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quinta-feira, 16 de abril de 2015

VOCÊ É UM CRISTÃO AVIVADO?
                                           Atos 2:1-4
   
Introdução

            O texto Bíblico reportado aqui, refere-se a descida efusiva do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Esta expressão deriva-se do grego - penteekostos, tendo como significado literal “Quinquagésimo”, isto é, após cinquenta dias da celebração da Festa da Páscoa (a primeira festa anual dos Judeus, haja vista que realizavam três grandes festas anuais: a Páscoa, o Pentecostes e Dos Tabernáculos), era realizada a Festa do Pentecostes. Era também conhecida como a Festa das Semanas, haja vista que se realizavam sete semanas após a Páscoa (Deuteronômio 16:9).
           
Dt 16:1,9-10,12-13. Guarda o mês de abibe (março/abril) e celebra a Páscoa ao Senhor (do Hebraico – Pesah, que significa “pular além da marca ou passar por cima”), teu Deus, que te tirou do Egito, de noite, de noite. (...). Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara, começarás a contar sete semanas. Depois, celebrarás a Festa das Semanas ao Senhor (maio/junho, Pentecostes), teu Deus; o que deres será tributo voluntário da tua mão, segundo o Senhor, teu Deus, te tiver abençoado. (...). E lembrar-te-ás de que foste servo no Egito, e guardarás estes estatutos, e os farás. A Festa dos Tabernáculos guardarás sete dias (setembro/outubro – ou Festa da Colheita), quando colheres da tua eira e do teu lagar.

Na verdade, o povo Hebreu celebrava várias festas sagradas no decorrer do ano, conhecidas como “Santas Convocações”. Porém, em três delas (a Páscoa, o Pentecostes e Dos Tabernáculos), todos os varões Israelitas estavam obrigados a comparecer. Elas eram celebradas com duplo propósito: primeiro, para que o povo pudesse refletir sobra a bondade de Deus e, segundo, para recordar que os Hebreus eram o povo escolhido por Deus.
No dia da Festa de Pentecostes, conforme registra Atos 2, estavam reunidos aproximadamente cento e vinte pessoas, quando “(...) de repente, veio do céu um grande som, como se fosse um vento veemente e impetuoso, enchendo toda a casa em que estavam assentados” (verso 2). De acordo com os Eruditos e Teólogos, estes sinais apresentados neste dia, confirmam que Deus estava presente naquele lugar de modo poderoso. E, assim, houve um verdadeiro incendiar pelo “fogo do Espírito”, isto é, um avivamento genuíno entre aqueles que ali estavam. Como consequência desse reavivamento, foram produzidos os comportamentos conforme registrado na passagem Bíblica em exame (vv. 3-7). 
Estamos vivendo momentos em que se houve um clamor por um avivamento em nossas igrejas, haja vista que o que se vê, não passa de barulho e movimentos de completa mobilização humana e, em grande parte, os chamados “avivamentos” que estão ocorrendo nas igrejas ditas evangélicas, são meramente comportamentos adquiridos com técnicas “mundanas” diversas visando estimular o sentimento e a emoção de seu público, e o pior, é que conseguem.
            Esta súplica por um avivamento pode partir de um ou vários membros de uma igreja, por estar insatisfeito com o nível espiritual apresentado nos cultos e nas reuniões de orações de sua igreja. Vale lembrar que a “frieza e a acomodação são inimigas declaradas de um relacionamento vital com Deus. Existem muitos membros de igreja que, aparentemente, nem se importam com o que está acontecendo em sua igreja, desde que nada mude” (Russel Shedd).


O Cristianismo que se vê e é praticado na atualidade é facilmente perceptível aos olhos humanos, pois nota-se gritantemente, uma separação entre o que é falado publicamente (no púlpito) e a vida de quem fala, entre o compromisso declarado e o comprometimento na vida prática do pregador. (George Verver).
Portanto, o que temos visto nas igrejas hodiernas, é um baixo nível de espiritualidade e, com isso, elas acabam “não sendo frias e nem quentes”. E, segundo escreveu Russel Shedd, há ainda um relato mais desanimador do que este, pois tem igrejas que “tem fama e quer aparentar-se como avivada, mas está totalmente morta espiritualmente” (Ap. 3:15; 3:1).

