Introdução
Entre
os vários personagens que são apresentados nas Escrituras Sagradas, escolhemos descrever
a biografia de um dos maiores vultos do Antigo Testamento, segundo assegurou o
pastor e teólogo Oralndo Spencer Boyer (1999)
- o patriarca Moisés. Homem escolhido e chamado por Deus para tirar o
povo Hebreu da escravidão egípcia e leva-los para a terra prometida – Canaã.
O nome Hebreu foi dado pelas nações
que os designavam como sendo os filhos de Israel. Presume-se que o termo tem origem do
nome Éber (Héber), filho de Sem, neto do patriarca Noé. Éber foi ancestral de
Abraão e o seu nome quer dizer “o povo que veio do outro lado do rio – o Eufrates”.
Gênesis
14:12-13. Também
tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda
e foram-se. Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele
habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de
Aner; eles eram confederados de Abrão.
Os
hebreus são povos originários da Mesopotâmia[1]
que passou pela Babilônia e pela Síria, mas se estabeleceram e viveram no
Oriente Médio, por volta do segundo milênio antes de Cristo (a.C.) e que mais
tarde deu origem aos semitas, como os judeus e os árabes. Posteriormente o
termo hebreu foi associado somente ao povo judeu.
Moisés era hebreu e seu nome no
idioma hebraico significa “tirado”. Primeiro ponto a ser observado diz
respeito aos povos da antiguidade, que davam
muito valor ao nome de seus filhos, pois tinham importante significado e, na
maioria das vezes, surgiam de momentos ou circunstâncias vividas por eles. A
filha de Faraó, tendo encontrado o bebê dentro duma arca no rio Nilo, colocou o
seu nome de Moises, pois marca aquele momento, ou seja, foi tirado do rio.
Êxodo
2:1-3. E foi-se um
varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi (Joquebede). E a mulher
concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com
betume e pez; e, pondo nela o menino, o pôs nos juncos a borda do rio.
A atitude tomada por Joquebede se
deu pela ordem de Faraó, rei do Egito, para que matassem todos os filhos dos
hebreus, crianças do sexo masculino . Por isso, sua mãe o colocou dentro dessa
arca de juncos nas águas do rio Nilo.
Êxodo
1:15-17. E o rei do
Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o
nome da outra, Puá) e disse: Quando ajudardes
no parto as hebreias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas,
se for filha, então, viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram
como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida.
Essas mulheres foram muito corajosas
e não temeram em desobedecer a ordem do rei, mesmo com o risco de serem mortas.
Esta passagem me fez lembrar de um grande ensinamento que aprendi na vida
militar: “Ordem absurda não se cumpre”. Quero crer que essas parteiras hebreias
também entenderam que se tratava de uma ordem totalmente absurda e cruel. Com essa atitude, elas foram usadas por
Deus para livrar a vida de Moisés da morte, pois Jeová tinha uma missão muito
importante para que ele a colocasse em prática – libertar o povo hebreu da
escravidão egípcia.
1. Os
Primeiros 40 anos da Vida de Moisés:
Vimos
às circunstâncias em que Moisés nasceu: sua mãe, Joquebede, o escondeu pelo
período de três meses, para que não fosse morto pelos soldados egípcios. Não
mais podendo escondê-lo, sua mãe construiu uma arca de juncos e o colocou
dentro, levando-a as águas do rio Nilo. A
filha de Faraó havia ido se banhar no rio, juntamente com suas servas, quando
ouviu o choro de um bebê e o pegou para si.
Êxodo
2:5-6. E a filha de
Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio;
e ela viu a arca no meios dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou. E,
abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão
dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
Ela,
mesmo sabendo se tratar de um descendente dos hebreus, afeiçoou-se pelo menino,
pois era mui formoso. E contratou uma hebreia (sem saber, a própria mãe do
menino) para cuidar dele, isto é, até desmamá-lo. Posteriormente, o adotou como sendo seu filho,
inclusive colocou o nome de Moisés, pois disse: “Porque das águas o tenho
tirado” (Êxodo 2:10).
