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segunda-feira, 30 de julho de 2018

A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE



Introdução:

Antes de qualquer coisa, necessário se faz explicar ao leitor, de que não estamos desmerecendo em hipótese alguma, a importância da figura materna no que diz respeito ao desenvolvimento e a condução familiar. Vale ressaltar que o papel dos dois, atuando de forma conjunta, isto é, cada um assumindo a sua função e responsabilidade, garantirá aos seus filhos, padrões e princípios importantíssimos para a formação de seu caráter e personalidade.  
Entretanto, sabemos que a ausência de um deles poderá acarretar problemas futuros em seus filhos. Vale lembrar que em muitos lares existe a figura paterna, ou seja, o pai é vivo e mora debaixo do mesmo teto com a esposa e os filhos. No entanto, é ela quem toma todas as iniciativas e decisões da família. Dito com outras palavras, o pai é totalmente ausente. Como alguém já disse: é um “painaca”. Não resolve nada, não opina em nada, não ajuda e não tem autoridade ou o respeito dos filhos, haja vista que veem a mãe resolvendo tudo que diz respeito a convivência familiar.  
Neste caso, é bem provável que essas crianças irão crescer sem ter uma referência da figura paterna em sua formação. Com isso, poderão reproduzir o mesmo padrão comportamental adotado por seus pais, em seu relacionamento conjugal, achando que é uma coisa normal, mas não é! 
Um dos motivos da desestrutura familiar brasileira e porque não dizer do mundo, tem a sua origem por esta questão, ou seja, a ausência do referencial masculino (paternal) dentro da própria casa. Graças a Deus que para tudo existe a exceção, ou seja, sabemos também que em muitos casos, mesmo faltando o homem da casa (figura paterna), muitas são as sacerdotisas que assumem as duas funções, tornando-se verdadeiras “pães”, isto é, pai e mãe ao mesmo tempo.

Desenvolvimento

A ideia da construção deste texto deu-se após ter assistido uma ministração feita pelo evangelista Leonardo, na igreja Assembleia de Deus Nova Vida, situada em Vila Velha/ES, na semana passada. O texto escolhido por ele foi:

2 Coríntios 6:18. E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.

            O texto em relevo acima, fala acerca de exortações à Santidade. Nele, a referência volta-se para a pessoa de nosso Pai Celestial. No entanto, durante o transcorrer da abordagem, será feita a comparação entre a atitude que deve ser adotada pelos pais, em relação aos seus filhos, igualmente a que é realizada por nosso Deus-Pai.
            Pesquisas e mais pesquisas confirmam, que em boa parte das famílias em que há a ausência da figura paterna, os filhos podem vir a adotar uma conduta desviante daquela tida como normal, haja vista que não teve a referência masculina em casa.
            A figura do pai, quando verdadeiramente se faz presente dentro da estrutura familiar, proporciona aos filhos, entre outras coisas, o exemplo de autoridade e governabilidade. É ele, o pai, quem deve ser o provedor, o guia e o condutor de sua prole. Assim foi a vontade de Deus ao criar e constituir a primeira família sobre a terra.

Gênesis 1:26-27. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine (governo) sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem á sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

            O livro de Gênesis, conforme consta em nossas Bíblias, registra como se deu a constituição familiar, feita por nosso Deus-Pai, juntamente com o Deus-Filho e o Deus-Espirito Santo, deixando de forma clara que ela é a “Célula Mater” da sociedade. E nós, seguidores de Cristo, somos defensores desta constituição.
            Ao primeiro homem – Adão - foi concedida por Deus a governabilidade sobre todos os seres viventes da terra. Pode-se dizer que ele passou a ser o pai de todas as coisas, ou seja, a deter toda a autoridade e condução. E como pai, ele deveria ser ou estar:

. Acessível: tem pais que não se aproximam de seus filhos, muito menos os acariciam ou se deixam acariciar. Além disso, nunca dirigem uma palavra elogiosa aos filhos. Diferentemente é a pessoa e o comportamento de nosso Deus-Pai, pois está sempre de braços abertos e com os ouvidos prontos para nos ouvir.

Isaías 59:1. Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir.
(...)
Mateus 6:6. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.

            No Antigo Testamento (AT), os Israelitas tinham acesso limitado para se achegar a Deus, tendo que ir ao Sumo Sacerdote que, uma vez ao ano, entrava no Santo dos Santos, para falar com Ele, apresentando os pecados do povo. Nos tempos do Novo Testamento (NT), surgiu a pessoa do Deus-Filho, e com a morte de Jesus Cristo, o véu se rasgou de alto a baixo, a partir de então, todos os que creem e tem fé, tem livre acesso ao Pai Celestial.

. Disposto a Dialogar: em muitas casas não há mais diálogo entre pais e filhos, inclusive em alguns casos, os filhos proíbem seus pais de entrarem em seus quartos, sem a sua permissão. Com o advento da tecnologia, alguns pais, mesmo estando todos dentro de casa, costumam falar com os filhos por meio de mensagens.
O Deus-Pai, ama quando O procuramos para iniciarmos um diálogo (oração), principalmente aqueles que buscam ouvir as Suas Palavras: “E todo o povo ia ter com ele ao templo, de manhã cedo, para o ouvir” (Lucas 21:38).  

. Cuidadoso: os pais tem a responsabilidade de cuidar bem de seus filhos, dando-lhes abrigo, proteção e tudo que é de sua necessidade, inclusive preparando-os para o futuro. Enquanto estivermos vivendo aqui nesta terra, Deus cuidará carinhosamente de nossas vidas, mas os seus cuidados enquanto Pai vislumbra também o futuro.  

João 14:1-2. Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.  

. Provedor: muitas mulheres conseguiram galgar ótimos postos de serviços na sociedade atual, mas devem juntamente com seu marido, partilhar dos ganhos e das dividas da família, ou seja, ambos devem se comportar como se fossem “uma só carne”.
O ideal para uma convivência conjugal saudável e harmônica seria – “tudo é nosso”.  Infelizmente não é isso que estamos testemunhamos em muitos casamentos. Estamos vendo uma verdadeira competição entre marido e mulher. O homem deve continuar assumindo seu papel de provedor da casa, mas nada impede que sua esposa o ajude: “(...): Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora (ajudadora, auxiliadora) que esteja como diante dele” (Gênesis 2:18).
            No deserto, o Deus Todo-Poderoso, quando seu povo (filhos) tinha sede, fazia a rocha jorrar água (Números 20:11). Quanto este mesmo povo teve fome, enviou-lhes o Maná, o pão que veio do céu e muita carne – as codornizes (Êxodo 16:11-16). A Igreja Primitiva tinha uma conduta maravilhosa, pois “todos tinham tudo como sendo de posse da comunidade”, isto é, nada era de uma só pessoa, mas de todos.  

Atos 4:32. E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.

. Presente: como já dissemos, alguns pais são muito ausentes em relação ao cotidiano de seus filhos. Muitos deles trocam a presença com os filhos por presentes, isto é, brinquedos, viagens, aparelhos eletroeletrônicos, etc. Vale lembra que presentes nunca irão substituir a presença dos pais.
Totalmente diferente, o nosso Pai Eterno, tem como um de seus atributos divinos e pessoal a Onipresença, isto é, está em todo o lugar: “Pelo que hoje saberás e refletirás no teu coração que só o Senhor é Deus em cima no céu e embaixo na terra; nenhum outro há” (Deuteronômio 4:39).

Atos 17:27. Para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não esteja longe de cada um de nós.
(...)
Provérbios 15:3. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.

. Amoroso: tem pais que reproduzem com seus filhos, a mesma conduta recebida de seus pais, isto é, são frios e insensíveis. Não os abraçam, nem tiram tempo para estarem juntos e conversarem sobre todo tipo de assunto. Acham que por pagarem uma boa escola e proverem o sustento diário já fazem o necessário e suficiente, mas esquecem de um aspecto muito importante – o amor. Quem se sente amado vive muito melhor.

João 3:16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

            Não podemos esquecer que mesmo quem ama, deve corrigir seus filhos quando necessário, não esquecendo de lhes impor limites: “Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Provérbios 3:12).

. Amigável: há quem defenda de que os pais não devem ser amigos de seus filhos, eu discordo! Amigos gostam de estar juntos, confidenciam segredos e existe uma confiança de um para com o outro. Penso que os filhos devem confidenciar seus segredos e dúvidas primeiramente aos pais, esse é o ideal de convivência familiar.

Lucas 12:4. E digo-vos, amigos meus; não temais os que matam o corpo e depois não têm mais o que fazer.
(...)
Tiago 2:23. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
  
            Que coisa gloriosa seria poder ser chamado por Deus de seu amigo. Além de Abraão, outro personagem da Bíblia que também foi chamado de amigo do Senhor foi Moisés: “E falava o Senhor  a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Êxodo 33:11).

. Perdoador: nós, seres humanos e mortais, temos muita dificuldade em perdoar aqueles que nos ofendem. Falamos facilmente sobre o perdão, mas o difícil é coloca-lo em prática. Uma narrativa bem interessante, em que o pai não olha para o que o filho fez, mas todos os dias tinha a esperança de vê-lo voltar para casa: A Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32).

Lucas 15:12,21-23. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. (...).  E o filho disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse a seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o, e comamos e alegremo-nos.

O filho mais velho não ficou muito satisfeito, pelo fato de seu pai ter perdoado seu irmão. No entanto, o nosso Deus-Pai está o tempo todo de braços abertos esperando para que confessemos os nossos pecados, para que Ele possa nos perdoar.
Esse pai da Parábola do Filho Pródigo é um tipo ou representação da pessoa de Jesus Cristo. A Palavra de Deus nos assegura que há festa no céu quando um pecador se arrepende: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:10).

Conclusão:

            Muitos pais que participam somente do momento da concepção dos filhos, mas não acompanham o crescimento e as fases de seu desenvolvimento psicossocial, posso dizer-lhes, sem sombras de dúvida, que essa atitude é um dos tipos de ausência paterna.
Os filhos são comparáveis à construção de um grande navio. Este tipo de embarcação passa muito tempo sendo preparada num estaleiro e, assim que fica pronto, é lançado aos oceanos para alcançar lugares diversos e distantes. Da mesma forma são os filhos, devem passar bom tempo com os pais, sendo preparados “num estaleiro” para que possam alçar seus próprios voos e bem altos.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

CRESCENDO EM CRISTO



Introdução:

            Os textos escolhidos para o estudo desta lição encontram-se em: 1 Pedro 2:1-5,10 (o Sacerdócio Espiritual) e Efésios 4:1,14-15 (a Unidade da Fé).

