HUNTER, James C. Uma história
sobre a essência
da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
1. Prólogo.
As idéias que defendo não são minhas. Eu as tomei
emprestadas de Sócrates, roubei-as de Chesterfield, furtei-as de Jesus. E se
você não gostar das idéias deles, quais seriam as idéias que você usaria?
Quando criança
fui batizado na Igreja Luterana local. A certidão de batismo mostrava que o
versículo da Bíblia escolhido para a cerimônia pertencia ao 2º capítulo de
Lucas, a respeito de um homem chamado Simeão. De acordo com o livro em apreço,
ele era "um homem muito correto e devoto, possuído pelo Espírito
Santo".
Ao final da
oitava série fui crismado na Igreja Luterana. O pastor escolheu um verso da Bíblia para cada
candidato à confirmação, e quando chegou minha vez leu em voz alta o mesmo
trecho do Livro de Lucas sobre Simeão.
Vinte e cinco
anos depois, tive um sonho que me atemorizou. Nele, era tarde da noite e estou
completamente perdido, correndo num cemitério. Embora não possa ver o que está
me perseguindo, sei que é o mal, alguma coisa querendo me causar grande dano.
De repente, um
homem vestido com um manto negro aparece na minha frente, vindo de trás de um
grande crucifixo de concreto. Quando esbarro nele, o homem muito velho me
agarra pelos ombros, olha-me nos olhos e grita: "ache Simeão - ache Simeão
e ouça-o!". Eu sempre acordava nessa hora, suando frio.
No dia do meu
casamento, o pastor se referiu a essa figura bíblica durante a homília. Fiquei
tão atordoado que cheguei a confundir-me na hora de pronunciar os votos, o que
foi bastante constrangedor.
Na realidade,
eu nunca soube ao certo se havia algum significado para todas essas
"coincidências" envolvendo o nome de Simão.
Embora
tivéssemos uma vida bem estável, eu gerente de uma grande empresa e minha
esposa psicóloga. Um apartamento na cidade e uma casa muito bonita à beira do
lago Erie, dois carros novos na garagem, mas de vez em quando surpreendia
Rachel, orando pedindo a Deus um filho. Depois de muito tempo de tratamento, e
nada dela engravidar. Decidimos adotar uma criança logo que ela nasceu e,
colocamos seu nome de John Júnior. Dois anos depois, Rachel inesperadamente
engravidou, e deu a luz a Sara, nosso outro milagre.
Nossa vida era
muito boa,mas é claro que as coisas não são exatamente como parecem ser. Sem
que eu desse conta, minha família estava se desestruturando. Um dia Rachel veio
me dizer que vinha se sentindo infeliz no casamento há algum tempo e que suas
necessidades não estavam sendo satisfeitas. Pensava que lhe dava tudo o que uma
mulher podia desejar.
Para piorar,
nosso relacionamento com os filhos não ia bem. John Jr. estava ficando cada vez
mais malcriado e agressivo com sua mãe. Sara também estava diferente. Nós
sempre tivemos uma ligação especial, mas agora ela parecia distante e eu não
compreendia a razão.
Meu trabalho, a
única àrea de minha vida onde estava seguro do meu sucesso, também passava por
grandes mudanças. Decididamente eu estava passando por um período difícil. Eu
não compreendia o que estava acontecendo, mas tudo isso mexeu muito com meu
ego. Pois eu era orgulhoso demais para compartilhar meus problemas com os
outros. Para disfarçar, adotei uma atitude descontraída, tentando enganar a
todos, menos a Rachel.
Para encurtar a
história, concordei em aceitar a idéia de Rachel e do pastor, para fazer um
retiro em um mosteiro beneditino durante uma semana. O mosteiro João da Cruz
estava localizado sobre um penhasco que ficava uns seiscentos metros acima do
Lago Michigan, um cenário maravilhoso.
Fui recebido
pelo padre Peter, que ajuda a dirigir a casa de hóspedes. Perguntei a ele quais
são as atividades programadas para a semana? Ele respondeu que além das cinco
cerimônias religiosas diárias, teremos aulas durante sete dias, começando
amanhã de manhã e continuando até a manhã de sábado.
Gostaria de
saber porque você chama alguns frades de "irmãos" e outros de
"padre". Os chamados padre são sacerdotes ordenados, ao passo que os
irmãos são leigos de diferentes setores.Todos nós fizemos votos de trabalhar
juntos e compartilhar nossas vidas.
Eu gostaria de
conhecer Len Hoffman e conversar sobre alguns assuntos com ele. Len Hoffman,
Len Hoffman - Peter repetiu, ah, já sei quem é. Ele também tem um nome
diferente agora, pois aqui recebemos outro nome que é escolhido pelo Reitor
quando fazemos nossos votos. Ao se despedir, Peter disse a John Daily, a
propósito, há dez anos o reitor deu a Len Hoffman o nome de Simeão.
Meu quarto era
pequeno porém acolhedor, com duas camas, duas escrivaninhas e um pequeno sofá.
O dividia com um pregador batista que já estava dormindo e roncava suavemente,
enroscado na cama perto da janela.
Minha mente
funcionava loucamente. Ache Simeão e ouça-o! Agora Irmão Simeão? Que espécie de
coincidência poderia ser esta? Como me meti nisto? Meu sonho ... como será esse
Simeão? O que terá para me dizer? Por que estou aqui? "Ache Simeão e
ouça-o".
2. As Definições.
Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que
lembrar às pessoas quem você é, você não é. - Margaret Thatcher.
O relógio
despertou às cinco horas da manhã, antes mesmo que eu o desligasse, o meu
companheiro de quarto, me cumprimentou, sou o Pastor Lee, de Wisconsin. E você,
quem é? - John Daily, prazer em conhecê-lo, Lee.
Queria
descansar mais um pouquinho, mas não conseguí. Levantei-me rapidamente e fui
procurar a capela onde seria a cerimônia das cinco e meia.
Os frades
vestiam longos hábitos pretos com cordões amarrados na cintura, enquanto os
participantes do retiro usavam roupas informais. às cinco e meia todos os assentos estavam
ocupados.
Às cinco e meia
os frades começaram a cantar uma liturgia em inglês. Os participantes do retiro receberam um
folheto para acompanhar, mas eu me vi perdido virando as páginas para frente e
para trás, numa tentativa inútil de procurar o texto entre as várias seções de
antífonas, salmos, hinos e respostas cantadas.
Após a cerimônia
religiosa, caminhei até a biblioteca, bem pertinho da capela. Eu queria fazer
uma pesquisa na internet, e um frade velho e estremamente solícito me mostrou
como conectar.
Depois de uma
hora de pesquisa, e ver mais de mil itens sobre Leonard Hoffman, encontrei um
artigo sobre ele em um número da revista fortune de 10 anos atrás e o lí,
fascinado.
Ele formara em
administração de empresas pela faculdade Lake Forrest State, em 1941. Depois
entrou para Marinha como oficial comissionado e rapidamente galgou postos até
ser promovido a comandante de uma lancha destinada a patrulhar as ilhas
Filipinas. Em uma missão de rotina, mandaram prender uma dúzia de japoneses,
inclusive três oficiais que se haviam rendido depois de uma luta feroz em sua
área de patrulhamento. Apesar da animosidade que pudesse ter em relação aos
japoneses que tinham matado seu amigo em Pearl Harbor, Hoffman impediu que os
oficiais e seus homens fossem humilhados e permitiu que fossem transportados
sob vigilância, mas vestidos com seus uniformes.
O artigo dizia
que no mundo dos negócios Hoffman era muito conhecido e respeitado como
executivo, e sua habilidade para liderar e motivar pessoas tornou-se lendária
nos círculos empresariais. Foi autor do best-seller The Great Paradox: To Lead
You Must serve - O grande paradoxo: Para liderar você deve servir.
A última
realização de Hoffman no mundo dos negócios foi a ressurreição de uma antiga
empresa gigante, a Southeast Air. A companhia tinha tido um prejuizo de um
bilhão e meio de dólares nos cinco anos anteriores à gestão de Hoffman como
presidente.
O último artigo
que encontrei na internet foi numa Fortune do final dos anos de 1980. Ele dizia
que, aos sessenta e poucos anos e no topo de sua carreira bem sucedida, Hoffman
demitira-se e desaparecera. Seus cinco filhos, todos casados e com filhos, não
forneciam informações sobre seu paradeiro, apenas dizendo que ele estava feliz,
saudável e queria ficar sozinho.
Depois da missa
das sete e meia, resolví ir até o quarto para buscar um agasalho antes de tomar
o café da manhã. Quando entrei, ouví barulho no pequeno banheiro e por isso
gritei: - tudo bem, Lee?
Não é Lee, veio
a resposta. Estou apenas tentando consertar o vazamento do vaso sanitário.
Quando olhei dentro de pequeno banheiro, era um frade idoso, de quatro no chão,
mexendo nos canos do vaso sanitário. Levantou-se vagarosamente e me vi frente a
um homem no mínimo uns dez centímetros mais alto do que eu. Estendeu a mão para
mim e disse: Alô, sou o irmão Simeão. Prazer em conhecê-lo John.
Era Len
Hoffman, mais velho do que na foto da internet, com o rosto enrugado, maçãs do
rosto salientes, queixo e nariz proeminentes e cabelos brancos um pouco
compridos. Um corpo firme e enxuto, a face ligeiramente rosada. O que mais me
chamou a atenção foram seus olhos, claros, penetrantes, de um azul profundo.
Eram os olhos mais acolhedores e cheios
de compaixão que eu já vira.
