Texto Bíblico: Tiago 1:27
Introdução
Em nossos dias, está cada vez mais difícil encontrarmos um agrupamento
de pessoas, que procuram se reunir com o único propósito de apresentar uma
adoração verdadeira e fiel a Deus e que esteja de acordo com a sua Sagrada Escritura.
Certa vez, alguém disse: “Procurei a igreja no mundo e não a encontrei. Achei
o mundo e, nele, encontrei a igreja”.
As diversas
reuniões que são realizadas em ambientes fechados (edificações ou casas) ou ao
ar livre (nas ruas e praças), em que se intitulam como sendo a “Igreja do
Senhor”, estão muito aquém de apresentarem a genuína adoração que o nosso Pai Celestial
merece. Em sua época, o profeta Isaias escreveu sobre o povo que dizia adorar a
Deus, mas que somente o faziam de forma verbalizada, como diz um jargão popular
“só de boca para fora”, pois os seus corações estavam totalmente distantes do
Senhor e cheios de perversidades:
Isaias 29:13. Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a
boca e com os lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e
o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi
instruído.
O
texto destacado acima faz referência à cidade de Judá, onde a população que se
dizia povo de Deus (em nosso tempo, Igreja do Senhor), diante d’Ele orava,
adorava, cantava e louvava, mas os seus corações não estavam na mesma sintonia,
pois não obedeciam ao que estava escrito em Sua Palavra.
Mas afinal
de contas, qual
o significado de Igreja do Senhor? Não estamos nos referindo aqui, irmãos e
leitores, simplesmente as edificações construídas por mãos humanas, onde as
pessoas alugam, compram ou escolhem para se reunirem semanalmente. Também não
estamos falando apenas de uma unidade organizacional, com certa denominação que
se diz religiosa.
A
palavra Igreja é uma expressão ligada totalmente à área Cristã. Em seu idioma
original grego, a sua grafia é Ekklesia, que significa “chamados para
fora”. Podemos dizer que este termo foi usado entre os judeus, para identificar
ou designar a Assembleia Geral do “povo do deserto – os Hebreus”, que foi
reunida por Moisés. Logo, podemos afirmar de que a edificação ou o prédio onde as
pessoas se reúnem para adorar a Deus, não é a igreja de Cristo, mas sim, o
local onde ela escolheu para cultuar a Deus.
Quando este
local está fechado e vazio, não passa apenas de uma construção comum (um estabelecimento
comercial ou uma casa). E também, nenhuma pessoa que nasceu numa família cristã
ou se converteu ao Cristianismo; sozinha, é ou representa a Igreja do Senhor. Ela
faz parte da Igreja (é membro do corpo) cuja liderança (a cabeça) é Cristo:
1 Coríntios 12:11-25. Mas um só e o mesmo Espírito
opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque,
assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um
Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só
membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não
será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do
corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o
ouvido? Se todo corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, agora, Deus
colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só
membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o
olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos
pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser
os mais fracos são necessários. E os que reputamos serem menos honrosos no
corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos
muito mais honra. Porque os que em nós são mais honestos não têm necessidade
disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta
dela, para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual
cuidado uns dos outros.
O apóstolo
Paulo, neste texto, faz uma analogia maravilhosa entre os membros dum corpo
humano e a importância de sua funcionalidade, com os membros duma comunidade
cristã (ou evangélica) e a importância da atuação de todos, para a boa
funcionalidade da igreja de Cristo. Quando saímos de nossas residências ou vamos
direto do trabalho, para nos dirigirmos ao culto que é realizado no local escolhido
para adorarmos o Deus, nos tornamos a Igreja Visível do Senhor. Neste momento,
ocorre a Assembleia (a reunião, o ajuntamento) do Senhor. Sobre esse assunto João Calvino escreveu que: “Onde quer
que vejamos a Palavra de Deus ser sinceramente pregada e ouvida, onde vemos os
sacramentos (ato religioso de instituição divina para a santificação da alma)
serem administrados segundo a prescrição de Cristo, aí de modo nenhum se há de
contestar estar presente uma igreja de Deus” (Mark Dever, 2007, p.23). Ainda de acordo
com a Palavra de Deus, podemos definir a igreja como sendo:
1) Um grupo
(ou corpo) de pessoas que confessam seus pecados e dão evidência de que foram
salvas pela graça de Deus. 2) O ajuntamento de pessoas comprometidas
(totalmente envolvidas) com Cristo e com a sua Palavra e; 3) Um corpo do
qual você pode ser incluído ou, também, pode ser excluído.
