Introdução
Na
atualidade, estamos vivendo novos tipos de relacionamentos interpessoais, mas
gostariamos de apresentar dois deles que tem crescido assustadoramente em
nossos dias, mas que ocorrem de meneira totalmente opostas. O primeiro está mais
voltado para uma questão que, ás vezes, se parece como uma possessão obstinada
ou, de certa forma, demoníaca, se assim podemos chamar, haja vista que envolve o
relacionamento afetivo e amoroso entre um homem e uma mulher.
Geralmente,
neste tipo de relacionamento interpessoal, quando há um certo desgaste ou a
descoberta real de como é o comportamento da pessoa com a qual decidimos
iniciar uma convivência de maior intimidade,
vindo a resultar no pedido de separação ou do divórcio e, se a
iniciativa for da parte feminina, a outra parte, neste caso, o homem, costuma não
aceitar. O pior, é que tem crescido vertiginosamente os casos de ameaças e
agressões físicas contra a mulher. Mesmo havendo uma ação judicial que limite a
aproximação do seu ex-cônjuge, isso não tem evitado e diminuido as agressões
físicas contra a mulher e, infelizmente, muitos são os casos que resultam em
óbito.
O
segundo tipo de relacionamento que tem avançado socialmente com muita
frequencia, vem sendo proporcionado pelas tecnologias virtuais modernas.
Pessoas se conectam com individuos de diversos paises e nacionalidades, mas,
nem sempre resultam numa aproximação real e de fato (física e calorosa), isto
é, são relacionamentos que são mantidos à distância e de forma muito superficial.
Essa conectividade ocorre numa fração de segundos, mas, na maioria das vezes,
não transmitem o calor humano, a afetividade, a segurança e a continuidade
relacional.
Deus, o
criador de todo o universo, é um ser relacional, isto é, Ele gosta de ter
relacionamentos com proximidade tanto no céu como na terra: “E disse Deus: Façamos
o homem á nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes
do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 2.26).
Deus já se relacionava nos céus com seu Filho
e com o Espírito Santo, a Trindade Divina - “(...): Façamos o homem ...”. Ele
usa o verbo fazer na primeira pessoa do plural, denotando haver um diálogo
celestial. Além desse tipo de relacionamento, Ele também mantinha
relacionamentos com os seres angelicais – “(...), os filhos de Deus”.
Jó 1:6; 2:1. E vindo um dia em que os filhos de Deus
vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. (...).
E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o
Senhor, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.
Portanto,
se o nosso Deus é um ser relacional, podemos subentender que uma de suas
criações não poderia ser diferente, pois foi criado à semelhança d’Eles – o
homem. E este homem também é um ser gregário, pois foi criado para manter
relacionamentos humanos e, até com outros seres viventes: “(...); e domine
sobre os peixes do mar ..., as aves dos céus, e sobre o gado”. Para que este
homem viesse a exercer o dominio sobre todas essas criaturas, teria que manter
um contato de proximidade com elas, ou seja, um relacionamento.
Vale
lembrar que o Deus criador e relacional, logo depois de ter criado o homem,
passava pela tarde do dia para manter proximidade e dialogar com Adão e Eva: “E
ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as àrvores do
jardim” (Gênesis 3:8).
Jesus
Cristo, seu Filho, também seguiu o mesmo exemplo do Pai, pois gostava de estar
sempre em meio à pessoas. Tinha momentos de reunir-se à mesa de alguma casa ou no
cenáculo (cf. Lucas 22:7-14), em
conversas com pequenos grupos (cf. Lucas
9:1-6) ou num diálogo em particular (cf. João 8:1-2,9-11). Ele só se isolava das pessoas, para entrar num
diálogo em particular com seu Pai, geralmente num monte próximo por onde estava
(cf. Mateus 14:22-23).
Salmo 29:2. Dai ao Senhor a glória devida ao seu
nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade (cf. 1 Crônicas 16:29).
(...)
Salmo 95:6. Ò, vinde, adoremos e prostremo-nos!
Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.
O
grande propósito deste tema prende-se ao fato de que, após feita essa reflexão,
passemos a corrigir essas falhas para evitar as possíveis consequências
advindas de nossa falta de cuidado e atenção, que deveria ser dado a toda e
qualquer pessoa que se aproximou de nós, mesmo que por pouco tempo ou que não
tenhamos percebido.
Saiba
que para Deus e em Deus “não há acepção
de pessoas”, isto é, ele não tem preferência por uma ou outra pessoa, mas nos
trata por iguais: “Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor
dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de
pessoas, nem aceita recompensas (Deuternômio
10:17).
Infelizmente,
diferentemente do Senhor, nós costumamos tratar as pessoas olhando
primeiramente para sua classe social, profissão ou condições socioeconomicas, dando-lhes
um tratamento diferenciado dos demais. Se somos seguidores de Cristo,precisamos
agir igualmente a Ele, pois todos os seres humanos são e devem ser importantes
em nossas vidas. Em sendo assim, gostaríamos de começar fazendo a seguinte pergunta:
Como foi o seu ...
1
– Relacionamento com Deus:
Podemos observar no Salmo 29, cujo autor é Davi, uma
clara exortação acerca de que devemos louvar e exaltar a Majestade de Deus. Por
isso devemos nos perguntar: será que eu O amei, O adorei e expressei o
verdadeiro louvor que lhe é devido, durante todo o transcorrer deste ano?
Um
dos significados da palavra adorar é “render (culto) á divindade”. Portanto, a nossa
adoração a Deus pode ser feita de várias formas e em diversos lugares, por
isso, não tem como você tentar justificar a sua falta de adoração a Deus. Caso
você tenha dito que estava sem tempo, pois estava trabalhando demais, infelizmente
não tem como ser aceito este argumento. Quando nos dispomos a fazer alguma
coisa que é para o nosso benefício pessoal, arrumamos logo um tempo. Portanto,
quando é para o Senhor, devemos também achar este tempo.
Você
pode adorá-lo ouvindo um louvor dentro do coletivo, do seu carro, na cozinha,
no banheiro, no seu quarto ou em qualquer outro ambiente social. Também pode
engrandecer seu Nome, ajudando pessoas necessitadas de atenção, carinho ou com
uma alimentação. Também pode socorrer
uma pessoa com necessidades especiais ou, até mesmo, tirar um tempinho para
ouvir alguém. Além disso, pode aproveitar o momento para falar do Senhor Jesus
Cristo para alguém que ainda não foi alcançado por Ele.
Deutronômio 6:5. Amarás, pois, o
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
poder.
Lembre-se: o nosso primeiro ato de amor, adoração
e louvor deve ser para Deus. Além de requerer a primazia Ele nos quer de forma
integral e completa. Deus não se contenta com migalhas e não divide a sua
glória com ninguém. Dialogue diariamente com Ele, tire um momento a sós e coloque
em prática o seu relacionamento na verticalidade:
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Deuteronômio 6:4).
O
nosso Deus se agrada quando nos prostramos diante d’Ele e O adoramos. Ele sente
o maior prazer nessa atitude, haja vista que uma das razões de termos sido
criados foi para adorá-lo, honrá-lo e para glorificar o seu Santo Nome: “Deus é
Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24). Abraão teve um relacionamento tão intimo com
Deus que, dessa comunhão resultou-lhe em ser reconhecido como sendo “amigo de
Deus” (Tiago 2:23).
