Habacuque 3.17,18. “Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide;
[...], todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação”.
Os registros bíblicos não trazem a genealogia do
profeta Habacuque. Sabe-se pouco ou quase nada a seu respeito. Seu nome em
hebraico significa “abraço ou o que abraça”. Especula-se que possa ter sido um
músico levita[1]
a serviço do santo templo em Jerusalém. É o oitavo dos doze profetas menores[2]
que viveu em Judá, provavelmente em Jerusalém, no fim do século VII a.C.,
durante os últimos dias de Josias e no reinado de Joaquim.
Antes de
apresentar o detalhamento acerca dos três capítulos apresentados em seu livro,
oportuno apresentar alguns questionamentos:
É muito fácil amar ao Senhor
quando Ele nos atende naquilo que tanto desejamos;
É muito fácil obedecê-lo quando
suas ordens nos dão satisfação e contentamento;
É muito fácil confiar Nele
quando o dia está ensolarado e a mesa farta.
E quando todas as
portas estão sendo fechadas para você? E a enfermidade bate a sua porta? Tudo
que você faz dá errado? E quando pessoas se levantam contra você sem qualquer
motivo aparente? E se tivermos que sacrificar o nosso bem mais precioso (como
foi o casão de Abraão)? Será que teremos força e facilidade para O adorar e
glorificar o seu Santo Nome?
Basicamente, é
isso que está evidenciado no livro que leva o nome do profeta. Ele estava
testemunhando a “vitória” de um povo totalmente ímpio (Babilônicos ou Caldeus)
sobre seus contemporâneos (Judá). Inicialmente, não estava entendendo nada e começou a questionar a Deus.
Cap. 1: QUESTIONAMENTOS DO PROFETA
DIRECIONADOS A DEUS.
Porque um povo
mais iníquo (Babilônia) do que o nosso está assolando nossa nação (Judá ou
Jerusalém)? O profeta deixa bem claro esse questionamento no versículo 4 e 13b:
Hc 1.4, 13b: Por esta
causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo,
e sai o juízo pervertido? [...], por que, pois, olhas para os que procedem
aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que
ele?
Esta indagação de
Habacuque é uma das duas perguntas mais antigas feitas pelas civilizações
humanas (passadas e presentes) a Deus. Entretanto, foram feitas por um homem de
grande Fé. Assim, vale destacá-las:
1ª – Por que Deus demora tanto
em castigar a iniqüidade (e seus propagadores)?
2ª – Por que nossas orações
geralmente não são prontamente atendidas por Deus?
Arrisco-me a
responder tais questionamentos: Primeiro, porque os planos e propósitos de Deus
para a humanidade, não são os mesmos que os nossos. Ele proporciona ocasiões e
circunstâncias para que as pessoas (que não conhecem o seu Poder; ignorantes)
possam conhecê-lo através da sua Palavra (ouvir a pregação do Evangelho), conforme
está escrito no livro de Romanos 10. 14,17:
Rm 10.14,17: Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E
como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
[...] De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.
Segundo, por que
muitas vezes pedimos coisas supérfluas (pedimos mal) e que não estão alinhadas
com os planos que Deus tem traçado para nossas vidas. De acordo com o registro
do livro de Tiago 4.2-3:
Tg 4.2-3: Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e
não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Caso Ele
respondesse rapidamente nossas orações (pedidos), poderíamos nos desviar de seus
caminhos. Talvez, Ele dê um tempo para que nós reflitamos sobre os nossos
pedidos, na esperança de que venhamos a mudá-lo.
Cap. 2: RESPOSTA DE DEUS AO PROFETA
Deus declara que
já está reservado o dia para a destruição dos ímpios. E que a solução dos
problemas apresentados em Judá viriam no “tempo determinado”. Por isso, nós
devemos esperar com paciência no Senhor, conforme transcrito no Salmo 40.1
“Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu
clamor”.
O livro de
Eclesiastes no Cap. 12.14, confirma o fim esperado para aqueles que
praticam o mal: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que
está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”.
Portanto, por
mais que pareça demorar a resposta de Deus, devemos depositar toda nossa
confiança e esperança n’Ele e o socorro virá, porém, no seu tempo. Nós (justos)
devemos estar firmados na Fé e Confiança em Deus. Esta fé deve conter o
significado de estar firme e continuar na retidão dos seus caminhos.
O profeta Habacuque
no Cap. 2.4, assegura: “[...]; mas o justo, pela sua fé, viverá”. Esta
mesma afirmação para os seguidores de Cristo está registrada nos livros de Romanos
1.17 e Hebreus 10.38.
Rm 1.17: Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em
fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
Hb 10.38: Mas o justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha
alma não tem prazer nele.
Cap. 3: A ORAÇÃO DE HABACUQUE
Depois de ouvir a resposta de Deus e entender seus
propósitos, Habacuque reage por apresentá-lo uma oração sob a forma de cântico
(Doxologia – hinos de louvores a Deus). Compreendeu que o servo de Deus deve
buscar incessantemente viver pela fé e a confiar na sabedoria do Altíssimo. Conhecendo
a Deus e sabendo do pecado cometido pelo povo (Judá), o Profeta começa no
versículo 2 a pedir ao Senhor que apareça entre seu povo com nova manifestação
de poder. Ora a Deus para que se lembre da misericórdia em tempos de aflição e
angústia.
Nos dia de hoje não é diferente, devemos clamar ao
Senhor para que manifeste sua misericórdia e poder sobre nossas vidas, para que
haja uma renovação espiritual (mudança de comportamento e atitude) no meio do
seu povo.
E mesmo que as dificuldades apareçam (a figueira não
floresça) e não consigamos enxergar uma solução (a videira não produza o seu
fruto), devemos entregar toda nossa ansiedade em seus braços (nos alegrarmos e
exultarmos o teu Santo Nome) e, com certeza, Ele enviará o socorro.
EDUARDO VERONESE DA SILVA
Obreiro da AD
Ministério IX Marcas – Cariacica/ES
[1] Levita. Descendentes de
Levi. Eles cuidavam do Tabernáculo no deserto e possuíam três divisões: Os
Gersonitas (Numeros 3.22-23); Os
Coatitas (Nm 3.27-28) e os Meraritas (Nm 3.33-35).
[2] Profetas Menores. Chamados
assim não porque eram menos importantes, mas porque todos os seus livros são
pequenos (poucos capítulos). Alguns como Amós e Oséias, são extremamente
importantes para a história e a teologia judaica.
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