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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

CRISTÃOS DA ATUALIDADE: UMA GERAÇÃO FRACA!


Introdução

O tema deste artigo, pauta-se numa das falas duma ministração feita por um Pastor, que já circulou pelo Brasil á fora, tendo como Título: A Pior Geração de Cristãos. Nela, ele fala acerca do povo Hebreu (ou Israelita) que viveu na época do Antigo Testamento (AT), cuja história está registrada entre seus 39 (trinta e nove) Livros, comparando-os com as primeiras pessoas que ouviram sobre as Boas Novas de Cristo e se converteram ao Cristianismo.
Esses novos convertidos a Doutrina de Cristo, foram chamados de Cristãos pela primeira vez, na cidade de Antioquia, estando registrado na Epístola de Atos dos Apóstolos (11:26), no Novo Testamento (NT). Entre os inúmeros argumentos apresentados pelo ministrante, gostaríamos de destacar alguns: ele afirma de que esta geração (que também é a dele), não tem coragem de desfazer-se da metade de seu salário, para socorrer um irmão em Cristo, que está passando por grandes necessidades. Disse que as mulheres não suportam receber uma advertência ou correção por parte de sua liderança, para que possam se vestir de modo decente, com modéstia e discrição (cf. 1 Timóteo 2:9).
Também afirmou de que existe uma tremenda dificuldade para que os membros duma igreja evangélica (de qualquer denominação), vivam e tenham uma comunhão verdadeira entre eles (cf. Salmo 133:1), entre outras coisas. Fizemos questão de colocar entre parenteses, as referências Bíblicas para que o leitor possa conferi-las (acréscimo nosso).
O pregador afirmou ainda, de forma comparativa, de que os cristãos de nossos dias, estão vivendo nas mesmas circunstancias de como viviam os Israelitas de séculos atrás, conforme está registrado no Livro de 2 Crônicas, em seus Capítulos de 1-4. Desses textos, fizemos questão de destacar o Capitulo 4:11-22, quando afirma que a Glória de Deus já não se fazia presente entre o seu povo, traduzida pela palavra “Icabo”, que comporta o significado de: “foi-se a glória de Deus (1 Samuel 4:21)”.

1 Samuel 4:11-22. E foi tomada a arca de Deus; e os dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, morreram. Então, correu da batalha um homem de Benjamim, e chegou no mesmo dia a Siló, e trazia as vestes rotas e terra sobre a cabeça. E, chegando ele, eis que Eli estava assentado sobre uma cadeira, vigiando ao pé do caminho; porquanto o seu coração estava tremendo pela arca de Deus; entrando, pois, aquele homem a anunciar isso na cidade, toda a cidade gritou. E Eli, ouvindo a voz do grito, disse: Que voz de alvoroço é esta? Então, chegou aquele homem a grande pressa, e veio, e o anunciou a Eli. E era Eli da idade de noventa e oito anos; e estavam os seus olhos tão escurecidos, que  não podia ver. E disse aquele homem a Eli: Eu sou o que venho da batalha, porque eu fugi, hoje, da batalha. E disse ele: Que coisa sucedeu, filho meu? Então, respondeu o que trazia as novas e disse: Israel fugiu de diante dos filisteus, e houve também grande destroço entre o povo; e, além disso, também seus dois filhos, Hofni e Fineias, morreram, e a arca de Deus é tomada. E sucedeu que, fazendo ele menção da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, da banda da porta, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porquanto o homem era velho e pesado; e tinha ele julgado a Israel quarenta anos. E, estando sua nora, a mulher de Fineias, grávida, e próxima ao parto, e ouvindo estas novas, de que a arca de Deus era tomada e de que seu sogro e seu marido morreram, encurvou-se e deu à luz; porquanto as dores lhe sobrevieram. E, ao tempo em que ia morrendo, disseram as mulheres que estavam com ela: Não temas, pois tiveste um filho. Ela, porém, não respondeu, nem fez caso disso. Mas chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel, porquanto a arca de Deus foi levada presa e por causa de seu sogro e de seu marido. E disse mais: De Israel a glória é levada presa, pois é tomada a arca de Deus.

Gostaríamos de fazer algumas pontuações acerca do texto citado pelo ministrante da mensagem. Não queremos justificar as atitudes dos Cristãos Contemporâneos, mesmo porque também fazemos parte deles, e não somos nem um pouco diferentes. Mas, o texto nos afirma de que o Sacerdote Eli já estava com a idade bem avançada (98 anos), com seus olhos obscurecidos (enxergando bem pouco), não nos revelando a idade de seus dois filhos (Hofni e Fineias), mas , pela idade do sacerdote, podemos presumir de que eram pessoas adultas.
De outra forma, a narrativa revela que Eli além da idade avançada também era obeso (“pesado”). Com base no texto em relevo, podemos afirmar de que ele  falhou como Pai, não tendo a autoridade e nem o respeito de seus filhos, haja vista que não davam atenção a sua advertência: “Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço, fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o Senhor, quem rogará por ele?. Mas não ouviram a voz de seu pai (cf. 1 Samuel 2:24-25). Percebe-se de que ele não instruiu seus filhos no temor do Senhor e no caminho da justiça. Além disso, seus filhos se envolviam sexualmente com as mulheres que serviam á porta do Tabernáculo (cf. 1 Samuel 2:22). Eli falhou também como Sacerdote, exercendo seu ministério sacerdotal de forma relaxada, não dando bom exemplo para seus filhos e, também, para o povo de Deus.

