ROMANOS 1:1
Introdução
O texto em estudo faz alusão a Epístola de Romanos, escrita pelo
Apóstolo Paulo. Ela é a Carta mais longa, mais teológica e mais influente
escrita por ele. Ao escrevê-la, ele estava perto do fim de sua terceira viagem
missionária, estando hospedado na casa de Gaio (Romanos 16:23).
Rm 16:23. Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto,
procurador da cidade, e também o irmão Quarto.
Ele planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecostes e entregar
pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aos Cristãos pobres de
Jerusalém (Romanos 15:25-27).
Rm 15:25-27. Mas, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu
bem á Macedônia e á Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos
que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com
eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais,
devem também ministrar-lhes os temporais.
E Quem era Paulo?
Paulo em hebraico significa “Pequeno”.
Ouve-se dizer, que ele tinha 1,60 metros de altura. Ele nasceu em Tarso, a
principal cidade da Cilicia, situada na parte oriental da Ásia Menor. Tarso era
muito famosa, pelo fato de ser um centro de educação sob o governo dos
primeiros Imperadores Romanos, rivalizando a sua Universidade com as de Atenas
e de Alexandria. Quando ocorreu a morte de Estevão, ele era muito jovem e
consentiu com sua morte por apedrejamento (Atos
7:58).
At 7:58. E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as
suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo.
1. Era
discípulo de Gamaliel: Era membro do
Sinédrio[1] e
doutor da Lei Judaica. Gamaliel em Grego significa “recompensa de Deus”.
At 5:34. Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel,
doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem
para fora os apóstolos.
2. Era Judeu: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da
Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a
verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois”.
(Atos 22:3).
3. Era Fariseu: Uma das principais seitas dos judeus e de maior
influência entre o povo. Eles insistiam no cumprimento rigoroso da lei e das
tradições. Chamados assim, por receber o significado de “separados”. Isto porque não somente se separavam dos outros povos,
mas também dos outros Israelitas. (Atos
23:6)
At 23:6. E Paulo, sabendo que uma parte era dos saduceus[2], e
outra, de fariseus, clamou no conselho:
Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e
ressurreição dos mortos sou julgado.
4. Convertido
ao Cristianismo: Pediu carta ao Sumo
Sacerdote para encerrar os discípulos do Senhor em prisões: “e pediu-lhe cartas
para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela
seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém” (Atos 9:2).
Entretanto, nesta viagem ele teve um encontro com o
próprio Jesus. Desse encontro resultou em sua conversão por completo,
tornando-se um “vaso escolhido para levar o nome do Senhor aos gentios, aos reis
e aos filhos de Israel (Atos 9:15).
Desenvolvimento
Pode-se observar como Paulo se apresenta no início desta Carta aos
Romanos: “Paulo, servo de Jesus Cristo, separado para o
evangelho de Deus” (Rm 1:1).
No entanto, mesmo sem saber, ainda com o nome de
Saulo, antes de seu encontro com o Jesus, era servo da religiosidade e tradição judaica. Pensava ele, estar fazendo
a coisa certa ante aos olhos do Senhor e a fazia com muito zelo. Infelizmente,
estava ainda no período da ignorância (cegueira espiritual).
Atos 9:1. E, Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do
Senhor (os Cristãos), dirigiu-se ao sumo sacerdote.
Na
verdade, Saulo era um ferrenho perseguidor dos Cristãos (seguidores de Jesus
Cristo), por ter a ideia e o pensamento de estar fazendo a coisa correta,
segundo sua crença e religiosidade.
A expressão servo,
mencionada nas Escrituras Sagradas, tem o significado de “Escravo”, isto é,
pessoa desprovida da livre disposição de sua personalidade e bens. Outras
expressões também são encontradas com o mesmo significado, entre elas; criado,
conservo e jornaleiro.
Mateus 18:28. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos (aquele que é servo junto com outrem) que lhe devia cem
dinheiros e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
Podemos afirmar, sem medo de errar, que todo ser
humano é escravo. A grande pergunta é: De quem ou de que você é escravo? A
Palavra de Deus nos dá uma resposta a este questionamento:
Romanos 6:16. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhes
obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou
da obediência para a justiça?
Exemplos que
podem estar nos Escravizando:
1.
