Introdução
A prática de dizimar ou ofertar vem desde a antiguidade,
mesmo antes de ser estabelecido na Lei de Moisés. Os patriarcas dizimavam com
certa regularidade e seus dízimos eram usados para sacrifícios oferecidos a Javé
(em hebraico - Iahweh)
e para o sustento dos Levitas e Sacerdotes, como também, para ajudar os mais
pobres em suas necessidades.
Muitos
estudiosos dos textos Sagrados preferem usar Seu nome no original, isto é,
usando as quatro consoantes YHWH, conhecida como o Tetragrama. Isso se deu,
haja vista que não havia vogais na escrita Hebraica.
A palavra “dízimo” significa a “décima parte dum todo”. No
Antigo Testamento, costumava-se oferecer a décima parte de sua colheita ou de
seu gado, para que fosse apresentada ao Senhor. O dízimo do povo de Israel era
entregue para o sustento dos Levitas (Números 18:20-21) e dos Sacerdotes
(Números 18:28).
Números 18:20-21,26-29. Disse também o SENHOR a Arão: Na sua
terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua
parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de
Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que
executam, o ministério da tenda da congregação. (...). Também falarás aos
levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que
eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada
ao SENHOR, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada,
como grão da eira, e como plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao
SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos
de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. De
todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o
melhor deles, a sua santa parte.
Dois
textos foram selecionados pelo comentarista da lição, para embasar sua
argumentação acerca da importância da devolução do dízimo ao Senhor: Malaquias
3:7-11 (Antigo Testamento) e 2 Coríntios 9:6-7 (Novo Testamento).
Malaquias 3:7-11. Desde os dias de vossos pais vos desviastes
dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei
para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos?
Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me
roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o
SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da
vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos
Exércitos.
Como
foi dito anteriormente, a entrega do dízimo era uma exigência estabelecida na
Lei de Moisés: “Toda coisa consagrada que for consagrada do homem não será
resgatada: certamente morrerá. Também todas as dízimas do campo, da semente do
campo, do fruto das árvores são do Senhor: santas são ao Senhor. (...). No
tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da
vara, o dízimo (a décima parte) será santo ao Senhor” (Levítico 27:29-30,32).
Como dissemos anteriormente, na época do
Antigo Testamento, o dízimo garantia o sustento dos Levitas e Sacerdotes
Israelitas (ou Hebreus) , também servia para socorrer os pobres, as viúvas, os
estrangeiros e os órfãos em suas necessidades (Números 18:21,28 e Deuteronômio 14:28-29).
No
entanto, os Israelitas estavam ignorando esta exigência, isto é, estavam
violando a Lei e, ao mesmo tempo, roubando a Deus ao deixarem de trazer os
dízimos a Casa do Tesouro. Com isso, estava faltando mantimento aos levitas e
as coisas não estavam indo muito bem. Lembre-se:
Deus não precisa de nosso dinheiro, mas a sua obra sim.
Desenvolvimento:
O
ato de contribuir com os nossos dízimos e ofertas, ajuda a manter a obra local do
Senhor, onde se reúne a Congregação ou a Igreja dos Santos; como também á
distância, ou seja, no sustento de missionários que estão propagando as Boas
Novas de Cristo pelo mundo a fora.
2 Coríntios 8:2-5. Também, irmãos, vos fazemos conhecer a
graça de Deus dada às igrejas da Macedónia; como em muita prova de tribulação
houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas
da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e
ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos
que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com
os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram
primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.
No
texto acima, o apóstolo Paulo está agradecendo aos irmãos da Macedônia, pela
contribuição que estavam enviando para os irmãos mais pobres da Judeia. Certa
vez, Jesus disse aos seus discípulos “que dificilmente entraria um rico no céu”
(Mateus 19:23).
Costumo dizer que quem ajuda aos pobres é o próprio pobre. Foi o que o apóstolo
Paulo disse: “(...) e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua
generosidade”.
No
outro texto escolhido, 2 Coríntios 9:6-7, o mesmo apostolo Paulo, registra
sobre a questão da semeadura:
2 Coríntios 9:6-7. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco
também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um
contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade;
porque Deus ama ao que dá com alegria.
Existem
duas formas em que a pessoa, sendo cristão ou não, pode contribuir e ajudar
outrem: a primeira se dá de forma generosa. E, a segunda, com avareza. Para o
apóstolo Paulo, a contribuição não é uma perda, mas sim uma forma de
economizar, pois trará benefícios substanciais para aquele que contribui (2 Coríntios 8:2;
9:11). Ele não está se referindo a “quantidade ou valor dado”, mas
na qualidade em que está sendo feita a oferta.
Quando
ele diz: “(...) segundo propôs em seu
coração”. Devemos lembrar que para haver alegria em seu coração ao
contribuir, este coração tem que ter abundância de Generosidade, de Amor e
Compaixão sincera para com o próximo. Ao procedermos assim, poderemos esperar
como resultado da parte do Senhor:
a) o
suprimento da necessidade de nossos irmãos mais pobres (e também o nosso);
b) louvor e ações de graças a Deus:
“Porque a administração desse serviço não só supre as necessidades dos santos,
mas também redunda em muitas graças, que se dá a Deus” (2 Coríntios 9:12);
c) e
o amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda.
