Hebreus 1:14. Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?

Eles estão num patamar superior a matéria. Por isso, podem deslocar-se dum lugar para outro com muita rapidez. Além disso, podem tomar formas humanas para se apresentarem aos homens, quando se fizer necessário.
A este fenômeno é dado o nome de Teofania, como sendo o ato de Deus aparecer ou se apresentar aos homens: “E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria for ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela” (Mateus 28:1-2).
Existem várias passagens Bíblicas acerca do aparecimento de anjos (ou do próprio Senhor), mas queremos destacar apenas duas:

Abraão: - Gênesis 18:1-8. Depois apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia. E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra, e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore; e trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la. E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pós tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram. E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la, aí está na tenda. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida, e eis que Sara, tua mulher,  terá um filho. E ouviu-o Sara à porta da tenda, que estava atrás dele.

Nesta narrativa, os anjos aparecem para Abraão e Sara, com o propósito de anunciar-lhes acerca da abertura da madre dela, para a vinda do filho da promessa, embora ambos já estivessem avançados em idade, inclusive o costume das mulheres havia cessado em Sara.
  
: - Gênesis 19:1-4. E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto a terra; e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. E eles disseram: Não, antes na rua passaremos a noite. E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram. E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros.

          Este fato registra o momento em que os anjos aparecem para Ló, com o propósito de adverti-lo de que o Senhor destruiria Sodoma e Gomorra, havendo a necessidade de saírem urgentemente dali. Entretanto, Ló tentava argumentar com eles, sendo pegos pelas mãos e levados para fora da cidade (Genesis 19:16..

1.1 Natureza e Habitação: os anjos são seres morais, espirituais e imateriais (incorpóreos e invisíveis). Como vimos no tópico anterior, eles podem assumir ou se apresentar na forma corpórea aos homens. No entanto, eles são criaturas, isto é, foram criados por Deus. E, via de regra, eles são considerados bons: “Respondeu, porém, Aquis, e disse a Davi: Bem o sei; e que na verdade aos meus olhos és bom como um anjo de Deus; porém disseram os príncipes dos filisteus: Não suba este conosco à batalha” (1 Samuel 29:9). Contudo, existem os anjos caídos, ou seja, anjos maus.

Isaías 14:12-16. Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o homem que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos?

A narrativa do texto acima, provavelmente está se referindo de forma velada a pessoa de Satanás e aqueles que se rebelaram juntamente com ele, contra Deus, tornando-se espíritos maus. Outros estudiosos acreditam que também possa estar se referindo ao rei Babilônico ou ao Anticristo do tempo do fim (cf. Ezequiel 28:15; 2 Pedro 2:4). 
A habitação dos seres angelicais é o vastíssimo espaço das regiões celestiais. Suas Legiões ou milhares de milhares, povoam os céus: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Judas 6).  

Mateus 26:52-53. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?
(...)
Lucas 2:12-15.  E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber (grifamos).

2. Organização Angelical: registros contidos nas Escrituras Sagradas nos informam que existe uma organização e graduação hierárquica entre os anjos. Entre eles, há uma espécie de milícia espiritual, ou seja, como se fosse uma corporação sujeita a organização e disciplina militar. Isto se deve, para distinguir as suas diferentes missões.

2.1 Os 24 Anciões: são seres angelicais dotados do mais alto grau hierárquico. Eles são encarregados de representar a igreja de Deus de todos os tempos.

Apocalipse 2:1. Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:
(...).
Ap. 21:10-14.  E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.

2.2 Os Querubins: também possuem elevada graduação hierárquica e são importantes, haja vista que foram representados no Propiciatório, acima da Arca da Aliança, o lugar mais Sagrado do Culto ao Senhor do AT.

Êxodo 25:19-21. Farás um querubim na extremidade de uma parte, e o outro querubim na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório, fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; as faces deles uma defronte da outra; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca, depois que houveres posto na arca o testemunho que eu te darei.
(...)
Salmo 99:1. O SENHOR reina; tremam os povos. Ele está assentado entre os querubins; comova-se a terra.

2.3 Os Serafins: fazem parte também do alto nível de atuação, inclusive o profeta Isaías fez uma descrição de forma detalhada sobre eles.

Isaías 6:1-3. No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.

2.4 O Arcanjo: a esta categoria ou espécie de anjo, foi dada por Deus a missão de liderar outros anjos. O termo foi apresentado no singular, haja vista que em toda a Escritura Sagrada, esta titulação somente foi dada ao anjo Miguel. A ele foi confiada a proteção da nação de Israel.