Olá sou John
Daily ... muito prazer em conhecê-lo, apresentei-me. Ah, sim, você é John.
Padre Peter me disse que você queria me encontrar. Claro, mas só se o senhor
tiver tempo, pois sei que deve ser um homem muito ocupado. Eu tenho um sonho
recorrente, e acontecem algumas outras coincidências estranhas sobre as quais
gostaria de conversar.
Eu mal podia
acreditar que essas palavras tinham saido de minha boca! Eu, o Senhor sabe
tudo, dizendo a outro homem que passava por dificuldades e precisava de
conselhos? Estava surpreso comigo mesmo ou, com Simeão? Em menos de trinta
segundos com esse homem, minha arrogância já tinha baixado.
Que tal se nos
encontrássemos às cinco da manhã na capela, antes da primeira cerimônia? Embora fosse muito cedo,
não hesitei em interrompê-lo, concordei imediatamente com ele. Mas agora eu
preciso terminar este serviço para não me atrasar para o café da manhã. Verei
você na sala de aula às nove em ponto.
Quando o grande
relógio soou nove vezes, Simeão puxou uma cadeira de madeira em direção ao
pequeno grupo e começamos a aula. Bom dia, sou o irmão Simeão. Nos próximos
sete dias terei o privilégio de compartilhar alguns princípios de liderança que
mudaram minha vida. Assim, aprenderemos uns com os outros nesta semana,
acreditem, por favor, eu não tenho todas as respostas, mas creio firmemente,
que juntos somos muito mais sábios do
que cada um sozinho, e juntos faremos progressos nesta semana. Simeão pediu que
cada um dos seis se apresentassem individualmente, e dissessem o motivo de
virem para o retiro.
Lee, meu
companheiro de quarto, foi o primeiro.
Seguido de Greg, um jovem sargento do Exército bastante vaidoso. Teresa,
de origem hispânica, diretora de uma escola pública, falou a seguir, e depois
Chris, uma mulher negra, alta e atraente, treinadora do time de basquete da
Universidade Estadual de Michigan. Uma mulher chamada Kim apresentou-se antes
de mim, mas eu não ouvi o que ela disse. Estava muito ocupado pensando no que
diria a meu respeito quando fosse a minha vez de falar. Simeão olhou para mim e
disse: - John, antes de começar, eu gostaria de pedir-lhe que resumisse para
nós o que Kim falou a respeito de seus motivos para estar participando do
retiro.
Estou
constrangido por ter de admitir que não ouví muito do que ela disse, peço
desculpas a você, Kim. Obrigado por sua honestidade John, Simeão respondeu.
Ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para
desenvolver.
Quando
terminamos as apresentações, Simeão disse que durante esta semana, enquanto
estivermos juntos, existirá apenas uma regra: quero que vocês prometam que
falarão sempre que tiverem vontade. O que significa ter vontade de falar? o
sargento do exército perguntou ceticamente. Você reconhecerá a vontade quando
ela vier, Greg. Muitas das vezes é uma sensação de ansiedade que nos faz
remexer na cadeira, o coração bate um pouco mais depressa, ou as palmas das
mãos suam. É aquela sensação de que você tem uma contribuição a dar. Não tentem
negar nem bloquear essa sensação durante esta semana.
Os princípios de liderança que vou compartilhar
com vocês não são novos nem foram criados por mim. São tão velhos quanto as
escrituras e no entanto são novos e revigorantes como o nascer do sol desta
manhã. Eles se aplicam a cada um e a todos os papeis de liderança que vocês têm o privilégio de exercer. Lembrem-se de que
sempre que duas ou mais pessoas se reúnem com um propósito, há uma oportunidade
de exercer a liderança.
Lee levantou a
mão para falar e Simeão fez sinal que sim com a cabeça. Eu percebí que sempre
usa as palavras Lider e Liderança e parece evitar gerente e gerência, é de
propósito?
Simeão
respondeu: boa observação Lee. Gerência não é algo que você faça para os
outros, você gerencia seu inventário, seu talão de cheques, seus recursos e
etc. Você pode até gerenciar a si mesmo, mas você não gerencia seres humanos,
mas gerencia coisas e lidera pessoas.
Liderança é a
habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando
atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum.
Para compreender melhor como se desenvolve
esse tipo de influência, é fundamental compreender a diferença entre pode e
autoridade. Um dos fundadores da sociologia, Max Weber, escreveu há muitos anos
um livro chamado The Theory of Social and Economic Organization - A teoria da
organização econômica e social. Neste livro, Weber enunciou as diferenças entre
poder e autoridade, vou parafrasear o melhor que puder.
Poder é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua
vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o
fazer. Uma forma de
diferenciá-lo da autoridade, é que o poder pode ser vendido, comprado, dado e
tomado. As pessoas podem ser colocadas num cargo de poder por serem parentes ou
amigas de alguém.
Autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa
vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal. A autoridade não pode ser comprada nem
vendida, nem dada ou tomada. A autoridade diz respeito a quem você é como
pessoa. Tem ligação ao seu caráter e à influência que estabelece sobre as
pessoas.
O fenômeno que
ocorre frequentemente com os adolescentes, que chamamos de rebelião, é muitas
vezes uma reação ao poder que os dominou dentro de suas casas por muito tempo.
Para minha
surpresa, consegui participar de cada uma das cinco cerimônias diárias durante
minha semana no mosteiro. Fazíamos três refeições substanciais por dia: café da
manhã às oito e quinze, depois da missa matinal, almoço às doze e trinta, após
a cerimônia de meio-dia, e jantar às seis horas, depois das vésperas da tarde.
De forma bem simples, liderar é conseguir que as coisas sejam feitas através
das pessoas. A chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se
constroem os relacionamentos.
Pensem em
alguém, viva ou morta, que exerceu autoridade sobre você, pode ser um
professor, treinador, pai, cônjuge, chefe, não importa. Depois, gostaria que
vocês listassem as qualidades de caráter que essa pessoa possuía ou possui, como se fosse uma lista de compras de
supermercado.
Simeão foi ao
quadro e pediu a lista de cada grupo,
escrevendo as principais no quadro e, assombradamente ficou, ao perceber a
semelhança das listas. Vejamos algumas:
Honestidade e
confiabilidade;
Cuidado;
Compromisso;
Bom ouvinte;
Bom exemplo;
Conquistava a confiança
das pessoas;
Tratava as
pessoas com respeito;
Encorajava as
pessoas;
Atitude
positiva e entusiástica;
Gostava das
pessoas.
Simeão
perguntou: destas qualidades de caráter que vocês consideram essenciais para liderar com autoridade, quais são aquelas
com que nós nascemos?
Kim respondeu
depois de alguns minutos, nenhuma delas. Exatamente, disse Simeão, pois todas
as palavras que vocês listaram são comportamentos, e comportamento é escolha.
Outra pergunta
para vocês: quantas dessas qualidades ou desses comportamentos vocês exibem em
suas vidas, no momento?
A diretora
respondeu que de certa forma todos, alguns melhor do que outros e alguns talvez
precariamente. Maravilhoso Teresa, disse Simeão.
O desafio maior
do lider é escolher os traços de caráter que precisam ser trabalhados e
aplicar-lhes. Desafiar-nos a mudar nossos hábitos, nosso caráter, nossa
natureza, isso requer uma escolha e muito esforço.
Resumindo,
liderar é conseguir que as coisas sejam feitas através de pessoas. Sempre
prevalecendo duas dinâmicas em jogo: a tarefa a ser feita e o relacionamento.
Tudo na vida gera em torno dos relacionamentos, conosco, com Deus, com os
outros. Isso é tão verdadeiro nos negócios, porque sem pessoas não há
negócios.Os grandes lideres verdadeiramente têm essa capacidade de construir
relacionamentos saudáveis. O princípio que se aplica ao cliente, deve ser o
mesmo aplicado ao empregado, ao fornecedor, ao vendedor e etc.
O pregador
disse: pensem na instituição do casamento neste país, aproximadamente a metade
dessas parcerias que poderiam ser chamadas de organizações fracassa. Sabem qual
é a principal razão alegada pelas
pessoas o dinheiro e os problemas financeiros. É como afirmar que pessoas
pobres não podem ter bons casamentos.
A diretora
perguntou: Simeão, eu concordo com você quando diz que os relacionamentos são
muito importantes nas organizações e na vida. Qual é então o ingrediente mais
importante num relacionamento bem sucedido?
Rapidamente
Simeão respondeu: Confiança. Sem confiança é difícil senão impossível conservar
um bom relacionamento.
3. O Velho Paradigma:
"Se você não mudar a direção, terminará
exatamente no mesmo lugar onde partiu." - Provérbio Chinês.
Em uma das
reuniões da cerimônia no mosteiro, Simeão percebeu que John não ouvia muito bem
os colegas do grupo quando estavam falando. John, tentou se defender dizendo
que ouvia muito bem, porém Simeão lhe falou, que quando conversavam dias
anteriores ele o interrompera várias vezes.
Simeão começou
a explicar que: quando você interrompe as pessoas no meio de uma frase, você
acaba enviando algumas mensagens negativas. Primeiro, se você me interrompeu é
porque não estava prestando muita atenção ao que eu dizia. Segundo, se você se
recusa a me ouvir, não está valorizando a minha opinião. Finalmente, você deve
acreditar que o que tem para dizer é muito mais importante do que o que eu
tenho a dizer. Agindo assim, você acaba desrespeitando a pessoa com quem fala.
