TIAGO 1:27
Introdução
Em nossos dias, está cada vez mais
difícil encontrarmos um agrupamento de pessoas, que procuram se reunir com o
primordial propósito de apresentar uma adoração verdadeira e fiel a Deus, que
esteja de acordo com a sua Palavra.
Certa vez, alguém já disse:
“Procurei a igreja no mundo e não a encontrei; mas achei o mundo e encontrei a
igreja”. As assembleias ou reuniões diversas que são realizadas em ambientes
fechados (edificações ou casas) ou ao ar livre (em público, nas ruas e praças),
em que se intitulam como sendo a “Igreja do Senhor”, estão muito aquém de
apresentarem a genuína adoração que o nosso Pai celestial merece.
Em sua época, o profeta Isaias
escreveu sobre o povo que dizia adorar a Deus, mas que somente o faziam de
forma verbalizada, como diz um jargão popular “só de boca para fora”, pois os
seus corações estavam totalmente distantes do Senhor e cheios de perversidades:
Isaias 29:13. Porque o Senhor disse: Pois que este povo
se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios me honra, mas o seu coração se
afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos
de homens, em que foi instruído.
O texto destacado acima faz
referência à cidade de Judá, onde o povo que se dizia povo de Deus (para nosso
tempo, Igreja do Senhor), diante d’Ele orava, adorava, cantava e louvava, mas
os seus corações não estavam na mesma sintonia, pois não obedeciam ao que
estava escrito em Sua Palavra.
Mas
afinal de contas, o que é Igreja do
Senhor? Não estamos nos referindo
aqui irmãos e leitores, a meras edificações construídas por mãos humanas, onde
as pessoas alugam, compram ou escolhem para se reunirem semanalmente. Também
não estamos falando apenas de uma unidade organizacional de certa denominação que
se diz religiosa.
A palavra Igreja é uma expressão ligada
totalmente à área Cristã. Logo, nem a edificação quando está vazia (fechada e sem
pessoas dentro) e nem uma pessoa sozinha, é Igreja do Senhor.
Portanto, irmãos e leitores, quando
chegamos a esta edificação e nos ajuntamos a outras pessoas com o único e
verdadeiro propósito de Adorar a Deus, aí sim, nos tornamos a Igreja Visível do
Senhor.
Sobre esse assunto escreveu João
Calvino: “Onde quer que vejamos a Palavra
de Deus ser sinceramente pregada e ouvida, onde vemos os sacramentos (ato religioso de instituição divina para a
santificação da alma) serem administrados segundo a prescrição de Cristo, aí de
modo nenhum se há de contestar estar presente uma igreja de Deus” (Mark Dever,
2007, p.23).
De
acordo com a Palavra de Deus, podemos definir a igreja como sendo:
Um
grupo (ou corpo) de pessoas que confessam seus pecados e dão evidência de que
foram salvas pela graça de Deus;
O
ajuntamento de pessoas comprometidas (totalmente envolvidas) com Cristo e com a
sua Palavra;
Um
corpo do qual você pode ser incluído e no qual você pode ser excluído.
1 Coríntios 12:12,26. Porque, assim como o corpo é um, e
tem muitos membros, e todos os membros deste um corpo, sendo muitos são um só
corpo, assim é Cristo Também. (...). De maneira que, se um membro padece, todos
os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se
regozijam com ele.
No
capítulo 12 de 1 Coríntios, de acordo com o texto citado, o apostolo Paulo
trata especificamente sobre a diversidade de dons espirituais. Do versículo 12
em diante, ele apresenta uma analogia entre a Igreja (primitiva) e Cristo.
Esses
dons espirituais são concedidos ao corpo de Cristo, que é a sua Igreja visível
aqui na terra. Eles são partes indispensáveis para a vida e ministério da igreja
até a volta de Cristo: “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a
manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 1:7).
Desenvolvimento
No
capítulo 1, do livro de Tiago, que é uma Epístola Universal (Geral), mas que, inIcialmente
foi escrita aos cristãos judeus da diáspora (dispersão), ou seja, que viviam
fora da Palestina, aborda sobre a religiosidade que deveria ser praticada por
eles, caso quisessem obedecer ao ordenamento de Cristo.
Tiago 1:27. A religião pura e imaculada para com Deus e
Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se
incontaminado do mundo.