Daniel 10:21   Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade; e ninguém há que me anime contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe. (...). Daniel 12:1. E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.
(...)
Judas 9. Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.

3. Os Anjos Caídos: a Palavra de Deus registra que muitos anjos se rebelaram e seguiram a um poderoso querubim (Lucífer – Satanás), sendo todos eles considerados anjos caídos, isto é, anjos maus.

Apocalipse 12:7-9. E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

Este poderoso querubim deixou o orgulho nascer em seu coração, levando-o a querer ser igual ou maior do que Deus. Ele foi lançado fora do monte Santo, sendo precipitado no mais profundo dos abismos: “Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Isaías 14:14-15).
Eles também são seres espirituais, organizados hierarquicamente, estando em absoluta oposição a Deus, a sua obra e aos seus seguidores. Sendo assim, existem os chefes, as legiões, os principados e as potestades.

Daniel 10:13. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.
(...)
Marcos 5:2,9. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; (...). E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
(...)
Efésios 6:12. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

Os primeiros anjos criados por Deus, antes eram uma benção, mas se rebelaram e se transformaram em perversos. O seu principal objetivo é destruir a obra prima do Criador: o homem.  E para conseguir êxito, ele e suas legiões usam de meios cruéis e malignos.

4. A Função dos Anjos: eles não agem por conta própria, mas obedecem as ordens emanadas por Deus: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo a voz da sua palavra” (Salmo 103:20).
Eles não podem ser adorados, cultuados e não podem jamais assumir a posição de mediadores entre Deus e os Homens, pois só existe um que é o mediador – Jesus Cristo.

Lucas 1:19-20. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.
(...)
1 Timóteo 2:5. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
(...)
Apocalipse 22:8-9. E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.

O anjo adverte João de que a adoração do homem deve ser direcionada somente a pessoa do Senhor e de seu Filho – Jesus Cristo. Eles exercem várias atividades em favor dos seguidores de Cristo (os seus Santos), entre elas:

4.1  Proteção: o Salmo 34:7, registra de forma bem clara esta função dos anjos em relação aos seguidores de Cristo: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra”.

Salmo 91:11. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os seus caminhos.

4.2  Mensageiros e Libertadores: eles levam mensagens de alerta, encorajamento, orientações e de revelação aos homens: “Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João” (Lucas 1:11).

Conclusão:

Vimos que os anjos foram criados por Deus, são seres espirituais e fazem parte do Exército Celestial. Não está sujeito a morte terrena, pois são seres espirituais e tem a possibilidade de assumirem a forma material à semelhança do homem.  Eles habitam nas alturas celestiais e vivem diante do trono de Deus, adorando o Criador. Eles trabalham em favor dos filhos de Deus.
Em contrapartida, existem também os anjos decaídos que vivem com o propósito de desfazerem a obra de Deus. Portanto, precisamos ser vigilantes e orarmos para não cairmos nas artimanhas desses perigosos inimigos.


sábado, 11 de agosto de 2018

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA CORRETIVA



Introdução:

Temos acompanhado em nossos dias, em que as pesquisas e os estudos sociológicos tem confirmado,  que um dos grandes problemas do aumento da delinquência juvenil, deve-se ao fato de que esses jovens não foram ensinados por seus pais acerca dos limites comportamentais. Para piorar ainda mais a situação, quando a criança e/ou pré-adolescente, comete alguma conduta inapropriada ou não permitida, não recebem nenhum tipo de advertência ou correção por parte de seus pais.
Com isso, eles passam a interiorizar e a pensar de que essas condutas são tidas como normais, mas não deveria ser assim.  Num desses estudos, os pesquisadores  asseguram que se você quiser criar um delinquente, entre dez aspectos elencados pela pesquisa, basta “nunca dizer não” para seu filho. Assim, ele sempre vai pensar que as pessoas devem dar o que ele quer, sem que tenha de fazer nenhum esforço para consegui-lo.
Nós, pela nossa faixa etária e experiência, sabemos que a vida não é bem assim! No entanto, quando nos voltamos para a vida cristã, eclesiástica ou religiosa, devemos ter o mesmo pensamento e fazer a mesma aplicação. Para isso, escolhemos o texto que está registrado na Primeira Carta aos Corintos 5:1-5:

1 Coríntios 5:1-5. Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação[1] tal, qual nem ainda entre os gentios (ímpios ou pagãos), como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus (acréscimo nosso).

