Mateus 26:73
Introdução
O comportamento social apresentado
por muitas pessoas da população nos últimos anos, tem sido o de demonstrar para
as outras pessoas que, num primeiro olhar (de longe, exteriormente), elas o
identifiquem com alguém que já é muito conhecido publicamente.
E
isso fica bem claro pelo uso de suas roupas, o corte de cabelo, as tatuagens expostas
em seu corpo, os lugares que costumam frequentar, as músicas que gostam de ouvir e pelo estilo de vida que levam,
entre outras coisas.
Para
exemplificar, basta lembrar-se dos anos
60 e 70, em que um grupo de pessoas começou a usar o jargão “Paz e Amor”,
como forma de cumprimento e identificação nas ruas, demonstrando ter os mesmos
ideais, opiniões e pensamentos, ficando conhecidos como Hippies. Eles também se comportavam assim, como sendo uma forma de
protestar contra os atos autoritários impostos pelos governantes do País.
Essa
mudança comportamental veio de encontro aos ditames éticos, morais e
comportamentais, propagados pela sociedade daquela época. Entretanto, esse novo fenômeno social ganhou
uma projeção nacional e, também, em nível internacional, vindo a evoluir até os
nossos dias.
Desenvolvimento
Essa
mudança na conduta social é muito comum
e aceitável pela população em geral, pois facilita a identificação e a aproximação
de certas pessoas (ou grupos) a outras, valorizando, num primeiro momento,
apenas o aspecto visual, isto é, o exterior das pessoas.
Por isso, tornou-se muito comum,
várias pessoas cortarem o cabelo igual a um jogador de futebol profissional, de um cantor de grande popularidade ou outro profissional de destaque nacional ou internacional.
Essa moda se popularizou ao ponto de
entrar nas famílias e igrejas ditas
evangélicas, onde muitos pais permitiram que seus filhos menores de idade, adotem
estilos de vida de pessoas mundanas e, em alguns casos, colocam nomes de
pessoas famosas do cenário artístico em seus filhos.
Vale lembrar que nós cristãos, fomos
chamados (separados) para fazermos a
diferença, pois, embora estamos vivendo neste mundo, não pertencemos a ele,
somos moradores dos céus. Por isso,
somos advertidos pelo Senhor a adotar uma conduta distinta, conforme registrado
no Livro de 1 Samuel 16:7: “(...) o Senhor disse a Samuel: Não atentes para sua
aparência, nem para a altura de sua estatura, (...), porque o Senhor não vê
como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos (exterior), porém
o Senhor olha para o coração” (acréscimo nosso).
Também chamou nossa atenção, ao dizer que
“aquele que quer ser amigo do mundo, se torna seu inimigo”. Estando registrado
no Livro de Tiago 4:4.
“Adúlteros e adúlteras,
não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto,
qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
Diante disso, se faz necessário e
oportuno fazer-lhe uma pergunta: E você;
tem algo que o identifique com Cristo? Ou seja, é possível alguém olhar para você e
identificá-lo como sendo um Cristão? Nesse sentido, quero colocar em relevo, alguns
personagens Bíblicos em que era fácil atestar sua identificação com o nosso Mestre
e Senhor:
1. Eliseu: Constantemente passava pela cidade de Suném[1]. A sua conduta chamou a atenção de uma mulher
rica que o alimentou com pão e, além disso, pediu ao seu marido que construísse
um pequeno quarto para ele descansar:
2
Reis 4:8-9. Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali
uma mulher rica, a qual o reteve a comer pão; e sucedeu que todas as vezes que
passava ali, se dirigia a comer pão. E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado
que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.
Aplicação:
Fica aqui uma pergunta para refletirmos: Será que as pessoas estão observando e
vendo em mim (e em você), alguma conduta que nos tornem santas (homem de Deus)?
2. Paulo: Perseguiu
os cristãos por muito tempo, onde os açoitava em praça pública, chegou a matar alguns
e encerrou tantos outros na prisão. Teve um encontro com Cristo a caminho da
cidade de Damasco, na Síria. Após sua
conversão, tornou-se num fervoroso ganhador de almas para Cristo. Por onde
passava, chamava a atenção da população, haja vista que pregava o Evangelho de
Jesus Cristo.
Atos
16:16-17. E aconteceu
que indo nós a oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha o espírito de
adivinhação; a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta,
seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens que nos anunciam o
caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
Aplicação: Nota-se
que o apóstolo não media esforços para propagar a Palavra de Salvação. Com
isso, era fácil identifica-lo como sendo servo do Deus Altíssimo. E você (e eu);
tem pregado o Evangelho para outras pessoas, deixando bem claro sua
identificação com Cristo? Alguém já
disse que: “a vida do crente (servo de Deus, santo) é a Bíblia do descrente
(ímpio)”.
2
Coríntios 3:2-3. Vós
sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os
homens, porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por
nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de
pedra, mas nas tábuas de carne do coração.