2 – Relacionamento com seu Cônjuge:
Muitas pessoas acreditam e defendem que o casamento é uma
instituição falida. A mídia e os meios de comunicação, induzem nossos jovens a
pensar que o matrimônio não tem que durar a vida toda. Eles propagam a ideia de
que, depois de um período de convivência conjugal, o relacionamento perde o
sentido e seu propósito, podendo ser desfeito a qualquer momento.
Temos de concordar com uma coisa: num relacionamento a
dois, o risco de isso acontecer é realmente grande, pois, por mais que ele seja
bem estruturado, cedo ou tarde ele irá apresentar tensões e problemas. Certo
autor fez uma comparação muito interessante neste sentido, valendo apenas
destaca-la:
O casamento é como a
lua, pode apresentar fases: há momentos em que estamos “cheios e brilhantes”;
em outros, “novos e crescentes”, havendo também momentos escuros, com periodos
“minguantes”.
Sendo assim, nos momentos prazerosos devemos desfrutá-los
ao máximo, agradecendo a Deus por tê-los nos proporcionado. Na fase minguante,
marcada por desentendimentos, mal entendidos, decepções e crise financeira,
entre outros, devemos aproveitar para extrair ensinamentos e percebermos o
quanto somos vaidosos, egoístas, ciumentos, invejosos, iracundos, orgulhosos e
sem misericórdia.
Lembre-se: nesses momentos delicados, não devemos
agir como juizes, mas sim como médicos; não como promotores de acusação, e sim
como advogados de defesa do relacionamento. Precisamos repensar sobre nossas
deficiências e pedirmos perdão, ao invés de procurar qual dos conjuges é o
culpado. Nesse momento, é hora de buscarmos o autor do casamento – o Senhor
Jesus, e Ele por certo irá apresentar uma solução, permitindo que novamente a
“lua cheia” volte a iluminar nossa vida conjugal.
Depois dessa breve reflexão acerca do
relacionamento conjugal, gostaria de dividir este tópico em duas partes, haja
vista que cônjuge se refere a cada um dos casados em relação ao outro: uma para
se referir ao Marido e a outra para fazer alusão a Esposa.
É
muito importante que haja boa comunição entre Marido e Mulher. Deve haver um
bom trato de ambas as partes, muita compreensão e respeito mutuo em relação ao
pensamento e as ideias de cada um.
2.1 – Maridos: lembra do momento em que vocês estavam
no altar da igreja, tendo como testemunha o próprio Deus e todos seus convidados
para o casamento. E a pergunta a ser feita é: você tem procurado cumprir com as
promessas ditas para sua esposa naquela ocasião?
Provérbios 5:18. Seja bendito o seu manancial, e alegra-te com a mulher
da tua mocidade.
(...)
Efésios 5:25. Vós, maridos, amai vossa mulher,
como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Salomão,
autor de inúmeros provérbios, ressalta a importância da manutenção da pureza do
matrimônio, comparando-o a uma nascente de água. Enquanto que o apóstolo Paulo, compara o amor do
marido, que deve ser dedicado a sua esposa, como o de Cristo envidado a igreja,
ao ponto de, se preciso for, morrer por ela.
Jesus
Cristo, numa de suas últimas instruções aos seus discípulos, disse-lhes que um
de seus importantes mandamentos seria: “Que vos ameis uns aos outros, assim
como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida
pelos seus amigos” (João 15:12-13).
Ele
enfatiza acerca de se dar a vida por um amigo, penso que também podemos inserir
aqui de dar a vida pela nossa esposa (ou marido)?
2.2 – Esposas: o mesmo argumento direcionado ao marido
pode ser dito para as esposas. A mulher deve estar em sintonia com seu marido. Nenhum
dos dois podem negociar ou fazer certas coisas, sem o conhecimento e o consentimento
do outro. A palavra de Deus nos assegura que quando nos casamos (nos unimos),
ocorre a constituição de uma “só carne”.
Gênesis 2:24. Portanto, deixará o
varão (homem) o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos
uma carne (pessoa, pensamento, gosto ...).
(...)
Marcos 10:7-8. Por isso, deixará o homem a seu pai
e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne e, assim, já
não serão dois, mas uma só carne.
Este
é o projeto original de Deus, que quando houver a junção do homem com a mulher
(casamento), que ambos façam de tudo para terem o mesmo pensamento, a mesma fé,
o mesmo desejo, o mesmo amor e o mesmo sentimento de um para com o outro e,
assim suscessivamente, até que a morte os separe.
Tornar-se numa só carne, também aponta para a relação
sexual e a intimidade que deve haver entre o Marido e a sua Mulher.
Independente do tempo de matrimônio e das circunstâncias vividas pelo casal,
nesse momento o romantismo é de fundamental impportância. O casal precisa ter
humanidade entre si, mas também deve atentar para sua espiritualidade, revelando
o Senhor Jesus Cristo e procurando satisfazer um ao outro em seu relacionamento
conjugal cotidiano.
Provérbios 14:1. Toda mulher sábia
edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos.
(...)
Efésios 5:22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso
marido, como ao Senhor;
Novamente,
nos referimos ao sábio Salomão que assegura que a manutenção e firmeza da casa
(casamento, família e trato com os filhos), concentram-se nas mãos das
mulheres. No entanto, elas precisam ser sábias, pois caso contrário o fracasso
e a ruina é certa.
Da
mesma forma que Cristo fez uma analogia entre o relacionamento do homem para
com a sua mulher, agora Ele orienta para que as mulheres sejam “sujeitas” ao seu
marido, como se essa sujeição fosse feita diretamenteao Senhor: “(...),
sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor”.
Portanto,
que ela venha a se submeter ao marido e esteja em comum acordo com ele.
Dividindo e compartilhando sonhos, desejos, pensamentos e prazeres juntos (como
verdadeiros confidentes), como o fizesse
ao Senhor. Lembre-se: Cristo é a
cabeça de todo o homem e da mesma forma, o marido é a cabeça da mulher.
1 Coríntios 11:3. Mas quero que
saibais que Cristo é a cabeça de todo varão (homem), e o varão, a cabeça da
mulher; e Deus, a cabeça de Cristo.
O
apóstolo Paulo destaca neste texto, sobre
o relacionamento correto entre o marido
e a sua esposa, de acordo como Deus o ordenou. Ele realça que em Cristo há
perfeita igualdade espiritual entre o homem e a mulher, sendo ambos herdeiros
da graça divina. No entanto, deve ser observado por ambos acerca desta
igualdade, pois ela envolve a ordem e a
subordinação, isto é, “a cabeça e a sujeição”, em relação á autoridade.
A
palavra “sujeição ou subordinação”, não significa o rebaixamento ou a escravidão da mulher. Muitos homens confundem essa sujeição como se
fosse a total submissão ao marido. Vale lembrar que a sujeição (ou submissão)
não é sinônimo de subserviência, isto é, tratar a esposa como uma serviçal ou
criada do marido (como uma classe inferior). Pelo contrário, o marido deve amar e
reconhecer o grande valor que Deus atribuiui
a mulher, tendo a responsabilidade de amá-la, protegê-la e orientá-la,
entre outras coisas.