Fazendo uma interpretação de forma superficial e rasa do texto em destaque, você pode pensar que o que é recomendado a ser feito ao violador (o pecador) da Lei Divina pelo apóstolo Paulo, pode parecer um tanto quanto rigoroso. Por isso, vamos detalhar melhor a narrativa para tentarmos atingir o propósito da escrita deste artigo.

Desenvolvimento:

            Esta Epístola foi direcionada a igreja que estava situada na cidade de Corinto, cuja localização geográfica trazia grande relevância à época. Durante a hegemonia do Império Romano, esta cidade, juntamente com as cidades de Roma, Éfeso e de Antioquia, era a mais importante da Grécia. Ela ficava num istmo, ou seja, uma faixa de terra que une uma península a um continente, colocando-a numa posição estratégica, tornando-se maior, mais opulenta e importante da Grécia. Além disso, possuía dois portos excelentes, onde passavam o comercio do/para o mundo.
            Nesta cidade, havia muita licenciosidade e luxúria por parte da população local. Nela, entre outros deuses (Apolo, Zeus, etc.), cultuava-se a deusa romana Vênus, onde seus rituais eram totalmente depravados e vergonhosos. Em lá chegando, o apóstolo Paulo permaneceu por um período de aproximadamente 18 meses, pregando a Palavra de Deus e disputando na Sinagoga.

Atos 18:1-4. Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. (...). E todo o sábado disputava na sinagoga (igreja judaica) e convencia a judeus e gregos. (...). E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus (acréscimo nosso).

Durante o tempo de sua permanência, muitas pessoas creram nas palavras que o Senhor colocava na boca do Apóstolo, representando ser fielmente o Embaixador de Cristo (cf. 2 Coríntios 5:20). E entre elas, estavam pessoas de posições sociais e religiosas importantes da sociedade (formadores de opinião): “E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; também muitos dos corintos, ouvindo-o, creram e foram batizados” (Atos 18:8).
Passado algum tempo depois de sua partida, Paulo, embora distante da cidade e da igreja de Corinto, ficou sabendo de alguns pecados que estavam sendo cometidos no seio da igreja, isto é, praticados por seus membros. O que mais lhe chamou a atenção e perplexidade, foi em relação ao pecado de fornicação, mas não aquela comum que era praticada pelo povo (principalmente o ímpio), mas a que o seu violador era o filho que estava mantendo relações sexuais com a esposa de seu pai.
Neste caso, provavelmente a sua madrasta. E, segundo a fala do próprio apóstolo, pecado este, que nem o pior ímpio daquela cidade costumava praticar: “(...) e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios ...” (Atos 5:1b). Se esse fato chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, que estava “ausente no corpo (da cidade)” bem distante. Podemos concluir que não somente a liderança da igreja sabia do fato, como também os demais membros da igreja e, ainda pior, alguns ímpios. Conclui-se que eles estavam tolerando a imoralidade sexual em seu meio, agravando ainda mais o pecado cometido.
Tem um dito popular muito antigo, mas que na semana passada, ouvi na fala de uma atriz de televisão, que diz assim: “é preciso retirar a maça podre do meio das outras que estão na caixa, senão todas apodrecerão”.  Paulo, de forma semelhante, embora com objetividade e propósito diferente, diz que:

1 Coríntios 5:3-5. Eu, na verdade, (...), já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, (...), seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.

