Introdução
De alguns anos para cá, começou a
surgir na sociedade contemporanea, principalmente entre a classe dos evangélicos,
um grupo de pessoas, e não são poucas, que se afastaram da comunhão regular da
comunidade cristã a qual pertenciam. A esse grupo de pessoas foi dada uma
denominação como sendo “os desigrejados”.
Em conversa com algumas delas,
podemos supor, entre outros motivos, que se ausentaram dessas reuniões de
adoração a Deus, por se decepcionar com alguns lideres religiosos (homens
mortais e seres imperfeitos) ou porque não
querem ter compromissos e serem cobrados ou dar satisfação de suas vidas
a ninguém. Caso decidam se tornar membro duma igreja, sentem-se presos e
impedidos de fazerem coisas que gostariam.
Um
dos argumentos apresentados para tentar justificar este afastamento, prende-se
ao fato de ter que se fazer presente, sempre que possível, aos cultos e
trabalhos oficiais da congregação a qual pertencem. Com isso, não querem mais se ajuntar ou se reunir com
as demais pessoas, levando uma vida com mais “liberdade” ou dentro de casa.
Quando dá vontade ou a coisa aperta um pouco, vão ao culto ou visitam uma outra
igreja evangélica, principalmente em que ninguém os conheça (sem compromisso).
O interessante desse fenomeno social
emergente, se dá quando nos deparamos
com alguém que se encontra nesta condição, e temos a oportunidade de batermos um papo por
alguns momentos. A primeira coisa que dizem é: “olha, irmão (irmã), não estou indo á
igreja, mas estou em plena comunhão com Cristo”. Noutras palavras, não estou
“desviado (a)”.
Preciso dizer-lhes com toda
sinceridade e com base nas Escrituras Sagradas, que você está totalmente
equivocado em sua conduta e em sua interpretação teológica. Embora você possa
ter sua particularidade com Deus, Ele nunca quis ou desejou que o homem vivesse
de forma isolada ou como um eremita: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o
homem esteja só” (Gênesis 2:18a).
Entenda que o homem é um ser
gregário, isto é, não foi criado para viver de forma isolada de outras pessoas.
Dito em outras palavras, Deus nos criou para termos uma convivência em
comunidade, em ajuntamento de pessoas, sendo instruidos para o companheirismo (cooperativismo) e para
a formação social e familiar.
Portanto, nenhum dos seres humanos,
por mais rico ou inteligente que seja, poderá vir a cumprir os propósitos de
Deus vivendo de forma isolada de outras. Nas Escrituras Sagradas, desde o livro
de Gênesis (o princípio de tudo que há na terra e nos céus) até o livro de
Apocalipse (a revelação do que virá nos fins do tempo), você não irá encontrar
nenhum patriarca, profeta do Senhor ou algum “santarrão”[1]
que vivesse separado de outros fieis, ou seja, totalmente privado de outras companhias
humanas. Lembre-se:
o autor de toda a Escritura Sagrada é um Deus que gosta e privilegia se
relacionar com pessoas.
Deuteronômio 6:4-5. Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu poder.
Este texto, é e representa o
primeiro e grande Mandamento do Senhor para todos os seus seguidores (cf. Mateus 22:37-38). Entre tantos ensinamentos que podemos extrair,
pode-se afirmar de que Deus estava chamando o seu povo – Israel, para que
tivesse uma comunhão com Ele. Alerta-va-os
para que tivessem como primazia, um relacionamento em sua verticalidade, isto é, o povo
de Israel (e também nós) deveria
priorizar seu relacionamento com o seu Senhor, que estás nos céus (cf. Mateus 6:33).
1. O
Isolamento de Outras Pessoas?
Na
mesma Escritura Sagrada, há vários registros de pessoas que se isolaram do seu
povo e de sua nação, mas por um periodo de tempo determinado e com propósitos
específicos. Nesse sentido e com a motivação correta, agradamos em muito o
nosso Deus.
Neemias 1:4. E sucedeu que, ouvindo eu essas
palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando
e orando perante o Deus dos céus.
Neemias vivia num palacio da Pérsia, servindo
como copeiro do rei daquela nação, mas quando soube que seus irmãos de Jerusallém
estavam vivendo em conidições sub-humanas, tomou a bela atitude de isolar-se
por alguns dias, combatendo em oração e jejum, para que Deus mudasse aquele
quadro.