Vários
são os registros Bíblicos, em que são apresentados gestos de grande
generosidade para com o próximo. Lembre-se: só podemos dar e oferecer alguma
coisa a alguém, quando verdadeiramente a possuímos e temos. Ninguém pode dar o
que não tem.
*Leitura
Semanal Diária:
Seg.
Deuteronômio 28:1-7. As Bênçãos de Deus Emanadas do Monte Gerizim (hebraico
Terra fértil);
Ter.
Deuteronômio 28:8-14. Se Seguissem os Mandamentos do Senhor, prosperariam em
tudo;
Quar. João
15:1-5. A Videira Verdadeira – Jesus Cristo;
Quin.
Mateus 13:1-8. A Parábola do Semeador;
Sex.
Mateus 23:23-26. Jesus Censura os Escribas e Fariseus acerca do Dízimo;
Sáb. Lucas
6:30-36. Continuidade do Sermão da Montanha.
1.
O Dízimo Não é Algo Novo:
Ele
já era praticado muito antes da existência da lei. Certa vez, Abraão havia
ganhado uma batalha e deparou-se com o rei de Salém (em hebraico é Paz) –
Melquisedeque. Naquele encontro, ele
entregou o dizimo de tudo ao rei (Gênesis 14:18-20).
Hebreus 7:1-2. Porque este Melquisedeque, que era rei de
Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele
regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo
de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também
rei de Salém, que é rei de paz;
O nome Melquisedeque significa “Rei de Paz ou Rei de
Justiça”. A cidade de Salém, provavelmente era o nome primitivo de Jerusalém.
Ele era cananeu, ou seja, morador da cidade de Canaã e igualmente a Ló é um
exemplo dum “não Israelita” que era servo de Deus. Ele simboliza um tipo ou figura da realeza e sacerdócio
eternos de Jesus Cristo: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um
sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4).
1.1 Obrigatoriedade do Dízimo: o próprio Deus foi quem determinou a
Moisés que inserisse na Lei a obrigatoriedade de que o dizimo fosse entregue ao
sacerdote, pois ele teria papel importantíssimo para a subsistência religiosa da
nação de Israel.
Deuteronômio 26:1-4. E será que, quando entrares na terra
que o SENHOR teu Deus te der por herança, e a possuíres, e nela habitares,
então tomarás das primícias de todos os frutos do solo, que recolheres da
terra, que te dá o SENHOR teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que
escolher o SENHOR teu Deus, para ali fazer habitar o seu nome. E irás ao
sacerdote, que houver naqueles dias, e dir-lhe-ás: Hoje declaro perante o
SENHOR teu Deus que entrei na terra que o SENHOR jurou a nossos pais dar-nos. E
o sacerdote tomará o cesto da tua mão, e o porá diante do altar do SENHOR teu
Deus.
A inserção dessa obrigatoriedade na Lei Mosaica teve sua
importância, entre outras coisas, para levar o sustento da Tribo Levítica, que
estava responsável pelo Sacerdócio e pela preparação do Tabernáculo para a
realização da adoração a Javé.
1.1.1 A Consistência do
Dízimo: inicialmente
as entregas dos dízimos eram feitas com os produtos das colheitas (suas
primícias) e dos animais.
Levítico 27:30-34. Também todas as dízimas do campo, da
semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua
quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho,
tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se
investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o
trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os
mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte
Sinai.
Quando se entrega o dizimo, há o reconhecimento de que
tudo pertence a Deus e que estamos devolvendo apenas a “décima parte dum todo”
que Ele nos concede. Este ato também é uma forma de apresentarmos a nossa
gratidão.
O profeta Malaquias (3:7-11), foi usado por Deus para exortar o povo de
Israel (e seus sacerdotes), pois estavam negligenciando a Lei Divina. Eles
estavam retendo o que deveria ser oferecido ao Senhor (cf. Atos 5:1-5, Ananias e Safira).
Devido a esta e outras atitudes, eles trouxeram maldições para si e para o povo
de Israel. Por isso, Deus revelou uma palavra profética severa por meio deste
profeta, acusando-os de serem ladrões (Malaquias 3:8-9).
A ordenança do dizimo continua valendo para os dias
atuais, isto é, para a Igreja do Senhor dos nossos dias. Eles devem ser
trazidos e entregues a “Casa do Tesouro” – a Igreja. Se você é cristão; já é
abençoado por Deus, mas se quiser ser mais abençoado por Ele, faça corretamente
como o Senhor diz em Sua Palavra. SE quiser, faça prova com Deus, pois sua
Palavra diz que Ele “abrirá as janelas dos céus e derramará chuvas em
abundância em sua vida e de sua família” (Malaquias 3:10).
2.
