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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Louvando ao Senhor com os Dízimos


Introdução

            A prática de dizimar ou ofertar vem desde a antiguidade, mesmo antes de ser estabelecido na Lei de Moisés. Os patriarcas dizimavam com certa regularidade e seus dízimos eram usados para sacrifícios oferecidos a Javé (em hebraico - Iahweh) e para o sustento dos Levitas e Sacerdotes, como também, para ajudar os mais pobres em suas necessidades.
Muitos estudiosos dos textos Sagrados preferem usar Seu nome no original, isto é, usando as quatro consoantes YHWH, conhecida como o Tetragrama. Isso se deu, haja vista que não havia vogais na escrita Hebraica.
            A palavra “dízimo” significa a “décima parte dum todo”. No Antigo Testamento, costumava-se oferecer a décima parte de sua colheita ou de seu gado, para que fosse apresentada ao Senhor. O dízimo do povo de Israel era entregue para o sustento dos Levitas (Números 18:20-21) e dos Sacerdotes (Números 18:28).

Números 18:20-21,26-29. Disse também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. (...). Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o melhor deles, a sua santa parte.
           
Dois textos foram selecionados pelo comentarista da lição, para embasar sua argumentação acerca da importância da devolução do dízimo ao Senhor: Malaquias 3:7-11 (Antigo Testamento) e 2 Coríntios 9:6-7 (Novo Testamento).

Malaquias 3:7-11. Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
           
Como foi dito anteriormente, a entrega do dízimo era uma exigência estabelecida na Lei de Moisés: “Toda coisa consagrada que for consagrada do homem não será resgatada: certamente morrerá. Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do Senhor: santas são ao Senhor. (...). No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo (a décima parte) será santo ao Senhor” (Levítico 27:29-30,32).
 Como dissemos anteriormente, na época do Antigo Testamento, o dízimo garantia o sustento dos Levitas e Sacerdotes Israelitas (ou Hebreus) , também servia para socorrer os pobres, as viúvas, os estrangeiros e os órfãos em suas necessidades (Números 18:21,28 e Deuteronômio 14:28-29).
No entanto, os Israelitas estavam ignorando esta exigência, isto é, estavam violando a Lei e, ao mesmo tempo, roubando a Deus ao deixarem de trazer os dízimos a Casa do Tesouro. Com isso, estava faltando mantimento aos levitas e as coisas não estavam indo muito bem. Lembre-se: Deus não precisa de nosso dinheiro, mas a sua obra sim.

Desenvolvimento:

O ato de contribuir com os nossos dízimos e ofertas, ajuda a manter a obra local do Senhor, onde se reúne a Congregação ou a Igreja dos Santos; como também á distância, ou seja, no sustento de missionários que estão propagando as Boas Novas de Cristo pelo mundo a fora.
           
2 Coríntios 8:2-5. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.
           
No texto acima, o apóstolo Paulo está agradecendo aos irmãos da Macedônia, pela contribuição que estavam enviando para os irmãos mais pobres da Judeia. Certa vez, Jesus disse aos seus discípulos “que dificilmente entraria um rico no céu” (Mateus 19:23). Costumo dizer que quem ajuda aos pobres é o próprio pobre. Foi o que o apóstolo Paulo disse: “(...) e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade”.
No outro texto escolhido, 2 Coríntios 9:6-7, o mesmo apostolo Paulo, registra sobre a questão da semeadura:

2 Coríntios 9:6-7. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.

Existem duas formas em que a pessoa, sendo cristão ou não, pode contribuir e ajudar outrem: a primeira se dá de forma generosa. E, a segunda, com avareza. Para o apóstolo Paulo, a contribuição não é uma perda, mas sim uma forma de economizar, pois trará benefícios substanciais para aquele que contribui (2 Coríntios 8:2; 9:11). Ele não está se referindo a “quantidade ou valor dado”, mas na qualidade em que está sendo feita a oferta.
Quando ele diz: “(...) segundo propôs em seu coração”. Devemos lembrar que para haver alegria em seu coração ao contribuir, este coração tem que ter abundância de Generosidade, de Amor e Compaixão sincera para com o próximo. Ao procedermos assim, poderemos esperar como resultado da parte do Senhor:

a) o suprimento da necessidade de nossos irmãos mais pobres (e também o nosso);
b) louvor e ações de graças a Deus: “Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dá a Deus” (2 Coríntios 9:12);
c) e o amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda.