Deus
viu e ouviu o seu clamor, usando a pessoa de um rei ímpio para permitir que
Neemias fosse ajudar os seus irmãos. Além disso, deu-lhe cartas para que ninguém
o impedisse de chegar até a sua cidade natal – Judá. Em cinquenta e dois dias,
com tantas pessoas tentando impedi-lho, mas ele reconstruiu os muros de
Jerusalém (cf. Neemias
6:15-16).
Uma aplicação
para todos nós,
extraída deste fato e narrativa: Quando é o Senhor que permite que façamos
alguma coisa, na maioria das vezes, teremos êxito nesta empreitada, haja vista
que os méritos não serão creditados a força de nossos braços ou a nossa
inteligência, mas totalmente do SENHOR!
Neemias 2:4-5,7. E o rei me disse:
Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus, e disse ao rei: Se é do
agrado do rei, e se teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a
Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. Disse mais
ao rei: Se ao rei parece bem, deem-se-me cartas para os governadores dalém do
rio, para que me deem passagem até que chegue a Judá.
Moisés se isolou totalmente de seus irmãos
hebreus, ficando quarenta dias e quarenta noites sozinho no Monte Sinai, obedecendo
a ordem do Senhor. Na verdade, ele não estava sozinho, mas havia adentrado num
tremendo diálogo em particular com o proprio Deus.
Depois
de passados esses dias, desceu com as Tábuas da Lei, escritas pelo proprio
Deus: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas
tábuas do Testamento, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” (Êxodo 31:18).
Jesus Cristo gostava muito de estar em contato com
pessoas e, ás vezes, sozinho. Entre as várias narrativas Bíblicas em que Ele se
faz presente, destacamos três de suas principais participações:
1ª – Estava sempre em
meio a um grupo de pessoas ou pregando nas sinagogas: “E percorria Jesus toda a Galiléia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas
as enfermidades e moléstia entre o povo” (Mateus 4:23).
2ª – Dialogando em
particular com alguém:
“E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, principe dos judeus.
Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre
vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não
for com ele” (João
3:1-2).
3ª – Isolado para ter
privacidade de diálogo com o Pai Celestial. Após ter curado um homem leproso, sua fama se espalhou
por toda aquela região, atraindo uma multifdão de pessoas. Entretanto, Jesus
dirigiu-se para um lugar deserto, em total isolamento, para ali orar: “Porém a
sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para
ser por ele curada das suas enfermidades. Porém ele retirava-se para os
desertos e ali orava” (cf. Lucas 5:12-13,15-16) .
2. Você
não é o Corpo de Cristo Sozinho – nem a Sua Igreja:
A
palavra igreja é um termo ou uma expressão totalmente de cunho cristão. Ela é
usada na Bíblia quase sempre para se referir a uma comunidade de pessoas visivel
e local. De acordo com o Novo Testamento (NT),
a igreja é “um corpo (grupo) de pessoas que confessam e dão evidências
de que foram salvas (convertidas) somente pela Graça de Cristo e tão-somente
para manifestar a Sua Glória, mediante a Fé.
Romanos 1:17. Porque nele se descobre a justiça de
Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (cf. Habacuque
2:4).
(...)
Gálatas 3:11. E é evidente qeu, pela lei, ninguém
será justificado (e salvo) diante de Deus, porque o justo viverá da fé
(acréscimo nosso).
Portanto,
ninguém sozinho e vivendo isoladamente da sociedade e, também, da comunhão de
uma igreja cristã local, é ou representa
a totalidade de Igreja Visivel de Cristo na terra. Nós, cada um dos seguidores
de Cristo, somos membros e fazemos parte de Seu Corpo.
Tenho
testemunhado durante a realização dos cultos, em várias igrejas evangélicas,
que o Pastor ou Pregador afirma categoricamente de que o membro é a igreja do
Senhor. Entretanto, esta assertiva não está devidamente correta!
João 15:5. Eu sou a videira, vós, as varas,
quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis
fazer.
Podemos fazer uma simples interpretação
deste versículo ao dizer que: “sozinho, sem estarmos ligados em Deus (Videira),
não somos nada e nada podemos fazer. Para exemplo, corte um galho de uma árvore
qualquer e lance-o ao chão. Volte depois de alguns dias. Você o encontrará
totalmente seco (sem vida).
De
forma similar, somos todos nós, se não estivermos enxertados em Cristo
(Comunhão com Ele e com os nossos Irmãos), podemos secar e virmos a morrer
“espiritualmente”. Podemos acrescentar
para reforçar este argumento teológico, comparando a pessoa de um cidadão qualquer
que, sozinho não representa e não é a totalidade duma sociedade, mas faz parte
dela, ou seja, é um de seus componentes.