O
sangue de Cristo promoveu um novo
Concerto com seu povo. Antes, a sua lei foi escrita em tábuas de pedra, no
monte Sinai (Êxodo
31:18); mas, agora, esta carta é escrita nas “Tábuas do coração”.
Por isso, o cristão tem a Lei de Deus em seu coração e pelo poder do Espírito
Santo pode guarda-la e cumpri-la (Jeremias 31:31-33).
3. João, o Batista:
Precursor de Cristo e cheio do Espírito Santo. Tinha um comportamento e hábitos
“estranhos” diante daquela época e que chamava a atenção das pessoas: “E este
João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus
lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre” (Mateus 3:4). O próprio Cristo
testemunhou sobre sua boa conduta em propagar a Mensagem do Evangelho.
Mateus
11:7,9. E, partindo
eles, começou Jesus a dizer às turbas (multidão) a respeito de João: Que fostes
ver no deserto? Uma cana agitada ao vento? (...). Mas, então, que fostes ver?
Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito
mais do que profeta.
Aplicação: o
nosso Deus está lá no céu, juntamente com o Deus Todo poderoso, olhando tudo
que nós estamos fazendo aqui embaixo na terra. Será que Ele pode testemunhar
sobre nossa vida com o Pai Celestial, igualmente Ele testemunhou acerca de seu
servo Jó com Satanás?
Jó
1:6. E vindo um dia
em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também
Satanás entre eles. (...). E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu
servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e
temente a Deus, e desviando-se do mal.
Ou,
ainda, sobre a pessoa de João Batista e tantos outros de seus seguidores? Quão glorioso seria se pudéssemos ter da
parte de Cristo, nosso maior testemunho de vida cristã. Pode ser, talvez, que João Batista chamasse a
atenção das pessoas, num primeiro momento, pelo seu vestuário (suas roupas),
sendo julgado pela aparência, mas suas atitudes respaldavam sua conduta diante
de Deus. Portanto; “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta
justiça” (João
7:24).
4. Pedro: No
texto em destaque para nossa meditação: “E, logo depois, aproximando-se os que
ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu és um deles, pois a
tua fala de denuncia” (Mateus 26:73).
A narrativa descrita neste Capitulo
26 é conhecida mundialmente, pois trata da negação de Pedro diante da prisão de
Jesus Cristo. Ele estava no Getsêmane, um jardim próximo à Jerusalém, onde
costumava se retirar, principalmente para orar (versos 47-56). E, no momento de sua prisão,
seus discípulos o abandonaram:
Mateus
26:56. Mas tudo isso
aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então, todos os
discípulos, deixando-o, fugiram.
.
No
entanto, Pedro passou a seguir de longe às pessoas que O levavam preso. Com
isso, estava tomando todo o cuidado para não ser reconhecido por alguém, como
sendo seu seguidor e, também, ser preso.
Não
teve jeito; enquanto se aquecia do frio com outras pessoas, no pátio, uma
criada aproximou-se dele e o reconheceu: “(...): Tu também estavas com Jesus (v.69)”. Mas
ele negou. Noutro momento, quando estava num vestíbulo[2],
outra criada o viu e o reconheceu: “(...): Este também estava com Jesus, o Nazareno
(v.71)”. Outra vez ele negou.
Aplicação: Na
terceira negativa de Pedro, foi um pouco diferente, pois agora até o seu modo
de falar o identificou como sendo um dos seus seguidores: “E, logo depois,
aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu
és deles, pois a tua fala te denuncia (v.73)”.
Por
isso, embora não seja uma regra rígida e inflexível, tudo o que nós Cristãos
fazemos ou deixamos de fazer, pode ou não nos identificar com a pessoa
Majestosa de Jesus Cristo. Noutras palavras, o que falamos (ou deixamos de
falar), o que vestimos (ou deixamos de vestir), o que comemos (ou deixamos de
comer), os lugares onde costumamos frequentar (ou deixamos de frequentar),
entre outros.
Tudo isso deve ser observado pelos Cristãos, com o propósito maior de atrairmos pessoas ímpias para o reino de Deus, proporcionando-lhes, a mesma oportunidade que tivemos anos atrás, ou seja, "éramos do mundo, agora somos de Cristo".
Conclusão
Precisamos
entender que a nossa identificação com/em Cristo deve partir de dentro para
fora, ou seja, como somos no interior devemos refletir em nosso exterior: “Mas é judeu o que o é no interior, (...), no
espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2:29).
Esse
versículo do Livro de Romanos, está fazendo uma referência à obra da Graça de
Deus que opera no coração do seguidor de Cristo, capacitando-o a viver uma vida
em santidade, separado do pecado (transgressão a Lei de Deus).
Não
podemos ter uma vida dupla, isto é, ser cristão somente quando estamos no culto
e na igreja ou entre irmãos que professam a mesma Fé. E, quando estamos em outros ambientes sociais, somos totalmente o oposto. Precisamos dar bons testemunhos durante todo
o transcorrer do dia e em todo e qualquer lugar da sociedade. Desta forma,
seremos facilmente identificados como pertencentes à Cristo, como propagadores e defensores
de sua Doutrina.
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