John, levei
vários anos da minha vida para descobrir que não são as coisas materiais que
nos trazem alegria na vida. Olhe em torno de nós, os maiores prazeres da vida
são totalmente grátis. E para ilustrar, pense no amor, no casamento, na
família, nos amigos, filhos, netos, no nascer e pôr-do-sol, nas noites de lua,
nas estrelas brilhando, nas criancinhas, nos dons do tato, gosto, olfato,
audição, visão, na boa saúde, nas flores, lagos, nuvens, sexo, na capacidade de
fazer escolhas e na própria vida. Todos são grátis.
Muitas das
vezes temos que desafiar alguns de nossos velhos paradigmas. Paradigmas são
simplesmente padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na
vida. Podem se tornar valiosos e até salvar vidas, mas podem se tornar
perigosos se os tomarmos como verdades absolutas, sem aceitarmos qualquer
possibilidade de mudança, e deixarmos que eles filtrem as novas informações e
as mudanças que acontecem no correr da vida.
Para termos
idéia, vejamos o exemplo de paradigma perigoso, visto por uma garotinha que foi
vítima de seu pai abusivo durante muitos anos. Provavelmente ela desenvolveria
a idéia (paradigma) de que os homens adultos não devem ser confiàveis. Desta
forma, enquanto criança, procuraria afastar-se do pai. Entretanto, se ela o
transferir para o mundo adulto, é provável que, quando crescer, tenha grandes
dificuldades em relacionar-se com os homens. Enquanto que o paradigma correto
seria o de que alguns homens não são confiáveis, mas não todos. Portanto, o
paradigma da menina é incorreto e ultrapassado.
Para finalizar,
é importante que desafiemos continuamente os paradigmas a respeito de nós
mesmos, do mundo em torno de nós, de nossas organizações e das outras pessoas.
Mark
Twain disse:
"devemos ter cuidado para absorver as lições
adequadas de nossas experiências. Deu como exemplo o gato que senta no fogão
quente. Como sua experiência foi dolorosa, ele jamais se sentará em qualquer
fogão, nem quente, nem frio".
Em relação as
organizações, se estas não desafiarem suas crenças e velhas maneiras de fazer
as coisas, a concorrência e o mundo simplesmente a ultrapassam. Devemos ter em
mente, que as pessoas são muito resistentes a mudanças. O progresso contínuo é
fundamental tanto para as pessoas como para as organizações, porque nada
permanece igual na vida.
George Bernard Shaw disse:
"o homem sensato se adapta ao mundo, o insensato
persiste em tentar adaptar o mundo a si mesmo; portanto, todo o progresso
depende do homem insensato".
Nossas
organizações trazem o modelo vertical de administração, ou seja, todos estão
olhando para cima, para o chefe, e longe do cliente. Observa-se que os
funcionários estão preocupados em agradar o Patrão, o Chefe, quando deveria ser
ao Cliente. Esse modelo de administração serviu muito bem para um tempo, hoje
teria que ser totalmente diferente, teriamos que inverter a estrutura
organizacional. Onde o cliente estaria no topo da pirâmide, próximos a ele, os
associados (empregados), supervisores, gerentes, vice-presidente e, por fim, o
Presidente.
O grande
paradoxo é que o papel do lider não é o de impor regras e dar ordens, mas sim o
papel de servir, ou seja, o lider tem que identificar e satisfazer as
necessidades de seus empregados e serví-los, atendê-los.
Existe uma
grande diferença entre satisfazer vontades e satisfazer necessidades. As
pessoas precisam de um ambiente com limites, um lugar onde haja padrões
estabelecidos e onde as pessoas sejam responsáveis. As pessos têm necessidade
de receber estímulos para se tornarem o melhor que puderem ser. Talvez isto não
seja o que querem, mas o lider deve estar sempre mais preocupado com as
necessidades do que com as vontades.
Uma vontade é simplesmente um anseio que não considera as
conseqüências físicas ou psicológicas daquilo que se deseja.
Enquanto que uma necessidade, por outro lado, é uma
legítima exigência física ou psicológica para o bem-estar do ser humano.
Assim, você
enquanto líder deve saber quais são as necessidades das pessoas que trabalham
com você, e não estamos falando somente de necessidades físicas como uma boa
máquina, ferramentas adequadas, treinamento, material, de um salário justo e de
um ambiente de trabalho seguro, mas também das necessidades psicológicas. E
quais seriam estas necessidades? Perguntou Simeão.
Kim respondeu;
no curso de psicologia aprendi a respeito de Abraham Maslou e sua hierarquia das necessidades humanas,
comportando cinco níveis de necessidades, vejamos: comida, água e teto - nível
mais baixo; segurança e proteção - o segundo, e assim por diante.
Pensamos que
receber um salário justo e dar os benefícios satisfariam as necessidades do
nível mais baixo, enquanto que a segurança e a proteção, exigiriam um ambiente
de trabalho seguro, juntamento com o fornecimento de limites e o
estabelecimento de regras e padrões.
Satisfeitas
essas necessidades, o estímulo vem da auto-estima, o que inclui a necessidade
de sentir-se valorizado, trabalho reconhecido, tratrado com respeito,
apreciado, encorajado, premiado e etc.
4. O Modelo.
Quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se
você quiser liderar, deve servir - Jesus Cristo.
As coisas nem
sempre são como parecem ser, portanto, devemos tomar muito cuidado ao fazermos
julgamentos precipitados e rápidos. Devemos adotar a filosofia de que nunca
devemos tratar as pessoas da maneira que não gostaríamos de ser tratados.
Em uma reunião
com dez de pessoas, se as dez concordarem com tudo, nove provavelmente são
desnecessários, portanto, não despreze aquelas que pensam diferentemente das
outras.
Teresa, numa
bela manhã, aproximou-se de Simeão e lhe disse que eles tiveram uma discussão
animada a respeito de quem teria sido o maior líder de nosso tempo. Muitos nomes
foram sugeridos, mas parece que não chegamos a um consenso sobre quem seria. Na
sua opinião, quem teria sido Simeão?
Sem pestanejar,
ele respondeu: Jesus Cristo. Provavelmente você acha isso porque é Cristão. É
natural que pense que Jesus foi um bom líder.
Simeão disse:
não só um bom líder, mas o maior de todos os tempos.
Greg
interrompeu-os e disse: não vim aqui para isso. Eu vim para aprender alguma
coisa sobre liderança. Bem, disse Simeão, não conheço ninguém, vivo ou morto,
que possa chegar perto de Jesus Cristo na personificação de líder, vamos olhar
os fatos:
Hodiernamente
mais de 2 bilhões de pessoas são Cristãos, ou seja, 1/3 (um terço) dos seres
humanos do mundo. A segunda maior religião é o Islamismo, seu número de
seguidores é menos da 1/2 (metade) menor do que o cristianismo.
Dois dos
maiores dias santos deste país são o Natal e a Páscoa, baseados em eventos da
vida de Jesus, e o nosso calendário até conta os anos a partir do nascimento
dele, há pouco mais de 2000 anos. Portanto, não importa se você é budista,
hinduista, ateu ou da igreja do momento e da moda, ninguém pode negar que Jesus
Cristo influenciou bilhões de pessoas e, ao longo da história, ninguém está
próximo de chegar ao segundo lugar.
Simeão, e como
você definiria o estilo de liderança da administração de Jesus? Simplesmente,
sua filosofia ou método era de que para liderar um grupo ou um povo você
deveria serví-los. Os governantes Herodes, Pôncio Pilatos, os romanos, toda
aquela gente tinha poder, mas Jesus possuía muita influência, o que eu chamo de
autoridade, e é capaz de influenciar pessoas até os dias de hoje. Portanto, ele
nunca usou o poder, nunca obrigou ou forçou ou coagiu alguém para seguí-lo, mas
os convencia com sua argumentação e influência.
Jesus utilizou
sua autoridade em sua forma literal, ou seja, a capacidade de levar as pessoas
a realizarem a sua vontade de bom grado, por causa de sua influência pessoal,
seu modo de vida. Esta influência e liderança são construidas sobre o serviço.
A autoridade se constrói sobre serviço e sacrifício.
Greg perguntou: você poderia dar exemplos em que o serviço, o sacrifício
e a construção da influência foram realmente eficientes para obter resultados
positivos no mundo real?
1. Ghandi, aquele homenzinho
da India de 1.60 m, ele conseguiu que algumas coisas fossem feitas usando
autoridade e nenhum poder. Seu país vivia oprimido, com cerca de 1/3 de bilhão
de pessoas, uma nação escrava do Império Britânico, mas ele declarou que
obteria a independência da Inglaterra sem recorrer a violência. Foi
achovalhado, escurraçado, mas ele conseguiu.
Como ele
conseguiu isso; chamando a atenção das pessoas
para que pudessem começar a ver a injustiça de que estava acontecendo na
India. Ele disse aos seus seguidores que era preciso se sacrificar para servir
à causa da liberdade, mas através de seu sacrifício começariam a chamar a
atenção de todas as partes do mundo. Foi preso e açoitado pro seus atos de
desobediência civil, mas fez muitos jejuns rigorosos para chamar a atenção
sobre a situação caótica da India. Finalmente em 1947, não apenas o Império
Britânico deu a independência à India como recebeu Gandhi em Londres, com uma
parada de herói.