Efésios 5:33. Assim também vós, cada um em
particular ame a sua própria mulher como a si mesmo (uma só carne); e a mulher
reverencie (honre e respeite) o marido.
Dentre
os relacionamentos humanos existentes na face da terra, o mantido entre o
marido e a sua esposa, é considerado como o mais profundo que alguém pode
desfrutar: “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede
vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos” (Provérbios 12:4). Quero lembrar-lhes que a instiuição chamada
“Casamento” não está falida, pois todas as criações de Deus são e foram feitas
de forma perfeita, mas nós, os humanos, as adulteramos.
Por
fim, para encerrarmos este tópico, quero inserir um texto que se encontra no
livro do profeta Malaquias, na Antiga Aliança, que diz assim: “Não temos nós
todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns
para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?” (Malaquias 2:10).
Essa
narrativa faz referência ao povo de Judá que foi desleal e profanou a santidade
do Senhor,a qual ele ama. Muitos homens desse povo eram infiéis às suas
esposas, com as quais se haviam casado quando jovens. Separavam-se e se
divorciavam delas para se casarem com outras mulheres. O nosso Deus abomina
esta atitude, principalmente porque é movida pelo egoísmo.
Malaquias 2:14-15. E dizeis: Por
quê? Porque o Senhor foi testemunha
entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a
tua companheira e a mulher do teu concerto (aliança). E não fez ele somente um,
sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de
piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para
com a mulher daq sua mocidade.
Assim como Deus virou as costas para a povo de Judá,
recusando-se a atender-lhes as orações, por cometerem deslealdade às suas
esposas, a mesma ação adotada por parte d’Ele, pode ser voltada para os maridos
da atualidade que são infiéis e desleais às suas esposas. Portanto, maridos,
sejam féis e amem as suas esposas. Esposas, honram e se sujeitem aos vossos
maridos.
3
– Relacionamento com os Filhos:
Neste tópico, queremos dar ênfase a atitude dos pais em
relação a seus filhos. Neste aspecto, algumas perguntas se fazem necessárias: houve
diálogo constante com eles, um tempo de qualidade envolvendo lazer e
entretenimento; houve instrução e ensino sobre assuntos diversos, inclusive
sobre a pessoa de Jesus Cristo, entre outras coisas. Lembre-se que: o exemplo diz mais do que muitas palavras.
Deuteronômio 6:6-9. E estas palavras que
hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e
levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras
entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.
Cuidar do bem-estar de nossa família e instrui-la a
expressar o seu amor e o louvor a Deus, é uma
forma importante de demonstrar a nossa adoração ao Senhor. O ensino e a
instrução aos filhos, acerca da Palavra de Deus é uma responsabilidade
prioritária dos pais e responsáveis.
Provérbios 22:6. Instrui o menino no
caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. (cf.
Deuteronômio 11:18-21)
(...)
Efésios 6:4. E
vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor.
Tem pais que só sabem tratar os filhos com ignorância, brutalidade
e com cobranças. Com isso, acabam trazendo certa revolta em seus corações.
Neste texto aos Efésios, o apóstolo Paulo nos orienta a não irritá-los por
qualquer coisa e nos ensina a cria-los com advertências brandas (admoestações).
Salomão também escreveu uma instrução importante sobre este mesmo assunto: “A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
Tem
muitas pessoas que defendem que os pais não devem ser amigos de seus filhos. Eu
penso e defendo totalmente o contrário. Amigos gostam de estar juntos e de
confidenciar segredos. Portanto, os pais devem ser os primeiros amigos e
confidentes de seus filhos.
Eles
precisam ter liberdade e confiança em contar tudo o que está se passando com
eles, pois são nesses momentos que podemos instrui-los com total segurança. As Escrituras Sagradas registram várias
narrativas em que encontramos instruções acerca da educação que deve ser
direcionada aos filhos. Entre elas, quero dar enfase a algumas:
Provérbios 13:24. O que retém a sua
vara aborrece (detesta, odeia ou ama menos) a seu filho, mas o que o ama, a seu
tempo, o castiga.
(...)
Provérbios 29:15,17. A vara e a
repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe.
(...). Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma.
Os dois textos, escritos pelo sábio Salomão, estão se
referindo a correção e a disciplina que deve ser dada nos anos da vida
formativa dos nossos filhos, ou seja, na sua infancia. Não estamos fazendo
apologia a tortura e a violência contra as crianças ou pré-adolescentes, mas
para a necessidade de usar a disciplina de forma adequada quando houver uma
desobediência e rebeldia deliberada contra seus pais.
Esta correção tem como propósito eliminar a insensatez e
o desrespeito pela representatividade e autoridade dos pais: “Não retires a disciplina
da criança,porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá” (Provérbios 23:13). A disciplina quando
é aplicada no momento e na forma adequada, com amor e sabedoria, levará a
criança a refletir acerca de seu mau comportamento e a aprender que dele resultará
consequencias desagradáveis, inclusive o castigo.
4
– Relacionamento com seus Pais:
Neste
tópico, de forma oposta ao anterior, daremos enfase ao relacionamento que deve
ser direcionado pelos filhos em relação a seus pais ou responsáveis.
Efésios 6:1-3. Vós, filhos, sede
obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a
tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas
muito tempo sobre a terra (cf. Êxodo
20:12).
Esse
é um dos Dez Mandamentos do Senhor, entregue a Moisés no Monte Sinai, para
apresentá-los ao seu povo. A atitude de honrar pai e mãe é bem abrangente, pois
envolve todas as ações realizadas pelos filhos que podem ser apresentadas como atos
de bondade, obediência e respeito aos seus pais.
Além
disso, se esse ato for feito de acordo com a Palavra de Deus, o Senhor lhes
garante prolongamento de vida aqui na terra. Vivemos numa época em que muitos
filhos perderam totalmente o respeito, a obediência e a consideração pelos seus
pais. Em muitos casos, são os prórios filhos, ainda na fase infantil, que determinam
o que vestir, o que fazer e o que comer.
Provérbios
6:20.
Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a lei de tua mãe.
(...)
Colossenses
3:20.
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.
Vale
lembrar que no passado, isto é, de acordo comm a Lei do Antigo Testamento (AT),
o filho que agredisse fisicamente, desobedecesse ou falasse mal (amaldiçoasse) de
seus pais, poderia ser sentenciado com a pena de morte: “O que ferir a seu pai
ou a sua mãe, certamente morrerá” (Êxodo
21:15).
Salomão
também registrou esta mesma advertência para os jovens: “O que a seu pai ou a
sua mãe amaldiçoar, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada e ficará em trevas densas” (Provérbios 20:20). Com a vinda do Novo Testamento (NT), Jesus
Cristo manteve em vigor o ordenamento de que se deve honrar pai e mãe, como
também sobre as consequências se os filhos virem a amaldiçoar seus pais, pois os
Escribas e Fariseus transgrediam este Ordenamento: “Porque Deus ordenou,
dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou a mãe, que
morra de morte” (Mateus 15:4).
Quanto
a rebeldia, desobediência e o desrespeito aos pais de nosso tempo, penso que, em
muitos casos, os verdadeiros culpados por esse tipo de comportamento são os
pais, pois não se colocam e nem se posicionam com autoridade sobre eles.