Assim
ocorre igualmente com o seguidor de Cristo, isto é, ele sozinho não representa e
nem é a totalidade do Corpo de Cristo, representado em nossos dias, pela Igreja Local e Visivel.
Entretanto, fazemos parte dela e somos um de seus membros (componentes).
Paulo, um dos maiores vultos do Novo Testamento
(NT), não contando com a pessoa de Jesus, apresenta uma bela analogia entre a
Igreja visivel de Cristo e o Corpo Humano, onde podemos inferir de que ele, em
sua ótica e perspectiva, entendia o papel do “membro duma igreja local” com um
significado de muita importância, como o é e deve ser. Comparando-o como sendo
um “órgão vital dum corpo humano”. Em outras palavras, parte indispensável e
inseparável do corpo de Cristo.
Romanos 12:4-5. Porque assim como
em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros tem a mesma operação
(função), assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas
individualmente somos membros uns dos outros (juntos, nós completamos todo o
corpo).
Vale
acentuar que o corpo humano (e também a Igreja) não é um só membro, mas a
junção de muitos membros: “E, se todos fossem um só membro, onde estaria o
corpo?” (1
Coríntios 12:19). E cada um
desses membros desempenham uma função especifica, para que todo o corpo viva
bem. Assim também deve ocorrer com a Igreja Visivel de Cristo.
Portanto,
um só membro desse corpo (humano ou igreja), não pode bater no peito e dizer:
“Eu, o nariz, sou o corpo humano”. Quando o correto a dizer é: “Sou os olhos, parte
importante do corpo humano”.
1 Coríntios 12:16-18. E, se a orelha disser:
Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o
corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo o corpo fosse ouvido, onde
estaria o olfato? Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles
como quis.
Portanto,
ser um seguidor de Cristo e participante de seu Corpo, vai muito além de ter o nome
constando numa lista de membros duma igreja cristã ou evangélica. A igreja é um Corpo – com vários membros e cada um
deles com funções vitais especificas - não
apenas um edifício (estrutura física onde os cristãos se reúnem para adorar
a Deus). Ela é um
organismo - disposição ordenada dos órgãos nos seres vivos – não uma simples organização (construção
física e estrutural, um estabelecimento ou uma empresa comercial).
2.1
- Tipos de Membros na Atualidade:
Nesses
poucos anos que venho tentando seguir a Cristo, tenho visto que na maioria das
igrejas cristãs, e em outras instituições sociais, ocorre momentos de “inchaço”
– aumento do número de membros que a frequentam habitualmente, e de “esvaziamento” – ausência ou transferencia de
muitos membros para outras igrejas (ou desigrejados).
Uma
pesquisa realizada nos Estados Unidos, apresentou como resultado que somente
43% (quarenta e tres por cento) das pessoas adultas, que se declaram como sendo
seguidoras de Cristo, são plenamente comprometidas com a fé cristã.
Provavelmente,
como dissemos no inicio, algumas pessoas podem ter se decepcionado com as suas
lideranças ou por não concordarem com algumas de suas praticas doutrinárias (ou
dos costumes). Em muito casos, elas permanecem como uma “ovelha sem rebanho” ou “um órgão sem o
corpo”.
Outro
fato que ficou evidente na pesquisa realizada, foi o crescente problema do
egocentrismo, isto é, as pessoas só estão preocupadas com o seu proprio umbigo:
“Porque devo me preocupar ou me envolver com outras pessoas? Por que depender
de alguém, se posso me virar sozinho?
Hebreus 10: 24-25. E consideremo-nos
uns aos outros, para nos estimularmos a caridade (amor) e as boas obras, não
deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos
uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.
No
finalzinho deste versículo, o autor desta Epístola, deixou bem claro que está
se “aproximando aquele Dia”. Ele faz alusão acerca da volta de Cristo para
buscar os seus fiéis. Até chegar este Grande Dia, precisamos permanecer firmes
e constantes, pois as provações se avolumam a cada dia. Por isso a importância
de nos congregarmos regularmente, pois unidos encorajamos e animamos uns aos
outros, nos fortalecendo em Cristo e na Fé Apostólica do Novo Testamento.
Eclesiastes 4:9-12. Melhor é serem dois
do que um, porque tem melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro
levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá
outro que o levante. Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um
só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe
resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.