1 Pedro 2:1-4,10. Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo; se é que já provastes que o Senhor é benigno; e, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (...). Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.

            Quando o apóstolo Pedro se refere a “desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado (...)”; ele estava querendo dizer, entre outras coisas,  que: vós (nós), como filhos nascidos de Deus, devemos desejar e ansiar pelo leite puro da Palavra de Deus, pois é ela que nos trará o crescimento espiritual (1 Coríntios 6:19-20; Gálatas 4:6-7).

Efésios 4:1,14-15. Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, (...), para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
           
            Quando o apóstolo Paulo se refere “para que não sejamos mais meninos inconstantes, (...)”; ele está advertindo a seus ouvintes para que seja um cristão espiritualmente maduro, o que significa dizer, paranão agirmos como meninos.
Se o cristão permanece tendo uma compreensão inadequada das verdades bíblicas e tem pouca dedicação em buscar conhecimento das mesmas, ele pode ser enquadrado como “infantil ou menino”. E, assim, ser facilmente levado pelas falsas doutrinas dos homens e suscetíveis ao engano.

Leitura Semanal Diária:
Segunda: 1 Coríntios 13:10-13. A Suprema Excelência da Caridade;
Terça: 1 Pedro 2:1-4. Exortação à Santidade;
Quarta: 2 Pedro 1:3-8. Prática das Virtudes;
Quinta: Colossenses 3:12-16. Valorizar as Coisas Celestiais;
Sexta: Salmo 133. A Excelência do Amor Fraternal;
Sabado: Salmo 119:120-133. Santificação pela Tua Palavra.    

Desenvolvimento

            Amados irmãos e leitores, quando éramos meninos, falávamos e agíamos como meninos. Nossos pensamentos e sentimentos refletiam nossa faixa etária. No entanto, quando chegamos a fase adulta, precisamos tomar atitudes de pessoas amadurecidas e não agirmos mais como meninos.

1 Coríntios 13:11. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

            Nós sabemos que em muitos casos, ocorre o crescimento somente do corpo físico, mas a mentalidade e o agir de muitas pessoas continua infantil. Deus quer que o nosso crescimento seja integral (corpo e mente), isto é, que ocorra o crescimento espiritual de forma constante, até que alcancemos a “estatura de varão perfeito” (Efésios 4:13).
            Tanto na vida física como na espiritual, o crescimento faz parte de um processo. Ele ocorre de forma continua, paulatinamente, precisa de acompanhamento e de ajuda. Assim como o corpo humano precisa de cuidados alimentares, higiene, descanso e atividade física para adquirir crescimento, da mesma forma acontecem com o crescimento espiritual. Vamos conhecer alguns cuidados para o nosso crescimento espiritual.

1. CUIDADOS NECESSÁRIOS AO CRESCIMENTO

Antes mesmo de nascermos já precisamos de ajuda. Após o nascimento, precisamos contar com o auxílio de outras pessoas, para que o nosso desenvolvimento ocorra de forma saudável, até chegarmos a maturidade. Vejamos quais são os passos que podem nos ajudar a crescer espiritualmente:

1.1  Crescendo em Santificação: esta palavra significa “ser separado ou ser santo”. Quando nos convertemos, inicia-se uma nova vida. É como se o novo convertido fosse um bebê que necessita de cuidados especiais. A santificação consiste em deixar o pecado (maus caminhos) e viver para Deus, isto é, separar-se do mundo (atitudes que contradizem a Palavra de Deus). Certa vez alguém já disse: “ou a Palavra de Deus te afasta do pecado, ou o pecado te afasta da Palavra de Deus”.
Não existe meio termo ou ficar em cima do muro: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6:24).

1.2  Crescendo através da Palavra: o novo cristão deve desejar ansiosamente estudar a Palavra de Deus, fazendo uso das Escrituras Sagradas como um bebê que deseja se satisfazer com o leite materno. O cristão que inicia sua caminhada espiritual alimentando-se da genuína Palavra de Deus,  cresce robusto e sadio espiritualmente.

João 17:17-19. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.

A Palavra de Deus (a Bíblia) foi dada ao homem/mulher para a sua edificação. Portanto, a Palavra de Deus é o alimento que nos fortalece, robustece a nossa fé e que purifica o cristão. Precisamos entender que ao entregar nossa vida à Cristo, continuaremos a viver neste mundo, mas não pertencemos mais a ele, e sim a Cristo. 

João 17:14-16. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou.

1.3  Crescendo em Amor: a Palavra de Deus assegura que o cumprimento do Evangelho de Jesus Cristo é o amor. É este sentimento que muda o homem no seu modo de “pensar, sentir e agir”. Aquele que não é mais menino (não age mais como menino), passa a crescer no conhecimento e na graça de Deus (2 Pedro 3:18), sentindo esse amor inundar o seu coração duma maneira tão profunda que provará o mesmo sentimento do apóstolo Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo” (Romanos 8:35a).
Lembre-se: o amor não é algo estático. Pelo contrário, ele é dinâmico e deve gerar boas ações. Quando o cristão dá lugar para o amor crescer em seu coração, ele torna-se útil ao seu semelhante. Aquele que praticava o mal, agora pratica o bem. Onde havia o ódio, nasce o perdão.