Provérbios 4:1. Ouvi, filhos, a
correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudencia. Pois dou-vos boa
doutrina: não deixes a minha lei. (...): Retenha as minhas palavras o teu
coração; guarda os meus mandamentos e vive.
Os textos
Bíblicos em realce, asseguram que a obediência e o respeito dos filhos aos pais,
podem ser entendidos como sendo o dever de honrá-los. E isto em muito agrada ao
nosso Deus. O Evangelho de Jesus Cristo,
escrito pelo evangelista Mateus, cita mais de duas vezes acerca deste
Mandamento do Senhor.
Mateus 19:16,19. E eis que,
aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para
conseguir a vida eterna. (...). Disse-lhe ele: (...), honra teu pai e a tua
mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Neste
texto, além de Jesus Cristo registrar o mandamento acerca de honrar o pai e a
mãe, Ele acrescenta sobre o amor que deve ser direcionado ao próximo. Essas
atitudes por parte dos filhos em relação aos pais (e de todo Cristão) é de
vital importância, pois o que está envolvido aqui é o prolongamento de sua vida
aqui na terra e a garantia do seu acesso a vida eterna.
5 – Relacionamento com Familiares e
Amigos:
A
família é a instituição mais antiga e mais
importante da sociedade – sua célula Mater. O relacionamento familiar pode ser
considerado como um suporte para as demais instituiçõe sociais. As Escrituras
Sagradas registram que quando o homem vir a se casar com uma mulher, deve
deixar seus pais, haja vista que agora ele irá constituir a sua própria
família.
No
entanto, isso não significa dizer que é para abandoná-los totalmente e, também,
que os filhos não devem mais ouvir os conselhos e as instruções de seus pais.
1 Timóteo 5:8. Mas, se alguém não tem cuidado dos
seus e principalmente dos da sua familia (e familiares), negou a fé e é pior do
que o infiel (incrédulo, impio e pagão).
Tem
muitos filhos que parecem ter sofrido de amnésia, esquecendo-se de todo o
esforço, carinho, cuidado, amor e proteção de seus pais. Quando os mesmos
envelhecem ou adoecem, os abandonam totalmente e, outros, os internam em asilos
para idosos.
A
Bíblia apresenta varios exemplos de bons relacionamentos sociais, envolvendo pessoas
que, a princípio, não tinham nenhuma ligação biológica ou grau de parentesco.
Entre eles, podemos citar a amizade entre Jonatas e Davi (cf. 1 Samuel 18:1; 20:42), como também
entre Noemi com Rute, sua nora (cf. Rute
1:16-19).
1 Samuel 18:1. E sucedeu que, acabando ele de falar
com Saul, a alma de Jonatas se ligou com a alma de Davi; e Jonatas o amou como
à sua própria alma. 20:42. E disse Jonatas a Davi: Vai-te em paz,
porque nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja
perpetuamente entre mim e ti e entre minha semente e a tua semente.
Pela
tradição e costume, Jonatas seria o sucessor direto de Saul, seu pai, ao trono.
Quando o jovem Davi derrotou o gigante Golias, tornou-se muito popular e
acabaram por se tornarem em grandes amigos. Com isso, Jonatas não se importava
de que Davi fosse ungido rei de Israel em seu lugar.
Rute 1:7-8. (...). E, indo elas caminhando, para
voltarem para a terra de Judá, disse Noemi às suas noras: Ide, voltai cada uma
à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes
com os falecidos e comigo.
O
texto acima faz referência a pouco tempo depois da morte dos filhos de Noemi –
Malom e Quiliom, casados com Orfa e Rute, suas noras. Nota-se pela fala dela,
ao final do versículo, que havia um bom relacionamento entre elas – “como vós
usastes com os falecidos e comigo”. Orfa
volta para a casa de seus pais, mas Rute se afeiçoou a sua sogra e passou a
viver com ela: “(...); e Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela” (Rute 1:14).
Rute 1:16-19. Disse, porém, Rute: Não me instes
para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu
e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o
teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei
sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a
morte me separar de ti. Vendo ela, que de todo estava resolvida para ir comela,
deixou de falar nisso. Assim, pois, foram-se ambas, ate que chegaram a Belém; e
sucedeu que, entrando elas a Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e
diziam: Não é esta Noemi?
Muitas
pessoas procuram se aproximar de outras por interesses, tendo em vista que elas
são muito ricas ou famosas, ou podem lhe favorecer com algum beneficio. Salomão
escreveu sobre esta questão, ao dizer que os homens que possuem muitos amigos,
podem alegrar-se por isso. Mas, também disse que: “(...), há amigo mais chegado
do que um irmão” (Provérbios 18:24).
6 – Relacionamento com o Próximo:
O termo “próximo” descrito neste tópico, não
são os nossos irmãos e membros da comunidade evangélica a qual pertencemos, mas
pessoas da sociedade. Não aquelas que estão conosco todos os dias e que já temos
algum tipo de relacionamento intimo ou de proximidade.
Se
praticarmos boas ações e nos aproximarmos só de quem nós conhecemos e gostamos,
não estamos fazendo nada demais, pois os impios também o fazem e, ás vezes, bem
melhor do que nós.
Lucas 6:32-33. E, se amardes aos que vos amam, que
recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E, se fizerdes bem
aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o
mesmo.
Muitas
vezes, são pessoas que não comungam duma mesma fé, nem das mesmas ideias e opiniões,
muito menos de gostos, desejos e pensamentos. Geralmente, estamos nos referindo
a qualquer pessoa que se aproxime de nós, independente de sua religião, cultura
e condição socioeconomica, mas que, percebemos estar precisando de alguma
coisa, por mais simples que seja.
Levítico 19:18, Não te vingarás,
nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu proximo como a
ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Neste
texto do Antigo Testamento, o próximo refere-se a qualquer pessoa com quem
temos algum tipo de contato, e não apenas aquelas pessdoas que vivem próximas a
nós. Este mesmo Mandamento regulamentava a forma de tratamento da nação de
Israel com as demais pessoas, sendo citado por Jesus Cristo em vários Livros do
Novo Testamento.
Entretanto,
um texto bem alusivo ao tema, encontra-se no livro do evangelista Lucas,
intitulado de a Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37). Onde Jesus Cristo ensina de forma clara quem é o
próximo.
Lucas 10:25-29. E eis que se
levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para
herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E,
respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao
teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondestes bem; faze isso e
viverás. Ele, (...), disse: E quem é o meu próximo? ...
Jesus
Cristo sabia de sua intenção, mas mesmo assim, contou-lhe uma Parábola descrevendo
acerca de um homem que descia para Jerusalém, mas no caminho foi surpreendido e
roubado por salteadores, deixando-o quase morto a beira da estrada. Por esta
estrada, passou tres pessoas em momentos distintos: um sacerdote (verso 31), um
levita (verso 32) e um samaritano
(verso 33).
Os
dois primeiros homens, viram uma pessoa caida na estrada, mas passaram bem
longe – “de largo”, não se propuseram em saber se estava vivo ou morto, muito
menos em o ajudar. Assim tem acontecido em nossos dias, pessoas que ocupam
cargos ou posições religiosas, publicas ou profissionais, em que a sociedade
espera ter a iniciativa de ação, mas que se omitem ou prevaricam, isto é, faltam
com o seu dever. Como foi a atitude do Sacerdote e do Levita, descrito no
texto.