2. Martin Luther King, que
foi a India no final dos anos de 1950 para estudar os métodos de Gandhi. Após
isso, seu aprendizado provocou grande impacto no Movimento dos Direitos Civis,
no princípio dos anos 1960. O maior modelo e influenciador de sua luta foi
Jesus Cristo. Quando lia algo sobre ele, M.L.K, ficava impressionado com sua
coragem e impetuosidade, correndo riscos para proteger as prostitutas, os
pobres e as viúvas, isto é, de quebrar as algemas da solidão dos miseráveis da
sua sociedade. Os sonhos do Mestre dos Mestres, colocaram combustível nos
sonhos desse jovem, ampliando sua arte de pensar e sua determinação (p.76,
nunca desista de seus sonhos, Cury/2004).
Naquela época,
os negros tinham que sentar-se na parte de trás dos ônibus, em setores
especiais nos restaurantes, se é que o restaurante os receberia, beber em
bebedouros separados e suportar humilhações ainda piores. É difícil acreditar
que de fato este tipo de discriminação existiu. E isso foi cem anos depois da
Guerra Civil, imaginem aquela guerra, americanos matando americanos. Acreditem
ou não, perdemos mais americanos naquela guerra do que nas outras guerras
juntas.
A enfermeira
acrescentou; e no entanto todo o poder, sangue e sofrimento daquela guerra nao
mudaram a situação cem anos mais tarde. Se uma pessoa branca entrasse num
ônibus e todos os assentos estivessem ocupados, uma pessoa negra teria que se
levantar, dar lugar a branca e ir para a parte de trás do ônibus.
Espelhando-se
em seus maiores exemplos, Jesus e Gandhi, M.L.K, passou a afirmar que podia
conquistar direitos civis para os negros sem fazer uso da violência. Muitos
riram, zombaram e o desmereceram.
Ele sofreu
ameaças de morte, violências pessoais e com seus familiares, passou tempo na
prisão por sua desobediência civil, e até sua casa e sua igreja foram
bombardeadas. Ele foi o homem mais jovem a ganhar o prêmio Nobe da Paz. O homem
do ano na Revista Times - o primeiro negro americano a receber essa distinção.
Dentre algumas conquistas de M.L.K, está o Decreto dos Direitos Civis de 1964 -
que tornou-se Lei e ainda vigora até hoje.
3. Madre Teresa de Calcutá,
que exerceu enorme influência sobre este país e sobre todo o mundo, tratando
dos necessitados como se fossem seus próprios filhos.
Pelos modelos
colocados, faz sentido que a autoridade seja construída sobre serviço e
sacrifício. É a lei da colheita, que todos os fazendeiros conhecem muito bem.
Você colhe o que planta. Você me serve e eu te servirei. Você se arrisca por
mim, eu me arrisco por você. Alguém nos faz um favor, nós nos sentimos na
obrigação naturalmente de devedores dessa pessoa. E, há, inclusive registro na
Bíblia Sagrada, no capítulo 6, verso 7, do livro de Gálatas que assevera:
"(...), porque tudo o que o homem semear, isso também
ceifará".
Em suma,
dissemos que a liderança que vai perdurar deve ser baseada na influência e na
autoridade. A autoridade sempre se estabelece ao servir aos outros e
sacrificar-se por eles. O serviço que prestamos tem origem na identificação e
satisfação das necessidades legítimas.
Para que o
verdadeiro lider consiga construir sua autoridade por meio da influência,
necessitará se valer de muito esforço e perseverança, mas eu gostaria de
substiuir e usar a palavra amor.
Simeão, o que o
amor tem a ver com isso? Você ao usar esta palavra está dizendo é que o amor é
o que o amor faz?
Geralmente nos
sentimos desconfortáveis a respeito desta palavra, principalmente em ambientes
de negócios, é porque quando se fala em "amor" pensamos logo no
sentimento. Quando faço a substituição e falo amor, estou me referindo a um
comportamento humano e não a um sentimento.
O amor é sempre
fundamentado na vontade. E, para tanto, teremos que definir o que vem a ser
vontade. Aproveito uma fórmula que aprendí com Ken Blanchard, autor do clássico
O Gerente Minuto. Vejamos a primeira metade da fórmula:
Intenções -
Ações = Nada.
Muito simples,
todas as boas intenções do mundo não significarão nada, se não forem
acompanhadas por nossas ações. Vejo inúmeras pessoas dizerem como seus
funcionários são sua mais valioza fortuna, mas no entanto, suas ações não são
correspondentes ao que dizem. Agora veremos a outra metade da fórmula elaborada
por Ken:
Intenções +
Ações = Vontade.
Somente quando
nossas ações estiverem de acordo com nossas intenções é que nos tornaremos
pessoas harmoniosas e líderes coerentes. Eis, portanto, o modelo para liderar
com autoridade.
A liderança
começa com a vontade, que é nossa única capacidade como seres humanos para
sintonizar nossas intenções com nossas ações e escolher nosso comportamento.
5. O Verbo.
Não tenho necessariamente que gostar de meus jogadores
e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho de
equipe, o amor respeita a dignidade e a individualidade. Esta é a força de
qualquer organização. Vince Lombardi.
Eu me sentia
grato por Simeão não me impor sua religião ou outras crenças, mas nem nesse aspecto
Ele era passivo. Sua natureza era gentil e expunha sua opinião claramente a
respeito das coisas, sempre sorridente e possuía um brilho nos olhos,
transmitindo uma verdadeira alegria de viver.
Fiquei
impressionado por seu modelo de liderança Simeão. John, as idéias e o modelo
não são meus, tomei emprestado de Jesus. Simeão, você sabe que não sou uma
pessoa muito religiosa. É sim John, todos nós temos alguma espécie de crença a
respeito da origem, natureza e finalidade do universo.
Nossa religião,
é simplesmente nosso mapa, nosso paradigma, as crenças com que respondemos às
difíceis questões existenciais. Todo ser humano pensa a respeito de
determinadas coisas, por exemplo: como o universo foi criado? O universo é um
lugar seguro? Por que estou aqui? Há algo depois da morte? Será que o universo
foi feito ao acaso ou há uma finalidade maior?
Até as pessoas
que se dizem ateus, são religiosas, tendo em vista que pensam nestas coisas e
porque têm respostas para essa perguntas.
Simeão, mais
existe tanta religião no mundo e nenhuma delas me parece plausível. Vejamos o
Cristianismo, eu tentava entender o que Jesus queria dizer, mas ele sempre
voltava a palavra amor. E, disse que era para "amar seu próximo". Eu
só imaginava esta possibilidade, se fosse meus familiares ou meus bons
vizinhos. Para complicar mais as coisas, Jesus insistia em que amássemos
"nossos inimigos". Como eu poderia amar Adolf Hitler, um estuprador
ou a um outro assassino?
Dentre as
várias definições da palavra amor, vejamos algumas: forte afeição, ligação
calorosa ou atração baseada em sentimentos sexuais.
No idioma
orginal grego, existe várias expressões para conceituar amor, dentre elas Eros, da qual deriva a palavra erótico,
e significa sentimentos baseados em atração sexual e desejo ardente. Outra
palavra grega é Storgè, que significa
afeição, principalmente entre pessoas de uma mesma família. Outra é Philos, ou fraternidade, amor recíproco.
Uma espécie de amor condição, ou seja, tipo "você me faz bem que eu faço
bem a você". Finalmente, os gregos usavam o substantivo agapé e o verbo correspondente agapaò, para descrever um amor
incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em
troca.
Quando Jesus
fala de amor no Novo Testamento, usa a expressão agapé, um amor traduzido pelo
comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.
Na verdade,
parece-me que Jesus não queria dizer que devemos amar nossos inimigos, ou seja,
fazer de conta que pessoas ruins não são ruins, ou nos sentir bem a respeito de
pessoas que agem indignamente, mas sim, de que devemos (como Cristãos) nos
comportar bem em relação a estas pessoas.
Para ilustrar,
há ocasiões em que minha mulher não gosta de mim, mas continua ao meu lado. Ela
pode não gostar mesmo, mas continua a me amar e manifesta isso por suas ações e
envolvimento no cotidiano.
Os pais que se
derretem de amor pelos filhos mas não conseguem separar 15 minutos do dia para
ficar com eles. Maridos que dizem amar suas esposas, mas estão sentados nos
bares bebendo e em busca de outras mulheres.
Você pode ter
um vizinho de difícil relacionamento, mas pode se comportar educadamente e
amorosamente com ele. Embora ele opte por comportar-se mal, você pode tratá-lo
respeitosamente e de maneira honesta.
Vocês lembram
da atividade em que pedí para listarem virtudes nas pessoas que te
influenciaram (nº 2 - Definições),
estando vivas ou mortas; vejam que existe uma narrativa Bíblica em 1º
Coríntios, capítulo 13, que versa exclusivamente sobre o "AMOR",
quando Jesus usou a expressão agapè, destacaremos
algumas destas expressões:
1º Corintios: Dicionário:
.Paciência. mostrar autocontrole em
face da adversidade;
.Bondade. dar atenção,
apreciação e incentivo;
.Humildade. ser autêntico, sem
pretensão, orgulho, arrogância;
.Respeito. tratar as pessoas como
se fossem importantes;
.Generosidade. satisfazer as necessidades dos
outros - abnegar;
.Perdão. desistir de
ressentimento quando enganado;
.Honestidade. ser livre de engano;
.Compromisso. ater-se às suas escolhas.
Não parece
muito com a lista descrita por vocês? O
que vocês poderiam me dizer a respeito destas palavras:
A treinadora
respondeu: todas parecem tratar-se de comportamentos. Vocês concordam que a
definição de amor agapé, escrita há mais de dois mil anos, também é uma bonita
definição de liderança, e hoje?
Percebemos que
o amor descrito no Novo Testamento é sinônimo de liderança.
