JOÃO 10:1-3
Introdução
Tive a honra e o
privilégio de estar neste domingo (11/06/2017) com a minha família, data em que
foi comemorado o Dia do Pastor, na Igreja Batista Betel, no bairro Alvorada –
município de Vila Velha/ES. Os Pastores dessa igreja, por intermédio de uma de
suas ovelhas, que trabalhou comigo em escolas de Cariacica, me convidou para
ministrar uma Palavra a Eles e aos Seus membros, sobre este dia especial.
O texto Bíblico escolhido,
não poderia ter sido outro, senão o Evangelho
de João 10:1-3, haja vista que ele faz referência à pessoa majestosa de
Jesus Cristo, como o único e verdadeiro Pastor, mas que “deu” as Igrejas da
terra, homens valorosos e “ungidos” para representa-lo diante de seus
seguidores.
João 10:1-3.
Na verdade, na verdade vos digo que aquele
que não entra pela porta do redil das ovelha (curral), mas sobe por outra
parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das
ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo
nome às suas ovelhas e as traz para fora.
Jesus Cristo, como o Bom Pastor, cuidou e tem cuidado
zelosamente de suas ovelhas (seguidores), alimentando-as em pastos verdejantes
(instruindo-as na Sã Doutrina) e usando, em grande parte de seus discursos de Parábolas,
isto é, narrativas curtas em que abordava a realidade geográfica, cultural e
laborativa de seus ouvintes, para ensinar-lhes uma verdade Moral ou Espiritual.
Lucas
12:16-21. E propôs-lhes uma parábola,
dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância. E arrazoava
ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E
disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e
ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens, e direi a minha alma:
alma, tens em depósito muito bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e
folga. Mas Deus lhes disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que
tens preparado para quem será? Assim é
aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.
Nesta passagem Bíblica, Ele utilizou para ilustração a
figura de um homem rico, para mostrar aos seus ouvintes a sua tamanha
insensatez. No entanto, poderiam ser tantos outros, como sendo pescadores,
agricultores, camponeses, pastores de ovelhas, pobres, viúvas e necessitados,
entre outros. Esta linguagem figurativa e familiar, em muito contribuía para a
compreensão perfeita de sua Mensagem.
1. Contexto Histórico:
Segundo registro contido nas
Sagradas Escrituras, o pastorear ovelhas e o lavrar da terra, são as primeiras
e mais antigas funções ou tarefas realizadas pelo homem: “E conheceu Adão a
Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um
varão. E teve mais a seu irmão, Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi
lavrador da terra” (Gênesis 4:1-2).
Além de Abel, também foram pastores Abraão, Isaque,
Jacó e os Doze Patriarcas: “Então, disse Faraó a seus irmãos: Qual é o vosso
negócio? E eles disseram a Faraó: Teus servos são pastores de ovelhas, tanto
nós como nossos pais” (Gênesis 47:3).
A Palestina estava situada na Ásia, entre a região
norte da Fenícia, ao sul do Mar Morto, ao ocidente do Mar Mediterrâneo e ao
oriente do deserto da Síria. Nesta época e região, havia muitas ovelhas e cabras
que eram cuidados por pastores. Estes homens percorriam longas distâncias em
busca de água e pastagens; além de terem que passar longos dias com seu rebanho
nesta empreitada.
Em aproximando a chegada do
anoitecer, construía um curral (redil) com muros de pedras, colocando-se nele
uma porta. Com esta atitude, procuravam proteger suas ovelhas dos lobos e feras
selvagens. Além disso, precisavam fazer um revezamento entre eles, para ficar a
noite inteira de vigília.
Normalmente, não poderia faltar ao pastor de ovelhas: um alforje (bolsa ou saco duplo), cajado e uma funda com algumas pedras. O primeiro elemento era usado para levar
alguns mantimentos; o cajado tinha várias utilidades, entre elas, a) apoiar o
seu corpo na caminhada sob o calor e a geografia local; b) se preciso fosse,
enfrentar animais em ataques as ovelhas e, também, resgatar alguma ovelha que
viesse a cair em algum despenhadeiro (buraco).
Quanto a funda, geralmente os pastores eram exímios
atiradores de pedras com esse armamento; lembra-se do caso de Davi, quando
enfrentou o soldado filisteu de nome Golias?
1 Samuel
17:34-35,40,49. Então, disse Davi a
Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e
tomava uma ovelha do rebanho, e eu saia após ele, e o feria, e a livrava da sua
boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da harpa, e o feria e o
matava. (...). E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco pedras
(seixos) do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia (...); e lançou mão
de sua funda
e foi-se chegando ao filisteu. (...). E Davi meteu a mão no alforje, e tomou
dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; e a
pedra se lhe cravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra.
Esta narrativa é fascinante, pois
enfatiza a questão de julgarmos as pessoas pela aparência e, ao mesmo tempo,
desprezar aquilo que foi dito por aquela que “foi tida” como a mais fraca, ou
seja, não deu crédito ao servo do Deus Altíssimo, por isso pagou com a própria vida.
2. Requisitos Indispensáveis de um
Pastor:
Neste
tópico, gostaríamos de enfatizar que os Títulos que são usados e atribuídos a
Liderança das Igrejas ditas Cristãs ou Evangélicas, na atualidade, nem sempre
condizem com a realidade descrita na Palavra de Deus, isto é, foram criados
para ordenar melhor as funções e atribuições no exercício ministerial e litúrgico de cada denominação.