1 Samuel 2:12-13. Eram, porém, os filhos de Eli, filhos de Belial[1] e não conheciam o Senhor; porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de tres dentes em sua mão; e dava com ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si, assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló.

Uma das traduções e significado da palavra Belial, faz alusão de que os filhos de Eli “eram homens maus e degenerados, e que se aproveitavam de suas posições para obterem ganhos ilícitos e praticar imoralidades sexuais.

1 Samuel 2:17,34-35. Era, porém, muito grande o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a oferta do Senhor. (...). E isto te será por sinal, a saber, o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e a Fineias: que ambos morrerão no mesmo dia. E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido.

O texto em destaque, apresenta de forma clara, de que Deus já tinha um substituto para o velho sacerdote Eli. Um jovem que nasceria dum ventre que, até então, era estéril. Entretanto, sua Mãe, Ana, fez um voto ao Senhor e, durante o seu cumprimento, Deus lhe abriu a madre, dando-lhe um filho homem, conforme havia pedido a Jeová, cujo nome dado ao menino foi Samuel (cf. 1 Samuel 1:1-3; 10-15).

1 Samuel 1:19-20. E levantaram-se de madrugada, e adoraram perante o Senhor, e voltaram, e vieram a sua casa, a Ramá. Elcana conheceu a Ana (teve relação sexual), sua mulher, e o Senhor se lembrou dela (ficou grávida). E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.   

Samuel foi um profeta fiel ao Senhor e, desde pequeno, já estava totalmente envolvido no ministério ao Senhor, este foi o voto feito e cumprido por sua mãe. Ele servia diretamente ao sacerdote Eli: “E o jovem Samuel servia ao Senhor perante Eli. E a palavra do Senhor era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta” (1 Samuel 3:1).  Pensem e reflitam juntamente comigo numa coisa: como pode ser que os filhos de um sacerdote que, tendo exercido seu ministério durante 40 anos (cf. 1 Samuel 4:18) e em que a Escritura afirma de que  seus dois filhos “não conheciam o Senhor”.
Portanto, podemos concluir de que ele falhou como Pai, não instruindo seus filhos no caminho em que deveriam andar” (cf. Provérbios 22:6), e também como sacerdote, pois seus dois filhos ministravam na cidade de Siló, onde o povo ia de ano em ano a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exércitos (cf. 1 Samuel 1 1-3). E eles praticavam imoralidades sexuais em frente a Casa de Deus (cf. 1 Samuel 2:22-24).

1.  Uma Geração Fraca:

Esta é a tônica da mensagem, repetida várias vezes pelo pregador, afirmando acerca de sua fraqueza. Com toda a certeza, ela deve estar baseada em registros históricos acerca dos cristãos do passado, haja vista de que ele não viveu á época. E se ele faz alusão a geração atual como sendo fraca, podemos concluir tratar-se das pessoas que fazem parte e estão vivendo no transcorrer do Século XXI. Nós também não fizemos parte da geração passada (Séculos anteriores), mas temos o privilégio de podermos pesquisar registros históricos que nos trazem essas informações sociológicas. 
Em hipótese alguma, queremos discordar das palavras do pregador, mas temos que analisar sua fala e afirmativas por outra ótica, inclusive, registramos alguns pontos em destaque:

1. Os cristãos do passado, tinham uma vida totalmente distinta da qual vivemos na atualidade. Seja na área profissional,  na formação da sociedade, na constituição familiar, suas moradias, sua escolarização e suas crenças, tradições e/ou religiosidade;  
2. Eles, em sua maioria, oravam entre quatro a mais horas por dia (Livro: os Heróis da Fé);  
3. Aqueles que estudavam, buscavam exercer o ministério pastoral e/ou a docência nas escolas e universidades;  
4. Não almejavam o enriquecimento material, como o resultado de seus serviços ao Senhor. Pelo contrário, viviam de uma forma simples e humilde.

Poderíamos acrescentar mais outros tantos pontos, mas gostaríamos de registrar a fala de Tommy Tenney (2016), quando se refere a falta de avivamento da “Geração Atual”: Assim ele diz: “O motivo principal de que não estamos vendo o avivamento em nossas reuniões cultuais a Deus, prende-se ao fato de que pouco ou quase nada está sendo feito para exaltar o nome do Senhor. Pelo contrário, está havendo em nossos púlpitos, um enorme exagero da ostentação humana”.
Dito com as minhas palavras, mudamos o foco de nossa pregação diária, em que deveria estar voltada para estarmos buscando exaltar a pessoa de Cristo, realizando uma adoração em que prevaleça o Teocentrismo (Deus como o centro de tudo). Mas, o que estamos presenciando em grande parte de nossas igrejas evangélicas, é uma adoração exagerada da ostentação humana, prevalecendo o Antropocentrismo  (Homem como o centro de tudo). Precisamos rever nossos conceitos, teologia e atitudes cotidianos urgentemente!

Mateus 7:15-16. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas (Pastores, Evangelistas, Bispos, Padres etc.), que vem até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas?