1 Coríntios 12:12,26. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os
membros deste corpo, sendo muitos são um só corpo, assim é Cristo Também.
(...). De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele;
e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.
No capítulo
12 de 1 Coríntios, de acordo com o texto citado, o apostolo Paulo trata
especificamente sobre a diversidade de dons espirituais. Do versículo 12 em
diante, ele apresenta uma analogia entre a Igreja (primitiva) e Cristo. Esses
dons espirituais são concedidos ao corpo de Cristo (pessoas e membros), que é sua
Igreja visível na terra. Eles são partes indispensáveis para a vida e
ministério da igreja até a volta de Cristo: “De maneira que nenhum dom vos
falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (CF. 1 Coríntios
1:7).
Desenvolvimento
No capítulo
1, do livro de Tiago, que é uma Epístola Universal (Geral), mas que, inicialmente
foi escrita aos cristãos judeus da diáspora (dispersão, devido a perseguição),
ou seja, que viviam fora da Palestina, aborda sobre a religiosidade que deveria
ser praticada por eles, caso quisessem obedecer ao ordenamento de Cristo.
Tiago 1:27. A religião pura e imaculada para com Deus e Pai é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se incontaminado do mundo.
(...): visitar os órfãos: - Diz-se
daquele (a) que perdeu os pais. Desde o início, Jesus Cristo teve uma
preocupação muito grande para com esta classe de pessoas; mas não somente com os
órfãos, mas também as viúvas e todos os desamparados da sociedade.
Salmo 68:5. Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo. (...). 146:9. O Senhor guarda (ampara) os
estrangeiros, sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios. (...).
João 14:18. Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós.
Há quem
diga e a Palavra de Deus confirma isso, que Ele veio para os pobres e
necessitados (miseráveis) desse mundo.
(...): visitar as viúvas: - Diz-se da
mulher a quem morreu o marido e que ainda não contraiu novas núpcias. O nosso
Deus tinha e tem um carinho muito grande por essas pessoas.
Deuteronômio 10:17-18. Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores,
o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita
recompensas. Que faz justiça ao órfão e a viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe
pão e roupa. (...). 1
Timóteo 5:3,5. Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas. (...). Ora,
a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de
noite e de dia em rogos e orações.
(...): ajudar aos pobres: - Diz-se da
pessoa desprovida ou precariamente provida do que lhe é necessário para seu
sustento e sobrevivência. Vários textos Bíblicos enfatizam sobre o cuidado que
devemos ter com esta classe de pessoas.
Êxodo 23:6. Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. (...). Provérbios 17:5. O que escarnece do
pobre insulta ao seu Criador, o que se alegra da calamidade não ficará impune. (...).
Lucas 4:18-19. O Espírito do Senhor
está sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar
os contritos de coração. A proclamar liberdade aos cativos, e restaurar da
vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do
Senhor.
Chama-se a
atenção para o trecho do Evangelho de Lucas, em que o próprio Jesus Cristo
estava pregando na cidade de Nazaré e advertia aos seus seguidores a quem
deveriam levar as Boas Novas. Se as igrejas que se intitulam como evangélicas,
se apegassem somente a este versículo do livro de Tiago e aos demais dos outros
livros da Escritura, que foram colocados em relevo, e colocassem em prática o
que Deus determinou há muitos anos, estariam dando um grande passo para se
tornarem a verdadeira Igreja de Cristo na terra.