Vários são os registros Bíblicos, em que são apresentados gestos de grande generosidade para com o próximo. Lembre-se: só podemos dar e oferecer alguma coisa a alguém, quando verdadeiramente a possuímos e temos. Ninguém pode dar o que não tem.

*Leitura Semanal Diária:
Seg. Deuteronômio 28:1-7. As Bênçãos de Deus Emanadas do Monte Gerizim (hebraico Terra fértil);
Ter. Deuteronômio 28:8-14. Se Seguissem os Mandamentos do Senhor, prosperariam em tudo;
Quar. João 15:1-5. A Videira Verdadeira – Jesus Cristo;
Quin. Mateus 13:1-8. A Parábola do Semeador;
Sex. Mateus 23:23-26. Jesus Censura os Escribas e Fariseus acerca do Dízimo;
Sáb. Lucas 6:30-36. Continuidade do Sermão da Montanha.

1. O Dízimo Não é Algo Novo:

Ele já era praticado muito antes da existência da lei. Certa vez, Abraão havia ganhado uma batalha e deparou-se com o rei de Salém (em hebraico é Paz) – Melquisedeque.  Naquele encontro, ele entregou o dizimo de tudo ao rei (Gênesis 14:18-20).

Hebreus 7:1-2. Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
           
            O nome Melquisedeque significa “Rei de Paz ou Rei de Justiça”. A cidade de Salém, provavelmente era o nome primitivo de Jerusalém. Ele era cananeu, ou seja, morador da cidade de Canaã e igualmente a Ló é um exemplo dum “não Israelita” que era servo de Deus. Ele simboliza  um tipo ou figura da realeza e sacerdócio eternos de Jesus Cristo: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4).

1.1  Obrigatoriedade do Dízimo: o próprio Deus foi quem determinou a Moisés que inserisse na Lei a obrigatoriedade de que o dizimo fosse entregue ao sacerdote, pois ele teria papel importantíssimo para a subsistência religiosa da nação de Israel.

Deuteronômio 26:1-4. E será que, quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der por herança, e a possuíres, e nela habitares, então tomarás das primícias de todos os frutos do solo, que recolheres da terra, que te dá o SENHOR teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. E irás ao sacerdote, que houver naqueles dias, e dir-lhe-ás: Hoje declaro perante o SENHOR teu Deus que entrei na terra que o SENHOR jurou a nossos pais dar-nos. E o sacerdote tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do SENHOR teu Deus.

            A inserção dessa obrigatoriedade na Lei Mosaica teve sua importância, entre outras coisas, para levar o sustento da Tribo Levítica, que estava responsável pelo Sacerdócio e pela preparação do Tabernáculo para a realização da adoração a Javé.

1.1.1 A Consistência do Dízimo: inicialmente as entregas dos dízimos eram feitas com os produtos das colheitas (suas primícias) e dos animais.  

Levítico 27:30-34. Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.

            Quando se entrega o dizimo, há o reconhecimento de que tudo pertence a Deus e que estamos devolvendo apenas a “décima parte dum todo” que Ele nos concede. Este ato também é uma forma de apresentarmos a nossa gratidão.
            O profeta Malaquias (3:7-11), foi usado por Deus para exortar o povo de Israel (e seus sacerdotes), pois estavam negligenciando a Lei Divina. Eles estavam retendo o que deveria ser oferecido ao Senhor (cf. Atos 5:1-5, Ananias e Safira). Devido a esta e outras atitudes, eles trouxeram maldições para si e para o povo de Israel. Por isso, Deus revelou uma palavra profética severa por meio deste profeta, acusando-os de serem ladrões (Malaquias 3:8-9).
            A ordenança do dizimo continua valendo para os dias atuais, isto é, para a Igreja do Senhor dos nossos dias. Eles devem ser trazidos e entregues a “Casa do Tesouro” – a Igreja. Se você é cristão; já é abençoado por Deus, mas se quiser ser mais abençoado por Ele, faça corretamente como o Senhor diz em Sua Palavra. SE quiser, faça prova com Deus, pois sua Palavra diz que Ele “abrirá as janelas dos céus e derramará chuvas em abundância em sua vida e de sua família” (Malaquias 3:10).