Este texto do Evangelista Mateus, faz uma referência clara e explicita, acerca das lideranças eclesiásticas que se ocupam mais em satisfazer seus próprios desejos, do que com a Glória e a Honra de Deus. Em outras palavras, eles apascentam a si mesmos (cf. Ezequiel 34:1-12). Tennety continua a dizer que, “muitas pessoas são atraídas às nossas igrejas pela boa música, o bom ambiente e bom acolhimento por partes dos membros (acréscimo nosso), mas podem ficar ali somente o tempo que acharem agradável, pois o dia que não mais gostarem, saem da igreja” (2016). Ele acrescenta mais: “As igrejas (Lideranças) estão querendo competir com as práticas do mundo, esquecendo-se de que elas são tão ou mais competentes do que nós”. E que práticas seriam essas? 
Trazendo para dentro das Igrejas Evangélicas (como parte da Liturgia do Culto); danças, coreografias, teatros, luminosidade ao estilo das boates, enfeites e ornamentos típicos de festas mundanas, entre outras. Lembre-se: Não temos como competir com Deus! Queremos inserir um questionamento que reputamos como de grande importância: Qual a origem da Geração Atual, denominada pelo pregador como Geração fraca?  
Em outras palavras, de onde ela foi gerada (os cristãos atuais)? Arriscamo-nos a responder: Porventura, ela não nasceu da geração anterior? Em sendo assim, um dos motivos que podemos listar de que ela seja fraca, pode ser pela razão de que seus antepassados as geraram assim! Gostaríamos de inserir outro texto Bíblico, que apresenta novamente o exemplo dos frutos e da árvore:

Lucas 6:43-44. Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Pois cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto; pois não é possível colher-se figos de espinheiros, nem tampouco, uvas de ervas daninhas.

Para que uma árvore frutífera venha produzir bons frutos, deve-se, no mínimo, preparar bem a terra de seu plantio (torná-la fértil), com boa irrigação de água e adubos. Depois, escolher uma boa semente e plantá-la na terra. Lembrando de que cada tipo ou especie de árvore, tem um tempo de vida diferente da outra. Vimos no texto em destaque, de que é impossível uma boa árvore produzir maus frutos, ou uma má árvore dar bons frutos! 
Entretanto, trazendo para a vida humana, isso é um pouco diferente, haja vista de que de um mesmo “ventre materno” (árvore), pode sim, sair um ser humano de boa índole; e outro, voltado para se apressar em fazer o mau. Um texto bem claro para fundamentar nossa argumentação, encontra-se no primeiro Livro da Bíblia, em Gênesis 4:1-2,8-10.

Gênesis 4:1-2,8. E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas e Caim foi lavrador da terra. (...). E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou.

Eles nasceram de uma mesma “árvore”, mas Abel era obediente e honrava a Deus, enquanto que Caim era destituído de fé e de má índole: “Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o principio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 João 3:11-12). 
Vamos voltar para o caso do sacerdote Eli. Seus dois filhos, Hofini e Fineias, eram sacerdotes e, conforme a afirmativa feita pelo pregador (Geração Fraca), eles poderiam ser enquadrados como uma “geração fraca”. E de onde teria brotado a fraqueza espiritual desses dois jovens? A princípio, pela falta de autoridade e postura de seu pai, preferindo não se indispor com eles. Não podemos esquecer também, que muitas de nossas características (comportamento e temperamento), nos são herdadas geneticamente de nossos pais.
Como disse anteriormente, não queremos discordar da ministração, mas temos que ouvir e/ou assistir uma pregação como esta, e tantas outras, buscando fazer uma interpretação mais ampla e observando muitos pontos que podem concordar com o que está sendo dito ou, ao mesmo tempo, contradizer totalmente o que está sendo afirmado pelo pregador. Os tempos mudaram, as circunstâncias e as pessoas também mudaram. E mudaram muito!!
As exigências familiares, profissionais e comerciais da atualidade, não mais permitem aos empregados e trabalhadores em atividade laborativa, muitas horas de descanso e folga. O que quero afirmar com isso, é que, geralmente, aqueles que “vivem da obra” (dedicação integral a serviço do Senhor), teoricamente, terão muito tempo em horas, para estarem orando e estudando a Palavra de Deus, como os cristãos do passado.

Atos 6:1-4. Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério (trabalho ou serviço) cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus (Estudo) e sirvamos ás mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio (serviço). Mas nós (Liderança) perseveraremos na oração e no ministério da palavra.

         A pregação do Evangelho de Jesus Cristo, pelos Cristãos primitivos, estavam atraindo muitos adeptos. E neste texto, registra-se o momento em que eles convocaram uma reunião (assembleia), para que escolhessem alguns homens (sete), para assistirem junto ás viúvas e executarem outros serviços essenciais, liberando a liderança para terem mais tempo para Orar e Estudar a Palavra de Deus. Na atualidade, além disso, a mesma Liderança deve se dedicar ás visitas aos doentes (nos hospitais e em casa), aos aconselhamentos pastorais, entre outros afazeres típicos á liderança.

2.  Nova Postura dos Cristãos (Membros de Igrejas):

Concordamos plenamente com o pregador, de que nós, seguidores de Cristo e membros duma igreja evangélica, precisamos tomar novas posturas enquanto cristãos. Mas não acreditamos e nem defendemos, de que temos de agir e nos comportarmos igualmente aos cristãos de seculos passados (Puritanos[2]), isto é, ficar o dia inteiro em oração ou isolado de todas as pessoas, estudando a Palavra de Deus. Deus nos deu um dia contendo 24 (vinte e quatro) horas e, o mínimo que Ele espera de nós, é que saibamos administrar este tempo; dividindo-o: um tempo dedicado á Ele (primazia); outro para a família e outro para o trabalho.
Todo aquele que se diz cristão, deve ter a consciência de que precisa orar diariamente: “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus” (cf. 1 Tessalonicenses 5:17-18). Como também, fazer seu devocional diário e estudar de maneira mais aprofundada a Palavra de Deus, para adquirir mais graça e conhecimento do Senhor Jesus Cristo (cf. 2 Pedro 3:18). A oração e o estudo das Escrituras Sagradas devem andar de mãos dadas. 
Não adianta ser um orador assíduo, mas não ter o conhecimento da Sã Doutrina. O contrário também é verdadeiro, isto é, não adianta ser um excelente conhecedor da Bíblia, mas não ser uma pessoa de oração. O que nos mantém de pé e na retidão dos caminhos do Senhor, e que deve ser o nosso alvo – que é Cristo (a eternidade), é ter uma vida de oração e estudo diário sua Palavra.