(...): guardar-se incontaminado do mundo. - Mas, o que temos presenciado em muitas dessas igrejas, é a apresentação
de uma religiosidade falsa e totalmente contaminada (adulterada),
principalmente por estarem permitindo a entrada de filosofias vãs, modismos
mundanos e demoníacas em seus cultos diários. Parece que as pessoas (Líderes e
Membros da Igreja) perderam totalmente o temor a Deus e ao que diz a Sua
Palavra e, por isso, estão pagando ou ainda pagarão um preço muito alto pela
sua negligência e desobediência.
Em Cristo ou com Cristo, não existe a possibilidade de você querer
servir a dois senhores. O livro de Jesus Cristo, segundo escreveu o evangelista
Mateus 6:24, diz: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar
um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir
a Deus e a Mamom (representação do deus da riqueza)”.
Muito tempo
atrás e por causa disso, o povo de Deus que vivia na cidade de Samaria, foi
levado cativo para Assíria, ou seja, foram arrancados de sua pátria. E o rei da
Assíria loteou a cidade de Samaria com estrangeiros de todas as nações e
línguas:
2 Reis 17:24. E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de
Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos
de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades.
Esses povos
edificaram seus deuses pagãos nessa cidade e passaram a adorá-los. Cidade esta
que antes pertencia ao povo de Deus. E é isso que está acontecendo dentro de
nossas igrejas, isto é, outros deuses ou outras formas de adoração a “Deus”,
estão sendo trazidas para os cultos diários. Entre elas, destacam-se:
coreografias diversas, danças folclóricas, músicas sertanejas (entre outras),
teatros, shows culturais etc. Inclusive, estão colocando globo com luzes de
várias tonalidades de cor, que são usados em casas noturnas (Boates ou
Prostíbulos).
Na verdade,
eles estão desonrando a pessoa Bendita e Excelsa de nosso Deus. E, assim,
desonram também a sua Palavra, que é imutável, infalível e inerrante. Neste texto
(artigo ou sermão), queremos dar ênfase acerca de duas dessas doutrinas de
homens ou filosofias demoníacas que grassaram nas igrejas evangélicas atuais: o
Pragmatismo e a Teologia da Prosperidade.
1ª O
Pragmatismo: é uma doutrina filosófica que se apega nas ideias como sendo
instrumentos de ação, que só valem ou são aceitos se produzirem efeitos ou
resultados práticos. Dito em outras palavras, os lideres dessas igrejas, estão
adotando todo o tipo de entretenimento e estratégias em suas igrejas, usando
como argumento de que assim irão atrair pessoas, principalmente os jovens para
Cristo. Na verdade, esses “Pastores” ou “Lideres” estão apenas preocupados em
lotearem suas igrejas de pessoas e, como resultado prático, aumentar sua
receita com o recebimento de mais ofertas e dízimos.
Por isso,
precisam usar essas artimanhas ou estratégias, pois deve faltar-lhes, no mínimo
duas coisas: coragem para expor a Palavra de Deus e confrontar os pecados do
povo e; a segunda, o conhecimento teológico para expor a Sola Escriptura, somente
a Palavra de Deus como verdadeiramente ela é. Essa pratica está mais próxima de
uma religiosidade tida como “Liberal”, isto é, eles planejam repensar e rever o
evangelho e o culto realizado na igreja de Cristo em termos contemporâneos,
isto é, para parecer o mais próximo possível com o modismo do mundo. Eles estão
ajustando os cultos (liturgia, visual, louvores e vestimentas) de acordo com a
preferência de seus ouvintes. Com isso, lotam as construções e edificações.
Na verdade, eles conseguem atrair um grande número de pessoas, mas, para
mais uma reunião semanal naquele lugar. Muitas delas, estão indo pela
comodidade e conforto, e por não serem confrontadas em seus pecados e nem
orientadas de acordo com a Palavra de Deus, para que mudem de vida e de
atitudes, caso contrário, poderão receber o juízo do Justo Juiz. Sendo assim,
essa “igreja” passou a ser apenas mais um lugar de encontro, de promoção e de entretenimento
social, mas dificilmente entre seus membros há alguém que se converteu ou que
experimentou verdadeiramente o novo nascimento. (João 3:3).