(...): visitar os órfãos:
Diz-se
daquele (a) que perdeu os pais. Desde o início, Jesus Cristo teve uma
preocupação muito grande para com esta classe de pessoas; mas não somente os órfãos,
as viúvas e todos os desvalidos (desamparados) da sociedade.
Salmo
68:5. Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo.
(...)
João 14:18.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
(...)
Salmo 146:9. O
Senhor guarda (ampara) os estrangeiros, sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o
caminho dos ímpios.
Há
quem diga e a Palavra de Deus confirma isso, que Ele veio para os pobres e
necessitados (miseráveis) desse mundo.
(...): visitar as viúvas:
Diz-se
da mulher a quem morreu o marido e que ainda não contraiu novas núpcias. O
nosso Deus tinha e tem um carinho e zelo muito grande com essas pessoas.
Deuteronômio 10:17-18. Pois o Senhor vosso Deus é o Deus
dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não
faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas. Que faz justiça ao órfão e a viúva, e
ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa.
(...)
1 Timóteo 5:3,5. Honra as viúvas que verdadeiramente são
viúvas. (...). Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus,
e persevera de noite e de dia em rogos e orações.
(...): ajudar
aos pobres:
Diz-se da pessoa desprovida ou
precariamente provida do que lhe é necessário para seu sustento. Vários textos
Bíblicos enfatizam sobre o cuidado que devemos ter com esta classe de pessoas.
Exodo 23:6. Não perverterás o direito do teu pobre na
sua demanda.
(...)
Provérbios 17:5. O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador, o que
se alegra da calamidade não ficará impune.
(...)
Lucas 4:18-19. O Espírito do Senhor está sobre mim, pois
que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os contritos de coração.
A proclamar liberdade aos cativos, e restaurar da vista aos cegos, a por em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
Chama-se a atenção
para trecho do Evangelho de Lucas, em que o próprio Jesus Cristo estava
pregando na cidade de Nazaré e advertia aos seus seguidores a quem deveriam
levar as Boas Novas.
Se
as igrejas que se intitulam como evangélicas, se apegassem somente a este
versículo do livro de Tiago e aos demais dos outros livros da Escritura, que
foram colocados em relevo, e colocassem em prática o que Deus determinou há
muitos anos, estariam dando um grande passo para se tornarem a verdadeira
Igreja de Cristo na terra.
(...): guardar-se incontaminado do
mundo.
Mas,
infelizmente, o que temos visto em muitas dessas igrejas, é a apresentação de
uma religiosidade falsa e totalmente contaminada (adulterada), principalmente
por estarem permitindo a entrada de filosofias humanas e demoníacas em seus
cultos diários.
Parece que as pessoas (Líderes e
Membros da Igreja) perderam totalmente o temor a Deus e ao que diz a Sua
Palavra e, por isso, estão pagando ou ainda pagarão um preço muito alto pela
sua negligência e desobediência.
Em Cristo ou com Cristo, não existe
a possibilidade de você querer servir a dois senhores. O livro de Jesus Cristo,
segundo escreveu o evangelista Mateus
6:24, diz: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e
amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a
Deus e a Mamom (= riqueza)”.
Muito
tempo atrás e por causa disso, o povo de Deus que vivia na cidade de Samaria,
foi levado cativo para Assíria, ou seja, foram arrancados de sua pátria. E o
rei da Assíria loteou a cidade de Samaria com estrangeiros de todas as nações e
línguas:
2 Reis 17:24. E o rei da Assíria trouxe gente de
Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades
de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança,
e habitaram nas suas cidades.
Esses
povos edificaram seus deuses pagãos nessa cidade e passaram a adorá-los. Cidade
esta que antes pertencia ao povo de Deus. E é isso que está acontecendo dentro dessas
igrejas, isto é, outros deuses ou outras formas de adoração a “Deus”, estão
sendo trazidas para os cultos diários. Entre elas, destacam-se: coreografias
diversas, danças folclóricas, músicas sertanejas (entre outras), teatros, shows
culturais etc. Inclusive, estão colocando globo com luzes de várias tonalidades
de cor, que são usados em casas noturnas (Boates ou Prostíbulos).
Na
verdade, eles estão desonrando a pessoa Bendita e Excelsa de nosso Deus. E, assim,
desonram também a sua Palavra, que é imutável, infalível e inerrante.