Um
fato que nos chama atenção acerca desse hebreu chamado Moisés, refere-se ao seu
ministério profético, haja vista que prenuncia, de certa forma, o ministério terreno
de Jesus Cristo. Vamos ver algumas semelhanças entre seus ministérios:
a) Moisés e Jesus foram alvos
da tentativa de morte quando pequenos:
Êxodo 1:16.
E o rei do Egito (...) e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias e as
virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então,
viva.
(...)
Mateus 2:13. E,
tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos,
dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e
demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o
matar.
b) Ambos atuaram como Profetas do Altíssimo:
Deuteronômio 18:15,18.
O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos,
como eu; a ele ouvireis. (...). Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de
seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará
tudo o que eu lhe ordenar.
(...)
Atos 3:22. Porque Moisés disse: O Senhor, vosso
Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele
ouvireis em tudo quanto vos disser.
c) Eles ministraram como sacerdotes e pastores:
A diferença entre eles, basicamente,
refere-se ao fato de que o patriarca Moisés atuou como Profeta e Sacerdote
(Legislador), enquanto que Jesus Cristo foi Sacerdote, Pastor e Rei.
Sacerdotes: “Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e
prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo. Moisés e Arão,
entre os sacerdotes, e Samuel, entre os que invocam o seu nome, clamavam ao
Senhor, e ele os ouvia” (Salmo 99:5-6)
Hebreus 7:22-24.
De tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram
feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de
permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Pastores: “E apascentava Moisés o rebanho de
Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã, e levou o rebanho atrás do deserto e veio
ao monte de Deus, a Horebe” (Êxodo 3:1).
João 10:11-12,14.
Eu sou o bom Pastor, o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o
mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e
deixa as ovelhas, e foge, e o lobo as arrebata e dispersa. (...). Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido.
d) Moisés e Jesus
sofreram por causa do povo de Deus:
Diferentemente
dos seus primeiros 40 anos de vida, onde tinha todas as regalias no palácio
real e os maiores ensinamentos das diversas ciencias existente no Egito (cf. Atos 7:22).
Entretanto, quando viu um de seus irmãos hebreu sendo maltratado por um
egipcio, tentou intervir e acabou cometendo um homicídio. Logo em seguida,
ocultou seu cadaver.
Como
diz um antigo ditado notiícia ruim vem a
galope”, o delito cometido por ele
tornou-se público, tendo que fugir para não ser morto. Atravessou o deserto
indo parar na cidade de Midiã, mais precisamente na casa do sacerdote Jetro,
que em hebraico significa excelência. Este tinha sete filhas, sendo que Moisés
foi convidado a morar em sua casa. Aprendeu o ofício de pastorear ovelhas e
casou-se com sua filha primogênita – Zípora, tendo dois filhos: Gerson e
Eliézer. Se estabeleceu por ali durante seus proximos 40 anos (cf. Êxodo 2:22; 18:3-4).
Quanto
a pessoa de Jesus Cristo, as Escrituras registram de que após seu nascimento, ainda
pequeno, em Belém da Judéia (cf. Mateus 2:1), seus pais, avisados por um anjo do
Senhor, tiveram que sair da cidade e ir
para o Egito, pois Herodes o queria matar: “(...), eis que o anjo do Senhor
apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e a sua mãe, e
foge para o Egito (...). E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de
noite, e foi para o Egito” (Mateus 2:13-14).
Eles permaneceram no Egito até a morte de Herodes, depois,
novamente visitados pelo anjo do Senhor,
disse-lhes que podiam voltar para sua terra natal. Entretanto, quem
assumiu o trono da Judéia foi o filho de Herodes – Arquelau e, com certo
receio, José e Maria, foram para a região da Galiléia, estabelecendo-se na cidade
de Nazaré, por isso o chamam de O Nazareno: (cf. Mateus 2:15-23)
A
diferença de Moisés e´que ele tinha 40 anos de idade, quando teve de fugir para
Midiã, por ter matado um egipcio. E somente retornou ao Egito, com a missão de resgatar
os seus irmãos Hebreus. Enquanto que Jesus cristo, era ainda um bebê, quando
seus pais fugiram para o Egito. A Bíblia não revela literalmente quanto tempo
eles permaneceram lá, mas que retornaram para sua terra após a morte de
Herodes: “E esteve lá até a morte de
Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta,
que diz: Do Egito, chamei o meu Filho” (Mateus 2:15).