João 3:3. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Nesta
passagem, um doutor da lei e membro do Sinédrio [1], de nome Nicodemos, foi
encontrar-se com Jesus a noite, pois ficou preocupado com sua reputação. E esse
homem tão culto, teve dificuldade para aprender o que Jesus quis dizer com a necessidade
de “nascer de novo”. De forma simplória, podemos dizer que Jesus estava falando
sobre a necessidade de uma mudança completa em sua vida e em seu comportamento
(a nível mental e intelectual) para que pudesse ser um cristão verdadeiro.
2ª A Teologia da Prosperidade: é um
movimento de origem inglesa, com enorme receptividade no Brasil, a partir do
ano de 1980. Ao contrário do que se imagina essa doutrina ou filosofia não
surgiu no meio pentecostal, mas sim de algumas seitas sincréticas [2] da Nova
Inglaterra. No entanto foi exatamente nesse meio que essa teologia mais
conseguiu se firmar.
Nos
últimos anos, essa teologia demoníaca tem sido apregoada aos quatro cantos do
mundo, trazendo um ensino exagerado sobre a prosperidade cristã. Segundo seu ensinamento,
todo crente tem que ser rico, não pode morar em casa alugada, tem que ganhar
bem, além de ter saúde plena, sem nunca adoecer. Se não for assim, este cristão
está em pecado ou enfraqueceu na fé. Colocaremos em destaque, textos Bíblicos
para contrapor este tipo de ensinamento:
2 Reis 13:14. E Eliseu
estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a
ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel,
e seus cavaleiros! (...). 2 Crônicas 32:24. Naqueles dias Ezequias
adoeceu mortalmente; e orou ao Senhor, o qual lhe falou, e lhe deu um sinal.
(...)
Daniel 8:27. E eu, Daniel,
enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então levantei-me e tratei do negócio
do rei. E espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse. (...).
Filipenses 2:25,27. Julguei,
contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro
nos combates, e vosso enviado para prover as minhas necessidades. (...). E, de
fato, esteve doente e quase à morte, mas Deus se apiedou dele e não somente
dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. (...). 1
Timóteo 5:23. Não bebas mais água só, mais usa de um pouco de vinho, por
causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.
Neste
último texto, Paulo recomenda a Timóteo que misturasse um pouco de vinho a
água, pois iria melhorar de sua enfermidade estomacal. Poderíamos elencar
outras passagens Bíblicas, envolvendo nomes de homens (e mulheres) de Deus que
não somente adoeceram, mas também vieram a óbito devido à gravidade de sua
enfermidade, para refutar (desmentir e contestar) esta doutrina satânica que
prega que o cristão não pode adoecer.
Portanto,
irmãos e leitores, esta teologia filosófica barata e fajuta cai por terra diante
da Sagrada Escritura, haja vista, que a nossa maior prosperidade esta
diretamente relacionada ao tesouro incomparável que nos está reservado nos
Céus. Tudo que ajuntarmos aqui na terra, quando partirmos, ficará. Não
levaremos nada para a Morada Celestial: “Porque nada trouxemos para este mundo,
e manifesto é que nada podemos levar dele” (cf. 1 Timóteo 6:7). Lá já temos tudo do quanto nos será
necessário. O que nos está reservado, nenhuma traça, nem ferrugem ou ladrão
poderá nos tirar. A nossa primeira e maior prosperidade é espiritual, ela vem
do Alto.
Mateus 6:19-21. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.
Infelizmente,
muitas pessoas desavisadas ou ignorantes, ou seja, sem o conhecimento do
Verdadeiro Evangelho, está sendo ludibriada por falsos pastores e falsos
profetas. O dia deles (Liderança) já está agendado e reservado com o Senhor. Com
esse evangelho “diluído, reduzido ou moderninho”, em que esses ditos “homens de
Deus” procuram moldá-lo às pessoas para agradar-lhes, quando na verdade,
deveria ser o contrario. Nós, como pecadores convictos, é quem devemos nos
adequar a Palavra de Deus, pois segundo o Evangelho de Jesus Cristo, escrito
pelo Evangelista Mateus 24:35: “O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não hão de passar”.