Dentre as
expressões encontradas na passagem Bíblica, são qualidades que vocês acham
importantes para a qualidade do caráter para uma pessoa que desempenha
liderança?
O pregador
apropriou-se para fazer um comentário:
embora não esteja explicitamente inserido na lista, gostaria de incluir a
palavra disciplina; ela deriva da raiz discípulo, com o significado de ensinar
ou treinar. Qualquer disciplina objetiva corrigir ou mudar o comportamento,
treinar a pessoa e não puní-la. No caso empresarial, ela pode se dar
progressivamente: primeira advertência, segunda advertência, aviso final e, por
último, você não pode mais fazer parte deste time ou equipe.
Foi feito uma
experiência por um pesquisador de Harvard, para descobrir numa fábrica, em New
Jersey, se havia uma relação direta e positiva entre a melhoria das condições
de trabalho e sua produtividade. Uma das variáveis para a aplicação da
experiência consistiu em aumentar as luzes do interior da fábrica. Constataram
que a produtividade dos trabalhadores aumentou.
Quando se preparavam para aplicar outra variável, resolveram diminuir a
luminosidade novamente, para não misturar com a já constatada. Se surpreenderam
com os resultados, pois a produtividade continuou aumentando.
Perceberam que
o aumento da produtividade não se deu por usarem lâmpadas mais fortes ou mais
fracas, mas por alguém estar prestando atenção na execução e no ambiente de
trabalho dos funcionários (pessoas humanas). Isso ficou conhecido como o efeito
Hawthorne.
O fato que
influenciou diretamente na melhoria da produtividade foi prestar atenção nas
pessoas, e a melhor maneira para fazermos isso (líderes) é passar a observá-las
e ouví-las ativamente. Tem pessoas que pensam que o ato de ouvir é um processo
meramente passivo, precisamos entender que ouvimos seletivamente, fazendo
julgamentos sobre o que está sendo dito e pensando em maneiras de terminar a
conversa ou direcioná-la de modo mais prazeroso para nós.
Simeão disse:
podemos pensar quatro vezes mais rápido do que falamos. Por isso, enquanto
ouvimos alguém, há muitos ruídos internos acontecendo em nossas mentes.
A tarefa de
ouvir ativamente acontece em sua cabeça, exigindo muito esforço e disciplina
para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano.
Isso exige sacrifício, uma doação de nós mesmos para bloquear o mais possível o
ruído interno e de fato entrar no mundo da outra pessoa.
O ouvinte ativo
tenta ver as coisas como a pessoa que fala as vê e sentir as coisas como quem
fala as sente. Essa identificação entre o locutor e o ouvinte, exige muito
esforço e sacrifício, denominada de Empatia.
A enfermeira
disse que em seu setor de trabalho, no hospital, definem empatia como presença
total junto à paciente. E presença total não é apenas física, mas mental e
emocional. É sinal de respeito estar totalmente presente com alguém que está
"dando à luz", ouvindo e advinhando suas necessidades.
Há quatro
maneiras essenciais de nos comunicarmos com os outros: lendo, escrevendo, falando e ouvindo. As estatísticas mostram que na comunicação uma pessoa gasta em média:
. 65 % - ouvindo; .
9 % - lendo;
. 20 % - falando; .
6 % - escrevendo.
Percebemos que
algumas pessoas até desenvolvem bem uma ou duas línguas eletivas, mas não fazem
esforço algum para ensinar a prática de ouvir. E esta é a habilidade que nossas
crianças (os seres humanos) precisarão mais usar na vida.
A diretora
acrescentou, no início de minha carreira achava que o meu trabalho era resolver
todos os problemas de professores e alunos quando surgissem. Ao longo dos anos,
aprendi que ouvir e compartilhar o problema da outra pessoa alivia sua carga.
Há um efeito catártico (de catarse - alívio emocional, liberação de sentimentos
que estavam reprimidos no inconsciente), em fazer-se ouvir atentamente por
outra pessoa e poder expressar-lhe nossos sentimentos.
Há uma citação que eu
gosto muito, dita pelo Faraó Egípcio Ptahhotep que diz:
"Aqueles
que precisam ouvir os apelos e gritos de seu povo devem fazê-lo com paciência.
Porque as pessoas querem muito mais atenção para o que dizem do que para o
atendimento de suas reivindicações".
Prestar atenção
e ouvir às pessoas é uma necessidade humana legítima e imprescindível, que não
devemos negligenciar como líderes. Portanto, as pessoas necessitam e precisam
ser ouvidas e que dediquemos atenção a elas. William James,
provavelmente um dos grandes filósofos que este país já produziu, uma vez
disse:
"que no centro da personalidade humana está a
necessidade de serem apreciados". (observados, valorizados,reconhecidos).
É importante também elogiarmos as pessoas de forma sincera, verdadeira e específica, valorizando as
coisas boas que elas fazem em vez de ser o "gerente ou chefe
gaivota", isto é, que vive procurando pegar os erros das pessoas. O elogio
é uma necessidade humana legítima e essencial nos relacionamentos saudáveis.
Amor não é como nos sentimos a
respeito dos outros, mas como nos comportamos como os outros.
George
Washington disse sobre a bondade:
"Seja bom com os outros. A distância que você
caminha na vida vai depender da sua ternura com os jovens, da sua compaixão com
os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da sua tolerância com os
fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser um deles".
Existe um
provérbio que diz: "achamos o que buscamos", os psicólogos chamam
isso de Percepção Seletiva. Você só começa a observar melhor uma coisa ou
pessoa, quando surge algum interesse de sua parte por aquela pessoa ou coisa.
Desta forma, você irá vê-las de uma forma totalmente diferente da qual as via
antes.
Infelizmente, a grande maioria de
pessoas que exercem liderança é arrogante, egoísta e pretensiosos. Nós
precisamos de líderes autênticos, habilidosos e verdadeiros com as pessoas. O
ego pode de fato interpor-se no caminho e criar barreiras entre líderes e seus
liderados.
Um professor certa vez descreveu
algo a respeito da humildade, bem assim: "Ser humilde é ser real e
autêntico com as pessoas e descartar as máscaras falsas".
A enfermeira, sempre com seu jeito
suave e amigável de falar, interrompeu e disse: acredito que Deus não criou
lixos humanos, apenas pessoas com problemas de relacionamento. Portanto, pelo
simples fato de sermos seres humanos, devemos ser respeitados por todos.
Precisamos ter um comportamento
afirmativo para com as pessoas, isso consiste em sermos francos, honestos e
diretos, mas sempre de maneira educada e respeitosa. O perdão não é sinônimo de
passar a mão na cabeça, de desconhecer as coisas ruins que a pessoa fez, nem
deixar de lidar com elas à medida que acontecem. Perdoar é lidar de um modo
afirmativo com as situações que surgirem e depois desapegar-se de qualquer
resquício de ressentimentos.
Os terapeutas, em suas entrevistas
diárias com seus pacientes, costumam sempre lembrá-los que o ressentimento
destrói a personalidade humana. As pessoas que assim procedem, demonstram muita
amargura e que são totalmente infelizes.
O líder comprometido dedica-se ao
crescimento e aperfeiçoamento da equipe. Há diferença entre estar envolvido e
comprometido. Greg, sitou um exemplo para distinguí-los: Quando forem comer
ovos com bacon lembrem-se: a galinha estava envolvida, mas o porco estava
comprometido.
Quando nos candidatamos a liderança
estamos nos comprometendo a sermos pacientes, bons, humildes, respeitosos,
abnegados, generosos, honestos e etc.Para finalizar este tópico, o verbo
amar, na interpretação da enfermeira significa o ato ou os atos de doação aos
outros, identificando e atendendo suas legítimas necessidades.
6. O Ambiente.
Homens e mulheres desejam fazer um bom trabalho. Se lhes for dado o
ambiente adequado, eles o farão - Bill Hewlett.
Simeão, o pastor de minha igreja diz
que devemos amar o próximo e a nós mesmos. Na verdade, vamos entender melhor o que
Jesus quis dizer no versículo 39, do capítulo 22, do livro de Mateus, diz
assim:
"E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu
próximo como a tí mesmo".
Ele está dizendo para amarmos o
próximo como a sí mesmo, e não a você mesmo. Ele não está simplesmente
constatando que nós nos amamos, mas está nos pedindo que amemos os outros do
mesmo modo como nos amamos. O ser humano por natureza, ou em sua grande
maioria, tem a tendência de querer vir ou estar em primeiro lugar, não é?
Colocar nosso próximo em primeiro
lugar e estar atento às suas necessidades é amar nosso próximo. Quando nós
erramos, pense como rapidamente nos perdoamos. Será que agimos assim com o
nosso próximo?
Se realmente formos honestos com nós
mesmos, teremos que admitir que às vezes nos deleitamos, mesmo que por um breve
momento, com a infelicidade de nosso próximo, com a perda do emprego, separação
e divórcio, casos extraconjugais e outros transtornos. Nós verdadeiramente
amamos nosso próximo quando nos preocupamos com seu bem-estar da mesma forma
como nos preocupamos com o nosso.
Há ocasiões em que me aborreço com
Deus e chego a não gostar muito Dele. Tenho muitas perguntas e há coisas que me
parecem injustas, mas o que sinto tem pouco a ver com o meu amor por Deus e meu
compromisso na relação com Ele. O bom é que, quando estamos comprometidos com o
amor de Deus e aos outros, e continuamos a investir nesse sentido,
comportamentos positivos acabarão produzindo sentimentos positivos, algos que os
psicólogos chamam de práxis.