Desenvolvimento

            R.O.Roberts, a maior autoridade em avivamentos da atualidade no mundo, afirmou que: “Em geral, as igrejas evangélicas, estão tão distantes do avivamento que são incapazes de sentir a sua falta”. Mas, afinal, o que é avivamento?

1.  Conceito:

A expressão avivamento origina-se da palavra “vida”, mas não apenas com o significado de barulho e movimentos. O real significado de avivamento é: “despertar; reanimar, tornar mais vivo, reavivar, estimular”, entre outros. (Romanos 13:11-12; Efésios 5:14).

Rm 13:11-12. E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é avançada, e o dia está próximo. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos dar armas da luz.
...﴿
Ef 5:14. Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levante-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.

Stephen Olford definiu o avivamento como sendo “aquela estranha e soberana obra de Deus, na qual Ele visita o seu próprio povo, restaurando-o, reanimando-o e libertando-o para receber a plenitude de suas bênçãos”.
            No avivamento, são apresentados alguns sinais verídicos do agir de Deus, confirmando a sua divina Presença e Ação no meio de seu povo. Entretanto, existem alguns obstáculos que impedem o avivamento nas igrejas.

2. Barreiras que Impedem o Avivamento:

2.1 A Liderança da Igreja: John R Rice, renomado evangelista, atribui a culpa da falta de avivamento nas igrejas, como ocorriam no passado, aos líderes das igrejas; e disse: “Não é o pecador que é duro. O problema é o Pastor ou o Professor da Escola Bíblica Dominical. Eu acho mais fácil levar um bêbado ou a prostituta para Deus, do que atear fogo num pregador para ganhar almas”. (Oséias 4:9)

Os 4:9. Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e visitarei sobre ele os seus caminhos e lhe darei a recompensa das suas obras.

2.2  O Pecado: O pecado faz com que ocorra a separação entre Deus e o Homem. Ele, o pecado, enquanto não confessado, impede que as bênçãos de Deus recaiam sobre nós. Ele nos afasta da presença de Deus (Gênesis 3:3,9-11;17-19).

Gn 3:3,9-11 17-19. (...), disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais (...). E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estais? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? (...). E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos á voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes a terra, (...), porquanto és pó e em pó te tornarás.

2.3  A Soberba: Enquanto os membros duma igreja não entenderam que precisam se humilhar e se colocarem como inferiores ao seu próximo (irmão), sendo obedientes aos seus Pastores e derramar seus corações de forma declarativa perante Deus, afirmando que são miseráveis pecadores, não haverá avivamento (2 Crônicas 7:14).

2 Cr 7:14. E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.

De acordo com o versículo acima, o povo de Deus deve humilhar-se, reconhecendo os seus pecados e manifestar tristeza por tê-lo cometido e, com isso, voltar-se para Deus. Deve também, orar sem cessar, clamando agonizantemente pela misericórdia do Senhor e aguardar por Sua resposta. Esse povo que diz ser do Senhor deve buscar diariamente a face de Deus de todo o seu coração e ansiar por sua presença continuamente entre eles. E, por fim, se converter dos seus maus caminhos, isto é, arrepender-se com sinceridade de coração vindo a abandonar em definitivo esses pecados.

2.4 Falta de Santidade: Por mais pecadores que sejamos, precisamos buscar dia-a-dia a Santidade, pois o Nosso Deus é Santo. Como Ele é santo, requer que tenhamos um coração puro e em santidade (Levítico 11:44; 1 Tessalonicenses 3:12-13).

1 Ts 3:12-13. E o Senhor vos aumente e faça crescer em caridade (amor) uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco; para confortar o vosso coração, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos.

3. Sinalizadores dum Avivamento Genuíno:

3.1  Aumenta sensivelmente o amor e a comunhão entre os irmãos: Sobre este assunto, escreveu Jonathan Edwards:

Novos convertidos então (após o começo do avivamento) notavelmente pareceram unidos em sua mútua afeição carinhosa, e muitos tem expressado grandemente aquele espírito de amor que eles sentiram com toda a humanidade.

3.2 Reservam-se momentos dedicados á Oração: Os discípulos na cidade de Jerusalém costumavam passar muito tempo unidos e em oração: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1:14). Um avivamento genuíno cria um enorme prazer pela prática da oração.