Charles H. Spurgeon (1834-1892), escreveu sobre algumas práticas
utilizadas por esses homens nos púlpitos de nossas igrejas: “Por meio de
apresentações dramatizadas, os pastores fazem com que a casa de oração se
assemelhe a teatros; transformam o culto em shows musicais ou em ensaios
filosóficos. Na verdade, eles transformam o templo em teatro, e os servos de
Deus em atores, cujo objetivo é entreter os homens” (sublinhamos).
Essas e
outras doutrinas de homens (ou de demônios) têm levado seus seguidores a
praticarem uma religiosidade contaminada e corrompida, de forma a insultar a
pessoa majestosa de Jesus Cristo e a Sua Palavra. Esses homens estão agindo
igualmente a Manassés, ao induzir o povo ao erro e a violarem a adoração a
Deus.
2 Reis 21:9,14. Porém não ouviram; porque Manassés de tal modo os fez errar (induzir),
que fizeram pior do que as nações, que o Senhor tinha destruído de diante dos
filhos de Israel. (...). E desampararei os restantes da minha herança, entregá-los-ei
na mão de seus inimigos; e servirão de presa e despojo para todos os seus
inimigos.
O texto
acima relata o que ocorreu com muitas pessoas do povo de Judá, quando passaram
a adorar deuses falsos, rejeitando a salvação que Deus lhes preparara e, assim,
Deus veio com o seu juízo sobre eles (cf. 2 Reis 24:1-4). Assim também será em
nossos dias, somente aqueles que perseverarem na Fé Genuína, terão a garantia
de fazerem parte do povo de Deus e o acesso livre para a subida ao céu. Eles
estão invertendo e adulterando as doutrinas de Cristo. Está havendo uma
inversão total do que está escrito e o que está sendo falado nos púlpitos
dessas igrejas. Diversas são as inversões promovidas por eles, mas gostaríamos
de destacar três delas:
1ª – A Inversão dos Papéis:
No
Evangelho genuíno, Deus é o Senhor de nossas vidas. Nele impera o Teocentrismo. Deus é o centro de tudo e de todos
(o Senhor e Dono), inclusive do homem. Ele é quem rege a vida humana em todas
as suas esferas. Aqui se diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (cf. Filipenses
4:13) e, também; “(...): Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu
nome” (cf. Mateus 6:9).
No
cristianismo apresentado por eles, nós somos os senhores de nossas vidas. Nele
impera o Antropocentrismo. O homem passa a ser o “Senhor” e o centro das
atenções, enquanto que Jesus Cristo passa a ser seu “Servo” (escravo, empregado
e serviçal). Essa doutrina surgiu com o humanismo no século XVI, em que visavam
um homem mais racional, que passou a ser o centro do conhecimento. Aqui se diz:
Eu determino isso ou aquilo; por exemplo: Que sejas curado!
2ª – A Inversão de Valores:
No Evangelho genuíno, devemos priorizar e buscar a todo o tempo e o
tempo todo as “coisas” que são do alto (Espirituais), pois se assim
procedermos, as coisas que nos são necessárias enquanto estivermos aqui na
terra, virão no momento certo. Aqui se prega: “Mas, buscai primeiro o reino de
Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (cf. Mateus
6:33).
No
cristianismo apregoado por eles, a mensagem está focada o tempo todo na
prosperidade econômica e financeira (nos bens materiais). Aqui se fala: “Eu
plantei ofertas na casa do Senhor e vou receber bênçãos materiais na minha
vida. Você tem que ofertar ao Senhor, com a expectativa de que vai ser
recompensado” (fala dum renomado pastor, pertencente a denominação Assembleia
de Deus).
Ou também
assim: “Se você ofertar com X valor, Deus te restituirá cem vezes mais”. Acrescentado
de outra fala, dita por um líder conhecido nacionalmente, pertencente a
denominação Mundial: “Eu não creio que alguém vai pedir a Deus para ganhar mil
reais. Esse negócio de salário-mínimo, Deus me livre. Agora, se você der um
salário-mínimo de dízimo, vai ter uma renda mensal acima de seis mil reais”.