O Dízimo no Novo Testamento:
Certa vez, Jesus repreendeu
asperamente os Escribas e Fariseus, não porque eles dizimavam, mas porque
tinham um cuidado excessivo em dizimar coisas pequenas - a hortelã, o endro e o cominho, mas ignoravam e
negligenciavam questões mais importantes, como a justiça e o amor (Mateus 23:23-24).
O
dizimo não deve ser entregue com o intuito de que as pessoas vejam (para se
aparecer ou ostentação pessoal), mas deve ser acompanhado de generosidade,
gratidão, amor e justiça. A igreja dos santos sempre contribuiu para que
houvesse o crescimento da obra de Deus (Atos 2:45; 4:34-37).
Atos 2:44-45. Todos os que criam estavam juntos e tinham
tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos,
segundo cada um tinha necessidade.
Duas coisas são necessárias para serem explicadas acerca
deste texto: a primeira é que os tempos eram outros. Isso não tem como negar,
mas mesmo assim, se quisermos podemos fazer alguma coisa neste sentido. A
segunda diz respeito a questão econômico-financeira de alguns cidadãos daquela
época.
Penso
que como era naquele tempo, também hoje é assim, ou seja, poucas pessoas tinham
muitas posses e riquezas. O que difere de lá para cá, é quanto a conduta deles
(os cristãos primitivos) em relação aos ricos da nossa atualidade
(principalmente os cristãos): Lá eles vendiam algumas propriedades (acredito
que não todas), repartindo com aqueles que nada tinham ou que tinham grandes
necessidades. Infelizmente, a mentalidade do homem atual não tem sido assim,
seja cristão ou não. Ele (a) quer acumular a maior quantidade de bens e
riquezas possíveis, sem, ao menos, pensar em ajudar outras pessoas, inclusive
seus familiares.
2.1 O Dízimo é um ato de Fé e de Amor. Mesmo não tendo mais a
obrigatoriedade da lei Mosaica, haja vista que estamos vivendo o “tempo da
dispensação da graça”, o cristão deve ser dizimista exemplar e fiel. O dízimo
continua sendo uma Doutrina, embora não seja fundamental para a salvação.
Entretanto,
quem sente o amor de Deus em seu coração, tem o desejo de ver a igreja
prosperar, ajudando aos necessitados e o evangelho ser pregado por toda parte
do mundo (2
Coríntios 9:7).
3.
Resultados Positivos da Devolução do Dízimo:
A lei da semeadura é bem conhecida por muitas pessoas:
“cada um só colherá aquilo que plantar”. Alguém já disse que: “o ato de semear
é uma escolha (o plantio), mas a colheita não, pois ela é certa”. A Epístola de
Gálatas 6:7, diz assim: Não erreis:
Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também
ceifará. Portanto, o ato de dizimar é comparado a semear uma semente em terreno
fértil, ou seja, numa boa terra.
3.1 O Dízimo visto como um
Investimento: quem
trabalha com a agricultura, prepara o terreno e faz a semeadura (o plantio),
depois espera o resultado de uma boa colheita. Assim também é com o dizimo: quando
você o entrega na Igreja, está semeando em terra fértil e, por certo, colherá
bênçãos como resultado.
3.1.1 O Dizimo para a Igreja. Ela é ricamente abençoada, pois
consegue se sustentar em seus gastos diários e ajudar aos membros mais
necessitados. Podendo, inclusive enviar missionários, realizar evangelização
constante numa comunidade e desenvolver um serviço social, entre outros.
3.1.2 O Dízimo para o Dizimista. Deus reserva bênçãos especiais para
os fieis. Quando eles veem o crescimento da igreja e se sentem recompensados
por saberem que contribuíram e fizeram parte desta prosperidade.
Conclusão:
No
Livro de Atos dos Apóstolos, no Novo Testamento, está escrito: “Tenho-vos
mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e
recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é
dar do que receber” (Atos 20:35).
Portanto,
não fique esperando melhorar o seu salário para entregar o seu dízimo. Deus não
está preocupado com o valor, mas sim com a sinceridade de seu coração. Lembre-se
da narrativa acerca da pobre viúva, ela tinha apenas duas moedinhas, mas com
sinceridade de coração, depositou-as na Arca do Tesouro.
Jesus
afirmou que ela deu muito mais do que as pessoas ricas, pois eles depositavam o
que sobejava (sobrava), mas ela não; depositou tudo o que possuía (Marcos 12:41-44).
Aprendi com um professor da Escola Bíblica Dominical (hoje, Pastor), duas
coisas importantes acerca do dízimo: a primeira prende-se ao fato de pegarmos
as notas mais novas do nosso salário para entregarmos na Igreja. A segunda, também
relacionado à primeira, diz respeito ao ato de retirarmos os 10% (dez por
cento) primeiro e separá-lo para devolvermos na igreja, para depois pagarmos
nossas dívidas. Caso faça o contrário, você não conseguirá entregar o dízimo.
Digo por experiência própria. Que possamos obedecer ao Senhor em suas
Ordenanças, pois “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender
melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22).
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