Neste Sermão, queremos dar ênfase
sobre duas dessas doutrinas de homens ou filosofias demoníacas que grassaram
nas igrejas atuais: o Pragmatismo e a Teologia da Prosperidade.
1ª - O Pragmatismo: é uma doutrina filosófica que se apega nas ideias como
sendo instrumentos de ação, que só valem ou são aceitos se produzirem efeitos ou
resultados práticos. Dito em outras palavras, os lideres dessas igrejas, estão
adotando todo o tipo de entretenimento e estratégias em suas igrejas, usando
como argumento de que assim irão atrair os jovens para Cristo.
Na verdade, esses “Pastores” ou
“Lideres” estão apenas preocupados em lotearem suas igrejas de pessoas e, como
resultado prático, aumentar sua receita com o recebimento de mais ofertas e
dízimos. Por isso, precisam usar essas artimanhas, pois devem faltar-lhes, no
mínimo duas coisas: coragem para expor a Palavra e confrontar os pecados do
povo, e a segunda, o conhecimento teológico para expor a Palavra de Deus
como verdadeiramente ela é.
Essa pratica está mais próxima de
uma religiosidade tida como “Liberal”, isto é, eles planejam repensar e rever o
evangelho e o culto realizado na igreja de Cristo em termos contemporâneos, isto
é, para parecer o mais próximo possível com o modismo do mundo. Eles tem como
propósito, serem bem sucedidos na evangelização dessas pessoas que são atraídas.
Na verdade, eles conseguem atrair um
grande número de pessoas, mas, para mais uma reunião semanal naquele lugar. No
entanto, elas estão indo pela comodidade e conforto, principalmente por não serem
confrontadas em seus pecados e nem orientadas de acordo com a Palavra de Deus, para
que mudem de vida e de atitudes.
Sendo
assim, essa “igreja” passou a ser apenas mais um lugar de encontro para
promoção do entretenimento social, mas dificilmente entre seus membros há
alguém que se converteu ou que experimentou verdadeiramente o novo nascimento.
(João 3:3).
João
3:3. Jesus respondeu,
e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus.
Nesta
passagem, um doutor da lei e membro do Sinédrio[1],
de nome Nicodemos, foi encontrar-se com Jesus a noite, pois ficou preocupado
com sua reputação. E esse homem tão
culto, teve dificuldade para aprender o que Jesus quis dizer com a necessidade
de “nascer de novo”.
De
forma simplória, podemos dizer que Jesus estava falando sobre a necessidade de uma
mudança completa em sua vida e em seu comportamento (também a nível mental e intelectual)
para que pudesse ser um cristão verdadeiro.
Passemos agora, a entender um pouco sobre
a segunda doutrina de homens ou filosofia demoníaca que está “bombando” nas
igrejas.
2ª – A Teologia da
Prosperidade: é um movimento de origem inglesa, com
enorme receptividade no Brasil, a partir do ano de 1980. Ao contrário do que se
imagina essa doutrina ou filosofia não surgiu no meio pentecostal, mas sim de
algumas seitas sincréticas[2] da
Nova Inglaterra. No entanto foi exatamente nesse meio que essa teologia mais
conseguiu se firmar.
Nos
últimos anos, essa teologia demoníaca tem sido apregoada aos quatro cantos do
mundo, trazendo um ensino exagerado sobre a prosperidade cristã. Segundo este
ensinamento, todo
crente tem que ser rico, não pode morar em casa alugada, tem que ganhar bem,
além de ter saúde plena, sem nunca adoecer. Se não for assim, este
cristão está em pecado ou enfraqueceu na fé.
2 Reis 13:14. E Eliseu
estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a
ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel,
e seus cavaleiros!
(...)
2 Crônicas 32:24. Naqueles dias Ezequias
adoeceu mortalmente; e orou ao Senhor, o qual lhe falou, e lhe deu um sinal.
(...)
Daniel 8:27. E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias;
então levantei-me e tratei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visão, e
não havia quem a entendesse.
(...)
Filipenses 2:25,27. Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito,
meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover
as minhas necessidades. (...). E, de fato, esteve doente e quase à morte, mas
Deus se apiedou dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não
tivesse tristeza sobre tristeza.