O
samaritano, ou seja, morador da cidade de Samaria, ao avistá-lo, moveu-se de
“intima compaixão”, cuidou de suas feridas, colocou em seu cavalo e levou-o a
uma hospedaria. Além disso, pagou a hospedagem dele, que nem sequer sabia sua
identidade, origem ou o que havia acontecido (cf. Lucas 10:33-35). Como diz o antigo ditado: “Ele fez o bem sem saber
a quem”. Em outras palavras, fez o bem sem se preocupar se receberia o dinheiro
de volta. Isto é verdadeiramente um exemplo de “amar ao próximo como a ti
mesmo” (Mateus 22:39).
Outros
textos do Novo Testamento registram esse mesmo mandamento; os quais são: Marcos
12:30-31; Romanos 13:9 e Tiago 2:8. Jesus é a essência desse amor ou, na
verdade, Ele é o próprio amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque
Deus é amor” (1 João 4:8). Ele deu a
sua vida por amor a nós, mesmo sabendo que somos pecadores.
Este
atributo chamado amor (ou caridade), é de extrema importância na vida do
cristão, tanto que Jesus ampliou e foi mais longe em seus ensinamentos, ao
dizer que:
Lucas 6:27-31. Mas a vós, que ouvis,
digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem., bendizei os que
vos maldizem e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face,
oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica
recuses. E dá a qualquer que te pedir, e ao que tomar o que é teu, não lhos
torne a pedir. E como vós quereis que os
homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também.
Entenda
que como cristãos, devemos aprender a conviver com outras pessoas de nossa
sociedade, seja ela cristã ou não. E também temos a obrigação de procurar
cumprir as ordenanças que Jesus Cristo nos expôs em Sua palavra. Não estou
afirmando que vai ser fácil, pois sei que não vai!
Vale
ressaltar que quando Ele diz: “amai a vossos
inimigos”, não significa ter um amor emotivo ou ter afeto por eles, mas sim,
uma genuina solicitude (cuidado,
diligência e zelo) pelo seu bem e pela sua salvação eterna.
Nós,
cristãos, sabemos qual será o fim daqueles que são hostis a Cristo e rejeitam a
Sua palavra, por isso devemos orar por
eles, procurando pagar-lhes “o mal com o bem”, levando-os a Cristo e a fé do
Seu evangelho: “Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te
livrará” (Provérbios 20:22).
6.1 – Atraí-los para Cristo: sabemos que “todo o mundo está no
maligno” (cf. 1 João 5:19), e que o
mundo, isto é, uma grande parte das pessoas que nele habitam, estão em total
rebeldia contra Deus. E nós, como cristãos, devemos tentar atrair o maior
número possível delas para Cristo. Para isso possa vir a acontecer, temos que
ter um bom testemunho e uma boa conduta social, diferentemente da adotada por Pedro,
quando foi severamente repreendido por Paulo:
Gálatas 2:11-12. E, chegando Pedro à
Antioquia, lhe resisti na cara (em público), porque era repreensível. Porque,
antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, sendo considerado como uma
das colunas da igreja, comia com os gentios (se misturava com os pagãos); mas,
depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles,temendo os que eram da
circuncisão.
Qualquer
cristão, independente de sua posição ou cargo na igreja e, principalmente o
pastor ou o obreiro, quando se torna culpado pelo cometimento de uma
trasngressão, pode e deve ser confrontado e repreendido, sem nenhum tipo de
favoritismo ou protecionismo (cf. 1
Timóteo 5:19-20).
Pedro,
conhecido e chamado de Cefas (em aramaico significa Rocha ou Pedra), juntamente
com Tiago e João, era considerado uma das colunas da igreja (cf. Gálatas 2:9). O texto registra que ele
“temia os que eram da circuncisão”. Essa expressão se refere aos “cristãos judeus”,
principalmente os da Igreja de Jerusalém, que ensinavam que os cristãos
judaicos não deviam comer com os crentes gentios (neófitos ou novos
convertidos) que não eram circuncidados. E que também não
observavam os costumes e as restrições acerca de certos tipos de alimentos dos
judeus.
Talvez,
por esse motivo, Paulo o tenha repreendido publicamente e de forma muito severa,
haja vista que o comportamento de um servo de Deus, deve ser exemplar em meio a
sociedade impia. E é uma das formas de atrai-los para o Reino de Cristo. Dito
de outra forma, dependendo do comportamento adotado pelos seguidores de Cristo,
ou seja, aonde residem, na rua, no seu trabalho ou em qualquer ambiente social,
podem atrair ou afastar os incrédulos do Evangelho e da pessoa de Jesus Cristo.
7 – Relacionamento na Comunidade
Cristã:
Muitas
pessoas nascem e são criadas em famílias
com relacionamentos adversos, ou seja, que carecem de habilidades relacionais
necessárias e importantíssimas para um bom desenvolvimento pessoal e familiar.
Com isso, podem apresentar algum desvio de conduta (de caráter) ou problemas em
sua personalidade.
O Novo
Testamento é repleto de instruções sobre a vida social, familiar e em
comunidade. O apóstolo Paulo escreveu acerca deste tema, ao dizer que: “Escrevo-te
estas coisas (...), para que vocês saibam como andar (ou viver) na casa
(família) de Deus. Que é a igreja do Deus vivo” (1 Timóteo 3:14-15). E para que essa convivência seja harmoniosa e impere
o amor entre seus componentes, será necessário muita sinceridade entre seus
pares, pois a resposta sincera é um sinal duma amizade verdadeira.
O
mundo está carente de relacionamentos verdadeiros, inclusive no seio da Igreja
Cristã ou Evangélica, pois a corrupção humana, o individualismo e o egoísmo
exagerado, tem avançado vertiginosamente, levando as pessoas a não terem
sensibilidade e muito menos amor pelo próximo.
Mateus 24:12. E, por se multiplicar a iniquidade
(perversidade, transgressão ou maldade), o amor de muitos se esfriará.
(...)
2 Timóteo 3:1-4. Sabe, porém, isto:
que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pai e mãe (rebeldes), ingratos, profanos, sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons (imagine com os maus!), traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus.
Outros
comportamentos são importantes para a duração dessa boa convivência
interpessoal. Um outro quesito de fundamental
importãncia para o seu sucesso é ter humildade. Enquanto o orgulho e a soberba
erguem um grande muro entre as pessoas, a humildade constroi grandes pontes
para se comunicarem. A humildade é o bálsamo que acalma e suaviza as relações interpessoais.
A recomendação do Senhor é para vivermos com simplicidade e que não nos comportemos
como sendo melhores e superiores as demais pessoas.
Filipenses 2:3-4. Nada façais por
contenda ou por vanglória (exaltação,soberba), mas por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é
propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
Ser
humilde é pensar menos em si mesmo e se voltar mais para os outros. Geralmente,
pessoas humildes estão mais interessadas em servir a outrem, pois sentem-se muito
bem em praticar a cortesia e a gentileza. Jesus Cristo foi e é o nosso maior
exemplo de servidão, tendo deixado importantes ensinamentos em livros do NT,
entre eles, Marcos
10:43-45: “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre
vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser
ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (cf. Mateus 20:26-28).