Lembre-se: o nariz sozinho não é o corpo, mas é
parte importante do corpo. Uma ovelha sozinha não é o rebanho, ficando muito
vulnerável. Como parte do rebanho e junto dele, estará mais protegida. Com
isso, tem surgido novos tipos de seguidores de Cristo, entre eles:
2.1.1
– Membro Nomade ou Itinerante. Uma característica
marcante dos povos nomades, pauta-se em se fixar numa determinada região,
durante o tempo em que ela puder lhe dar condições favoraveis de sobrevivência
(tranquilidade, pasto para os animais, local de caça e pesca, etc.). Quando vem
a escassez, mudam-se para outra região.
Os tinerantes são aqueles membros
que participam da comumhão durante o tempo em que não são incomodados, cobrados
pela liderança ou chamados para assumir uma função especifica. Costumam
aparentar ter “Fobia de Compromissos”. Querem ficar livres e descompromissados,
vindo e voltando dos cultos sem serem incomodados. E, caso se aborreçam por
algum motivo, transferem-se para outra igreja. Vivem circulando de uma igreja
para outra. Sem filiação, compromisso ou responsabilidade: “como ovelhas
perdidas sem pastor”.
2.1.2
– Membros/Visitantes de Luxo: Também
conhecidos como domingueiros. Na maioria das vezes, não tem nenhum
comprometimento ou envolvimento com as atividades da igreja. Costuam ir somente
aos cultos de domingo à noite. Ou, escolhem o dia e o culto em que querem frequentar.
Talvez,
muitas pessoas vão á igreja porque gostam e privilegiam o momento da
ministrçação dos louvores ou, quando sabem que determinada pessoa é quem irá
ministrar a Palavra de Deus, pois apreciam os seus sermões. O grande perigo é
que eles podem estar confiando piamente em homens, quando deveriam confiar em
Deus: “(...), mas o que confia no Senhor será posto em alto refugio” (Provérbios 29:25).
2.1.3
– Visitantes Eternos: Estão presentes
nos cultos da igreja, mas quando são abordados acerca de se membrarem a ela,
saem pela tangente, isto é, logo apresentam algumas desculpas ou justificativas.
Estão indo ali porque gostam do ambiente agradavel e tranquilo, dos louvores e
são bem recebidos pelos irmãos. É um bom lugar para sair um pouco de casa e
distrair-se.
2.1.4
– Membro Passivo: Você já percebeu
que tem pessoas que são membros antigos da comunidade cristã, mas que entram e
saem dos cultos sem se comunicarem com alguém. São meros espectadores passivos,
muitas vezes imaturos, pois comparecem assiduamente aos cultos de adoração, mas
não se envolvem em nenhuma atividade da igreja.
É Dever de cada um dos membros da igreja,
cooperar na edificação e no crescimento espiritual dos outros membros. Algumas
pessoas se esquecem que não foram chamados por Cristo para ficar sentado nos
bancos ou de braços cruzados. Eles se apegam ao fato de já terem aceitado a
Cristo como Senhor, e que isso já é bastante.
Cristo
está atento a todos os nossos atos diarios, Ele espera que Eu e Você venhamos a
nos envolver e nos comunicar com outras pessoas. Ele está atento a maneira como
tratamos as pessoas, dentro e fora da igreja. Ele não está preocupado em
contabilizar acerca de sua assiduidade aos cultos ou quanto a duração de seu
tempo devocional pela manhã.
1 João 4:20. Se alguém diz: Eu amo a Deus e
aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu,
como pode amar a Deus, a quem não viu.
Lembre-se: O fato de ser membro duma igreja
evangélica local, não nos garante a salvação. Mas é um reflexo de que somos
salvos. Vale lembrar também que as obras que fazemos, os dizimos e ofertas que
damos, a nossa educação e inteligência, cultura e o batismo nas águas, não
garantem a nossa salvação. Mas todos aqueles que estão na condição de salvos,
praticam essas e outras obras diariamente.
Essas ações e condutas são outorgadas por
Deus e por meio da operação do Espirito Santo, que habita no coração de seus
seguidores, são praticadas cotidianamente. Elas receberam um novo nascimento e foram
regeneradas (ou estão em processo de regeneração), tendo prazer em se ajuntarem
aos demais membros, haja vista que são nessas reuniões que recebem as
instruções do Senhor e apresentam a Ele - toda Honra, toda Glória e toda
Adoração.