1 Timóteo 5:23. Não bebas mais água só, mais usa de um
pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.
Neste
último texto, Paulo recomenda a Timóteo que misturasse um pouco de vinho a
água, pois iria melhorar de sua enfermidade estomacal.
Poderíamos
elencar outras passagens Bíblicas, envolvendo nomes de homens (e mulheres) de
Deus que não somente adoeceram, mas também vieram a óbito devido à gravidade de
sua enfermidade, para refutar (desmentir e contestar) esta doutrina satânica
que prega que o cristão não pode adoecer.
Portanto,
irmãos e leitores, esta teologia barata e fajuta cai por terra diante da
Sagrada Escritura, haja vista, que a nossa maior prosperidade esta diretamente
relacionada ao tesouro incomparável que nos está reservado nos Céus.
Tudo
que ajuntarmos aqui na terra, quando partirmos, ficará. Não levaremos nada para
a Morada Celestial: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que
nada podemos levar dele” (1 Timóteo 6:7). Lá já temos tudo quanto nos será necessário.
O que nos está reservado, nenhuma traça, nem ferrugem ou ladrão poderá nos
tirar. A nossa primeira e maior prosperidade é Espiritual, ela vem do Alto.
Mateus 6:19-21. Não ajunteis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões
não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o
vosso coração.
Infelizmente,
muitas pessoas desavisadas ou ignorantes, ou seja, sem o conhecimento do
Verdadeiro Evangelho, está sendo ludibriada por falsos pastores e falsos
profetas. O dia deles (Liderança) já está
agendado e reservado com o Senhor.
Com
esse evangelho “diluído, reduzido ou contemporâneo”, em que esses ditos “homens
de Deus” procuram moldá-lo às pessoas para agradar-lhes, quando na verdade,
deveria ser o contrario. Nós, como pecadores convictos, é quem devemos nos adequar
a Palavra de Deus, pois segundo o Evangelho de Jesus Cristo, escrito pelo
Evangelista Mateus 24:35: “O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não hão de passar”.
Essas
e outras doutrinas de homens (ou de demônios) têm levado seus seguidores a
praticarem uma religiosidade contaminada e corrompida, de forma a insultar a
pessoa majestosa de Jesus Cristo e a Sua Palavra. Esses homens estão agindo
igualmente ao rei Manassés, ao induzir o povo ao erro e a violarem a adoração a
Deus.
2 Reis 21:9,14. Porém não ouviram; porque Manassés de tal
modo os fez errar (induzir), que fizeram pior do que as nações, que
o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. (...). E desampararei
os restantes da minha herança, entrega-los-ei na mão de seus inimigos; e
servirão de presa e despojo para todos os seus inimigos.
O
texto acima relata o que ocorreu com muitas pessoas do povo de Judá, quando
passaram a adorar deuses falsos, rejeitando a salvação que Deus lhes preparara
e, assim, Deus veio com o seu juízo sobre eles (2 Reis 24:1-4).
Assim
também será em nossos dias, somente aqueles que perseverarem na Fé Genuína,
terão a garantia de fazerem parte do povo de Deus e o acesso livre para a
subida ao céu.
Eles
estão invertendo e adulterando as doutrinas de Cristo. Está havendo uma inversão
total do que está escrito e o que esta sendo falado nos púlpitos dessas
igrejas. Diversas são as inversões promovidas por eles, mas iremos destacar
apenas três delas:
1ª – A Inversão dos Papéis:
No
Evangelho genuíno,
Deus é o Senhor de nossas vidas.
Nele impera o Teocentrismo. Deus é o
centro de tudo e de todos (o dono), inclusive do homem. Ele é quem rege a vida
humana em todas as suas esferas. Aqui se
diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13) e, também; “(...): Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome” (Mateus 6:9).
No
cristianismo apresentado por eles, Nós somos os senhores de nossas vidas. Nele
impera o Antropocentrismo. O homem
passa a ser o “Senhor” e o centro das atenções, enquanto que Jesus Cristo seu
“Servo” (escravo, empregado). Essa doutrina surgiu com o humanismo no século
XVI, em que visavam um homem mais racional, que passou a ser o centro do
conhecimento. Aqui se diz: Eu determino isso ou aquilo; por exemplo: Que sejas
curado!