3.3  Operação de Milagres e Prodígios:  Quando realmente Deus resolve visitar o seu povo, Ele sempre realiza algum (uns) milagre no meio deste povo. Os apóstolos realizavam muitas maravilhas e sinais, como aquele que Deus derramou no Dia de Pentecostes (Atos 2:42-47).

At 2:42-47. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister (necessário). E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

3.4  Aumenta a Motivação pela Busca da Santificação: A frase “Esforcem-se para serem santos” vira uma realidade na igreja avivada como um todo. Todas as atividades da igreja como reuniões de oração, cultos de adoração a Deus, pregação expositiva, evangelismos e participação na Ceia do Senhor, entre outros, passam a ser muito prazerosos (Atos 2:46).

At 2:46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.

3.5  Pregações Expositivas de Cunho Doutrinárias. Segundo escreveu o Pastor Martyn Lloyd Jones: “O avivamento depende das pregações das doutrinas ortodoxas”. A teologia que nega as verdades centrais da Bíblia, não tem potencial de transformar vidas, muito menos de provocar um avivamento.

4. Advertências Sobre o Avivamento:

4.1  Falta de Previsibilidade: O despertamento espiritual pode vir a qualquer momento, não temos como prevê-lo. Jonathan Edwards ficou maravilhado como um avivamento começava e terminava sem previsão alguma. Compete a nós, cristãos, buscarmos a Deus continuamente em nosso modo de viver e, quem sabe, Ele, com sua infinita Graça e Misericórdia, resolva nos visitar e faça descer sobre nós, sua fumaça Santa e Sua Gloriosa Luz (Espírito Santo).

4.2  Esfriamento Espiritual: Como não há como prever quando ocorrerá o avivamento espiritual, também não é possível estipular o tempo de sua durabilidade. Ele pode durar horas, dias, semanas, meses, anos ou séculos. Russel Shedd escreveu a respeito do assunto dizendo que: “Até onde sabemos, a cidade de Jerusalém manteve esse brilho durante anos”. Portanto, pode acontecer do povo esfriar-se espiritualmente tão rápido quanto foi o período do avivamento.

4.3  Surgimento de Aproveitadores: Como predisse o apóstolo Paulo numa de sua Epístolas que surgiriam lobos ferozes que penetrariam na igreja de Éfeso e não iriam poupar o rebanho. Nesta igreja, surgiram alguns líderes que, por vários motivos, se valeram do avivamento para atender aos seus próprios interesses. Isso também aconteceu na igreja de Corintos e, infelizmente, acontece muito nas igrejas da atualidade (2 Coríntios 2:17).

2 Co 2:17. Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus.  

Não podemos nos iludir, existem pessoas que adentram em nossas igrejas e esperam a oportunidade para se aproveitar de algum irmão ou irmã, e adquirir benefícios pessoais (financeiros). Esta grande ameaça acontecia naquelas civilizações e tem acontecido muito nos dias atuais.

Conclusão

Pode-se, dizer, irmãos, que um dos maiores avivamentos ocorridos na história da igreja (ou do Cristianismo) se deu pelo povo da Morávia. Entretanto, seu idealizador não era deste País, mas da Alemanha – o Conde  Zinzendorf que, impulsionado pelo desejo profundo de evangelizar o mundo, realizou um grande projeto de Deus, despertando a Igreja do Senhor para missões mundiais.
Durante cem anos ininterruptos, eles oraram ao Senhor pedindo para que pudessem realizar este desejo, inclusive, alguns moravianos se venderam como escravos para evangelizar as pessoas escravizadas.
A Morávia e a Boêmia eram duas províncias situadas a noroeste do Império Austríaco e faziam fronteira com a Saxônia. A Morávia do século XVIII localizava-se na Europa Central, no centro da antiga Tchecoslováquia, hoje dividida em República Tcheca e Eslováquia.
Um fator importante no ministério do povo moraviano, além de sua dedicação total a leitura da Palavra de Deus, era que dispunham de uma vida de oração ininterrupta, dia e noite, durante cem anos consecutivos.
É bem provável, irmãos, que não ocorra outro avivamento como este, a não ser que Deus, pela sua infinita misericórdia (através do Espírito Santo), levante homens do quilate de Zinzendorf,   para abraçar a causa de Cristo. Amém!


EDUARDO VERONESE DA SILVA
Obreiro da AD Ministério IX Marcas – Cariacica/ES

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