Romanos 8:1b.  (...). A ciência incha, mas o amor edifica. (...). 13:10. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.

Deus quer que o amor seja abundante no trato de uns para com os outros. O amor não escraviza, ele liberta. Amar é se dar e se doar ao outro. Jesus deu a sua vida por amor a nós, miseráveis pecadores. A maior de todas as virtudes é o amor (1 Coríntios 13:13).   

1.4 Crescimento Gradativo: o nosso conhecimento ocorre aos poucos, a cada dia vamos conquistando progressos. Precisamos buscar constantemente, o crescimento em todas as áreas de nossas vidas: “Porque, se em nós for acrescentadas todas esta coisas, não vos deixarão ociosos, nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pedro 1:8).

1 Coríntios 12:7-10.  E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.

A palavra de Deus não revela qual seria o “espinho na carne” do apóstolo Paulo, mas deixa claro que foi lhe dado, para que não se vangloriasse achando que tudo que foi feito por ele, seria resultado apenas de seu próprio esforço, inteligência ou mérito.

2.  CRESCER NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO

            Para se alcançar a graça de Deus, precisamos buscar o conhecimento: “Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, nosso Senhor” (2 Pedro 1:2).  E por que devemos crescer na graça?  É ela que nos capacita a resistir aos sofrimentos da vida (2 Coríntios 12:7-10).
            Graça significa favor imerecido de Deus para com os homens, ou seja, Ele nos concede algo que não merecemos. Portanto, quando buscamos crescer na graça, significa conquistar poder divino para enfrentar as adversidades e não desistir, mas ser fortalecido e sairmos vitoriosos. Por meio da graça de Deus, conseguimos:

2.1 Alcançar Maturidade Espiritual: deixar de agir como menino e se tornar adulto na fé. Você passa a discernir entre o que é bom, agradável, perfeito e conveniente, para então, entender qual é a vontade de Deus (Romanos 12:1-2).

2.2 Cultivar o Entendimento: saber distinguir os valores espirituais para rejeitar tudo aquilo que não procede do Senhor. Você não aceita mais algumas situações que lhe são apresentadas, desenvolvendo um senso de princípios e valores que condizem com a Palavra de Deus (1 Coríntios 14:20).

2.3 buscar o Ideal Cristão: todo este conhecimento adquirido tem como propósito leva-lo a perfeição, a unidade da fé, ao pleno conhecimento de Cristo e a maturidade. Precisamos ter esta atitude com certa constância, para que busquemos o alcance da “medida da estatura completa de Cristo” (Efésio 4:13).

3. CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO CRESCIMENTO

            O novo cristão (novo convertido) deve ter uma vontade continua de “crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18a). Sua persistência e constância, evitará que seja um “menino na fé”.

Hebreus 5:12-13. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite, não está experimentado (amadurecido) na palavra da justiça, porque é menino (acréscimo nosso).    

            Serão nossas atitudes diárias que irá comprovar se já somos maduros espiritualmente ou não. Se já alcançamos outros estágios de desenvolvimento.

3.1  Participação das Verdades do Evangelho: quando ocorre o entendimento correto da Palavra de Deus, aprende-se a aplica-la a sua vida diária, sabendo discernir entre o bem e o mal (Hebreus 6:1-6).
O cristão precisa nutrir-se dum alimento sólido, isto é, precisa buscar o conhecimento e a aplicação das realidades mais profundas sobre Jesus Cristo e de Deus. Precisamos ser cheios da plenitude de Deus (Efésio 3:19).

3.2 Seguir os Caminhos da Justiça: neste particular, o comentarista utiliza-se da Epístola aos Hebreus 12:1-2, para mostrar aos cristãos como seguir o caminho certo.           

Hebreus 12:1-2. Portanto, também nós, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus,  autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.

Do texto em destaque, vale ressaltar ou extrair alguns ensinamentos para o nosso conhecimento e crescimento:

a) “(...) rodeados de uma tão grande nuvem de testemunha”:  devemos nos espelhar nos Heróis da Fé, como está registrado na Epístola aos Hebreus, em seu Capítulo 11. Esses homens, pela sua fidelidade, sacrifício, fé, coragem, amor e perseverança, e mesmo sendo castigados publicamente, sendo que alguns foram mortos, mas não negaram a sua fé.

b) “(...), deixemos todo embaraço”: todo cristão é assediado a pecar diariamente, principalmente pelo pecado da lascívia, luxúria e da  incredulidade, entrte outros.  Muitas pessoas aceitam a Cristo e se convertem (ou são apenas convencidas), mas continuam com suas práticas pecaminosas (embaraços). Elas não conseguem ter progresso e firmar seus passos, pois  ainda estão presas ao passado (as coisas do mundo).

c) “(...) olhando para Jesus”. esse olhar somente ocorre pela fé. Por fé o cristão pode olhar para Jesus e seguir os seus passos. Embora sendo Deus, durante o tempo em que esteve aqui na terra, Ele portou-se como os demais homens (se fez carne ou encarnou-se).

Filipenses 2:6-8. Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.

            Ele é o nosso maior referencial, pois se esvaziou de si mesmo, passou por todo o sofrimento e não usou de todo o Seu Poder, mas sofreu como homem.

3.3  Arraigados em Cristo: para que haja o crescimento contínuo no cristão até chegar a perfeição, é necessário que aconteçam três situações importantes em sua caminhada (Efésios 3:17):

            a) Deus precisa habitar em seu coração: o nosso coração (e corpo) deve ser a Sua morada, sentindo-se em sua própria casa. Esse acontecimento requer uma experiência mais profunda. Tem que existir uma verdadeira comunhão.

            b) Que estejamos arraigados em Deus: noutras palavras, você precisa ter criado raízes em Deus e em seu Filho Jesus Cristo. As Escrituras Sagradas registram que devemos ser como as Palmeiras[1], pois são espécies de árvores que crescem profundamente para baixo da terra.
Pode ocorrer o maior vendaval, mas elas se curvam, suas folhas quase tocam o chão, mas depois voltam para a mesma posição ereta de antes: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Salmo 92:12).

            c) Fundamentado em Amor: os alicerces do cristão é o amor. Dele partem todas as demais virtudes.  Em outras palavras, todas as demais virtudes convergem para o amor. O amor é o princípio e o fim do Plano de Salvação para a humanidade.
O cristão que edificar sua Casa Espiritual no amor, pode ter a certeza de que será capaz de: 1º -  Vencer as tentações (1 João 2:14);  2º - Seguir de força em força (Salmo 84:7) e 3º - Estar sempre florescente (Provérbios 4:18).

Conclusão:

            Quando pedimos a Deus aquilo que nos é necessário,  Ele nos concede muito mais do que pedimos. Se procurarmos com diligência, seguir os seus passos e buscarmos o crescimento espiritual, certamente Ele nos concederá a condição de alcançarmos a perfeição.
            Quando fazemos bem a nossa parte, mesmo diante de obstáculos e dificuldades, Ele sempre está pronto a nos dizer: “Não temas, porque eu sou contigo; não se assombres, porque eu sou teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” (Isaías 41:10)


[1] Palmeira.  Existe cerca de mil espécies de palmeiras, mas a das Escrituras é a Tamareira (Phoenix dacty-lifera), cujo fruto é a tâmara. Atinge entre 15 a 30 metros de altura e produz frutos durante 100 a 200 anos.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO


                                                   
Introdução:

Na lição anterior, abordamos acerca das duas ordenanças deixadas por Jesus Cristo à sua Igreja: o Batismo em/nas águas e a Ceia do Senhor. Gostaria de inserir nesta introdução, antes de abordar sobre o novo tema – a Obra do Espirito Santo, um comentário acerca do batismo em água que muito me chama a atenção: o do Eunuco, mordomo duma rainha da Etiópia.

Atos 8:27-31. E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, (...), e tinha ido a Jerusalém para a adoração, regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

Gostaria de destacar algumas expressões desse texto para melhor entendimento: “Homem etíope”; indivíduo natural da Etiópia (também chamada de Abissínia), um País localizado ao sul do Egito. “Eunuco”; homem privado de sua virilidade (vigor ou masculinidade). Neste aspecto, as Escrituras registram que existem homens eunucos de nascença, outros que foram castrados pelos homens e, ainda outros, por própria opção. Estes últimos, provavelmente escolheram ser celibatários, isto é, ficarem solteiros.

Mateus 19:12. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus.

Quero ainda chamar a sua atenção quanto ao termo – Candace, pois o termo não é o sobre nome da rainha da Etiópia, mas sim um Título alusivo à realeza daquele País. Assim como Faraó é um título próprio dado aos reis do Egito.
O texto de Atos 8:27-31, não nos revela de forma literal se o Eunuco era Cristão, mas, tendo em vista que tinha ido e regressava da cidade de Jerusalém, após ter feito a sua adoração: “(...) e tinha ido a Jerusalém para a adoração”, provavelmente poderia ser um judeu ou um prosélito (pagão convertido à doutrina dos judeus). 
As Escrituras também não revelam quanto tempo durou o percurso em que Filipe estava junto ao Eunuco. No entanto, extrai-se que deu tempo para que fosse discipulado acerca da pessoa de Jesus Cristo e de Sua Doutrina – O Evangelho.

Atos 8:32, 34-35. E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca. E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.

Depois da explicação textual feita por Filipe, eles chegaram próximo dum local em que havia água, perguntando-lhe o eunuco: “(...): Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É licito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos 8:36-37).
Deus usou Filipe para evangelizar o eunuco e após toda a explicação, ele entendeu perfeitamente acerca da simbologia e do significado do Batismo em águas.  Vale lembrar aos leitores e amigos que você pode receber de Cristo o “Batismo no/com o Espírito Santo”, antes mesmo de se batizar nas águas. Não há nada de errado nisto, pois o que vem d’Ele e está em Seu total controle, Ele reparte a quem quer, aonde e na hora que quiser.  Amém!  Senti a necessidade de inserir este assunto da lição anterior, para melhor conclusão e entendimento nosso.
O texto escolhido pelo comentarista para a abordagem sobre a Obra do Espirito Santo encontra-se na Epístola de Atos dos Apóstolos:

Atos 19:1-6. E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhes: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.

O texto em destaque narra sobre a pregação do apóstolo Paulo na cidade de Éfeso. Esta cidade era a Capital da província romana que abrangia a parte ocidental da península da Ásia Menor. Vamos extrair algumas informações acerca do texto:

Verso 1: “(...) chegou a Éfeso”. A cidade de Éfeso, juntamente com Antioquia da Síria e de Alexandria no Egito, era uma das três maiores cidades do litoral leste do Mar Mediterrâneo. Era a cidade da deusa Diana, cujo templo era umas das sete maravilhas do mundo.

Atos 19:35. Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos Efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana (no idioma grego é chamada de Artemis) e da imagem que desceu de Júpiter? (acréscimo nosso)

(...) e, achando ali alguns discípulos”. Alguns teólogos presumem que esses discípulos poderiam ser seguidores de João, o Batista, como também os seguidores de Jesus Cristo.

Verso 2: Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?  Esta pergunta feita a eles pelo apóstolo Paulo, faz referência ao recebimento do Batismo do Espírito Santo, cujo propósito é o de revestimento de poder e da capacitação para o desempenho do serviço ao Senhor.

Atos 1:8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra.

            Verso 3: “(...): Em que sois batizados então?  E eles disseram: No batismo de João”.  O batismo referido aqui nesse texto, diz respeito ao batismo nas águas. No entanto, ele é também conhecido como o batismo do arrependimento (de pecados).

            Verso 6:(...), veio sobre eles o Espirito Santo; e falavam línguas”.  O ato de falar em línguas, conforme registrado no texto, alude a comprovação externa e visível de que o Espirito Santo veio sobre os doze homens que estavam ali, provavelmente seguidores de Cristo. Este evento ocorreu por volta de 25 anos depois do primeiro Pentecostes (Atos 2:4).
            No idioma original a glossolalia, do grego - “glossais lalo”, era entre os Cristãos do Novo Testamento, um sinal da parte de Deus para evidenciar o Batismo no Espírito Santo.  Essa dádiva vinda do Altíssimo continua à disposição dos seguidores de Cristo da atualidade.  

Atos 10:44-47. E, dizendo Pedro ainda esta palavra caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo?
           
            Pedro havia sido avisado por um anjo, que deveria partir para outra cidade, indo na casa dum Centurião (comandante de 100 soldados romanos) de nome Cornélio, pois Deus tinha uma obra a ser realizada naquela casa. Até então, o recebimento do Espirito Santo estava restrito aos seguidores de Cristo, mas naquele dia, o derramamento teve o propósito de “revesti-los de poder” para que pudessem testemunhar de Cristo.

Atos 11:15-17. E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espirito Santo, como também sobre nós ao principio. E lembrei-me do dito pelo Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?

A conversão de Cornélio, de sua Família e de seus convidados, em sua casa, foi o inicio da obra do Evangelho de Jesus Cristo entre os gentios (pagãos ou ímpios).

Leitura Semanal Diária:
Segunda: Gênesis 1:1-4. A Participação da Obra do Espirito Santo na Criação;
Terça: 1 Samuel 16:11-13. A Unção do Jovem Davi pelo Profeta Samuel;
Quarta: 1 João 5:4-8. A Fé em Jesus Cristo que veio em “água e sangue”. É bem provável que João ao inserir a palavra “água”, estava se referindo ao batismo de Jesus, no início de seu Ministério terreno e, ao mesmo tempo, a expressão “sangue”, fez alusão a Sua morte na Cruz.
Quinta: Lucas 24:46-49. Ordem de Permanecerem em Jerusalém para o Revestimento de Poder;
Sexta: Mateus 3:6-11. Pregação de João Batista no Deserto da Judéia;
Sábado: Atos 2:1-4. O Derramamento do Espírito Santo.

1. Quem é o Espírito Santo?

            Ele é uma pessoa que, juntamente com o Pai e com o Filho, formam ou fazem parte da Trindade divina. Daí a importância de todo Cristão buscar conhecer e compreender, sobre a necessidade de se preparar para receber o batismo com o Espirito Santo. Um de seus propósitos é o de obter intimidade com Ele, para ser participante de Sua obra.
            Vale lembrar que você não encontra a expressão ou o termo “Trindade” nas Escrituras Sagradas, mas o seu significado é o da união de três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo numa só divindade.  Sendo assim, você consegue ver de forma implícita o seu emprego em alguns textos:

Gênesis 1:26. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

            Este é o primeiro texto que faz referência ao Deus trino e uno. O uso da primeira pessoa do plural “nós”, em oculto, indica que há pluralidade em Deus (cf. Salmo 2:7; Isaías 48:16). No entanto, a revelação clara acerca dessa característica  trina e una de Deus, se revelará melhor no Novo Testamento.

Marcos 1:9-11. E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espirito (o Espirito Santo), que, como pomba, descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos céus (do Pai), que dizia: Tu és o meu Filho amado (Jesus Cristo), em quem me comprazo (acréscimo nosso).

Neste texto do Novo Testamento, fica clara a presença das três divinas pessoas da Trindade no batismo de Jesus. A doutrina da Trindade expressa que dentro da essência Una de Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando duma só natureza divina comum (cf. 2 Coríntios 13:13; Efésios 4:4-6; 1 Pedro 1:2 e Judas versos 20-22).

1.1 - O Espirito Santo como Pessoa: Como Ele é considerado como sendo uma pessoa, Ele também tem sentimentos. Logo, ele se entristece, chora, geme, sente ciúmes, nos fortalece e intercede por nós, entre outras coisas.

Romanos 8:26-27. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e, é ele que segundo Deus intercede pelos santos.

1.1.1 – Outras Atribuições do Espírito Santo: Como se trata de uma pessoa, a ele são atribuídas algumas atividades pessoais, tais como: Ele revela, ensina e instrui, clama, fala, ordena e testifica.

1 Pedro 1:21. Sabendo primeiramente isto; que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (cf. João 14:26; 15:26).

1.2 – Nomes Dados ao Espírito Santo: você encontra vários nomes que são dados ao Espirito Santo, estando registrado nas Escrituras Sagradas, entre eles:

a) Espírito de Deus: esse nome lhe foi dado, haja vista que opera em todas as esferas, para cumprir a vontade de Deus: “E veio sobre ele o Espírito do Senhor, e julgou a Israel e saiu à peleja; e o Senhor deu na sua mão a Cusã-Risataim, rei da Síria; e a sua mão prevaleceu contra Cusã-Risataim” (Juízes 3:10).
b) Espírito de Cristo: na verdade, não há distinção entre os termos: Espírito de Deus, Espírito de Cristo ou Espírito Santo. O Espírito é o mesmo, porém, os nomes descrevem seus diversos ministérios.
c) O Consolador: do idioma original grego – Parakleto, que também significa intercessor ou advogado. O consolador em João 14:26. Nesta passagem, o próprio Jesus Cristo prometeu aos seus discípulos que enviaria um Consolador igual a Ele, para que não ficassem tristes e nem se sentissem abandonados.
Em 1 João 2:1, a expressão “Paracleto” recebe o nome ou significado de Advogado. Neste caso, faz referência a pessoa de Jesus Cristo, como sendo o nosso advogado fiel.

1 João 2:1. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado (Paracleto) para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.

d) Espírito Santo da Promessa: ele recebeu este nome, tendo em vista que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo da promessa para que os cristãos fossem revestidos de poder. E isso aconteceu no dia do Derramamento do Espírito, no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4).
e) Espírito da Verdade: é Ele quem convence o homem do seu estado pecaminoso, mostrando-lhe a verdade, que somente é encontrada em Jesus Cristo: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (João 16:8).
f) Espírito de Vida: no princípio de tudo Ele estava presente, pois foi o seu Criador. Ele opera livrando o homem do pecado e da morte (Romanos 8:2).
g) Espírito de Adoção: com a ajuda do Espírito Santo, o homem é capaz de ser salvo e integrar-se à família de Deus. Ele passa a ser filho por adoção e herdeiro dos bens celestiais.

Romanos 8:14-17. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espirito  que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (...).

1.3 – Os Símbolos do Espirito Santo: semelhantemente aos nomes dados ao Espírito Santo, vários são os símbolos que retratam a Sua Pessoa nas Escrituras Sagradas, sendo um de seus propósitos descrever as inúmeras formas d’Ele operar:

. Azeite: óleo extraído da azeitona ou de outras frutas, podendo também ser extraído da gordura de certos animais. Ele é o símbolo da unção, tornando o Cristão pronto e útil para ser usado pelo Senhor, pois nota-se a transformação realizada em sua vida.

2 Coríntios 1:20-22. Porque todas quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós. Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações.

. Fogo: desenvolvimento simultâneo de calor e luz produzido pela combustão. Na Escritura, quando Ele é comparado ao fogo, significa dizer que opera a limpeza e purificação, produzindo também aquecimento e iluminação. Vale lembrar que o ouro é refinado ou provado pelo fogo (1 Pedro 1:7).

Mateus 3:11. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar (ou desatar) as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

. Vento: ar atmosférico que se desloca com rapidez e em diversas direções. Você não o vê, mas ouve e sente a sua ação: “o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é aquele que é nascido do Espírito” (João 3:8). Seu uso simboliza a obra regeneradora e sua misteriosa atuação.

Ezequiel 37:9. E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza ao Filho do Homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó espirito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.

Essa passagem Bíblica no capitulo 37, do Livro do profeta maior Ezequiel, e muito conhecida, haja vista que relata acerca da visão do profeta sobre o “Vale dos Ossos Secos”.

. Água: liquido incolor, inodoro e insípido encontrado nos mares, rios e em lagos. Simboliza limpeza, lavagem, refrigério. Como uma das caraterísticas da água é a de saciar a nossa sede, comparada com a atuação do Espirto Santo,  Ele sacia a nossa sede espiritual e nos faz frutificar: “Livra-me, ó Deus, pois as aguas entraram até a minha alma” (Salmo 69:1).

. Selo: pode ser em forma dum sinete, um utensilio com assinatura ou divisa gravada que serve para ser impresso em papel, isto é, o que conhecemos atualmente com chancela (ou rubrica). Assim é apresentado o Espirito Santo, como um selo ou uma marca que é impressa no Cristão, identificando-o como sendo de Cristo, pronto para o dia da redenção.

Efésios 4:29-30. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe (obscena), mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.

. Pomba: segundo registra Orlando Boyer (1999), existem  62 espécies espalhadas por todo o globo terrestre. Eles vivem acasalados ou em bandos. Simboliza paz, brandura, amabilidade, harmonia e tranquilidade. Isso também é o que o Espírito Santo transmite ao pecador quando se chega a Jesus Cristo: “E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele” (Marcos 1:10).

2. O Espírito Santo na Vida de Jesus Cristo:

            Durante todo o tempo em que Jesus Cristo esteve conosco aqui na terra, o Espírito Santo atuou em Sua vida: no seu nascimento, no batismo, na sua crucificação, na ressurreição e ascensão aos céus.

2.1 – Em Seu Nascimento: na sua concepção Ele teve participação importante. O anjo Gabriel apareceu á Maria e transmitiu-lhe a mensagem de que ela seria a mãe do Messias prometido e Salvador do mundo.

Lucas 1:26-27,30-31. E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus, a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada (o casamento estava ajustado para acontecer) com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. (...). Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás, e darás a luz um filho, e por-lhe-as o nome de Jesus.

            Como era virgem e ainda não tinha se casado com José, ela não entendeu como se daria isso. Sendo assim, o anjo esclareceu que isso seria uma obra realizada pelo Espirito Santo.

2.2 – Em Seu Batismo: da mesma forma que o Espirito Santo desceu sobre a pessoa de Maria, na concepção  de Jesus Cristo, Ele também desceu sobre o próprio Jesusm na ocasião do Seu batismo realizado por João, no rio Jordão.

Lucas 3:22. E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado, em ti m e tenho comprazido.

2.3 – Em Seu Ministério: logo após Seu batismo, Jesus foi levado ao deserto para ser tentado por Satanás. Ele estava revestido do poder do Espírito Santo, que veio sobre Ele no momento de seu batismo.
           
Lucas 4:1-22.  E, Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.

2.4 – Em Sua Crucificação:  duma  forma bem simples, o ato de crucificar alguém, significa pregá-la na cruz. Pode-se falar sem sombra de dúvidas de que homem algum suportaria todo o sofrimento que foi aplicado em Jesus. No entanto, Ele havia recebido força e poder do Espírito Santo para suportar todas as agruras da morte.

2 Coríntios 13:4. Porque, ainda que tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo, pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de Deus em vós.

2.5 – Em Sua Ressurreição: o Espírito Santo teve uma importantíssima atuação em sua ressurreição, haja vista que foi o agente vivificante durante este acontecimento. Foi esse mesmo Espírito que estava n’Ele e com Ele, que foi dado aos seus discípulos para que pudessem suportar as dificuldades e perseguições.

2.6 – Em Sua Ascenção: este acontecimento foi o auge da última manifestação de Jesus Cristo após a Sua ressurreição.

Efésios 4:8-10. Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também  mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.

            Ele havia deixado Seu Trono de glória para vir à terra e cumprir com tudo o que lhe havia sido ordenado por Seu Pai. Agora, despido da natureza humana, Ele volta para o Pai, estando novamente ligado e participante da Trindade divina.

3. A Atuação do Espírito Santo na Terrra:

            Duas atuações realizadas pelo Espiriito Santo, devem ser destacadas neste tópico: em relação ao pecador e aos Cristãs.

3.1 – Em Relação ao Pecador: Jesus ascende aos céus, mas não deixa o seu povo abandonado ou órfão, como havia produtivo. Sendo assim, Ele envia o Espírito Santo – o Consolador, um “igual a Ele” para dar continuidade a obra iniciada por Ele. Com relação ao pecador, o Espírito Santo veio com a missão específica de convencê-lo acerca “do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8).
            Para que ocorra esse convencimento na mente e no coração do homem-pecador, se faz necessário que ele compreenda e se conscientize dos seus pecados, pois assim, poderá se arrepender e passar a acreditar em Jesus Cristo. Vale lembrar que o pecado da  incredulidade afasta e separa o homem de Deus.

Mateus 27:50-51. E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou  espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baio; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.

Quando a narrativa acima, faz menção de que  o “véu ... se rasgou”, significa dizer que o caminho para a presença de Deus está aberto. Diante da morte de Cristo, a cortina foi removida e o caminho foi aberto. Agora, todos os que creem em Jesus Cristo e em Sua Palavra, tem acesso direto ao Pai, ou seja, a presença de Deus.

3.2 – Em Relação aos Cristãos: a obra que é operada na vida do Cristão é completa. Ele atua em várias áreas e momentos de sua vida.

a)  O Guia e  o Conduz: Ele conduz o Cristão em toda a verdade (João 14:17; 16:13);

b)  Ensina: Ele instrui e ensina aquilo que é necessario para a caminhada nesta terra (João 14:26);

c)   Intercede: Principalmente quando  Cristão está fraco e desanimado de orar (Romanos 8:26).

d)  Santifica: o cristão precisa se santificar todos os dias (2 Corintios 3:18).  
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Conclusão:

A presença do Espírito Santo em nosso meio e vida, faz com que sejamos revestidos de poder e nos conduz duma forma muito especial e particular, para que possamos participar da obra de Cristo aqui na terra, até que Ele volte para nos buscar.
Sem a Sua presença e operação, a igreja não passaria de apenas um ajuntamento ou reunião de pessoas, sem motivos ou propósitos divinos. Noutras palavras, não haveria nenhum crescimento espiritual  e, muito menos quantitativo, pois “quem acrescenta à igreja é o Senhor”  (1 Coríntios 3:6-7).