Vale
ressaltar que após se estabelecerem na cidade de Nazaré, eles ficaram ali por
longos anos, haja vista que José desenvolvia o ofício de carpinteiro e,
provavelmente, Jesus era o seu auxiliar direto (cf. Marcos 6:3):
Mateus 13:54-56. E,
chegando à sua pátria (Nazaré), ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se
maravilhavam e diziam: Donge veio a este a sabedoria e estas maravilhas? Não é
este o filho do carpinteiro? E não chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e
José, e Simão, e Judas? E não estão
entre nós, todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso? .
Provavelmente,
Jesus viveu sua pre-adolescência e juventude nesta cidade, pois numa das
subidas a cidade de Jerusalém, acompanhado de
seus pais, para sua adoração ao Senhor, Ele estava com 12 anos de idade,
mas já possuia entendimento para estar no meio dos doutores da Lei (cf. Lucas 2: 42-50).
Depois, Ele surge com seus quase 30 anos
de idade, pregando o Evangelho pelas aldeias, cidades e outras localidades da
Galiléia.
e) Ambos livraram o povo de Deus da escravidão:
Moisés,
depois de ter sido chamado pelo Senhor, encontrou-se com o seu irmão, Arão, e
ambos foram para o Egito com a missão de livrá-los da escravidão. Depois de
caminharem 40 anos pelo deserto, avistaram a terra prometida – Canaã. Vale registrar aqui, que os três irmãos
hebreus – Arão, Moisés e Miriã, da tribo de Levi, faleceram no mesmo ano e
ambos não entraram na terra prometida:
. Arão morreu com 123 anos de idade, no monte Hor (Números 33:39);
. Moisés com 120 anos no monte Nebo, na terra de Moabe (Deuteronômio 34:1,7)
. Miriã
com aproximadamente 130 anos, na cidade de Cades-Barnéia, região
desértica ao sul da Palestina (Números 20:1).
Após
a sua morte, Deus já tinha preparado um sucessor de Moisés, neste caso, Josué. Ele
acompanhava Moisés em todos os lugares em que estava, sendo um servo fiel e
companheiro de todas as horas. Ele foi testemunha de todo o operar do Senhor,
por meio da pessoa de Moisés.
Deuteronômio 31:14-15.
E disse o Senhor a Moisés: Eis que os teus dias são chegados, para que morras;
chama a Josué, e ponde-vos na tenda da congregação, para que eu lhe dê ordem.
Assim, foi Moisés e Josué, e se puseram na tenda da congregação. Então, o
Senhor apareceu na tenda, na coluna de nuvem, e a coluna de nuvem estava sobre
a porta da tenda.
(...)
Josué 1:1-2.
E, sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que o Senhor falou a
Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto;
levanta-te, pois, agora, passa o Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu
dou aos filhos de Israel.
Outro
fato que nos chama a atenção sobre esses irmãos, além de terem morrido no mesmo
ano, prende-se ao fato de que eles morreram na ordem cronológica de suas
idades, ou seja, iniciando pelo mais velho – Arão, depois Moiséis e, por último,
a mais nova - Miriã.
Esta
deveria ser a ordem natural do fim da vida humana na terra, isto é, os mais
velhos serem enterrados (ou morrerem) pelos mais jovens. No entanto, devido o
aumento excessivo da violência humana (ou urbana), da desobediência e rebeldia dos filhos contra seus pais, muitos
e muitos jovens estão sendo enterrados pelos mais velhos, principalmente pelos
seus pais ou avós.
Jesus
Cristo, depois de ter sido crucificado, ressuscitou ao terceiro dia e foi para
o céu. A sua morte também trouxe a libertação da escravidão, não da nação do
Egito, mas do pecado. Hoje, todo servo de Cristo, pela Fé e Graça de Deus,
estão libertos da escravidão do pecado. Não quer dizer que não iremos pecar
mais, pois iremos. No entanto, o pecado
não terá mais dominio sobre a nossa vida e não nos escravizará mais. (ou não
deveria!).