3. Como Membro do Corpo de Cristo – A Igreja Local:
Voltemos
a comparação do apóstolo Paulo. Para que o corpo humano trabalhe e funcione
perfeitamente bem, todos os seus órgãos tem que estar conectados e em harmonia,
tendo ainda, cada um deles de cumprir as funções específicas para as quais foram
criados.
Da mesma forma somos nós, quando fazemos
parte do corpo de Cristo – representado pela Igreja Local. Cada membro dessa igreja tem uma função
específica, que deve estar conectada e em harmonia com a dos demais membros. Cada
um desempenhando bem as funções que lhe foram concedidas pelo Senhor (dons e
habilidades).
A Igreja local - é o Corpo formado de pessoas escolhidas
por Cristo. Cada uma dessas pessoas escolhidas, deve encontrar o seu
significado e função como parte deste corpo. Portanto, não podemos nos portar
como um dedo decepado, sem nenhum valor. Pelo contrario, somos de grande
importância para a manutenção e funcionalidade deste corpo.
De
forma similar ao galho da videira (arrancado dela), se um dos órgãos humanos
forem retirados e desligados do corpo, ficará paralisado e morrerá. Portanto,
ele não pode existir por si mesmo. Assim somos Eu e Você. Se não estivermos
unidos e congregando numa comunidade cristã, podemos enfraquecer
espiritualmente e se apostatar de nossa fé.
Efésios 4:15-16. Antes, seguindo a
verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual
todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxilio de todas as juntas, segundo a
justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em
amor.
A
crucificação de Jesus Cristo teve como um de seus maiores propósitos a
justificação da humanidade, além de ajuntar, reunir e edificar o povo de Deus.
Como também de nos tornar membros juntos dum mesmo corpo; tornando-nos
herdeiros juntos e de nos preparar para aquele grande dia, em que seremos
arrebatados juntos para morar em definitivo com o Pai Celestial.
4. A
Importância e o Significado de Congregar-se:
. Muitas pessoas acreditam que é
possível ser um bom cristão sem se unir, reunir ou frequentar uma igreja local,
mas Deus veementemente discorda dessas pessoas. Amados, nós não somos o Corpo
de Cristo isoladamente, precisamos nos unir a outras pessoas para expressar
essa condição: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”
(1 Coríntios
12:27).
4.1
– Pertencimento: Todo ser humano,
por ser gregário, tem a necessidade de pertencer a um grupo, seja ele de cunho
social, estudantil, familiar, profissional, religioso ou de entretenimento e
lazer. Quando nos sentimos como parte desse grupo e exercendo uma função de
importância, nos sentimos valorizados, principalmente se o propósito maior é a
pratica do amor de uns para com os outros.
Na
comunhão da igreja não deve ser diferente, temos que vê-la como sendo uma
extensão de nossa família. Se assim procedermos, estaremos levando ao mundo –
impios, um poderoso testemunho da obra de Cristo realizada em nós.
João 13:35. Nisto todos conhecerão que sois meus
discipulos (pertencentes a minha família), se vos amardes uns aos outros
(acréscimo nosso).
(...)
Gálatas 3:28. Nisto não há judeu nem grego, não há
servo nem livre; não há macho nem femea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus.
4.2 – Sair do
Isolamento: A igreja
local passa a ser um lugar muito aprazível e de boa convivência social. Para
alguns, como se fosse a sua própria casa. Para outros, mais uma opção de local
em que pode se relacionalr com outras pessoas.
Este mesmo lugar, é um excelente laboratório de ensino e de aprendizagem.
Nele podemos aprender sobre a pessoa de
Jesus Cristo e de sua Doutrina. Alem disso, a se relacionar com a família de
Deus. Precisamos aprender a sermos mais altruistas, compassivos e solidarios
com as demais pessoas.
João 12:26. De maneira que, se um membro do
corpo padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado,
todos os membros se regozijam com ele.
Não podemos esquecer de que somos
imperfeitos e que o nosso relacionamento regular com fieis comuns e imperfeitos
nos dará condições de aprender o verdadeiro companheirismo e experimentar a
verdade do NT: Sermos unidos e dependentes
uns dos outros.
A
prioridade de nosso segundo relacionamento, deve ser orientada na horizontalidade, isto
é, devemos nos preocupar em manter comunhão uns com os outros: “E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu proximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39).