Portanto, quando
inserimos neste título; requisitos (...) de
um Pastor; subentenda-se também, Evangelista, Presbíteros (igual a Ancião
na igreja do Novo Testamento), Diácono, Bispo, Padre...: “E os que prenderam
Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os
anciãos estavam reunidos” (Mateus 26:57).
Num primeiro momento, nos
apropriaremos do texto contido no Livro de
Atos dos Apóstolos 6:3, para
listarmos alguns desses requisitos:
a) Boa Reputação: precisa ser uma pessoa em que sua conduta e o seu
testemunho seja aprovado dentro e fora da igreja e em todas as áreas de sua
vida – conjugal, familiar, social e profissional (1 Timóteo 3:1-5).
1 Timóteo
3:7. Convém, também, que tenha bom
testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do
dia.
b) Cheio do
Espírito Santo: um dos entendimentos
a esse respeito consiste de que eles devem apresentar evidências de que são,
estão e permanecem fielmente sob a influência do Espirito Santo em suas
atitudes.
Atos 11:24-25. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de Fé. E
muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e,
achando-o, o conduziu para Antioquia.
c) Ter
Sabedoria: não é a sabedoria
(conhecimento ou inteligência) adquirida em bancos escolares ou pelos títulos
acadêmicos que possui, mas aquela que provém diretamente do alto – de Deus. E
como escreveu Salomão; “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 1:7).
Percebe-se então, que o título de Pastor não é
meramente um cargo eclesiástico, mas sim um Ministério ou Sacerdócio. Sendo
assim, os Pastores atuais devem exercer esse ministério ao instruir, proteger,
cuidar e restaurar suas ovelhas (membros da igreja).
3. Aprovação do Ministério Pastoral:
Existem ainda, embora não sejam muitos,
homens que verdadeiramente foram “Chamados” a Pastorear as ovelhas do Senhor e
continuam atuando da mesma forma de quando receberam este chamado (fiéis a Sã
Doutrina), mas, infelizmente, muitos se “corromperam” e desviaram-se dos
verdadeiros alicerces da Palavra de Deus.
3.1 A valorização ou aprovação do Ministério de um Pastor, não se mede
por:
. Popularidade: Ela é medida ou aferida por seu Caráter e Fidelidade a Deus
e à Sua Palavra (João 6:66-67);
. Homens Imperfeitos e Mortais: Ela vem do próprio Deus: “E vos
darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência
(conhecimento) e com inteligência” (Jeremias 3:15);
. Tamanho da Igreja ou pelo número de seus
membros: nós, seres humanos, costumamos julgar as coisas e ás
pessoas por sua aparência (exterior), mas Cristo olha primeiro para o interior
– o coração (1 Samuel 16:7);
. Salário que recebe
da igreja: ele é aprovado pela excelência com que serve e cuida de
suas ovelhas, pois sabe que as tratando bem, é como se estivesse fazendo ao
próprio Cristo.
Mateus
25:35-40.: “Porque tive fome, e
destes-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e
hospedaste-me; estava nu, e me vestistes; adoeci, e visitaste-me, estive na
prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
(...). E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
. Preparação de Belos
Sermões: não adianta nada montar um sermão com palavras eloquentes
ou dizer apenas aquilo que seus ouvintes gostam ou querem ouvir. É necessário
pregar o Verdadeiro Evangelho e a genuína Palavra de Deus. Ela por si só e com
a operação do Espírito Santo, irá confrontar os pecados do povo. E, quem sabe,
possa haver arrependimento, confissão de pecados e novas vidas alcançadas por
Cristo.
Portanto, o bom e verdadeiro Pastor:
a) Dá a vida por suas ovelhas: Ele se espelha em Jesus Cristo, que deu
sua vida por nós pecadores. Sua dedicação é exclusiva para elas: “Eu sou o bom
Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11).
b) É seu Vigia e Protetor: ele é o muro de proteção do curral das
ovelhas, pois está sempre á disposição delas para ajuda-las e orientá-las:
“Como pastor, apascentará o seu rebanho, entre os braços, recolherá os
cordeirinhos e os levará no seu regaço (colo), as que amamentam, ele as guiará
mansamente” (Isaías 40:11).
c) É o Exemplo do Rebanho: ele é e deve ser um exemplo a ser seguido
por suas ovelhas, pois deve sempre estar sendo guiado por Cristo: “Apascentai o
rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente, nem por torpe ganancia, mas de animo pronto, nem como tendo
domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pedro 5:3).
d) Conhece suas ovelhas pelo Nome: ele sabe todas as coisas sobre suas
ovelhas e não somente o seu nome, como também conhece a sua voz: “Mas, agora,
assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel, não temas,
porque eu te remi; chamei-o pelo teu nome; tu és meu” (Isaías 43:1).
Conclusão:
Procuramos
trazer neste pequeno artigo ou sermão, algumas das características que devem
sobressair na pessoa do Pastor da Igreja. No entanto, para concluir, vale
ressaltar duas características peculiares das ovelhas em geral: São Mansas: elas são tão dóceis
que são incapazes de se defender de seus predadores; São submissas: por conhecerem a voz de seu pastor, assim que
ele as chama pelo nome, logo lhe obedecem. Quão bom seria e quanto evitaríamos
o desgaste de nossos Pastores, se eu e você possuíssemos essas duas
características das ovelhas. Podemos pedir ao nosso Bom Pastor – Jesus Cristo,
que trabalhe em nossos corações e transforme nossas vidas, para que venhamos a adquiri-las.
Amém!
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