            Se atentarmos para a questão das frutas e dos vegetais, realmente é assim que as coisas acontecem. Assim que observarmos um ou outro se deteriorando em meio aos demais, temos que retirá-los para não perdermos todos eles.
            Em relação a igreja do Senhor Jesus Cristo, o ato de retirada do faltoso em meio aos demais membros é parecido. Geralmente, uma igreja séria e que apregoa a verdadeira Sã Doutrina – “Sola Escriptura[2], quando se sabe do cometimento do pecado e, principalmente, quando se torna público, ela  afasta o faltoso (violador) por um período de tempo da participação da Ceia do Senhor – o ato que representa a Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo. Como também o afasta de todas as funções ou cargos exercidos na Igreja.
            Esta disciplina é pedagógica e corretiva, mesmo que no início traga constrangimento e certo sofrimento ao pecador, mas tem um propósito divino: fazê-la refletir acerca de seu erro e ser curada. Por isso, os demais membros da igreja não podem abandoná-lo (a) e muito menos ficar tocando no assunto. Por outro lado, o membro disciplinado deve continuar a frequentar os cultos oficiais da congregação, pois a liderança deverá acompanhar o seu tratamento, para posteriormente reintegrá-lo a Comunhão da Igreja.
Infelizmente, muitas igrejas ditas cristãs e evangélicas da atualidade, estão relapsas em relação à aplicação da Disciplina Eclesiástica. O pior disso tudo, é que pode ocorrer a seguinte situação: você ir entusiasmado (a) convidar uma pessoa conhecida para ir ao culto da igreja; mas, de repente, é surpreendido (a) ao ouvir de sua boca a seguinte fala: “nem pensar, pois conheço muitas pessoas que a frequentam, inclusive o seu Pastor (ou Liderança), que praticam muitas coisas erradas, ou seja, que não condizem com a Palavra de Deus”. Dito com outras palavras, eles não vivem o que pregam no púlpito da igreja.
No entanto, se a liderança ou dirigente da congregação (Pastor, Evangelista, Presbítero, Bispo, Padre, etc.), ao saber do cometimento de pecado entre seus membros e não tomar uma atitude em relação ao violador, principalmente quanto à aplicação duma disciplina corretiva. Este dirigente será conivente com o pecado cometido. Em outras palavras, ele também estará em pecado.
Estima-se que entre tantos casos, o dirigente fica com medo de confrontar o violador e coloca-lo em disciplina, haja vista que uma de suas primeiras reações poderá ser a de sair da igreja. E, com isso, o líder acabará perdendo um “bom dizimista e ofertante”. É triste, mas é a este ponto que muitas pessoas, tanto lideres como membros, estão tratando a Noiva do Senhor – a Igreja. Como também o Genuíno Evangelho. A que ponto chegamos!    
Louvo á Deus pelas igrejas cristãs brasileiras (e suas lideranças) que fazem conforme o que recomenda a Palavra de Deus, pois não existe maior comprovação de amor como a atitude tomada pela pessoa de Jesus Cristo, colocando-se à morte por nós, miseráveis pecadores: “(...), vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (2 Coríntios 13:11).
Entretanto, esse mesmo Deus que é Amor em sua essência, também disciplina a quem ama: “Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão” (Provérbios 3:11).  A correção e a disciplina aplicada no momento e na medida certa, pode fazer nascer à sabedoria. Por isso, pais e lideres de quaisquer instituições sociais, religiosas e/ou profissionais, não abram mão de que, em havendo o cometimento de erro, que haja à aplicação da advertência (mesmo que seja verbal), pois servirá de exemplo e de cunho pedagógico.
Na igreja ou na esfera eclesiástica, penso da mesma forma. Se o pecado chegar ao conhecimento somente da liderança da igreja, chama-se em gabinete somente o violador e aplica-lhe a correção devida ao caso (nem seus membros e, muito menos, os ímpios precisam saber).
No entanto, caso já tenha chegado a conhecimento de seus membros e, pior, de pessoas não cristãs e circunvizinhas da congregação, aplica-se a disciplina corretiva de forma a se tornar pública, isto é, em reunião só de membros (sem a necessidade de detalhar ou dizer o fato em si).
Neste caso, como diz o apóstolo Paulo, com a aprovação em Assembleia: “Eu, na verdade, (...), já determinei, (...), em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, (...), juntos vós e o meu espírito”, (...), seja entregue a Satanás”. (1 Coríntios 5:3-5).

Conclusão:

            Quero concluir este assunto, deixando bem claro aos irmãos e leitores, que não sou a favor da pratica do abuso de autoridade e nem mesmo da violência (verbal ou física) contra quaisquer pessoas. Para tanto, na ocorrência dum erro e de acordo com a sua gravidade, sou favorável  que deva haver a disciplina corretiva (e temos várias formas de fazê-la), sem exageros e excessos.

Provérbios 13:24. O que retém a sua vara aborrece (não ama ou ama menos) a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga (acréscimo nosso).

Devo enfatizar que quem ama corrige e, em muitos casos, o aplicador da correção irá sofrer também (ou mais que a pessoa em correção). Posso fazer uma comparação e aplicação bem prática: todas as vezes que levamos a Elisa para vacinar, sofremos.  Mas sabemos acerca da importância e necessidade desse ato para sua vida. Lembre-se: nunca aplique a disciplina num momento de ira ou raiva, pois ela deve ser aplicada com/por amor.      



[1] Fornicação. Relação de pessoa não casada (solteira), com outra pessoa casada ou não.
[2] Sola Scriptura. Do latim: “sola” significa ou nos dá a de “somente”; enquanto que  a palavra “scriptura”  significa às Escrituras. Portanto, a expressão significa que somente as Escrituras são autoridade de fé e prática do cristão. A Bíblia é completa, inerrante e infalível: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3:16).