Deus
quer e nos ordena a: - Amar uns aos outros; - Orar uns pelos outros; - Admoestar
uns aos outros; - Saudar uns aos outros; - Servir uns aos outros; - Ensinar
uns aos outros; - Aceitar uns aos outros; - Honrar
uns aos outros; - Carregar o fardo uns dos outros; - Perdoar uns
aos outros; - Submeter-nos
uns aos outros e - sermos Dedicados uns aos outros.
4.3
– Assumir uma Função ou Ministério: Todo ser humano tem
algum (uns) dom ou habilidade especial em alguma coisa (ou área). E o corpo de Cristo – a Igreja Local, precisa
que você assuma uma função especifica para a qual Deus lhe tem concedido. Muitas
vezes, o membro fica “viajando” pensando que sua habilidade é para ser
praticada e exercida fora da comunidade cristã local.
A
Igreja em que você congrega e é membro, é o lugar que foi planejado por Deus
para que descubra, desenvolva e utilize seus dons e talentos. Se o seu
ministério é ou vai ser mais abrangente, você estará se aprefeiçoando a cada
dia, estando preparado para quando for chamado.
Lembre-se: Jesus Cristo prometeu edificar a Sua
igreja, e não o ministério pessoal do Pastor ou do Membro da igreja (ou sua função).
4.4
– Fortalecimento Espiritual: Não
existe nenhum “super cristão”, pois todos estamos sujeitos a tentação.
Dependendo da situação e circunstãncias, Eu e Você podemos ceder ao pecado. Não
podemos esquecer de que o nosso coração pode nos enganar: “Enganoso e´o
coraçao, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá” (Jeremias 17:9).
Somos
chamados por Deus e recebemos a ordem para nos envolvermos com a vida uns dos
outros: “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que
se chama hoje, para que nenhum de vós, se endureça pelo engano do pecado” (Hebreus 3:13).
4.5
– Manifestar a Glória de Deus: A
nossa conversão á Cristo e o nosso comprometimento em fazer parte duma
congregação cristã, prende-se ao fato e propósito maior, de glorificarmos o seu
Nome entre as pessoas da sociedade. Por fazemos parte do Corpo de Cristo – que
é a sua Igreja Visivel na terra, temos que mudar nossos comportamentos e
atitudes, evitando dar escandâlos (envergonhá-la).
Antes, os nossos membros eram usados para a
realização das obras da carne - prazeres do mundo: “Não reine (governe),
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas
concupiscências” (Romanos 6:12).
Agora, esses mesmos membros devem ser
usados para a realização das obras de justiça e para a nossa santificação:
“(...), assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a
santificação” (Romanos
6:19).
Conclusão
Se
você era um membro fervoroso, frequentava com certa regularidade os cultos de
sua congregação e procurava seguir os ensinamentos da Bíblia, mas, por algum
motivo, se decepcionou com a sua liderança ou se frustrou com alguns de seus
irmaos em Cristo, não desanime de sua caminhada.
Caso
esteja atualmente sem filiação a uma igreja evangélica e encontra-se
perambulando ora aqui, ora ali, ou está na condição de desigrejado, saiba que
não existe na terra Igreja perfeita, pois somos imperfeitos.
Como
poderemos exigir de outras pessoas a perfeição?
Estando congregado e fazendo parte do corpo de Cristo, você terá o beneficio
de estar sob a proteção espiritual de Pastores e Líderes devotos, haja vista
que o proprio Deus atribuiu a esses homens a responsabilidade de proteger, defender
e cuidar do bem-estar espiritual de seu
rebanho.
Lembre-se: com os homens iremos sempre nos
decepcionar, pois somos falhos, imperfeitos e incompletos. No entanto, se
focarmos a nossa adoração e louvar a Deus, Ele nunca e jamais nos
decepcionará. Acredito que ainda existem
pessoas verdadeiramente comprometidas com a causa de Cristo. Vale lembrar que eles terão que prestar contas
ao Senhor: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por
vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com
alegria e não gemendo, porque isso nao vos será util” (Hebreus 13:17).
De
acordo com a Palavra de Deus, caso eles estejam exercendo seu Ministério de forma
incompativel com a ordenança do Senhor, o dia de apresentar-se diante d’Ele
virá. Pode ter a certeza de que o juizo será muito mais rigoroso para eles:
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear,
isso também ceifará” (Gálatas 6:7).
Por isso, sugiro-vos que visite outras igrejas
(denominações), mas vá em todos os seus cultos oficiais, para que tenha uma
visão completa de suas práticas cristãs (e Costumes). Depois disso, escolha
aquela que melhor se encaixe com a doutrina de Cristo.
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