Salmo 1:1-2. Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos impios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor (Sua Palavra), e na sua lei medita de dia e de noite.
(...)
Mateus 26:41. Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espirito está pronto, mas a carne é fraca.
(...)
1 Corintios 10:12-13. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe para que não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana, mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.

         Jesus Cristo, em sua vinda á terra, apresentou as Boas Novas para seus seguidores (Novo Testamento), vindo a ministrar vários ensinamentos por meio de Parábolas, para instruir e advertir a seus seguidores acerca de se manterem vigilantes o tempo todo e a todo tempo (cf. Mateus 24:45-51; Lucas 12:35-40; 21:34-36).

2.1  – Nova Postura dos Cristãos (Liderança de Igrejas):

Pela forma da pregação feita pelo ministrante, nos parece que ele não distinguiu acerca das pessoas do passado (Hebreus), ou seja, entre a sua liderança (levantada por Deus) e o povo escolhido por Deus. Queremos lembrar de que geralmente as coisas acontecem assim: os filhos tendem a seguir o exemplo de seus pais, os alunos de seus professores; os trabalhadores de seu patrões, os membros duma igreja de sua liderança, e assim sucessivamente.
Quanto aos homens que foram chamados ao encargo Ministerial (Liderança de Igreja, Pregação e/ou Missionário), estes sim, devem dedicar maior tempo para a Oração e o Estudo da Palavra de Deus, pois “Digno é o obreiro (operário/trabalhador) de seu salário” (cf. Mateus 1010 e Lucas 10:7). Falamos um pouco sobre a conduta dos seguidores de Cristo, mas de uma forma mais voltada para as primeiras conversões, nos tempos da Igreja Primitiva. Ilustramos também, os seguidores de Cristo da atualidade, geração da qual fazemos parte. 
Sobre a liderança dos Hebreus ou Israelitas, queremos destacar alguns que induziram o povo a pecar e se desviarem dos caminhos do Senhor. E  em outros casos, foi a pressão do povo que levou seu líder a fazer alguma coisa que viesse a desagradar ao Senhor. Vamos analisar dois exemplos para melhor entendimento: o primeiro, o Sumo Sacerdote Arão, o irmão mais velho de Moisés. o Patriarca subiu ao monte Sinai, atendendo ao chamado do Senhor: “Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinares” (Êxodo 24:12). Ele subiu com seu escudeiro Josué, mas chegando a certo ponto da subida, seu servidor teve que parar, haja vista que era para Moisés subir sozinho. Uma nuvem o cobriu por 6 (seis) dias, pois sobre este monte habitava a glória do Senhor.

Êxodo 24:17-18. E o aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte aos olhos dos filhos de Israel. E Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.

Durante o período da ausência de seu líder, o povo pressionou Arão para que fizessem deuses para que pudessem adorá-los, alegando que não sabiam o que teria acontecido com Moisés: “Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: Levanta-te, fazemos deuses que vão adiante de nós, porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu” (cf. Êxodo 32:1). O sumo sacerdote Arão, de acordo com o que registra a Palavra de Deus, não contradisse a argumentação do povo hebreu, aceitando a sua sugestão e mandou que trouxessem os pendentes de ouro das orelhas de suas mulheres, de vossas filhas e de vossos filhos. Com os pendentes ele fez um bezerro de fundição. E o próprio Arão, edificou um altar diante do bezerro, apregoando uma festa ao Senhor (cf. Êxodo 32:2-5). 

Deuteronômio 9:10-12. E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas tinha escrito conforme todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da congregação. Sucedeu, pois, que ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas do concerto. E o Senhor me disse: Levanta-te, desce depressa daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se tem corrompido, cedo se desviou do caminho que eu tinha ordenado; imagem de fundição para si fez.

O segundo, é a pessoa do rei Saul. O profeta Samuel mandou que ele esperasse por 7 (sete) dias, para que ambos fossem sacrificar ao Senhor. Entretanto, ele não aguentou esperar e sacrificou ao Senhor juntamente com o povo: “Tu, porém, descerás diante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos e para oferecer ofertas pacificas; ali, sete dias esperarás, até que eu venha a ti e te declare o que hás de fazer” (cf. 1 Samuel 10:8).
Ele desobedeceu ao que fora estabelecido pelo profeta Samuel (porta-voz do Senhor), pois esta função de apresentar holocaustos e sacrifícios (ascender incenso etc.), era totalmente de competência dos Sacerdotes (e/ou Levitas). Com isso, acabou por ser destituído de seu reinado. Quando o profeta chegou e percebeu o que havia acontecido, Saul reclamou da demora de Samuel e de que o povo se espalhava dele (cf. 1 Samuel 13:11). 
Analisando a atitude desses dois personagens - Arão e Saul, em que ambos estavam numa posição importante perante o povo Israelita, um como Sumo Sacerdote, o outro como Rei; uma pergunta caberia muito bem nestes dois casos: Quem foi que demonstrou fraqueza neste caso: o Sacerdote Arão ou o rei Saul? Ou, então, se a fraqueza veio por parte do povo de Deus?  Não temos a intenção de respondê-las, mas deixá-las para sua reflexão!

