Introdução:
Muitas pessoas que já estão na
caminhada cristã por longas datas, quando são convidadas a fazer uma oração,
principalmente numa reunião familiar ou diante de um grupo de pessoas, se
esquivam alegando que não sabem orar. Entretanto, sem querer, elas acabam
acertando em sua fala, pois até mesmos os discípulos que andavam com Jesus
durante todo o dia e por aproximadamente três anos e meio, pediram–lhe que os
ensinassem.
Lucas 11:1. E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar,
quando acabou, lhe disse um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como
também João ensinou aos seus discípulos.
Estas e outras pessoas acham
que na oração é preciso usar de palavras eloquentes ou coloquiais e que,
necessariamente, tem que ser muito prolongada. Temos que analisar, entre outras
coisas, em que local, circunstâncias, qual o motivo e propósito da oração e em que
ocasião (evento) se fará esta oração. Cada caso é um caso.
Texto Básico: Mateus
6:9-13.
Jesus,
atendendo ao pedido de um de seus discípulos, deu a eles um modelo ou uma
indicação de como deveria ser direcionada uma oração. Nesse sentido, iremos
voltar um pouco no texto sugerido para abordarmos o tema.
Verso.5: E, quando orares, não
sejas como os hipócritas (...): Neste versículo, Ele orienta para que eles não cometessem o
mesmo erro de alguns judeus religiosos, pois queriam “ser vistos” pelas pessoas
quando estivessem orando. Eles se posicionavam em locais estratégicos para que
fossem notados por outras pessoas. Jesus deixa bem claro, que estas orações não
sobem como cheiro suave ao Senhor, pois o galardão que almejam, já receberam aqui
na terra pelos homens (Mateus 6:5c).
Temos
que tomar muito cuidado e sermos cuidadosos com as coisas de Deus, pois existem
pessoas que tem a “necessidade” de serem notadas e de estarem em “evidência”,
caso contrário, elas não conseguem viver, pois precisa de autoafirmação o tempo
todo (elogios, bajulação, atenção excessiva etc.).
Verso 6: Mas tu, quando orares, entra no seu aposento e, fechando a
porta (...): Todo cristão deve ter um lugar reservado para seu Tempo
a Sós com Deus (TSD), com o propósito de busca-lo, adquirir maior comunhão e
intimidade com Ele. Jesus tinha seus lugares prediletos para ter uma intimidade
com o Pai Celestial e, na maioria das vezes, ele se distanciava do tumulto e da
aglomeração de pessoas indo para o Monte ou para um lugar Deserto.
Mateus 14:23. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar á
parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
(...)
Marcos 1:35. E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda
escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
1. Qual a Importância da Oração?
A
oração é o elo entre o homem e Deus. É por meio dela que nos dirigimos e se
apresentamos a Deus. Através dela nos comunicamos com Ele. Ela pode ser feita
de diversas maneiras: a) oração em secreto (Mateus 6:5-6); b) feita com Fé
(Mateus 7:7-8); c) com sinceridade de coração (Hebreus 10:22); d) coletiva ou
pública (Isaías 56:7); e) pode ser intercessora (Abraão – Gênesis 18:22-33; –
Êxodo 8:12-15 etc.).
1.1 Em qual horário devo Orar?
Bem cedo: logo ao acordar, pois é nesse momento que pedirá a proteção e
a benção do Senhor pelo seu dia. Não se esqueça de dedicar-Lhe o seu dia, Ele
está no controle de tudo.
De tardinha: quando se aproxima o cair da noite, devemos agradecer-lhe
por mais um dia de vida, de trabalho, livramentos e por suas infinitas
misericórdias. Os judeus tinham o costume de orar, pelo menos, três vezes ao
dia.
Daniel 6:10. Daniel, pois, quando soube que a escritura estava
assinada, entrou em sua casa (ora, havia em seu quarto janelas abertas da banda
de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças,
diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.
Ao deitar-se: neste momento, além de agradecer a
Deus pelo seu dia, agora deve colocar diante d’Ele sua noite de descanso,
pedindo-lhe um sono reparador e revigorante, para poder enfrentar o amanhã.