O trabalho do jardineiro que prepara
a terra para o plantio, jogando sementes, regando, adubando, promovendo o
exterminio de pragas e cuidando para não deixar o mato crescer sobre o jardim,
mesmo fazendo tudo isso, não foi ele o responsável pelo crescimento das flores.
Agora, com certeza, ele contribuiu para que ele viesse a ocorrer. Portanto, nós
fazemos as coisas crescerem na natureza, mas somente nosso Criador ainda é o
único que sabe como uma pequena semente plantada no solo se transforma em um
grande e frondoso carvalho.
Esse princípio é de fundamental
importância em relação aos seres humanos, o melhor que podemos fazer é criar as
condições adequadas para que o crescimento se dê. Alguém poderia me dar alguns
exemplos?
A enfermeira Kim, se antecipou:
posso afirmar que para que uma criança se desenvolva normalmente durante os
nove meses de gestação é essencial um ambiente saudável dentro do útero. O
pastor, aproveitando o exemplo, e esta criança após o nascimento precisa de um
ambiente amoroso e saudável para se desenvolver adequadamente. E perguntou:
vocês sabem o que acontece aos bebês privados de qualquer contato humano?
Morrem, disse a enfermeira. Exatamente, eles murcham e morrem.
A diretora disse: no sistema público
onde trabalho há muitos anos, você sabe muito bem quais são as crianças que vêm
de um ambiente hostil. Nossas prisões estão cheias de pessoas que cresceram em
ambientes doentios. Estou me convencendo cada vez mais de que a resposta ao
crime tem pouca relação com a cadeira elétrica e muito mais com o que acontece
em casa e na escola.
As pessoas se enganam quando
procuram o médico achando que vão ser curadas. Com todo o avanço da medicina,
nenhum médico jamais consertou um osso fraturado ou curou um ferimento. O
melhor que a medicina e os médicos podem fazer é prestar assistência através de
medicação e terapias, criando as condições adequadas para que o corpo se cure.
Percebemos com os exemplos, que
ficou bem claro que criar um ambiente saudável é muito importante para
possibilitar o crescimento saudável, de modo especial para seres humanos.
Nós, seres humanos, somos igualmente
ao jardim, precisamos ser adubados, ter cuidado com as pragas, observá-lo
sempre com muita atenção. E quanto tempo é necessário para colhermos os frutos?
Simeão respondeu: conhecí muitos
líderes que ficaram impacientes e desistiram do esforço antes que os frutos
tivessem chance de crescer. Muitas pessoas querem o resultado rápido, mas o
fruto só vem quando está pronto. E é por isso que o compromisso é muito
importante para o líder. A enfermeira observou: outro fator importante que
determina quando o fruto amadurecerá é o estado das nossas contas bancárias
relacionais. Aprendi esta metáfora (emprego de palavra em sentido figurado; a
significação de uma palavra é substituída por outra) quando lí o best-seller
de Stephen Covey: Os 7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes.
Em nossas contas bancárias
financeiras fazemos depósitos e retiradas, esperando nunca ficar a descoberto.
A metáfora da conta relacional nos ensina a importância de manter saudável o
equilíbrio dos relacionamentos com as pessoas importantes de nossas vidas,
inclusive as que lideramos.
Em síntese, o fruto pode levar mais
tempo para aparecer, dependendo do estágio de nossas contas bancárias
relacionais. Essa idéia da metáfora ilustra também por que devemos elogiar as
pessoas em público e nunca puní-las ou chamar sua atenção em público. Quando
fazemos o elogio, aumentamos nossa conta bancária relacional com as pessoas,
enquanto que o contrário, diminuimos nossa conta bancaria relacional.
Simeão trouxe um artigo antigo sobre
um levantamento a respeito do alto conceito que as pessoas têm de si mesmas e
por que as retiradas da conta relacional têm um custo tão alto.
Revista Phychology Today: - o
behaviorista que escreveu o artigo diz que não há uma relação uniforme entre o
feedback positivo e o negativo. Trazendo para os termos de "depósitos e
retiradas", ele afirma que para cada retirada que você faz em sua conta
com uma pessoa são necessários quatro depósitos para voltar a ficar igual. Para
fundamentar esta argumentação, ele prossegue discutindo um levantamento
realizado para determinar com que realismo as pessoas se vêem, foi perguntado
sobre sua habilidade de dar-se bem com os outros; vejam os resultados: 100 %
puseram-se na metade superior da população;
perguntado sobre sua habilidade em liderar, disseram: 70 % se consideram
na parte superior, e apenas 2 % na parte inferior.
Perguntado aos homens sobre suas
habilidades atléticas comparada com outros homens; 60 % classificaram-se na
parte superior e apenas 6 % disseram estar abaixo da média.
E o que isso quer dizer Simeão?
Perguntou Greg. A treinadora explicou: é que as pessoas de modo geral têm alta
opinião sobre sí mesmas, o que significa que devemos ser muito cuidadosos ao fazer retiradas da conta dos
outros porque o custo pode ser muito alto. Podemos passar anos nos esforçando
para construirmos a confiança, e ela pode ser perdida em um instante por uma
simples indiscrição.
Como líder você é o responsável pelo
ambiente que existe em sua área de influência, e delegaram-lhe poder para
cumprir com sua responsabilidade. Portanto, você tem o poder de determinar o
comportamento de seus liderados. John alegou que não pode normatizar o comportamento
de outra pessoa. Greg, o sargento, claro que pode! nós fazemos isso o tempo
todo no Exército, e estou certo de que você faz isso com as pessoas em sua
fábrica. Você tem políticas e procedimentos que todos devem seguir, não é? Como
usar o equipamento de segurança, comparecer ao trabalho em uma deteminada hora,
seguir os códigos de conduta no emprego.
Espere, me lembrei de um fato
interessante, meu pai foi supervisor de primeira linha da fábrica de montagem
da Ford em Dearborn durante mais de 30 anos. No início dos anos 1970, fui
passar uma hora com ele num sábado pela manhã. Fiquei impressionado ao ver como
as pessoas gritavam, xingavam e se zangavam umas com as outras. O ambiente de
trabalho parecia uma selva, e os supervisores humilhavam publicamente os
empregados sem qualquer condescendência ou hesitação.
Mais tarde, um dos melhores amigo de
meu pai foi transferido para outra fábrica que fazia parte de uma parceria
entre a Mazda (japoneza) e a Ford. Na primeira semana de trabalho na nova
fábrica, o amigo de meu pai pegou um empregado fazendo algo errado e brigou
agressivamente com ele na frente de todos, xingando-o no melhor estilo
disciplinar de Dearborn, mas para seu azar, seu gerente japonês presenciou o
incidente e o chamou à sua sala. Os japoneses são mestres em não perder a linha
na frente dos outros, dizendo para o amigo de meu pai que estava sendo
advertido uma única vez, pelo tipo de comportamento adotado com o funcionário,
disse-lhe que se o visse novamente adotando aquele tipo de comportamento, seria
demitido imediatamente. O amigo de meu pai, aposentou naquela fábrica dez anos
mais tarde. Ele captou a mensagem.
Simeão disse, bom exemplo John. É
importante porém, que não foi a Mazda que mudou o comportamento do supervisor,
mas ele mesmo mudou, porque recebeu a mensagem e a intronizou. Não podemos
mudar ninguém. O lema dos alcoólicos anônimos é:
"A
única pessoa que você pode mudar é você mesmo".
Tolstoi disse:
"".todos querem mudar o mundo,
mas ninguém quer mudar a si mesmo.
Nós como líderes podemos motivar as
pessoas a mudar, não podemos? Eu defino motivação como qualquer comunicação que
influencie as escolhas. Podemos fornecer todas as condições, mas são as pessoas
que devem fazer suas próprias escolhas para mudar.
A treinadora perguntou se eles já
tinham ouvido falar em Lou Holtz, o famoso ex-treinador de futebol. Sua fama se
deu pela sua capacidade de gerar grande entusiasmo nos times que treinou.
Consegue entusiasmar a equipe toda - treinadores, secretárias, assistentes e
até os mensageiros. Certa vez um repórter se aproximou e perguntou: como você
consegue ter todos tão entusiasmados em seu time? Lou respondeu: É muito
simples, eu elimino os que não são.
7. A Escolha.
Visitei muitas companhias que
estavam com algum tipo de problema, em lá chegando, apontavam o chucky da
retroescavadeira ou alguma garota da expedição dizendo que neles estava o real
problema. Mas nove vezes e meia de dez, quando eu começava a observar a companhia
em crise, detectava que o problema estava no topo.
Engraçado Simeão, minha esposa
atende mulheres com problemas familiares e constata a mesma dinâmica. Os pais
trazem os filhos, dizendo: "conserte estas crianças, elas estão pintando o
sete por toda a casa". Por experiência, ela sabe que este comportamento é
apenas um sintoma do problema real, que na verdade está muito mais relacionado
com a mãe e o pai.
O pensamento tradicional nos ensina
que os pensamentos e os sentimentos dirigem nosso comportamento, e, claro,
sabemos que isso é verdade. Nossos pensamentos, paradigmas, crenças,
sentimentos, exercem grande influência sobre nosso comportamento. A práxis ensina que o oposto também é
verdadeiro.
A práxis explica por que adotamos crianças, por que gostamos tanto de
bichos de estimação, cigarros, jardinagem, bebidas, carros, golfe, coleção de
selos e todo o resto de coisas que preenchem nossa vida. Ficamos presos a quem
prestamos atenção, com quem passamos tempo ou a quem servimos.