3ª - A Inversão do Significado e Ação da Fé:
No Evangelho genuíno, é exposto que por meio da fé Deus opera em nós a
Sua Graça, Sua Misericórdia e Seu infinito Amor. Aqui é dito que a fé “é o
firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não
veem” (Hebreus 11:1). Deve ser lembrado que, juntamente com a fé, deve estar
presente as obras. Na verdade, elas devem andar juntas.
O Cristão
verdadeiro faz as obras porque tem fé, e porque tem fé, realiza as obras. Fé e
obras não podem ser separadas, uma vez que as obras procedem naturalmente da fé:
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver obras?
(...); mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas
minhas obras” (cf. Tiago 2:14,18).
O termo
grego usado para significar obras é “ergon”. Entretanto, Tiago emprega
sentido diferente a essa palavra. Para ele, “obras” se referem as nossas
obrigações para com Deus e com os homens (amor, respeito, generosidade,
compaixão etc.), as quais são ordenadas nas Escrituras, e provém de uma fé
sincera e de um coração puro. No cristianismo propagado por eles, é dada maior
ênfase as obras que são realizadas pelos homens.
Eles se
comportam como os Fariseus que foram censurados pelo próprio Jesus: “E fazem
todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos amuletos,
e alargam as franjas das suas vestes” (cf. Mateus 23:5). Se eles desejam com
isso, receberem elogios e aplausos humanos (glórias), obterão grande sucesso. Mas
da parte de Deus, naquele dia, ouvirão: “(...): Nunca vos conheci; apartai-vos
de mim, vós que praticais a iniquidade” (cf. Mateus 7:23).
Eles
parecem acreditar que somente com as obras, lhes serão garantidas a salvação
eterna. No livro de Romanos 3:28, está escrito assim: “Concluímos, pois, que o
homem é justificado pela fé, sem as obras da lei”. Nesta passagem, Paulo usa
significado diferente ao que foi usado pelo apóstolo Tiago (2:14-18). Para ele,
as “obras” aqui, se referem ao desejo humano (egoísta) de obter mérito e
salvação pela obediência á lei, mediante seu próprio esforço e não através do
arrependimento e da fé em Cristo.
Embora os
dois escritores usem significados diferentes para a expressão grega “ergon”,
ambos declaram enfaticamente que a verdadeira fé salvífica, produzirá
infalivelmente obras de amor. Em suma, nós somos justificados pela Fé em Cristo
Jesus. A realização das obras, são consequências naturais na vida daqueles que
exercitam diariamente essa fé.
A teologia
da prosperidade defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para todos
os cristãos. Impera no discurso desses líderes, de que as doações para os
ministérios cristãos, irão sempre aumentar a riqueza material do crente
fiel.
Conclusão
Amados e
queridos irmãos, não estamos querendo dizer com isso, que o Cristão não possa
vir a enriquecer ou ter prosperidade financeira. Mesmo porque, não há qualquer condenação
na Bíblia quanto a isso.
O grande problema reside quando isso se torna uma
obsessão (sua prioridade), e ele (a) quer a qualquer preço e sacrifício, se
tornar uma pessoa próspera financeiramente (rica). E, quando isso acontece, existem
advertências na Sagrada Escritura, na tentativa de nos alertar acerca do grande
perigo.
1 Timóteo 6:9-10. Mas aos que querem ser ricos
caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores.
O texto nos
afirma de forma bem clara, de que o problema reside em se depositar o nosso
amor “ao dinheiro”. Sendo assim, que possamos estar Orando e Jejuando por essas
pessoas, com o propósito maior, de que Deus pela sua infinita misericórdia faça
com que seja aberto “o entendimento e a compreensão” sobre o que é o verdadeiro
Evangelho de Cristo. E, assim, possam: “se converter dos seus maus caminhos,
para que Deus venha e sare a sua Terra, ou seja, os seus corações” (cf. 2
Crônicas 7:14).