Escravo da Glória de Deus: Muitos Cristãos estão fazendo ou adotando comportamentos
em público, para serem ovacionados pelas outras pessoas (elogiados ou vistos).
Trajam-se muito bem em seus vestuários; são eloquentes ao falar e; ás vezes,
ostentam uma vida financeira bem equilibrada, quando na verdade, estão passando
por grandes apertos financeiros.
Mateus 6:5. E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas
e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens (...).
Pessoas que adotam este tipo de comportamento, já
receberam a glória dos homens aqui na terra, mas não de Deus. Estão
escravizadas por se preocuparem em se apresentar bem a meros mortais.
2.
Escravos das Coisas do Mundo: Muitos Cristãos
da atualidade estão muito parecidos com os ímpios (pagãos ou gentios), ou seja,
quase não dá para se distinguir um do outro. Estão amando as coisas “impuras”
que o mundo oferece em seu cotidiano. Estão totalmente entregues as devassidões
e depravações mundanas e sem qualquer temor e tremor de Deus e de sua Palavra.
1 João 2:15-17. Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que
há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência;
mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
3. Escravos da
Riqueza: As pessoas do mundo, inclusive
muitos cristãos, se apegam a sua riqueza e posses, achando que isso as livrará
de todos os males. O interessante é que esta escravidão alcança pessoas que
detém muitas posses, mas também, pessoas muito pobres que lutam incansavelmente
para serem ricas.
Mateus 6:19-21. Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo
consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
4. Escravos de
Si Mesmo: As pessoas estão se colocando no
lugar de Deus, isto é, elas dizem servir a Jesus, mas, na verdade, servem ao
seu bel prazer. Estão preocupadas com seu próprio umbigo. Dito em outras
palavras, o Jesus que elas dizem servir, deve se adequar ao seu jeito de viver,
mas não elas ao de Cristo.
Romanos 14:7. Porque nenhum de nós vive para si e nenhum morre para si. Porque, se
vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte
que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
Portanto,
amados irmãos, pertencemos ao Senhor; somos seus Escravos (ou Servos), como bem disse o Apóstolo Paulo aos Romanos 1:1. Não há nenhuma possibilidade
de ter Ele como Senhor, sem Tê-lo como seu Salvador. Uma coisa está
intrinsicamente ligada a outra.
Conclusão
O mais intrigante irmãos, é que muitos de nós, somos
escravos do trabalho, dos estudos, do entretenimento, da televisão, do computador,
do celular, da pornografia, dos jogos de azar, dentre tantas outras coisas, mas
não queremos ser Escravos do Senhor.
Porque Devemos ser Seus Escravos?
Deus, em sua infinita misericórdia, permitiu que seu
Filho - Jesus viesse aqui na terra para morrer por nós, miseráveis pecadores.
Ele fez isso por seu infinito amor, mas não um amor fingido, e sim, um amor
incondicional.
Ele nos comprou por alto e inapagável preço, preço de
sangue, pois foi pregado e suspenso no madeiro: “Fostes comprado por bom preço;
não vos façais escravos de homens” (1
Coríntios 7:23).
O mínimo que podemos fazer, demonstrando uma eterna
gratidão, é amá-lo de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o
nosso pensamento e de todo o teu poder (Deuteronômio
6:5).
A servidão em Cristo ou por Cristo, é diferente de
todas as escravidões praticada pelo mundo. Enquanto que os escravos de homens
ou de determinadas coisas, são desprovidos de quaisquer direitos, a escravidão
em Cristo é a única que garante o maior de todos os direitos e privilégios do
mundo: o direito de adquirir a Salvação Eterna.
Portanto, queridos irmãos, que arda em nossos corações
o desejo de sermos escravos autênticos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Amém!
EDUARDO VERONESE DA SILVA
Obreiro da AD Ministério IX Marcas – Cariacica/ES
Email: proerdveronese@gmail.com
[1] Sinédrio. Supremo Tribunal dos Antigos Judeus até a destruição
de Jerusalém em 70 A.D. Era composto de 71 membros, inclusive o presidente.
Tinha por costume julgar os casos administrativos ou casos criminosos que
diziam respeito a uma tribo ou de uma cidade.
[2] Saduceus.
Era uma seita pequena composta de sacerdotes ricos e de grande
influência, que antes de Cristo ganhou domínio sobre o sacerdócio. Eram
racionalistas e mundanos, com muito pouco interesse na religião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário