Introdução:
O ministério terreno
de Jesus Cristo se deu por um período de aproximadamente três anos e meio.
Durante esse tempo, Ele ministrou vários ensinamentos aos seus discípulos e
ouvintes, vindos de várias nações, como também realizou inúmeros milagres,
prodígios e maravilhas . Quando se aproximava de sua prisão, condenação e
morte, Ele reuniu os seus discípulos para a comemoração da Páscoa Judaica e, ao
mesmo tempo, instituiu a Ceia do Senhor.
No capítulo 11, da primeira
Epístola ou Carta aos Corintos, o apóstolo Paulo narra de forma exortativa,
acerca de como deveria ser celebrada a Ceia do Senhor, pois estava acontecendo
uma verdadeira desordem no momento de sua celebração.
1
Coríntios 11:23-29.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei; que o Senhor Jesus, na
noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse:
Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória
de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este
cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto,
qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois o homem a si mesmo, e
assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe
indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo
do Senhor.
A Ceia do Senhor teve
sua importância no passado, mas ainda tem grande relevância no presente e,
também, quanto ao futuro.
No Passado,
nos faz lembrar como sendo um memorial –
do grego anamnesis,
sobre a Morte de Cristo no Calvário, que nos trouxe a remissão dos pecados e da
condenação. Durante a celebração da Ceia
do Senhor, temos que procurar ver de novo, diante de nossos olhos, a morte
salvífica de Cristo e o seu significado redentor para a nossa vida.
No Presente, além de ser um memorial é também
um ato de comunhão com Cristo – do grego koinonia e da participação dos benefícios de sua
morte sacrificial sendo, simultaneamente, a comunhão com os demais membros do
corpo de Cristo. Ele, como o Anfitrião,
faz-se presente de um modo muito especial. No ato de sua celebração, os cristãos
reafirmam o Senhorio de Cristo sobre suas vidas, como também de fazer a Sua
vontade e de resistir o pecado.
Mateus
26:26-28. Enquanto
comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e
disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças,
deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque isto é o meu sangue, o sangue do
Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
No Futuro, a Ceia do Senhor é como um
antegozo do reino messiânico de Deus e do banquete em que todos os cristãos
estarão presentes com o Senhor. Ela também
prenuncia a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo: “E disse-lhes:
Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado.
Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele Dia em
que o beber de novo, no Reino de Deus” (Marcos
14:24-25).
Vale
ressaltar, que toda a importância da Ceia do Senhor, só terá significado e
valor se chegarmos diante do Senhor com uma fé genuína, apresentarmos uma
oração sincera e estarmos em obediência a suas ordenanças.
*Leitura Semanal Diária:
Segunda: Atos 2:27-41. A Descida do
Espírito Santo;
Terça: Mateus 3:13-17. O Batismo de
Jesus Cristo;
Quarta: Atos 8:36-39. Filipe
Evangeliza e Batiza o Eunuco;
Quinta: Mateus 26:26-30. A
Última Ceia e a Traição de Judas;
Sexta: Mateus 27:33-37. A
Crucificação de Jesus Cristo;
Sábado: 1 Coríntios 5:7 – Os Pecados
da Igreja e 1
João 1:7 – O Significado de Andar na Luz.
1. As Ordenanças de Jesus para Sua
Igreja:
Antes
de ascender aos céus, Jesus Cristo deixou duas ordenanças ou sacramentos para
que fossem cumpridos em Sua Igreja: o Batismo em águas e a celebração da Ceia
do Senhor. O batismo representa um marco na vida espiritual do novo cristão,
por demonstrar publicamente que está renunciando o mundo e, ao mesmo tempo,
reconhecendo Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. A Ceia seria um memorial,
ou seja, uma lembrança de sua morte sacrificial para a remissão dos pecados de
seu povo.
1.1 – Conceitos:
As
ordenanças podem ser entendidas como sendo normas, regras, decretos, leis ou
ordens emanadas por alguém que está em posição de superioridade, em relação as
demais pessoas. E esses mandamentos devem ser obedecidos rigorosamente.
No Antigo Testamento,
os principais mandamentos foram ditados por Deus e entregues a Moisés – o
Decálogo, cujo propósito era para que o transmitisse a seu povo (cf. Êxodo 20). Com o advento da Nova
Aliança ou do Novo Testamento, surgiu o Cristianismo que implantou um novo modo
de viver, ou seja, uma nova maneira do povo viver em comunhão com o Deus-Pai e
com o Deus-Filho - Jesus Cristo. E dessa nova forma de convivência humano-social,
surgiu a instituição que foi denominada como sendo a Igreja de Cristo,
reconhecida por Deus e plenamente pelos homens.
Para
essa nova instituição chamada de Igreja, Cristo deixou duas ordenanças
principais: o Batismo em águas e a Ceia do Senhor. O termo batismo no idioma
original significa “mergulho ou imersão” em água. Logo, batizar-se significa
tornar-se membro do Corpo de Cristo, isto é, sua igreja. Por isso, é de
fundamental importância entender a seriedade dessa tomada de decisão – o ato de
se batizar.
É
por meio do batismo em água, que o novo convertido ao Cristianismo é
relacionado e aceito como o mais novo membro da igreja, inclusive, adquirindo
por direito, a sua participação na Ceia do Senhor. Agora ele (a) faz parte do
Corpo de Cristo.
1.2 – Significado do Batismo: o batismo em água,
também é conhecido como “Batismo de Arrependimento ou Batismo de João”.
Mateus
3:1-3. E, naqueles
dias, apareceu João Batisa pregando no deserto da Judéia, e dizendo:
Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. Porque este é o anunciado
pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho
do Senhor, endireitai as suas veredas.
‘A palavra usada por
João como sendo de arrependimento, tem
origem no idioma grego – metanoeo, que traduz como significado “voltar-se
ao contrário”. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para Cristo.
E, através d’Ele, voltar-se para Deus. Agora é preciso mudar totalmente de
direção e sentido, ou seja, mudar seus pensamentos e atitudes.
1
Pedro 2:25. Porque
éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da
vossa alma.
Antes de nossa
conversão ao Cristianismo, vivíamos para as práticas mundanas e para a
iniquidade, servindo a satanás. Agora, devemos colocar o nosso corpo e nossos membros
para servir a Cristo. O mergulho ou a imersão em água, passa a ser um testemunho
público de que o batizando morreu para o mundo e que ressuscitou (renasceu)
para Deus. Seus pecados do passado foram mortos (esquecidos), surgindo uma nova
criatura em Cristo Jesus (2 Coríntios
5:17).
1.2.1 – A
Necessidade do Batismo: Para que a pessoa venha a se batizar ela precisa
primeiramente “crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos 8:12), pois este ato demonstra a nossa crença e obediência aos
Mandamentos d’Ele: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mateus 28:19).
Atos
8:35-38. Então Filipe
tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. E indo
eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis
aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o coração. E,
respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. mandou parar
o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o
batizou.
O próprio Jesus Cristo foi batizado por João,
o batista, para dar o exemplo, mesmo não tendo cometido pecado algum. O seu
batismo foi o marco inicial de seu ministério terreno. E logo após ter saído
das águas do Jordão, ouviu-se uma voz que vinha do céu, que dizia: “(...): Este
é meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus
3:16-17).
2. A
Ceia do Senhor:
Jesus fez questão de se reunir com
seus discípulos, como forma de se despedir deles, haja vista que pouco tempo
depois, seria preso, condenado e morto pelos judeus. Sendo assim, Ele estava
celebrando a sua última Páscoa com eles, uma das festas anuais sagradas
comemorada pelo povo judeu.
O
povo de Deus reunia-se anualmente, em Jerusalém para esta festa, que era
realizada no período da tarde (crepúsculo).
O termo Páscoa em hebraico
significa “Passagem”, simbolizando o tempo em que o povo Hebreu passou no
Egito, servindo como escravo daquela nação estrangeira.
A
primeira Páscoa que foi realizada, se fez como sendo uma refeição sacrificial,
estando eles ainda no deserto. Os seus elementos foram: um cordeiro ou um cabrito;
representando os sacrifícios sofridos no Egito; Pães Asmos (sem fermento), como
significado de pureza e, Ervas Amargas, representando a amarga escravidão
egípcia.
Êxodo
12:5-8. O cordeiro,
ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou
das cabras e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o
ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue
e pô-lo-ão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães asmos; com ervas
amargas a comerão.
2.1 – A
Instituição do Ceia do Senhor: Naquela noite, Jesus Cristo reuniu-se com
seus discípulos com pelo menos dois própositos: o primeiro seria para se despedir
deles e o segundo, para instituir a Ceia do Senhor, como sendo uma ordenança a
ser praticada por sua Igreja. Com o passar dos anos, outros elementos foram
acrescentados na celebração da Ceia do Senhor, entre eles, o vinho misturado
com água e frutas misturadas com vinagre.
2.1.1 – O
Significado da Ceia:
em primeiro lugar, ela deve ser celebrada com o propósito maior de nos
lembrarmos da morte de Cristo no Madeiro, mas não detendo nossos olhares e
pensamentos somente para Seus sofrimentos, mas, principalmente para a vitória
conquistada, ou seja, a vitória sobre a morte. Em segundo lugar, com a
esperança de que a Sua volta esteja próxima: “Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que
venha” (1 Coríntios 11:26).
O participar da Ceia
do Senhor, nos concede fortalecimento espiritual e o testemunho público de que
estamos em comunhão com Deus (relacionamento Vertical), com os homens e irmãos
em Cristo (relacionamento Horizontal). Além disso, a reunião dos Cristãos ao
participarem da Ceia do Senhor, deve significar de que a Igreja vive num só
Corpo (o de Cristo), num nó Espírito, numa só Fé, num só Pensamento: “Há um só
corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da
vossa vocação; um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo; um só Deus e Pai de
todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” “(Efésio 4:4-6).
2.2 – Quem Pode
Participar da Ceia do Senhor? Somente aqueles que fazem parte do Corpo de
Cristo, isto é, quem já passou pelo Batismo nas águas e está em comunhão com
Cristo e com os demais irmãos (pessoas).
Portanto, antes de
participar da Ceia, se faz necessário um “auto-exame”, pois é preciso que cada
cristão avalie a sua conduta, fazendo uma reflexão sobre si mesmo. Caso
contrário, se você lembrou de ter alguma pendencia com alguém, deve primeiro se
reconciliar com ele (a), para não atrair para si condenação: “Portanto, se
trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te
primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mateus 5:23-24).
Conclusão:
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