Precisamos
entender que muitas pessoas tem carências emocionais, por isso, se pertencemos
a uma comunidade cristã de verdade (uma família), temos que saber aceitar as
pessoas como elas são. E como família de Cristo, devemos amar, proteger e
defender uns aos outros, embora saibamos que temos opiniões e temperamentos
distintos.
Lembre-se: dentro duma mesma família existem muitas
incompatibilidades. Uns pensam e se comportam diferentes dos outros. E isso é
muito comum numa sociedade. E o grande fundamento para termos uma boa comunhão
(aceitação e respeito pelas diferenças), está na dependência de como é o nosso
relacionamento com Deus. Reafirmando: somos uma família e temos um mesmo Pai.
Uma
comunidade deve manter contato regular e constante com os componentes de seu
grupo, a fim de desenvolver a verdadeira comunhão. Não se esqueça que bons relacionamentos
demandam tempo, paciência e
disponibilidade. Devemos voltar a desenvolver o habito de nos reunirmos com
certa regularidade (cf. Salmo 128:1-3).
Hebreus 10:24-25. E consideremo-nos
uns aos outros, para nos estimularmos a caridade (amor) e as boas obras, não
deixando a nossa congregação (familia, comunidade ou igreja), como é costume de
alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e também mais quanto vedes que
se vai aproximando aquele Dia.
Essas
reuniões congregacionais (ou familiares), tem como propósito maior encorajarmos
uns aos outros, nos mantermos firmados em Cristo Jesus e na fé apostólica do NT:
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo (igreja ou congregação) e
partindo o pão em casa (em família), comiam juntos com alegria e singeleza de
coraçao” (Atos 2:46).
Gostariamos
de concluir este topico, enfatizando que na comunidade em que você é membro,
deve imperar alguns dos comportamentos listados a seguir: o compartilhar dos
verdadeiros sentimentos (autenticidade); o incentivo de uns aos outros (reciprocidade);
a prática do perdão entre seus membros (misericórida); o apoio mutuo
(compaixão); falar a verdade com amor (sinceridade); admitir nossas fraquezas
(humildade); respeitar as opiniões e diferenças (cortesia); não divulgar
segredos que nos são ditos em confiança (sigilo) e priorizar as reuniões
congregacionais (constância ou regularidade).
Após
tomarmos conhecimento desses comportamentos que são desejáveis entre uma
família ou uma comunidade cristã, percebermos que não é fácil. Por isso, Rick Warren (2013), diz que ter uma
comunhão verdadeira é algo tão raro em nossa sociedade. Mas temos que persistir
em praticá-los, haja vista que os benefícios do compartilhamento de uns para
com os outros, são plenamente compensadores e nos preparam para o céu.
8. Como Proceder para Restaurar os
Relacionamentos?
Vimos
que o nosso Deus é um Ser relacional, isto é, um Deus que se agrada, se preocupa
e valoriza os relacionamentos interpessoais. Ele quer que eu e você também o
valorizemos e que venhamos a nos esforçar para mantê-los em verdadeira
harmonia.
Entretanto,
o mundo conspira de forma totalmente contrária a vontade de Deus, ou seja,
quando surge um conflito, uma mágoa ou um desentendimento conjugal, a primeira
ideia que vem a mente ou quando somos aconselhados erroneamente, sendo sugerido
para que venhamos a descartá-lo, isto é, pedirmos a separação ou o divórcio.
Romanos 15:2,5,7. Portanto, cada um
de nós agrade ao seu próximo, no que é bom para a edificação. (...). Ora, o
Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os
outros, segundo Cristo Jesus, (...). Portanto, recebei-vos uns aos outros, como
também Cristo nos recebeu para glória de Deus.
Lembre-se: quando o cristão toma a iniciativa
de romper com a comunhão interpessoal (no casamento, na igreja, na família ou d
uma grande amizade), este ato torna-se num testemunho negativo e deplorável
para os não cristãos (descrentes ou impios). O desejo de Deus quando constitui
a família (ou a Igreja), era para que ela fosse reconhecida pela prática do
amor entre seus componentes.
João 13:34-35. Um novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos
ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.
O
apóstolo Paulo nos ensina que a habilidade no trato com as pessoas, é um dos
traços marcantes de um cristão maduro. Se nós desejamos as bençãos de Deus em
nossas vidas e queremos ser reconhecidos como seus Filhos, temos que aprender a
ser pacificadores: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão
chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).
8.1 – Sugestões de Atitudes para a
Restauração: como
nosso Deus privilegia os relacionamentos humanos, Ele requer que cada Cristão venha
a ajustar seus relacionamentos com as outras pessoas, promovendo uma verdadeira
comunhão.
Nesse
sentido, seguiremos as orientações das Escrituras Sagradas, ratificadas por
Rick Warren numa de suas publicações literárias. Essas orientações, servem para
que venhamos a restaurar relacionamentos com nossos irmãos em Cristo, mas também
com pessoas não convertidas ao Cristianismo.
a)
Fale primeiramente com Deus: antes de ir ao encontro da pessoa
para tentar a reconciliação, coloque-se diante de Deus e apresente o problema
gerado entre vocês. Não procure outra pessoa para murmurar ou falar mal do
outro, mas ore ao Senhor e fale com Ele claramente sobre o problema, sem omitir
qualquer coisa.
Mateus 6:6. Mas, tu, quando orares, entra no teu
aposento (quarto) e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está em
oculto; e teu Pai, que vê o que está em oculto, te recompensará.
(...)
Romanos 8:31. Que diremos, pois, a estas coisas?
Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Os
filhos de Deus – os Cristãos, mesmo não tendo problema algum em vista, deve ter
o hábito regular de se isolar de outras pessoas, para ter um momento a sós com
o Pai Celestial. Este ato também faz parte de nossa comunhão relacional diária
com o Senhor. Lembre-se: grande
parte de nossos conflitos e problemas tem sua origem em necessidades não
satisfeitas.
Muitas
vezes esperamos resolvê-as com a ajuda do homem
– um amigo, o chefe, nossos pais ou algum membro da família. Temos que
ter a certeza que a satisfação dessa necessidade só pode ser operada por Deus:
“Melhor é confiar em Deus, do que nos homens” (Provérbios ). Só quem pode suprir todas e
quaisquer de nossas necessidades é o Senhor.
b)
Tome sempre a Iniciativa: temos grande dificuldade em tomarmos
a iniciativa da reconciliação, principalmente se tivermos de pedir perdão ou de
perdoar, por acharmos que estamos com a razão. Nos ensinamentos de Cristo, não
importa se foi você quem ofendeu ou se foi o ofendido. Ele deseja e espera que
demos o primeiro passo. Jesus Cristo valoriza tanto esta atitude, que a
coloca como prioridade e precedência em
relação até ao culto de adoração na igreja.
Mateus 5:23-24. Portanto, se
trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te
primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta.
Não
fique adiando ou esperando que a outra parte envolvida tome a iniciativa e venha
te procurar, pois a demora acaba aumentando ressentimentos e agrava a situação.