Em momento
oportuno: em qualquer horário do dia (ou noite), quando você sentir ou
perceber o impulsionar do Espírito Santo, impelindo-o a orar.
Se
procedermos assim em nossas orações diárias, temos grandes possibilidades de
que nossas petições sejam totalmente respondidas por Deus e, ainda, com o
privilégio de podermos sentir sua presença conosco.
1.2 Em qual lugar devo Orar?
Em todo e qualquer lugar,
desde que você tenha a possiblidade de glorificar o Nome do Senhor, podendo ser
no local de trabalho, dentro do ônibus, na igreja, na rua, em casa, na escola
ou faculdade. Não é necessário fazer alarde para demonstrar para as pessoas que
você está orando (lembre-se dos Fariseus!).
Acredito que você conhece
a história de Ana, esposa de um homem chamado Elcana (1 Samuel 1:2, 12-13), ela não abria a sua boca, somente movia seus
lábios ao orar, mas Deus ouviu sua oração e lhe deu o filho tão desejado.
Passemos agora a dar continuidade
aos comentários do Texto Básico do Livro de Mateus, a partir dos versículos 7—13:
Verso 7: E, orando, não useis de vãs repetições (...): a
oração não pode ser algo decorado, sempre pedindo as mesmas coisas e usando das
mesmas palavras. Apresente-se diante do Senhor e peça que Ele (o Espírito
Santo) conduza suas palavras em oração. Se derrame aos pés do Senhor.
Nesta
oração modelo, Cristo apresentou aos seus discípulos, as áreas de interesse que
não podemos deixar de incluir em nossas orações. A oração do Pai Nosso é
universal, contendo três petições alusivas a Santidade e a Vontade de Deus e,
também, outras três que dizem respeito as nossas necessidades pessoais.
Verso 9: Pai Nosso (...): ela tem início envolvendo a
adoração que deve ser direcionada ao Pai Celestial. Primeiro como nosso Pai,
Ele nos ama, cuida e deseja que tenhamos comunhão e intimidade com Ele. Segundo
como o Deus-Pai, não significa que irá tolerar a nossa conduta pecaminosa ou a
prática do mal, mas que irá nos disciplinar e aplicar a correção, pois Deus é
santo, por isso Ele se opõe terminantemente ao pecado. Portanto, como nosso Pai
Celeste, Ele pode tanto abençoar como castigar ou reter. Sua forma de lidar
conosco estará na dependência de nossa Fé e de nossa Obediência a Ele e a sua
Palavra.
Santificado Seja
(...): não somente em nossa oração, mas também em nossas vidas, devemos
concentrar nossa conduta diária na santificação do nome do Senhor. Temos que
zelar com a reputação de Deus, de seu Evangelho, do seu Reino e de sua Noiva –
a Igreja. Quando nos desviamos dos
caminhos do Senhor e pecamos, expomos de forma vergonhosa e pública o seu Nome
e a Sua Santidade.
Verso 10: Venha o teu
Reino (...): todo
cristão deve deter-se em sua oração pelo desejo da volta de Cristo e pelo
estabelecimento em definitivo de seu Reino, isto é, pelo novo céu e pela nova
terra. Em se realizando este estabelecimento, implica dizer que haverá a
operação do poder de Deus entre o seu povo e a aniquilação de satanás e de suas
obras malignas.
Seja feita a tua
vontade (...): ao orarmos assim, estamos dizendo para Deus que
desejamos com sinceridade de coração que a sua vontade impere sobre as nossas.
O próprio Jesus, filho de Deus disse: “Meu Pai, se é possível, passa de mim
este cálice (sofrimento e morte)”. No entanto, logo em seguida, Ele disse: “(...);
todavia, não seja o que eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26: 39).