3. Postura In-Desejável dos Cristãos Atuais:

Nesta última parte, nossos apontamentos também estarão baseados na mensagem do pastor, que fora intitulada de Geração Fraca. Utilizaremos o mesmo recurso literário que ele, ou seja, faremos uma apresentação de forma comparativa (analogia), voltada para a Liderança Cristã daquela época (povo Hebreu ou Israelita) com a Liderança das Igrejas Evangélicas Brasileiras da atualidade (sem denominá-las). 
Boa parte da liderança do povo de Deus que nos antecederam, fizeram o que era “mal aos olhos do Senhor, seu Deus” (cf. 1 Reis 14:21-23; 15:1-3,33-34;16:29:30; ...): “No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. E fez o que era mal aos olhos do Senhor; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel” (2 Reis 14:23-24).
Quando lemos nos textos Bíblicos (AT), fazendo uma referencia á cidade de Judá e a cidade de Israel, devemos  lembrar de que após a morte do rei Salomão, houve uma divisão de seu reino em dois: o Reino do Norte (Israel), com as 10 Tribos, cuja capital era Samaria e, Reino do Sul (Judá), com as 2 Tribos, cuja capital era Jerusalém. Neste sentido, de todos os reis que governaram sobre a nação de Israel (Jerusalém e Samaria), basicamente, apenas dois deles se aproximaram em fazer “o que era reto aos olhos do Senhor”. 
Em outras palavras, ambos tiveram bom desempenho durante o transcorrer de seus reinados”: o rei Ezequias e o rei Josias (cf. 2 Reis 18:1-6; 22:1-7). Fizemos questão de ressaltar este ponto, haja vista que durante muitos anos, foram aproximadamente 40 (quarenta) reis que estiveram na condução e liderança dos Israelitas. Destes, apenas dois deles, demonstraram inteireza de caráter, integridade e fidelidade a Jeová e á sua Lei (Estatutos e Mandamentos). Como dissemos anteriormente, comumente os liderados tendem a se comportar igualmente aos seus Lideres (Comandante, Patrão, Pai, Pastor, Padre, Professor etc.). Portanto, com base na Palavra de Deus, corroborada pela Mensagem proferida pelo Pastor, podemos afirmar de que a maioria dos Hebreus era uma “Geração Fraca”, principalmente por causa de sua liderança, que também demonstrou grande “Fraqueza” (idolatria, promiscuidade, corrupção, egoismo, ambição etc.).

2 Crônicas 13:6-11. Contudo, se levantou Jeroboão, filho de Nebate, servo de Salomão, filho de Davi, e se rebelou contra seu Senhor. Ajuntou-se a ele gente vadia, homens malignos (filhos de Belial); fortificaram-se contra Roboão, filho de Salomão; sendo Roboão ainda jovem e indeciso, não lhes pôde resistir. Agora, pensais que podeis resistir ao reino do Senhor, que está nas mãos dos filhos de Davi; bem sois vós uma grande multidão e tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para deuses (idolatria). Não lançastes fora os sacerdotes do Senhor, os filhos de Arão e os levitas, (escolhidos e ungidos do Senhor) e não fizestes para vós outros sacerdotes, como as gentes das outras terras? (impuros e despreparados). Qualquer que vem a consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.(que critério é este, para assumir a função de Sacerdote?). Porém, quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca o deixamos; temos sacerdotes, que ministram ao Senhor, a saber, os filhos de Arão e os levitas na sua obra. Cada dia, de manhã e à tarde, oferecem holocaustos e queimam incenso aromático, dispondo os pães da proposição sobre a mesa puríssima e o candeeiro de ouro e as suas lâmpadas para se acenderem cada tarde (função específica dos Sacerdotes e Levitas no AT), porque nós guardamos o preceito do Senhor, nosso Deus; porém vós o deixastes (sublinhamos).

Após lerem este Texto, gostaria de fazer-lhes uma pergunta, mas não precisam responder: Não parece que ele está se referindo aos nossos dias? Talvez, apenas o que pode ter mudado, foi a forma e a exigência para que se “consagre” alguém ao Ministério (Liderança Eclesiástica ou Ministro - Pregador). Em muitos lugares, basta que a pessoa tenha um bom conhecimento Bíblico (frequentou um Seminário ou Curso Teológico), uma boa condição socioeconômica (a liderança visando o seu dízimo) ou uma boa eloquência (expressa-se muito bem), entre outras coisas.
Tenho certeza, de que em meio aos Cristãos atuais, existam muitas pessoas simples e com menos posses materiais, mas que o Senhor os tenha dotado dum Dom Especial que aqueles jamais irão adquirir. Mas, muitos de nossos lideres, ainda não os consagraram ao ministério (cargo ou função). A estes digo, se você recebeu um Dom do Senhor, fique tranquilo, Ele não O deu para que ficasse enterrado, pois no momento certo (no tempo d’Ele), você será usado para colocá-lo á serviço do Senhor!

Ageu 1:1-11. Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas (estucadas; com estuque), enquanto esta casa permanece em ruínas (a Casa do Senhor)? Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado (saco pequeno). Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o Senhor. Esperastes muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? — diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa (preocupados consigo primeiro). Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra, os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo trabalho das mãos.