2ª – A Inversão de Valores:
No Evangelho genuíno, devemos priorizar
e buscar a todo o tempo e o tempo todo as “coisas” que são do alto (Espirituais), pois se
assim procedermos, as coisas que nos são necessárias enquanto estivermos aqui
na terra, virão no momento certo. Aqui se
prega: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus
6:33).
No cristianismo apregoado por eles,
a mensagem está focada o tempo todo na prosperidade econômica e financeira (nos
bens materiais). Aqui se fala: “Se
você ofertar com X valor, Deus te restituirá cem vezes mais”.
3ª - A Inversão do Significado e Ação da
Fé:
No Evangelho genuíno,
é exposto que por meio da fé Deus opera em nós a Sua Graça, Sua Misericórdia e
Seu infinito Amor. Aqui é dito que a
fé “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se
não veem” (Hebreus 11:1).
Deve
ser lembrado que, juntamente com a fé devem estar presentes as obras. Na
verdade, elas devem andar juntas. O Cristão verdadeiro faz as obras porque tem
fé, e porque tem fé, realiza as obras. Fé e obras não podem ser separadas, uma
vez que as obras procedem naturalmente da fé.
Tiago 2:14,18. Meus irmãos, que aproveita se alguém disser
que tem fé, e não tiver obras? (...); mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e
eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
O
termo grego usado para significar obras é “ergon”.
Entretanto, Tiago emprega sentido diferente a essa palavra. Para ele, “obras”
se referem as nossas obrigações para com Deus e com os homens (amor, respeito,
generosidade, compaixão etc.), as quais são ordenadas nas Escrituras, e provém
de uma fé sincera e de um coração puro.
. No cristianismo propagado por eles, é
dada maior ênfase as obras que são realizadas pelos homens. Eles se comportam
como os Fariseus que foram censurados pelo próprio Jesus: “E fazem todas as
obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios
(amuletos), e alargam as franjas das suas vestes” (Mateus 23:5).
Se
eles desejam com isso, receberem elogios e aplausos humanos (glórias), obterão
grande sucesso, mas da parte de Deus, naquele dia, ouvirão: “(...): Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:23).
Eles
parecem acreditar que somente com o fazer das obras, lhes serão garantidas a
salvação eterna. No livro de Romanos
3:28, está escrito assim: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela
fé, sem as obras da lei”.
Nesta
passagem, Paulo usa significado diferente ao que foi usado por Tiago (2:14-18).
Para ele, as “obras” aqui, se referem ao desejo humano (egoísta) de obter
mérito e salvação pela obediência á lei, mediante seu próprio
esforço e não através do arrependimento e da fé em Cristo.
Embora os dois usem significados
diferentes para a expressão grega “ergon”,
ambos declaram enfaticamente que a verdadeira fé salvífica, produzirá
infalivelmente obras de amor. Em suma, nós somos justificados pela Fé em Cristo
Jesus. A realização das obras, são consequências naturais na vida daqueles que exercitam diariamente essa fé.
A
teologia da prosperidade defende que a bênção financeira é o desejo de Deus
para todos os cristãos. Impera o discurso de que as doações para os ministérios
cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do crente fiel.
Conclusão
Amados,
não queremos dizer com isso, que o Cristão não possa vir a enriquecer ou ter
uma prosperidade financeira. Mesmo porque, não há qualquer condenação na Bíblia
quanto a isso. O grande problema reside quando isso se torna uma obsessão (sua prioridade), e
ele (a) quer a qualquer preço e sacrifício, se tornar numa pessoa rica.
E,
quando isso acontece, existe advertências na Sagrada Escritura: “Mas ao que querem ser ricos caem em tentação, e em
laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores” (1 Timóteo 6:9-10).
Sendo assim, que possamos estar Orando e
Jejuando por essas pessoas, com o propósito maior, de que Deus pela sua misericórdia faça com que seja aberto “o entendimento e a compreensão” sobre o que é o
verdadeiro Evangelho de Cristo. E, assim, possam: “se converter dos seus
maus caminhos, para que Deus venha e sarar a sua Terra, ou seja, os seus
corações” (2 Crônicas 7:14).
EDUARDO VERONESE
DA SILVA
Membro e Obreiro da AD Ministério IX Marcas
Campo Grande, Cariacica/ES.
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