Verso 11: O Pão Nosso (...): neste versículo, dá-se início
as petições sobre as necessidades cotidianos do homem. Nós, cristãos,
precisamos aprender a orar pelo nosso sustento, mas tomando por base alguns
princípios Bíblicos importantes; a saber:
a) nosso pedido deve estar alinhado a vontade de Deus: além disso, essa petição tem que
estar focada na glória de Deus, pois tudo deve ser para sua glória (1 Coríntios
10:31; 1 João 5:14-15);
1 João
5:14-15. E esta é a confiança que
temos nele; se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele vos ouve. E,
se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as
petições que lhe fizemos.
b) conforme for a sua petição, Deus irá demonstrar o seu amor Paternal: Ele sente prazer quando seus filhos
pedem aquilo que é de suma importância para suas vidas, mas se entristece
quando pedem coisas supérfluas.
c) ela deve estar alinhada visando suprir as suas necessidades básicas: se Deus tem lhe proporcionado condições
para que você consiga o sustento de sua família, deve também pedir-lhe para que
possa fazer boas obras, ou seja, cumprir com seus deveres cristãos (ajudar aos
necessitados);
1 Timóteo
6:7-8. Porque nada trouxemos para
este mundo e manifesto é que nada poderemos levar dele. Tendo, porém, sustento
e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contente.
d) peça para si, somente depois de ter dado fielmente a Deus e a seu
próximo: a contribuição
com a obra de Deus e aos necessitados (próximo) é uma prova de nossa Fé e de
Amor cristão. Devendo ser feita de forma voluntária e com alegria (2 Coríntios
9:6-7).
Verso 12: Perdoa as nossas (...): não podemos esquecer-nos
de nomear nossos pecados quando estivermos orando. Embora Deus saiba de tudo,
pois é onisciente, lhe dá prazer quando assim procedemos.
1 João 1:9. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
Da mesma forma que pedimos a Deus
para que possa perdoar os nossos pecados, devemos também perdoar aqueles que
nos tem ofendido e nos fazem mal.
Verso 13: Livra-nos do Mal: todo cristão que busca seguir
cabalmente os mandamentos do Senhor são alvos especiais das investidas de
Satanás. Por esse motivo, devemos estar vigilantes e não nos esquecermos de
orar a Deus, para que nos livre do seu poder e de seus ardis e ciladas.
Lucas
11:24-26. Quando o espírito imundo
tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso, e não o achando,
diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e
adornada. Então, vai e leva consigo sete espíritos piores do que ele; e,
entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.
A vitória do cristão
sobre este mal e Satanás, virá em decorrência de sua plena comunhão e
consagração a Deus, aliado ao emprego dos meios da graça que nos são concedidos
por meio de Cristo (Efésios 6:11-12). Essa batalha é travada diariamente pelo
cristão, indo além do campo físico (ou material), pois se enquadra num conflito
de ordem espiritual contra o mal.
Alguém já disse que “temos
que matar um leão a cada dia”, Dito noutras palavras, ela é contínua e vai até
o dia em que o cristão alcançar a vida eterna – o porvir: “Porque as armas de
nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das
fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento a obediência de Cristo”
(2 Coríntios 10:4-5).
Portanto, irmãos e
leitores, as únicas armas adequadas para enfrentarmos e desmantelarmos os ardis
de Satanás, suas injustiças e seus falsos ensinos, são aquelas que Deus tem nos
dado, pois elas são oriundas do céu, isto é, são espirituais (Efésios 6:10-17; 1
Tessalonicenses 5:8-10).
Conclusão:
Não
existe nas Escrituras Sagradas (Bíblia), um momento estipulado ou um número
determinado de orações diárias. Precisamos seguir as instruções de Jesus que
nos manda “Vigiar e Orar” constantemente (Mateus 26:41). São elas que nos aproximam de Deus e nos
colocam em verdadeira intimidade e comunhão com Ele. Quanto mais pertos
estivermos do nosso Senhor, mais protegidos estaremos do pecado, das tentações
e da queda.
Fonte:
1.
ALMEIDA, José Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
2.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1999.
3.
GRECCO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro: Impetus,
2005.
4. LINHARES, Jorge. Conhecendo a Bíblia. Revista
Primeiros Passos na Fé. Editora Central Gospel, 2010.
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