Este é outro texto do AT muito parecido com o  comportamento adotado pelos Cristãos Contemporâneos (Eu e Você). Nele, está registrado que Deus usou a pessoa dum rei pagão, Ciro, da Pérsia, permitindo que aproximadamente 50.000 judeus exilados, voltassem para sua terra natal – Jerusalém. Infelizmente, essa primeira leva de Judeus, em vez de se preocuparem em reconstruir o Templo de Deus, ocuparam-se durante 16 (dezesseis) anos, em construírem suas próprias casas, deixando á do Senhor de lado. Com isso, ele cerrou os céus (não chovia) e não houve abastança sobre á terra.
Pensem juntamente comigo: Tem sido diferente das atitudes diárias de nossa Liderança e do povo de Deus da atualidade? Pensamos que não! Vi recentemente uma charge na página do facebook, que representa muito bem de como estamos vivendo o Cristianismo em nossos tempos (igualzinho no passado): Dois pregadores do Evangelho (possivelmente, Pastores); um num Camaro, outro  num Fusca. O do camaro pergunta ao outro: - Nossa, ainda está andando de Fusca? E ele responde: - Sim, pois ainda prego o Evangelho!.
Podemos concluir com a charge, de que aqueles que estão “diluindo” o Evangelho ou “Pregando” somente aquilo que agrada aos ouvidos e o coração de seus ouvintes, estão conseguindo bastante fama, sucesso, prosperidade financeira e ostentações “humanas”. Enquanto que aqueles que Pregam somente a Verdade (a Genuína Palavra de Deus), continuam vivendo de uma forma simples e humilde, agradecendo pelo que o Senhor os tem concedido. E entendem que terão a maior de todas as riquezas existentes, mas não será aqui na terra, e sim nas regiões celestiais.

3.1 – O Ideal Cristão:

No primórdios da Igreja Primitiva e a partir da escolha e instituição dos Doze Apóstolos (ou Discípulos) por Jesus Cristo, estes, até então, eram eram homens de inteireza de coração e de grande integridade moral. Conduta e atitudes que estão em tremenda escassez em nossos dias, tanto daqueles que estão na posição da Liderança Eclesiástica, como também daqueles que estão sendo Instruídos ou Discipulados por eles.

2 Crônicas 7:1-3. E, acabando Salomão de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor encheu a casa. E os sacerdotes não podiam entrar na Casa do Senhor, porque a glória do Senhor tinha enchido a Casa do Senhor. E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.  

          Acredito que o que aconteceu logo após a oração do rei Salomão, filho de Davi, seja o grande desejo de muitos cristãos contemporâneos (inclusive eu), de poder testemunhar diariamente em nossas reuniões de adoração ao Senhor, o descer de Sua glória (sua Shekynah) em nosso meio, vindo a “inundar” o ambiente, ao ponto de não conseguirmos falar coisa alguma ou, sequer, ficarmos de pé. Acredito que você que frequenta uma comunidade evangélica com regularidade, já deve ter ouvido algum pregador falar que o “fogo” deve vir do altar (do Púlpito, Liderança) e incendiar a Igreja (o Local, seus membros).
No Livro de Levítico, está registrado acerca da Lei do Holocausto, onde o sacrifício  apresentado pelos sacerdotes, Arão e seus filhos, deveria ser queimado no altar durante toda a noite. E o Sacerdote deveria, a cada manhã, acendê-lo : “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (cf. Levítico 6:8-13).  Com isso, podemos dizer que a Liderança deve ser o exemplo para seus liderados. A unção do Senhor deve estar sobre ela continuamente. Mas, muitos Pastores e Líderes, estão tendo as mesmas atitudes de muitos Sacerdotes, Profetas e do povo de Deus do passado. Eles estavam preocupados em viver em casas suntuosas, adquirirem prosperidades materiais e ter uma vida de muito luxo.

Amós 6:1-7. Ai dos que repousam em Sião (moram ou habitam) e dos que estão seguros no monte de Samaria (Jerusalém); que tem nome entre as primeiras nações (posição de importância),e aos quais vem a casa de Israel! Passai a Calné e vede; e dali ide á grande Hamate; depois descei a Gate dos Filisteus; serão melhores que estes reinos? Ou será maior o seu termo do que o vosso termo? Vós que dilatais (aumentar) o dia mau e vos chegais ao lugar de violência; que dormis em camas de marfim, e vos estendeis sobre os vossos leitos, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do meio da manada. (...); que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José; eis que, agora, ireis em cativeiro entre os primeiros que forem cativos, e cessarão os festins dos regalados (acréscimo nosso).

Os Israelitas (ou Hebreus), devido ao seu poder e sucesso material se tornaram complacentes com o pecado e com os comportamentos mundanos á época. Eles acreditavam que tudo o que estava acontecendo com eles, principalmente acerca da prosperidade material, eram evidências de que estavam vivendo segundo a benção de Jeová (Deus). Os judeus do tempo de Jesus, acreditavam que as posses e riquezas materiais, eram sinais do favor especial de Deus. E, ao mesmo tempo, de que a pobreza e a miséria, era um sinal da falta de fé e do desagrado de Deus.
Parece que este tem sido o mesmo pensamento que tem penetrado na mente e no coração de muitos cristãos da atualidade, tanto por parte da Liderança como de seus Liderados, passando a adotar um estilo de vida igualmente ao do mundo (incrédulos). Lembre-se: se algum líder eclesiástico (Apóstolo, Bispo, Pastor, Padre, Reverendo, Rabino, etc.), ficou rico durante o tempo em que fez obra do Senhor (ou ainda faz), a ponto de ostentar carros de luxo, fazendas, vários apartamentos alugados e vive viajando por todo canto do mundo, alguma coisa deve estar errada?
Cristo, durante o tempo em que esteve na terra e em toda a sua Sã Doutrina, nunca pregou para que seus seguidores buscassem prosperidade terrena, pelo contrário, sempre instruiu para terem uma postura simples e com humildade. Em sua Ministrações, deixava claro que as riquezas terrenas são, na verdade, um obstáculo tanto para o discipulado Cristão, como também para a salvação eterna: “Disse, então, Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. E outra vez digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no céu” (cf. Mateus 19:23-24 – O Jovem Rico). Ele não disse que é "impossível", portanto, ser rico não é pecado. O pecado está em ter uma obsessão (um apego exagerado) pela riqueza material.
Se você é cristão e tem a obsessão em ficar rico aqui na terra, vale lembrar que, nesta sua busca para acumular riquezas materiais, pode acabar sufocando a sua vida espiritual (e quase sempre é assim que acontece). Pode acabar colocando toda a sua confiança em suas posses, vindo a pensar de que não precisa mais de Deus: "Uns confiam em carros, e outros, em cavalos; mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso Deus" (Salmo 20:7). Outra coisa muito importante, geralmente os ricos costumam explorar muito os pobres.

