ESDRAS 7:1,6, 25-26
Introdução
O Livro de Esdras
sequencia parte da história do povo Judeu, principalmente, depois de seu
exílio, isto é, sua deportação da cidade de Judá, sua terra natal, para morar como
escravos, na cidade de Babilônia. Essa deportação para a Babilônia ocorreu em
três etapas:
Em 605 a.C. Foram levados a nobreza jovem de Judá, entre
eles estava o jovem Daniel;
Em 597 a.C. Foram levados mais de 11.000 mil pessoas,
inclusive, Ezequiel e, por fim,
Em 586 a.C. O restante dos
moradores de Judá, exceto Jeremias e a população mais pobre da cidade (os
miseráveis).
Durante 70 anos o
povo de Judá ficou cativo em Babilônia, mas no ano de 539 a.C. o Império Persa
derrotou o, até então, invencível Império Babilônico, sob o comando de Nabucodonosor.
Após o domínio persa, três reis tiveram atuação importante para que ocorresse o
retorno dos judeus para suja terra natal; são eles: Ciro, Dario e Artaxerxes.
Mesmo não sendo Cristãos, o Senhor os despertou para promover o retorno de Judá
a sua Pátria.
Esdras 1:1-2. No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, (...), despertou o Senhor o espírito de
Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o reino, como também por
escrito, dizendo: (...): O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da
terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
Durante esse período
de escravidão em terra estrangeira, surgiu a pessoa de Esdras que, com a participação
de outros cristãos (Zorobabel, Jesua, Neemias etc.), tiveram grande influência na
repatriação do povo de Judá que, de forma similar, ocorreu em três etapas.
Em 538 a.C. 50.000 mil judeus retornaram para Judá, sob o comando de Zorobabel
(hebraico = nascido em Babilônia), auxiliado por um sacerdote piedoso de nome
Jesua. Zorobabel foi responsável pela
restauração do culto verdadeiro de adoração a Deus, em Jerusalém.
Em 457 a.C. Mais de 17.000 mil judeus retornaram para Judá, mas desta vez, sob o
comando de Esdras: “Chegando, pois, o sétimo mês, e estando os filhos de Israel
já nas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém (Ed 3:1).
Em 444 a.C. Neemias e seus homens levaram de volta o restante do povo. Neemias
chega a Jerusalém, 13 anos após a chegada de Esdras:
Neemias 2:1,4. “Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que
estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei, porém nunca,
estivera triste diante dele. E o rei
disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus e disse ao rei: Se é do
agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies
a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que a edifique”.
Esdras foi escolhido
por Deus para promover a restauração moral e espiritual dos judeus. Para que
ele fosse o escolhido, por certo deveria possuir alguns atributos que o
diferenciava dos demais Cristãos, vindo a agradar a Deus. E, com certeza, tinha
o seu Templo Restaurado, conforme descrito em 1º Coríntios 3:16: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que
o Espírito de Deus habita em vós”.
Desenvolvimento
A restauração do templo ao qual está sendo referido nesse
capítulo do Livro de Esdras, a princípio, refere-se a uma edificação física,
construída para a realização de um culto religioso. Entretanto, numa
interpretação ampliativa, essa restauração abrange também a purificação do povo
de Judá, isto é, seu próprio corpo (alma e espírito), como sendo o Templo que
abriga o Espírito Santo de Deus.
Verso
1: E passadas estas coisas no reinado de
Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de
Hilquias. E quem era Esdras?
1. Um dos Exilados em Babilônia: Supõe-se que tenha nascido
em Babilônia, durante o período de cativeiro.
2. Verso 6a:
“(...), era escriba
hábil na lei de Moisés, que o Senhor de Israel tinha dado, (...)”. Um copista
da Lei de Moisés.
3. Era Bisneto de Hilquias (2 Reis 22:4): Este foi um sumo sacerdote
de grande vulto que atuou durante o reinado de Josias, em Judá.
Josias começou a reinar com 8 anos de idade e aos 16
anos (8º ano de seu reinado), começou a buscar o Senhor com toda dedicação (2 Crônicas 34:3). Aos 20 anos, começou
a corrigir alguns erros doutrinários, praticados pelos povos das cidades de Judá
e Jerusalém, principalmente em relação a adoração a Deus (Idolatria), ou seja,
promoveu uma verdadeira restauração espiritual do povo.
4. Verso 6b:
Era Leal
e Zeloso
pelas coisas de Deus e por sua Palavra: “Este Esdras, (...), segundo a mão do
Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo que pedira”.
Nesse capítulo, por três vezes aparece a expressão:
“(...) a mão do Senhor seu Deus, estava sobre ele (...)”; nos versículos 6, 9 e
28. Qual seria a razão desse registro repetido sobre a conduta de Esdras?
1º - Ele preparou seu coração para buscar e cumprir a Lei
do Senhor: Talvez, em acordo com o que está escrito em Deuteronômio 6:5: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder”;
2º - Ele se dedicou ao estudo da Palavra de Deus: Mais uma
vez, por estar atento ao registro escrito em Salmo 1:2: “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos
ímpios, (...), antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de
dia e de noite”;
3º - Ele se colocou à disposição para Ensinar a Palavra de
Deus para outras pessoas. Isso pode ter acontecido, tendo em vista que o povo
acabou esquecendo os mandamentos do Senhor enquanto estava no cativeiro
Babilônico.
5. Verso 25a:
Uma autoridade:
“E, tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possues, nomeie
magistrados e juízes, (...)”.
- Esdras adquiriu junto ao rei da Pérsia, confiança,
respeito e notoriedade, ao ponto de liberá-lo para voltar a sua Pátria e levar
junto a si, aproximadamente 1.800 homens (Ed
7:7).
- Além disso, o rei deu-lhe poder para constituir
juízes para julgar o povo: ”a todos os
que sabem as leis do teu Deus (...)”. Deus deixa registrado de forma bem
clara, que executará juízo com mão pesada sobre aqueles que conhecem a sua lei
e não a praticam, ou seja, que a rejeitam.
6. Verso
25b: Um Mestre:
“(...), e ao que não as sabe, lhe ensinarás”. Concedeu-lhe ainda o rei, o título
de Mestre para ensinar o povo a Lei do Senhor, pois no cativeiro Babilônico
acabaram se desviando, inclusive, adorando aos deuses pagãos daquela terra.
Conclusão:
O Livro de Esdras apresenta de forma clara e
compreensível, que precisamos estar restaurando diariamente o nosso Templo de
Adoração a Deus (corpo, alma e espírito), dando-nos como exemplo a vida deste
homem dedicado a Ele. Como também, uma forma de recebermos sua proteção diária
e continua como Esdras recebia, sendo transcrita pelo Deus-Pai, no Antigo Testamento em Deuteronômio 6:5 e ratificada por Deus-Filho,
no Novo Testamento em Mateus 22:37:
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento”.
Agindo assim, temos a promessa do próprio Senhor, de
que estaremos recebendo sua atenção continuamente aqui na terra: “E eu rogarei
ao Pai, e ele vos dará outro Consolador (Deus-Espírito Santo), para que fique convosco para
sempre” (João 14:16).
O Senhor vai mais além, dá-nos a garantia de vida
eterna, desde que busquemos ser justos e andemos em sua retidão: “Não erreis:
Deus não se deixa escarnecer, porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia
no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6:7-8).
EDUARDO VERONESE DA SILVA
Obreiro da AD Ministério IX Marcas – Cariacica/ES
Email: proerdveronese@gmail.com
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