2. Dos seus 40 aos 80 anos de Idade:
Até
os 40 anos de idade ele levou uma vida de riqueza, luxúria e de muitas
mordomias, sendo tratado como um príncipe no Egito. Depois disso, ao intervir
numa discussão e injustiça praticada contra um hebreu (seu irmão de sangue),
acabou por matar o egípcio e teve de fugir para não ser morto. Atravessou o
deserto e foi parar na cidade de Midiã, fixando-se ali pelos próximos 40 anos.
Nesta
cidade, foi acolhido pelo sacerdote Jetro e, pouco tempo depois, casou-se com
sua filha mais velha, Zípora. Com ela teve dois filhos: Gerson e Eliézer.
Êxodo
2:21-22; 18:4. E
Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora; a qual teve um filho, e ele chamou o
seu nome Gérson, porque disse: Peregrino fui em terra estranha. (...). e o
outro se chamava Eliézer, porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda e me
livrou da espada de Faraó.
Em Midiã, ele aprendeu o ofício de cuidar
e pastorear ovelhas, tendo uma vida sossegada dos seus 40 a 80 anos de idade.
Num certo dia, quando estava bem distante com as ovelhas, foi chamado por Deus
que falava duma sarça (árvore ou arbusto) ardente.
Êxodo 3:1-2.
E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou
o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o
Anjo do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a
sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
Nesse
encontro, Deus o confiou à missão de libertar o povo Hebreu da escravidão
egípcia, haja vista que eles estavam em grande sofrimento naquela terra
estrangeira: “E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo,
que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores
(supervisor de trabalho), porque conheci as suas dores” (Êxodo 3:7) .
Agora
eu o porei como Deus sobre Faraó; e Arão, seu irmão, atuará como o seu profeta.
Quando eles foram falar com Faraó, Moisés estava com 80 anos de idade, e seu
irmão Arão, era da idade de 83 anos (cf. Êxodo 7:1,7).
3. Após seus 80 anos de Vida:
Sendo
assim, Moisés após seus 80 anos de idade, passou á frente do povo de Israel,
liderando-os em direção a terra prometida – Canaã. Sua intimidade com Deus era tamanha, que
falava face a face com Ele: “Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em
toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras;
pois, ele vê a semelhança do Senhor ...”
(cf. Números
12:7-8).
Registramos
logo a seguir, uma das maiores atuação desse Patriarca, no desempenho de sua
empreitada de levar o povo hebreu até a terra prometida, livrando-os da
escravidão egipcia. Segundo o teólogo e pastor Orlando Spencer Boyer, Moisés
foi o maior vulto do Antigo Testamento.
.
A Vara de Arão Vira numa Serpente:
Moisés estava com 80 anos e Arão com 83 anos, quando foram pela primeira vez
falar com Faraó. Deus os orientou como procederem diante de Faraó: “E o Senhor
falou a Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei vós
algum milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara e lança-a diante de Faraó; e se
tornará em serpente” (Êxodo 7:8-10).
Os magos do Egito também fizeram o mesmo milagre, no entanto, a serpente
de Arão engoliu-as totalmente (verso 12).
.
As Águas se tornam em sangue: Deus
diz para que Arão estenda a sua vara (mão) sobre as águas do Egito, sobre suas
correntes e de seus rios. Afirmando de que iriam se transformar em sangue em
toda a terra do Egito: “E Moisés e Arão fizeram assim como o Senhor tinha
mandado; e levantou a vara e feriu as águas que estavam ao rio, diante dos
olhos de Faraó e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se
tornaram em sangue” (Êxodo 7:20).
.
A Praga das Rãs: Após ter passado
sete dias que o Senhor ferira as águas do rio, Ele voltou a falar com Moisés:
“Disse o Senhor a Moisés: Entra a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa
ir o meu povo, para que me sirva. E, se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei
com rãs todos os teus termos.” (Êxodo 8:1-2).
Esses
repteis subiriam em suas camas, em seus dormitórios, nas casas de seus servos e
de todo o povo do Egito, exceto nas casas dos hebreus. As rãs cobriram toda a
terra do Egito. Lembrando que os magos de Faraó também fizeram o mesmo
encantamento. Entretanto, eles não
podiam fazer com que parassem de surgir mais e mais repteis sobre a terra (cf. Êxodo 8:7-13)
A Praga
dos Piolhos: Como Faraó dava a palavra a Moisés de que deixaria ir o seu
povo, mas, logo depois voltava atrás, Deus continuou a castigar os egipcios com
mais pragas. Desta vez, usando do pó da terra para o surgimento de piolhos.