2. O Dízimo no Novo Testamento:

Certa vez, Jesus repreendeu asperamente os Escribas e Fariseus, não porque eles dizimavam, mas porque tinham um cuidado excessivo em dizimar coisas pequenas -  a hortelã, o endro e o cominho, mas ignoravam e negligenciavam questões mais importantes, como a justiça e o amor (Mateus 23:23-24).
O dizimo não deve ser entregue com o intuito de que as pessoas vejam (para se aparecer ou ostentação pessoal), mas deve ser acompanhado de generosidade, gratidão, amor e justiça. A igreja dos santos sempre contribuiu para que houvesse o crescimento da obra de Deus (Atos 2:45; 4:34-37).
Atos 2:44-45. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

            Duas coisas são necessárias para serem explicadas acerca deste texto: a primeira é que os tempos eram outros. Isso não tem como negar, mas mesmo assim, se quisermos podemos fazer alguma coisa neste sentido. A segunda diz respeito a questão econômico-financeira de alguns cidadãos daquela época.
Penso que como era naquele tempo, também hoje é assim, ou seja, poucas pessoas tinham muitas posses e riquezas. O que difere de lá para cá, é quanto a conduta deles (os cristãos primitivos) em relação aos ricos da nossa atualidade (principalmente os cristãos): Lá eles vendiam algumas propriedades (acredito que não todas), repartindo com aqueles que nada tinham ou que tinham grandes necessidades. Infelizmente, a mentalidade do homem atual não tem sido assim, seja cristão ou não. Ele (a) quer acumular a maior quantidade de bens e riquezas possíveis, sem, ao menos, pensar em ajudar outras pessoas, inclusive seus familiares.              

2.1 O Dízimo é um ato de Fé e de Amor. Mesmo não tendo mais a obrigatoriedade da lei Mosaica, haja vista que estamos vivendo o “tempo da dispensação da graça”, o cristão deve ser dizimista exemplar e fiel. O dízimo continua sendo uma Doutrina, embora não seja fundamental para a salvação.
Entretanto, quem sente o amor de Deus em seu coração, tem o desejo de ver a igreja prosperar, ajudando aos necessitados e o evangelho ser pregado por toda parte do mundo (2 Coríntios 9:7).

3. Resultados Positivos da Devolução do Dízimo:
                                 
            A lei da semeadura é bem conhecida por muitas pessoas: “cada um só colherá aquilo que plantar”. Alguém já disse que: “o ato de semear é uma escolha (o plantio), mas a colheita não, pois ela é certa”. A Epístola de Gálatas 6:7, diz assim: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Portanto, o ato de dizimar é comparado a semear uma semente em terreno fértil, ou seja, numa boa terra.

3.1 O Dízimo visto como um Investimento: quem trabalha com a agricultura, prepara o terreno e faz a semeadura (o plantio), depois espera o resultado de uma boa colheita. Assim também é com o dizimo: quando você o entrega na Igreja, está semeando em terra fértil e, por certo, colherá bênçãos como resultado.

3.1.1 O Dizimo para a Igreja. Ela é ricamente abençoada, pois consegue se sustentar em seus gastos diários e ajudar aos membros mais necessitados. Podendo, inclusive enviar missionários, realizar evangelização constante numa comunidade e desenvolver um serviço social, entre outros.

3.1.2 O Dízimo para o Dizimista. Deus reserva bênçãos especiais para os fieis. Quando eles veem o crescimento da igreja e se sentem recompensados por saberem que contribuíram e fizeram parte desta prosperidade.

Conclusão:

            No Livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, está escrito: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35).
Portanto, não fique esperando melhorar o seu salário para entregar o seu dízimo. Deus não está preocupado com o valor, mas sim com a sinceridade de seu coração.             Lembre-se da narrativa acerca da pobre viúva, ela tinha apenas duas moedinhas, mas com sinceridade de coração, depositou-as na Arca do Tesouro.
Jesus afirmou que ela deu muito mais do que as pessoas ricas, pois eles depositavam o que sobejava (sobrava), mas ela não; depositou tudo o que possuía (Marcos 12:41-44). Aprendi com um professor da Escola Bíblica Dominical (hoje, Pastor), duas coisas importantes acerca do dízimo: a primeira prende-se ao fato de pegarmos as notas mais novas do nosso salário para entregarmos na Igreja. A segunda, também relacionado à primeira, diz respeito ao ato de retirarmos os 10% (dez por cento) primeiro e separá-lo para devolvermos na igreja, para depois pagarmos nossas dívidas. Caso faça o contrário, você não conseguirá entregar o dízimo. Digo por experiência própria. Que possamos obedecer ao Senhor em suas Ordenanças, pois “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22).


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