1 Timóteo 6:10. Porque o amor ao dinheiro (a riqueza) é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça (obsessão) alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

Preste bastante atenção, não é o dinheiro ou a riqueza em si mesma, que é a raiz de todos os males, mas o amor e a obsessão por eles. Não podemos esquecer de que como verdadeiros Cristãos, nossas verdadeiras riquezas concentram-se no Amor e na , que podem ser expressas pela abnegação das bandejas que são postas diariamente á sua frente, decidindo-se em seguir fielmente a Jesus Cristo: “Nada façais por contendas ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:3-5).
Outro texto Bíblico, contido no Novo Testamento (NT), registra que: “E, por se multiplicar a iniquidade (perversidade, maldade), o amor de muitos se esfriará” (cf. Mateus 24:12). Muitos Cristãos (e nós também), não sentimos mais Sede e nem Fome da presença Manifesta de Deus em nosso meio. E, por falar na presença Manifesta de Deus, vale lembrar de que nosso Deus é Onipresente, ou seja, Ele está em todo lugar o tempo todo, mas, segundo escreveu Tommy Tenney (2016), "parece que há momentos em que Ele concentra a própria essência de seu Ser – Sua Presença Manifesta – mais “aqui” do que “ali”; nos passando uma sensação de que o ”próprio Deus acabou de entrar no Recinto”.
Segundo afirma este autor, não compete a nós julgarmos ou querer entender o “agir e operar” de Deus, pois os motivos em que Ele opta por Se concentrar ou Se revelar mais fortemente num lugar do que noutro, ou mais vezes num lugar do que apenas uma vez, compete somente a Ele. Lembre-se: Ele é o Todo-Poderoso (Onipotente) e, também, Onisciente, sabe de todas as coisas, e tudo está sob o Seu controle.  
Amados irmãos e leitores, temos que buscar incessantemente mortificar a nossa “carne” (refrear seus desejos e vontades), querendo ver a glória do Senhor reinando em nosso viver diário. Quem dera, pudêssemos ter o nosso rosto reluzente, como o teve Moisés, devido a “Presença Manifesta de Deus”, juntamente com ele naqueles quarenta dias e quarenta noites no Monte Sinai (cf. Êxodo 34:28-35). Penso que seria verdadeiramente glorioso!

Conclusão:

            Os tempos mudaram e as pessoas também mudaram, e muito. No entanto, acredito que podemos sim, ser uma Geração Forte, basta crermos e confessarmos o Senhor Jesus Cristo todos os dias em nossas vidas. E como fazer isto? Tendo atitudes louváveis em todo e qualquer ambiente social, e não apenas dentro de quatro paredes (onde se concentram o povo de Deus). Que atitudes poderiam ser estas? Ser homens de oração, tementes a Deus, amantes e estudiosos da Palavra de Deus, que verdadeiramente se preocupam e vão atrás das almas perdidas, ou seja, buscam apresentar á Cristo e o seu Evangelho aqueles que ainda não se decidiram por Ele. Portanto, "Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor" (Oseias 6:3).



[1] Belial. É um demônio presente na mitologia cananita (cananéia), que o determinava como o adversário do povo "escolhido". No Cristianismo, é mencionado também no Novo Testamento como o oposto da luz, do bem e de Jesus Cristo.


[2] Puritanos. Adjetivo usado para designar pessoa muito rigorosa na aplicação dos princípios morais, nas ideias, tradições e nos costumes. 2. Rigido e moralista ao extremo.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

POLICIAL MILITAR: HERÓI SEM MÉRITO

Quem já não ouviu alguém falar o seguinte provérbio: “melhor um covarde vivo, do que um herói morto”. Esse artigo refere-se a um herói meramente humano, sujeito a cometer erros como qualquer outra pessoa:o Policial Militar. 
Entretanto, ele vive numa situação intrigante: no momento de desespero de qualquer cidadão em perigo, esse profissional é o primeiro a ser chamado e, sem temor, coloca em risco a sua própria vida, vindo em socorro de uma suposta vítima.
Caso solucione o problema de forma imparcial e com êxito em sua ação, por exemplo (p.ex.), na recuperação do carro furtado; de um dinheiro roubado, evitando um seqüestro relâmpago e o estupro duma criança e/ou adolescente ou na tentativa de um homicídio, entre tantas outras, torna-se naquele momento, num herói. Mas, infelizmente, somente para á vítima (e a sua família).
Em caso contrário, se a sua intervenção não for conduzida conforme o esperado pela suposta vítima ou o solicitante (e á Lei), poderá sofrer criticas e com a possibilidade de ter complicações administrativas (advertência, repreensão ou prisão no âmbito militar) ou penais (expulsão da Corporação e, em alguns casos, prisão comum). E o próprio solicitante (ou vítima), pode passar a ser a testemunha que o incriminará. 
Isto nos fez lembrar doutro ditado popular: “a mão que afaga, é a mesma que apedreja”. Vale lembrar que independente de qualquer coisa ou circunstãncias, p. ex., jornada exaustiva de trabalho, desvalorização profissional (baixos salários), estresse, depressão, risco da própria vida ou de sofrer sequelas em detrimento do confronto diário com meliantes, e outras coisas.
Esses mesmos profissionais, cumprindo cabalmente o juramento que fizeram,  isto é, o de colocarem a própria vida em risco, para proteger e salvar qualquer pessoa da sociedade, que esteja em perigo, quando são acionados, saem em defesa das vitimas e, muitos deles, caem em combate.