Êxodo 8:16-17. Disse
mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara e fere o pó da terra,
para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. (...), e havia muitos
piolhos nos homens e no gado, todo o pó
da terra se tornou em piolhos em toda a
terra do Egito.
Desta
vez, os magos e encantadores de Faraó não conseguiram fazer o mesmo
encantamento realizado por Moisés e Arão: “E os magos fizeram também assim
(...), mas não puderam” (verso 18). Faraó novamente concordou em liberar os
hebreus, mas fez-lhes duas exigências: “(...): Deixar-vos-ei ir, para que
sacrifiqueis ao Senhor, vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vades
longe; orai também por mim” (Êxodo 8:28).
Faraó,
na verdade, não concordou totalmente em libertá-los, pois não queria perder o
dominio sobre eles : “Não vades longe”. Como também, pediu-lhes que orassem ao
vosso Deus, ou seja, queria a Sua proteção.
.
A Praga das Moscas: Mais uma vez o Senhor volta a falar com
Moisés, dizendo-lhe: “Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me
sirva, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e
sobre o teu povo, e as tuas casas; e as casas dos egipcios se encherão destes
enxames, e também a terra em que eles estiverem”. Porque se não deixares ir o
meu povo (Êxodo
8:20-21).
Faraó
manda chamar Moisés e a Arão, dizendo-lhes que poderiam ir sacrificarem ao
vosso Deus nesta terra. No entanto, eles não aceitaram, pois seria abominação
sacrificar em sua terra aos olhos dos egipcios. Nesse sentido, eles fazem uma
nova proposta a Faraó: “Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto, para que
sacrifiquemos ao Senhor, nosso Deus, como ele nos dirá” (versos 27-28).
.
A Praga da Peste nos Animais: Moisés
e Arão tornaram a falar com Faraó, mas ele mostrou-se novamente resistente ao
libertá-los. Moisés o alertou de que a mão do Senhor seria sobre o seu gado,
cavalos, jumentos, camelos, bois e sobre as ovelhas, com uma pestilência
gravíssima.
Como
o Senhor havia dito que faria, aconteceu no dia seguinte e todo o gato dos
egipcios morreu; porém, do gado dos filhos de Israel, não morreu nenhum. (Exodo 9:1-7).
.
A Praga das Úlceras: Tomai os punhos
cheios da cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de
Faraó. E este pó se tornará em sarna que se arrebentará em úlceras nos homens e
no gado, por toda a terra do Egito.
Interessante
é que os magos e videntes não podiam mais fazer suas magias, haja vista que também
estavam sendo afetados pelas pragas, que afetavam todos os moradores daquela
nação, exceto o povo de Deus (Êxodo 9:8-12).
. A
Praga da Saraiva: Toda a negativa e resistencia de Faraó para não liberar o
povo hebreu, partia do Senhor, que endurecia o seu coração, com o propósito
maior de que todos os egipcios testemunhassem do poder de Deus e que o seu nome fosse anunciado em toda a
terra: “Porque agora tenho estendido a mão, para te ferir e ao teu povo com
pestilencia e para que sejas destruido da terra; mas deveras para isto te
mantive, para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em
toda a terra” (Êxodo
9:15-16).
Houve uma chuva de saraiva misturada com fogo,
de forma tão grave, como nunca se tinha visto em toda a terra do Egito, desde o
tempo em que se tornou numa nação. E a saraiva feriu toda a terra do Egito,
tudo quanto havia no campo, desde os homens até os animais. Nem mesmo a erva
foi poupada e todas as árvores foram quebradas. Somente na terra de Gósen, onde
estavam os filhos de Israel não havia saraiva(Êxodo 9:22-26).
.
A Praga dos Gafanhotos: Mais uma
vez, Moisés e Arão se colocaram a frente de Faraó, dizendo-lhe as palavras que
o Deus dos Hebreus mandou-lhes falar: “(...): Até quando recusas humilhar-te
diante de mim? Deixa ir o meu povo, para
que me sirva. Porque se ainda recusares deixar ir o meu povo, eis que trarei
amanhã gafanhotos aos teus termos” (Êxodo 10:3-4).