Faz sentido, talvez explique por que
eu de fato gosto do meu vizinho, mesmo sendo uma pessoa de difícil
relacionamento.
A práxis também trabalha na direção
oposta, John. No tempo de guerra, por exemplo, os paises muitas vezes
desumanizam o inimigo, quando o chamamos de "soldados alemães" ou
"asiáticos", por que desta forma fica mais fácil justificar matá-los.
Ela também ensina que, se não gostamos de uma pessoa e a destratamos, vamos
odiá-la ainda mais. Deixe-me entender, Simeão; então a práxis diz que, se me comprometo a amar uma pessoa e a me doar a
quem sirvo, e sintonizo minhas ações e comportamentos com esse compromisso, com
o tempo passarei a ter sentimentos positivos em relação a essa pessoa? Sim, John. Alguns preferem a
expressão: "fingir para conseguir".
Jerome Brunner, notável
psicólogo de Harward, diz que:
"é mais comum representarmos um determinado
sentimento do que agirmos de acordo com o sentimento".
Tony Campolo, fala sobre o
poder da práxis na cura de casamentos. Afirma que a perda de sentimentos
românticos que leva os casais a se divorciarem pode ser corrigida se o casal
desejar. Para obter isso, cada um dos dois assume um compromisso que durante 30
dias, irão se tratar educadamente, respeitosamente, amorosamente, como aqueles
momentos que antecederam ao casamento.
O que deve ser priorizado nesse período
é aquele glamour quando estamos buscando conquistar a pessoa amada e desejada.
Importante lembrar dos elogios, estar sempre bem arrumado (a) para receber a
pessoa amada, envios de flores, convite para jantar fora e etc.
Ele afirma que
os casais que se comprometem e seguem estas difíceis tarefas retomam os antigos
sentimentos. Isso é práxis. Os sentimentos virão em conseqüência do
comportamento.
De antemão, sabemos que não é nada fácil, por que é muito
difícil começar. Conheci muitos pais, esposos, treinadores, professores e
outros líderes que não queriam assumir sua responsabilidade diante das
dificuldades de seus relacionamentos.
As grandes
barreiras e obstáculos começam assim: "começarei a tratar minhas crianças
com respeito quando elas passarem a se comportarem melhor", "só me
dedicarei a minha mulher quando ela mudar seu comportamento", "vou
prestar atenção ao meu marido quando ele tiver algo interessante a dizer",
"só irei mudar se ela (e) mudar também" ou "respeitarei meus
liderados quando meu chefe começar a me tratar com respeito".
Tenho certeza
de que vocês sempre ouviram a declaração "mudarei quando ..." e podem
preencher as reticências com várias outras afirmações. Talvez a declaração
devesse transformar-se em uma pergunta: "Mudarei ... quando.?"
Muitas pessoas
não querem assumir a responsabilidade adequada em suas vidas e preferem ignorar
essa responsabilidade. A enfermeira aproveitou para contar uma experiência: uma
das coisas que logo percebí no início de minha carreira, quando trabalhei no
setor de psiquiatria de um hospital, é que as pessoas com problemas
psicológicos sofrem muitas vezes do que eu chamaria de "doenças da
responsabilidade". Os neuróticos por assumirem responsabilidades demais
acreditam que tudo o que acontece é por culpa deles: "meu marido é um
bêbado porque sou má esposa", ou "meu filho fuma maconha porque falhei
como pai", ou "o tempo está ruim porque não rezei de manhã".
Por outro lado,
pessoas com problemas de caráter, geralmente assumem muito pouco a
responsabilidade por seus atos, acham que tudo o que sai errado é por culpa de
outra pessoa; tipo assim: "meu filho tem problemas na escola por causa dos
maus professores", ou "não posso progredir na companhia porque meu
chefe não gosta de mim", ou "bebo porque meu pai me batia".
Simeão
perguntou: Kim, você acha que hoje vivemos uma sociedade neurótica ou com
problemas de caráter. Antes que ela respondesse, Greg se antecipou. Você está
brincando? Na América nós nos tornamos tão cheios de doenças de caráter que o
mundo todo está rindo de nós. Ninguém quer mais assumir responsabilidades por
coisa alguma. Basta lembrar aquele prefeito de Washington, que foi apanhado
fumando crack e disse que era uma intriga racista? A mulher que asfixiou seus
dois filhos no banco traseiro do carro e disse que fez aquilo por ter sofrido
abuso sexual quando criança?
E os garotos que mataram os pais a tiros e alegaram
que eram vítimas de abuso? E os fumantes de cigarros que processam as
companhias culpando-as por anos de vício? E o funcionário municipal descontente
em São Francisco que baleou o prefeito e o supervisor e alegou que estava
temporariamente insano porque tinha comido doces em excesso?
Simeão retomou
a fala, acredito que um dos problemas foi que exageramos um pouco em Sigmund
Freud neste país. Embora tenha dado imensa contribuição ao campo da
psiquiatria, e por isso lhe devemos ser gratos, ele plantou as sementes do
determinismo que tem dado à sociedade todas as desculpas para os maus
comportamentos, evitando assim assumir a responsabilidade adequada por seus
atos.
Segundo Freud,
determinismo significa que para cada efeito ou evento, físico ou mental, há um
motivo, uma causa. Na fábrica de vidro, aquecer areia, cinza e os outros
ingredientes é a causa que produzirá o efeito do vidro fundido. O determinismo
escrito diz que, se soubermos a causa, física ou mental, poderemos predizer
(dizer antecipadamente) o efeito.
Freud resolveu dar um passo adiante,
e aplicou o mesmo princípio à vontade humana. Ele afirmou que os seres humanos
essencialmente não fazem escolhas, e que o livre-arbítrio é uma ilusão. Ele
acreditava que nossas opções e ações são determinadas por forças inconscientes
das quais nunca nos damos conta completamente. Afirmou ainda, que se
conhecermos suficientemente a ascendência genética e o ambiente de uma pessoa,
podemos predizer seu comportamento e até mesmo as escolhas individuais que
fará. Suas teorias dinamitaram o conceito de livre-arbítrio.
O velho argumento da natureza versus
a criação, observou a enfermeira. O determinismo de Freud permite eu culpar meu
avô pelos genes ruins, explicando por que ela é alcoólatra. Culpar meus pais
por minha infância infeliz que me levou a fazer más escolhas e etc.
Há estudos que indicam com clareza
que os alcoólicos são mais propensos a ter filhos alcoólicos, mas o alcoolismo
não é uma doença? Como eu posso dizer
que é uma escolha?
Venho de uma família atormentada
pelo álcool, sei que tenho certa predisposição para o alcoolismo e que preciso
ter muito cuidado como isso. Quando estava por volta dos meus trinta anos, por
pouco não me tornei um alcoólatra. Mas, embora eu possa ser predisposto a ter
problema com álcool, faz sentido colocar a responsabilidade pela bebida em meu
pai ou meu avô? Ou cabe a mim escolher tomar aquele primeiro gole ou não?
Todos os tipos de estímulos vêm a
nós: contas a pagar, multas, maus chefes, problemas com vizinhos e o que mais
houver. O estímulo sempre vem a nós, mas, como seres humanos racionais, temos a
habilidade de escolher nossa resposta. Diferentemente dos demais animais, que
respondem por instintos: um urso do Michigan faz o mesmo tipo de toca que um
urso de Montana; um pássaro azul de Ohio faz o mesmo tipo de ninho que o
pássaro azul de Utah.
Viktor Frankl, psiquiatra
judeu, formou-se e foi professor na Universidade de Viena. Grande admirador e
seguidor do determinismo de Freud, escreveu um livro chamado Em Busca de
Significado. Durante a guerra, Frankl foi preso em um campo de concentração por
vários anos, perdeu quase toda a família e os bens pessoais nas mãos do regime
nazista e suportou horríveis experiências médicas no próprio corpo. Ele sofreu
muito, e o livro com certeza não é para quem tem estômago fraco. Frankl
aprendeu bastante a respeito de pessoas e da natureza humana em meio ao
sofrimento, e isso forçou-o a repensar sua posição sobre o determinismo. Em um
dos trechos do livro ele descreve:
"deixe alguém tentar expor à fome diversas
pessoas, de maneira uniforme. Com o aumento da urgência imperativa da fome,
todas as diferenças individuais obscurecerão e em seu lugar aparecerá a
expressão uniforme do único desejo não-silencioso".
Nos campos de
concentração, por exemplo, nesse laboratório vivo e nesse solo de testes, nós
presenciamos e testemunhamos alguns de nossos companheiros comportarem-se como
porcos, enquanto outros comportaram-se como santos. O homem tem ambas as
potencialidades dentro de si mesmo: a que
se efetiva depende das decisões, não das condições.
Portanto,
percebemos a magnífica mudança de paradigma, tendo em vista que devemos estar
atentos a importância da responsabilidade e da escolha. E se a pessoa resolver
pular fora da vida e não participar de nenhuma escolha ou decisão? - O sargento
perguntou.
A diretora
respondeu: O filósofo dinamarquês Kierkegaard uma vez disse que "não
tomar uma decisão já é uma decisão, logo, não fazer uma escolha é uma
escolha".
Dissemos que o
caminho para a autoridade e a liderança começa com a vontade. A vontade são as
escolhas que fazemos para aliar nossas ações às nossas intenções. Estou
querendo dizer que, ao final, todos temos que fazer escolhas a respeito de
nosso comportamento e aceitar a responsabilidade por essas escolhas.