Quando o assunto se trata de conflitos interpessoais, nem o afastamento e nem o
tempo tem o poder de curar. Na verdade,
a tendencia é o problema tornar-se mais profundo.
Planeje
e coloque em ação imediatamente uma conferência de paz. Entretanto, escolha bem a hora e o local para
que seja feito este ato divino. Você poderia perguntar: E se a pessoa não me
ouvir ou não me perdoar? Se for cristão, Jesus Cristo apresenta uma maneira
pedagógica para responder a sua pergunta:
Mateus 18:15-18. Ora, se teu irmão pecar contra
ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão.
Mas, se não te ouvir (ou perdoar), leva ainda contigo um ou dois, para que,
pela boca de duas ou tres testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não
as escutar, dize-o á igreja (a princípio a sua liderança); e, se também não
escutar a igreja, considera-o como um gentio (pagão) e publicano (pecador).
Geralmente,
quando o conflito chega ao conhecimento do
Pastor ou da Liderança da igreja, ocorre a intermediação entre os
envolvidos e a liderança. Se o individuo persistir em colocar obstáculos ou resistir
acerca da reconciliação, poderá ser convocada uma Assembléia para decidirem sobre
o membro em questão.
Se
ocorreu todas as fases conforme descrito no texto Bíblico acima, esse membro
pode ser disciplinado, p.ex., não participar da Ceia do Senhor por um período
de tempo (determinado pela liderança ou na Assembléia); se tiver alguma função
ou cargo na igreja, automaticamente será destituido do mesmo, até que seja
reintegrado a comunhão do corpo de Cristo (cumprir com a disciplina). E, ainda, pode ser excluído da membresia da
congregação: “considera-o como gentio ou publicano”.
Essa
medida, entre outros motivos, deve-se ao fato de que o pecado e os conflitos
não resolvidos no seio da congregação, bloqueiam a comunhão com Deus e impedem
que as orações sejam respondidas, além de trazer infelicidade: “O que desvia os
seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (Provérbios 28:9).
c)
Tenha Compaixão pelo Sentimento do
Outro: pode-se dizer
que é sentir a dor do outro ou despertar em nós, um sentimento de pesar pela
outra pessoa. Seria como se nós passassemos a usar mais nossos ouvidos, em vez
de priorizar o uso de nossa boca. Dito em outras palavras, antes de procurar
solucionar qualquer tipo de desavença ou desentendimento, precisamos levar
primeiro em consideração os sentimentos e os motivos das pessoas envolvidas.
O
verbo procurar na tradução do grego é – skopos, do qual formamos as palavras “microscópio
e telescópio”, objetos que auxiliam-nos para observarmos melhor alguma coisa.
Portanto, devemos nos alertar para os sentimentos que estão envolvidos e não
apenas nos fatos. Como ensina o apóstolo Paulo, “Não atente cada um para o que
é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2:4).
Muitas
vezes erramos, ao tentar arrancar das pessoas o que elas estão sentindo naquele
momento, quando deveriamos apenas abraça-las e ouvi-las. Talvez, agindo assim, elas
consigam descarregar a dor, a angústia ou o ressentimento emocionalmente, sem se
colocarem na defensiva. No momento em que
nos sentimos feridos ou ressentidos, se formos pressionados a falar,
provavelmente o que irá sair de nossa boca pode não ser verdadeiro. Asafe, um
dos principais músicos do rei Davi, admitiu ter tido este tipo de sentimento:
Salmo 73:21-22. Assim, o meu
coração se azedou (cheio de amargura), e sinto picados nos meus rins (fiquei
revoltado). Assim, me embruteci (me fechei) e nada sabia (sem compreensão); era
como um animal (ação irracional) perante ti.
Todo
ser humano não deve tomar decisões nos momentos de ira ou de decepções, pois
poderá agir como verdadeiro animal irracional,
isto é, sem o verdadeiro entendimento:
“O entendimento do homem retém a sua ira (raiva ou ódio); e a sua glória (ou
vitória) é passar sobre a transgressão” (Provérbios
19:11).
O
fato de pararmos para ouvir o outro, sem fazer o uso do pré-julgamento e de interrupções,
pode representar para ele o seguinte: “Eu valorizo a sua opinião, preocupo-me
com você e quero que o nosso relacionamento seja restaurado, porque você é
importante para mim”. Lembre-se: as pessoas não se importam com o que
sabemos, até que elas saibam que nós nos importamos.
d) Reconheça e Confesse sua parte no Conflito:
normalmente, para se restaurar um relacionamento interpessoal, além de uma
das partes ter que tomar a iniciativa de ação, se faz necessário que cada um admita
os próprios erros e transgressões. Os ensinamentos de Jesus Cristo são muito
claros acerca disso:
Mateus 7:1-5. Não julgueis, para que não sejais julgados, porque
com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes
medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro (palha, aresta
ou cisco) que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu
olho? (...). Hipócrita, tira primeiro a
trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
Uma
boa sugestão para tentar resolver este impasse, seria chamar uma pessoa de sua
confiança, contando-lhe o problema e
como foi a sua atuação. Depois, peça a ela que faça uma avaliação sincera e
verdadeira de como foi a sua participação no conflito. Talvez, até como
primeira atitude a ser tomada, seria pedir a Deus que lhe mostre o quanto você
contribuiu para a geração desse problema.
Quem
sabe, poderia se perguntar: Será que sou eu o problema? Não estou sendo
insensível ou sensível demais? O reconhecimento e a confissão é uma ferramenta
poderosa para a reconciliação: “Se dissermos que não temos pecado (que não fui
eu que errei), enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se
confessarmos os nossos pecados (erros), ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar (reconciliar) de toda injustiça ” (1 João 1:8-9).
Quando
partimos para uma reconciliação já admitindo humildemente os nossos erros, essa
atitude tende a neutralizar a raiva da outra pessoa envolvida. E, muitas vezes,
deixamo-as desarmada. Portanto, evite desculpas ou justificativas, nem tente
transferir a culpa, apenas confesse com sinceridade e pureza de coração, a sua
participação na geração do conflito e peça perdão.
e) Concentre-se
contra o problema, não contra à Pessoa: fica muito mais difícil solucionar um conflito se
estivermos preocupados em identificar o culpado. Precisamos fazer uma escolha e
ter muito cuidado ao usarmos as palavras, pois dependendo de como as
proferimos, elas podem suscitar respostas ou reações não desejadas. Lembre-se:
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
Para
solucionar um conflito, a maneira em que iremos direcionar as palavras tem
muita importância. Ela é tão importante, que existe no quadro de funcionários
do governo federal e estadual, homens preparados e qualificados tecnicamente
para exercer a função de “gerenciador de conflitos”.
Provocar uma pessoa nesse momento jamais irá
funcionar. Dificilmente você irá conseguir convencer uma pessoa e restaurar um
conflito, usando de muita rudeza e arrogância. Salomão escreveu um ensinamento
que pode trazer bons resultados, mas usando cuidadosamente as palavras que
sairem de nossa boca.
Provérbios 16:16,21. Quanto melhor é
adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a
prudência do que a prata. (...). O sábio de coração será chamado prudente, e a
doçura dos lábios aumentará o ensino.