Como
Faraó resistiu mais uma vez, inclusive usando de engano para com eles, agora o
Senhor envia-lhe por meio de Moisés e Arão, outra praga para assolar os
egipcios: “(...): Estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que os
gafanhotos venham sobre a terra do Egito e comam toda a erva da terra, tudo o
que deixou a saraiva (Êxodo 10: 12-20).
.
A Praga das Trevas Espessas: Mais
uma vez Faraó manda chamar Moisés e Arão rapidamente. Diante de Faraó, este
lhes pede perdão e confessa-lhes que pecou com o Deus deles e contra eles
próprios (cf. Êxodo
10:16-17). Depois disso, o Senhor enviou um vento ocidental muito
forte que levou todos os gafanhotos embora, mas novamente endureceu o coração
de Faraó.
Novamente
Deus manda que Moisés estenda a sua mão, para que Ele possa trazer a outra
praga sobre toda a terra do Egito: “E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e
houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Não viu um ao
outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de
Israel tinham luz em suas habitações” (Êxodo 10:22-29).
Por
fim, depois de tantas idas e vindas a presença de Faraó, sem obiter sucesso em
sua empreitada, desta vez o Senhor disse a Moisés e a Arão, para que voltassem
á Faraó, pois Ele traria uma praga em que ele iria deixá-los ir de forma
apressada: “Ainda uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito: depois, vos
deixará ir daqui, e, quando vos deixar ir totalmente, a toda a pressa vos
lançará daqui” (Êxodo
11:1).
.
A Morte dos Primogênitos: Depois
desses feitos, os egipcios passaram a olhar para a pessoa de Moisés com outros
olhos. Ele tornou-se grande, se assim posso dizer, muito respeitado pelo povo e pelos servos de Faraó ( (Êxodo 11:1-3).
Esta
última praga seria fatal para desestruturar psicologicamente e emocionalmente
Faraó, haja vista que um “Anjo da Morte”, digo, o próprio Senhor e Deus, sairia
a meia-noite pela terra do Egito e mataria todo o primogênito da terra,
começando pelos da casa de Faraó (sua família e seus servos), inclusive entre todos
os animais pertencentes a eles (Êxodo 11:4-5).
Vale
ressaltar que, geralmente ao primogênito é confiado a concretização da
esperança, ambições e outras espectativas e metas das famílias. Este juizo da
parte de Deus aos egipcios, foi, na verdade, uma justa retribuição pela
crueldade com que eles tinham tratado os hebreus, inclusive com a morte de seus
filhos do sexo masculino, que foram mortos por afogamento no rio Nilo.
Lembre-se:
quando Faraó deu a ordem para que jogassem os filhos recém nascidos dos hebreus
no rio Nilo, eles estavam matando os primogênitos de Deus – representados pelos
filhos dos Hebreus (Israel), seu povo: “E disse o Senhor a Moisés: Quando
voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó, todas as maravilhas que
tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir
o povo. Então, dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu
primogênito” (Êxodo
4:21-22).
3.1 – As Pragas e os deuses Egípcios:
A
história registra que os egípcios adoravam vários deuses, pois eles eram
politeístas. Por isso, quando o Senhor operou o envio das pragas em toda a
terra do Egito, através de seus servos Moisés e Arão, Ele estava
confrontando-os e demonstrando que a sua religiosidade era falsa, pois aqueles
inúmeros deuses não podiam fazer nenhum milagre conforme eles acreditavam.
Quando
Deus mandou ferir as águas do rio Nilo – um de seus deuses (o deus Hápi),
transformando-as em sangue, morreram inúmeras espécies de peixes. Os egipcios acreditavam que o rio Nilo era o
deus da fertilidade. Além de venerá-lo, também idolatravam algumas espécies de
peixes (cf. Êxodo 7:19-21).
O
envio das rãs sobre toda a terra dos egípcios, foi para ofender ou
desmoralizar, entre eles, a deusa Heqet,
que tinha a cabeça de rã. Eles acreditavam que ela tinha o poder criador (cf.