O Rio de Janeiro teve, em 2019, 36 policiais militares mortos, o que representa uma média de quatro vítimas por mês. Caso a estatística se mantenha, o total de PMs assassinados no estado chegará a 48 no fim deste ano (...). No ano de 2018, foram mortos 92 policiais (Jornal Extra, Setembro ' 2019).            

Isso faz parte do cotidiano do Policial Militar (Servidor Público Militar Estadual), como também, consta na letra do Hino do Soldado Capixaba: “Sou soldado da terra de Ortiz, missão nobre me impõe o dever, defender com ardor meu País, pela Pátria vencer ou morrer. Na peleja sou bravo, sou forte, do inimigo não temo a metralha e desdenho até mesmo da morte, no entrechoque feroz da batalha. Sou herói, destemido e valente [...]“. Ressalta-se, que muitos desses heróis “temporários”, estão acometidos de algum tipo de patologia (doença), mas continuam trabalhando nas viaturas policiais, tentando desempenhar bem sua função Constitucional. 

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
        I -  polícia federal;
        II -  polícia rodoviária federal;
        III -  polícia ferroviária federal;
        IV -  polícias civis;
        V -  polícias militares e corpos de bombeiros militares.
(...)
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
    § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Gostaríamos de lembrar dum fato ocorrido no dia 10 de agosto de 2012, em São Paulo: “o soldado Edvaldo que estava em tratamento psiquiátrico e apresentava quadro depressivo, após ser consultado no Hospital da Polícia Militar (HPM), foi julgado apto para o serviço. Ao sair do hospital, subiu numa torre do aeroporto de Congonhas, interditando por horas o tráfego aéreo, na tentativa de se matar. Passado 40 dias, encontra-se internado na ala psiquiátrica de um hospital público”. 
A matéria divulgou dados alarmantes, mostrando que nesse ano de 2012, foram 24 tentativas de suicídios e 21 suicídios de policiais militares em São Paulo. Enquanto que em confronto armado com criminosos foram 8 mortes (em serviço). Nos dias de folga, foram 46 (quarenta e seis) policiais militares mortos. No Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, os Policiais Militares são caçados por bandidos de todas as espécies, com o intento de tirar-lhes á vida.   
As corporações militares do território brasileiro são prestadoras de serviço público à sociedade, distinguindo-se de qualquer outra instituição, seja ela pública ou privada, haja vista que atende toda e qualquer situação de desordem social. 
A Polícia Militar Capixaba é uma das instituições públicas mais antigas do Estado (184 anos) e, em comparação com as outras instituições, contraria o antigo ditado popular, que diz assim: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Ela é chamada para intervir como mediadora do deste conflito, atingindo um grande percentual das ocorrências. Geralmente, as partes envolvidas são muito próximas e, na maioria das vezes, marido e mulher.
A princípio, o policial vai atender com a presunção da ocorrência de vias de fato (violência á pessoa sem, contudo, haver lesões corporais), mas caso não haja uma intervenção policial, pode vir a se agravar chegando-se a resultar em óbito (hoje, feminicídio). 
O Policial Militar se difere em muito dos trabalhadores civis comuns, pois não tem o direito ao FGTS, Insalubridade, Adicional Noturno, Risco de Vida, a Deflagração de Greve, entre outros. Entretanto, como uma Instituição que faz parte da Sociedade, nela, igualmente nas demais, tem em seu  quadro de profissionais, bons (que atuam segundo á Lei) e maus servidores (que violam ou abusam da posição de autoridade). 
Portanto, se alguns dos componentes da Corporação Militar, agem de forma contrária á Lei, aproveitando-se de sua posição e/ou vindo a prevaricar por interesse próprio ou má fé, que venham a ser denunciados e julgados pelos órgãos competentes, para que seja feita justiça. 
Não é novidade alguma para nós, de que quando ocorre um erro, vai aparecer alguém para acusar quem foi o seu autor. No entanto, nós, "Policiais Militares" (ou que fomos), sabemos que uma pequena parcela da população gosta de nosso trabalho. No entanto, temos que ter cuidado, pois "atirar pedras nos outros é muito fácil", mas somente quem vive e convive com a situação sabe como as coisas acontecem ou podem vir a acontecer. 
Se os policiais que atuaram em Heliópolis e em Paraisópolis, no Estado de São Paulo, agiram com perversidade e má fé, que sejam julgados e condenados, pois representam uma Instituição que, embora muitos contradigam, ainda é importantíssima em nossa Sociedade. 
  
     EDUARDO VERONESE DA SILVA
 Professor de Educação Física
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Militar
Capitão RR PMES

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