Para
o bem de nossa comunhão, precisamos abandonar e destruir algumas de nossas
armas relacionais: o orgulho, a soberba e o egoísmo. Como também, o condenar,
menosprezar, rotular, comparar, ironizar, insultar e usar de sarcasmo. Costumo dizer e penso ser verdade, de que as
palavras “malditas”, isto é, ditas no momento errado e direcionadas às pessoas
erradas, ferem muito mais do que uma agressão física.
Efésios 4:29. Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê
graça (agradem) aos que a ouvem.
Enquanto cristãos, devemos proferir palavras que possam
vir a agradar os nossos ouvintes, procurando edificá-los e consolá-los. E,
quando for preciso, no momento adequado, exortá-los com amor. Assim como deve
ser o tratamento relacional ldos pais com os seus filhos. (cf. 1 Coríntios 14:3 e 1 Tessalonicenses 2:11).
f) Procure Cooperar o quanto possível:
Existe um ditado muito antigo, mas bem conhecido da
população em geral, que diz assim: “quando um não quer, dois não brigam”. Jesus
Cristo deixou um excelente ensinamento acerca deste assunto, por intermédio do
apóstolo Paulo, quando o registrou na Epístola aos Romanos:
Romanos 12:17-18. A ninguém torneis mal por mal;
procurai as coisas honestas perante todos os homens. Se for possível, quando
estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Deus
e Jesus Cristo sabem muito bem, que não é nada fácil ter paz com todas ás
pessoas da sociedade, por isso, o apóstolo Paulo, disse: “Se for possível,
quando estiver em vós (...)”. Portanto, sempre que estiver em nossa dependência, devemos buscar a pacificação.
Lembre-se:
ás vezes, para conseguirmos voltar a ter esta paz (a reconciliação), teremos
que nos “sacrificar”.
Dito
com outras palavras; ela terá uma exigência e um preço! Quem sabe, não pode ser a quebra de nosso
orgulho, soberba ou de nosso egoísmo. Pelo bem maior de nossa comunhão, vale a
pena dar o melhor de nós, para se chegar a um consenso.
Romanos 12:10. Amai-vos cordialmente uns aos outros
com amor fraternal (entre amigos ou irmãos), preferindo-vos em honra uns aos outros.
(...)
Filipenses 2:3. Nada façais por
contenda ou por vanglória (soberba, exaltação), mas por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo.
Se antes de sua conversão ao Cristianismo, você era uma
pessoa totalmente voltada para a criação de conflitos, ou seja, não fugia de
uma briga ou confusão, agora, como seguidor de Cristo, você precisa atuar como
um cooperador da pacificação: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles
serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9)..
g) Dê ênfase a reconciliação, não a
solução: em nenhuma
situação ou circunstância cotidiana e em nenhuma reunião ou ajuntamento de
pessoas, chegaremos a unanimidade de opiniões e pensamentos. Como afirma
Warren: “A reconciliação está afeta ao relacionamento, enquanto que a solução
está vinculada ao problema”. Por isso, continua ele a dizer que: “Quando
focarmos a nossa atenção para a reconciliação, o problema começa a perder
importância e significado”.
No meio
cristão existem muitas discordâncias de pensamentos e opiniões, mas de forma
sincera e legítimas. Mesmo assim, podemos restabelecer relacionamentos em meio
a essas discordâncias, mas sem que sejamos desagradáveis. Lembre-se: Deus espera e requer de
nós unidade, não uniformidade. Nós podemos caminhar de braços dados com uma
pessoa, mesmo sem concordar em tudo.
A
reconciliação tem como seu maior significado - fazer as pazes, voltarmos a ter
comunhão. E para isso, não precisamos necessariamente, ter que esquecer de
nossas diferenças. De vez em quando, até podemos conversar sobre o assunto, mas
com o espírito de harmonia e paz. Lembre-se: o mesmo diamante, tem diferentes
aspectos quando visto de ângulos diferentes.
Depois
de tudo que estudamos e aprendemos acerca da importãndcia do relacionamento interpessoal, pare e pense um pouquinho e faça-lhe a
seguinte pergunta: Com quem eu preciso entrar em contato urgente e tentar uma
reconciliação? Caso tenha se lembrado de
alguém, não demore mais nem um segundo. Faça uma pausa no que estiver fazendo
agora e converse com Deus sobre esta pessoa. Se não for possível ir até ela,
faça uma ligação e comece logo o processo.
1 Pedro 3:8-11. (...), sede todos
de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente
(intimamente), misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria
por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isso fostes
chamados, para que, por herança, alcanceis a benção. Porque quem quer amar a
vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios nao
falem engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.
Queremos
encerrar o estudo que ora apresentamos, dizendo que não é nada fácil
praticarmos essas ações, mas sabemos que com Deus tudo é possível. Quando
lutamos e persistimos em promover a reconciliação e a paz entre os homens, isto
é, em nossos relacionamentos cotidianos, estamos fazendo aquilo que agrada a
Deus; tendo a garantia de que Ele estará atento às nossas orações (cf. 1 João 3:21-22).
Conclusão
Desde o início da criação do mundo, percebemos por meio
das Escrituras Sagradas, que o nosso Deus é um ser relacional, ou seja, Ele
gosta e mantém relacionamentos com todos os seres que criou. Ele criou o homem também com este propósito, para que
ele vivesse de forma gregária, ou seja, foi criado para viver em comunhão com outros seres humanos, inclusive que ele
teria o domínio sobre todas as demais criaturas da terra.
Portanto,
não era para que esse homem vivesse isolado da sociedade. Entretanto, não
observamos em momento algum de seus ensinamentos, quer seja no Antigo ou no Novo
Testamento, dizendo que esse relacionamento seria fácil. Pelo contrário, Ele disse: “No mundo tereis
aflições, mas tendo bom ânimo...” (João
16:33).
Noutra
ocasião, Jesus Cristo disse: “Não cuideis que vim trazer paz a terra; não
vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34). A espada nas Escrituras, tem vários
significados, mas quase todos falam de consequencias danosas aos homens; entre
elas, lutas, calamidades e mortes. Ela era usada para a aplicação do juizo de
Deus (cf. Jeremias 47:6 e Ezequiel
21:9-10).
Enquanto
estivermos vivendo em nossa habitação temporária aqui na terra, devemos
procurar nos relacionar bem com toda e qualquer pessoa, independente de sua fé,
religiosidade, cultura, raça ,cor, classe social ou condição financeira: “E não
nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos
desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas
principalmente aos domésticos da fé” (Galatas
6:9-10).
Fazer
o bem a todos, também inclui mantermos bons relacionamentos sociais. E, sendo
uma ordenança de Deus, e de Jesus Cristo, seu Filho, precisamos revê-los
diariamente, para podermos melhorar e, assim, agradarmos ao Senhor e
aguardarmos por Sua vinda para nos buscar. E lá manteremos um relacionamento de
proximidade e eterno com Ele.
Bibliografia:
BOYER,
Orlando Spencer. Pequena Enciclopédia
Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2000.
CORPO
REDATORIAL. Casamento: investir ou
desistir? São Paulo: Editora Árvore da Vida, 2012.
DE
ALMEIDA, João ferreira. Bíblia de Estudo
Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Editora: CPAD; 1995.
WARREN,
Rick. Uma Vida Com Propósito: para que
estou na terra? 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 2013.