Êxodo 8:2-14). E assim foi em relação as outras pragas. Quando Deus enviou os
piolhos nos homens e nos animais, estava confrontando o deus egípcio de nome - Tot, que era conhecido como o criador do
conhecimento, da sabedoria, da arte e da magia (cf. Êxodo 8:16-18).
Os
deuses como o deus Àpis (ou Mênfis), Hator ou Nut,
eram representados com figuras de animais, principalmente de bois ou vacas.
Assim, Deus enviou a praga da peste nos animais dos egipcios, matando-os em
grande número. No entanto, os animais dos hebreus não foram afetados (cf. Êxodo
9:3-6).
O
envio da chuva de saraiva (pedras congeladas, tipo granizo), foi para mostrar
para os egipcios que o Deus de Israel tem o controle sobre todos os elementos
da natureza (cf. Êxodo 9:18-21). Eles acreditavam que este controle pertencia
ao deus Iris – controle sobre as águas
(deus das águas) e o deus Osíris
– controle sobre o fogo (deus do fogo).
Vale
ressaltar acerca do envio desta praga, como o nosso Deus é misericordioso, pois
Ele alertou os egípcios para que levassem seus Servos e os Seus animais para
casa (abrigá-los), caso o fizessem, salvaria as suas vidas: “Agora, pois,
envia, recolhe o teu gado e tudo o que tens no campo; todo homem e animal que
for achado no campo e se não recolhido à casa, a saraiva cairá sobre eles, e
morrerão” (verso 19).
Quando
Deus enviou a praga dos gafanhotos, foi para afrontar e desmoralizar o deus
egípcio de nome Xu – o deus do ar, e o deus Sebeque – representado pela forma de um
deus-inseto. Eles criam que eles controlavam o ar atmosférico:
Êxodo
10:13. Então,
estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a
terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que
pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos.
Os
gafanhotos destruiram toda a erva e a vegetação que havia restado depois da
chuva de saraiva. Deus mostrou para eles que detinha também o controle total
sobre o ar (e os ventos), desbancando os seus deuses (cf. Êxodo 10:12-20).
No
tempo em que Moisés liderava o povo Hebreu, estando ainda na terra do Egito,
eles adoravam o deus-sol, o qual chamavam do deus Amon ou
Amon-Rá. Durante séculos eles reverenciavam a
esse deus. Com o envio da praga das densas trevas ou da escuridão espessa
(total), Deus desferiu um forte golpe nos egípcios e no deus-sol (detentor da
luz). Durante 3 dias e 3 noites, os egípcios não conseguiram enchergar nada que
estivesse em sua frente: “E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve
trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Nâo viu um ao outro, e
ninguém se levantou do seu lugar por três dias” (cf. Êxodo 10:22-23) .
Por
fim, os reis egípcios se intitulavam como sendo “filhos do deus Rá”, afirmando serem seres divinos. A morte de
seus primogênitos, tanto dos homens como dos animais, foi uma verdadeira
humilhação voltada a esses “seres divinos”, que não puderam livrá-los da morte.
Depois do envio desta praga, os egipcios se apressavam para que o povo Hebreu saissem
rapidamente de suas terras, pois temiam serem mortos: “E os egipcios apertavam
ao povo, apressando-se para lança-los da terra; porque diziam: Todos seremos
mortos” (Êxodo 12:33).
Conclusão
Durante o envio das pragas na terra
do Egito, somente eles eram acometidos por elas, haja vista que a região de
Gósen, no baixo Egito, onde residiam os Israelitas (Hebreus), não foi afetada
por nenhuma delas, nem o seu povo e nem
os seus animais. Era mais um forte golpe do Senhor aos deuses egípcios e a
seu povo.
Vimos neste breve estudo, a trajetória de um dos
personagens das Escrituras Sagradas, que foi escolhido e chamado por Deus, para colocar o Seu plano
de salvação da raça humana em ação. Esse mesmo Deus continua a chamar e
escolher pessoas, para que, por suas mãos (ações), Ele possa dar continuidade
ao Seu plano.
[1] Mesopotâmia.
Meso
do grego que significa “no meio de”, e potamos “rios. Sendo assim, terra ou região entre
rios, neste caso, na Ásia Menor, ao Sul da Anatólia (hoje, no atual Iraque).
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