Escolheremos ser pacientes ou impacientes? Bons ou maus? Ouvintes ativos ou
meramente silenciosos? Humildes ou arrogantes?
O conferencista
M. Scott Peck, escreveu um livro chamado A Estrada Menos Concorrida. Em uma de
suas falas ele disse que faz parte da natureza humana ir ao banheiro de calças.
Parece uma piada, mas é muito profundo, vejamos:
Para uma
criança, o treinamento no urinol parece coisa menos natural do mundo, pois para
ela, é bem mais fácil fazer tudo nas calças. Mas, com o tempo, essa coisa
artificial torna-se natural quando a criança, depois de treinar a
autodisciplina, adquire o hábito de usar o vaso sanitário. Percebemos que isso
vale para qualquer disciplina, seja aprender usar o vaso sanitário, escovar os
dentes, aprender a ler e escrever, ou qualquer nova habilidade que nos
disciplinemos a aprender.
Vocês conhecem
os quatro estágios necessários para adquirir novos hábitos ou habilidades. Eles
tanto se aplicam à aprendizagem de bons hábitos como à de maus hábitos, de boas
e de más habilidades, de bons e maus comportamentos. Vejamos quais são estes
estágios:
1º estágio: Inconsciente
e sem habilidade. Nele você ignora o comportamento e o hábito. Isto se dá antes
de sua mãe querer que você use o vaso sanitário, antes de você tomar seu
primeiro drinque ou fumar seu primeiro cigarro, antes de você aprender a
esquiar, jogar basquetebol, tocar piano, datilografar, ler e escrever, o que
quer que seja. Você está inconsciente ou desinteressado em aprender a prática
e, obviamente, despreparado.
2º estágio: Consciente e sem habilidade. Nele
você toma consciência de um novo comportamento, mas ainda não desenvolveu a
prática. É quando sua mãe começa a sugerir o vaso sanitário, você fumou seu
primeiro cigarro, ou bebeu, e isso caiu mal, você pegou os esquis, tentou fazer
uma cesta, sentou-se à máquina de escrever ou ao piano pela primeira vez. Tudo
é muito desajeitado, antinatural e até assustador.
3º estágio: Consciente e
habilidoso. Este é o estágio em que você está se tornando cada vez mais
experiente e sente confortável com o novo comportamento ou prática. É quando a
criança quase sempre consegue se controlar, quando você saboreia os cigarros e
a bebida, quando já consegue esquiar razoavelmente, quando o datilógrafo e o
pianista não precisam mais olhar para o teclado. Você está adquirindo o jeito
da coisa. Qual seria a evolução final na aquisição de um novo hábito?
4º estágio: Inconsciente
e habilidoso. Nele você já não tem que pensar, pois já escova os dentes e usa o
vaso sanitário de manhã da forma mais
naturalmente do mundo. É o estágio final para o alcoólico e o fumante, quando
estão praticamente esquecidos do seu hábito compulsório. Os datilógrafos e
pianistas, não se preocupam com os dedos batendo no teclado. É o estágio em que
os lideres conseguiram incorporar seu comportamento aos hábitos e à sua verdadeira
natureza, estes são os lideres que não precisam tentar ser bons, porque já são.
Eles não precisam tentar ser uma boa pessoa, pois já são boas pessoas.
John interpelou
e disse: parece que você está falando da construção do caráter, Simeão. É
exatamente isto John. A real capacidade de liderança não fala da personalidade
do líder, de suas posses ou carisma, mas fala muito de quem ele é como pessoa.
Eu achava que liderança era um estilo,mas agora sei que liderança é essência,
isto é, caráter.
Paciência, bondade,
humildade, abnegação, respeito, generosidade, honestidade, compromisso e amor.
Estas são qualidades construtoras do caráter, são os hábitos que precisamos
desenvolver e amadurecer se quisermos nos tornar líderes de sucesso, que vencem
no teste do tempo. A diretora disse:
"Pensamentos
tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se caráter, e nosso
caráter torna-se nosso destino".
8. A Recompensa.
Para cada esforço disciplinado há uma retribuição
múltipla - Jim Rohn.
Muito tempo
atrás, um advogado que chamavam de escriba, perguntou a Jesus qual o mandamento
mais importante do Judaísmo. O judaísmo evoluíra durante séculos e foi gravado
em milhares de velhos pergaminhos, mas o advogado queria saber a única coisa
mais importante da religião. E Jesus lhe disse simplesmente que era amar a Deus
e ao Próximo.
O que significa
que amar é mais importante do que ir à igreja ou seguir uma série de regras. Um
sábio cristão chamado Paulo escreveu há cerca de dois milênios que apenas três
coisas importam: a Fé, a Esperança e o Amor. Acrescentando que a maior delas é
o amor.
Simeão, bem sei
que você acredita em Deus e que ele o ajuda. Mas eu sinto que preciso de um
pouco mais de prova. Infelizmente, você não pode provar a existência de Deus.
Você está
certo, John. Não posso provar a você, empiricamente, a existência de Deus,
assim como você não pode, empiricamente, provar-me que Deus não existe.
Contudo, vejo prova da existência de Deus em todos os lugares para onde olho.
Com certeza, você vê um mundo diferente do meu, mas lembre-se do que falamos antes,
não vemos o mundo como ele é, mas o vemos como somos.
A disciplina
exige dedicação e trabalho duro, mas em compensação sempre traz prêmios.
Vejamos o caso de quando nos doamos para servir alguém ou algumas pessoas, nos
sacrificando pelos outros, nós construímos influência sobre elas. Um líder que
sabe exercer influência é um líder cujas habilidades estão se desenvolvendo.
Simeão
acrescentou: uma vez li um estudo sociológico feito a partir de uma pesquisa com
pessoas acima de 90 anos. A pergunta era bem simples: Se você tivesse que viver
sua vida outra vez, o que faria de maneira diferente? As três principais
respostas que apareceram foram: 1. se arriscariam mais; 2.refletiriam mais
sobre as coisas; e, 3. realizariam mais coisas que permanecessem depois que
elas se fossem.
Bum Phillips, um
ex-treinador do Houston Oilers, uma vez disse: "há apenas duas espécies de
treinadores: os que são despedidos e os que estão para ser despedidos". O
líder, com certeza tem que se arriscar de qualquer maneira. A diretora disse:
uma tribo de índios americanos tem um velho ditado que diz:
"Quando você nasceu, você chorou e o mundo se
regozijou. Viva sua vida de tal maneira que, quando você morrer, o mundo chore
e você se regozije".
Fiz um curso de religiões
comparativas e me lembro de ter lido o clássico de Huston Smith: The Religions of
Man, ou seja, As Religiões do Homem. No epílogo, ele discute o
relacionamento entre as grandes religiões do mundo e conclui que num ponto muito
importante elas são iguais. Isto é, cada uma das grandes religiões contém uma
versão da Regra de Ouro.
Vinci Lombardi disse:
"Nós não temos que gostar dos nossos colegas e
sócios, mas, como líderes, somos instados a amá-los e tratá-los como gostaríamos
de ser tratados".
Esta é a Regra de Ouro, dizendo como
devo me comportar em relação aos meus liderados, exatamente como eu gostaria de
ser tratado. O autor menciona, que todas as religiões do mundo concluem que o
maior problema do homem, desde o princípio dos tempos, é sua natureza
autocentrada, seu orgulho, seu egoísmo. Algumas religiões referem-se a isso
como pecado. Smith conclui que todas as grandes religiões do mundo ensinam a
superar nossa natureza egoísta.
Dentre as várias recompensas que
estamos falando, há ainda uma muito valiosa que deve ser mencionada. É a
recompensa da alegria. O que a felicidade tem a ver com liderança? Perguntou o
sargento, Greg.
Eu estou falando de alegria e não de
felicidade, Greg. Porque a felicidade é baseada em acontecimentos. Se coisas
boas acontecem, estou feliz. Se acontecem coisas más, estou infeliz. No
entanto, a alegria é um sentimento muito mais profundo, que não depende de
circunstâncias externas. Alegria é satisfação interior e a convicção de saber que
você está verdadeiramente em sintonia com os princípios profundos e permanentes
da vida.
A diretora acrescentou: C.S.Lewis,
uma vez disse que: "se você não acreditar que é autocentrado,
provavelmente é autocentrado. Para ilustrar sua afirmação, ele nos desafia a
olhar para uma coleção de fotografias de família e perguntar a nós mesmos:
julguei, ou não, a qualidade da foto dependendo de como eu saí nela?
Quando negamos as nossas próprias
necessidades e vontades e nos doamos aos outros, crescemos. Tornamo-nos menos
autocentrados e mais conscientes dos outros. A alegria é uma conseqüência dessa
doação.
A diretora novamente citou: uma vez
perguntaram ao Dr. Karl Menninger, famoso psiquiatra, o que ele recomendaria a
alguém que estivesse a ponto de ter uma crise nervosa. Ele disse para a pessoa
sair de casa, ir ao encontro de alguém necessitado e ajudar essa pessoa. Simeão
disse: eu tenho uma citação de minhas favoritas, o Dr. Albert Schweitzer disse:
"Eu não sei qual será seu destino, mas uma coisa
eu sei. Os únicos que serão realmente felizes são os que buscaram e descobriram
o que é servir".
Talvez serviço e sacrifício sejam o
tributo (recompensa) que pagamos pelo privilégio de viver. Amar, servir e
doar-nos pelos outros nos forçam a sair do egocentrismo. Amar aos outros nos
força a crescer. Finalizamos, com um
provérbio chinês muito antigo:
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