LOPES, Hernandes Dias. São Paulo:
Editora Candeia, 2001.
Capítulo
1 - No deserto
da crise precisamos seguir a orientação de Deus.
A crise é uma encruzilhada, uma
bifurcação na rota da vida. Podemos fazer dela uma porta para horizontes largos
do triunfo, ou podemos descer através dela aos valores mais sombrios do
fracasso. O vitorioso é um visionário.
Ele vê o que ninguém consegue contemplar, enxerga por sobre os ombros dos
gigantes (um dos homens que estava sendo crucificado junto com Jesus na cruz).
Quando todos estão mergulhados e
focados nos problemas, ele está pensando em achar uma solução. Aquele que
triunfa diante da dificuldade nunca é unanimidade, pois a unanimidade é burra.
No relatório apresentado pelos espias, somente Josué e Calebe, disseram ser
possível habitar na terra prometida, mas todos os outros, disseram ser
impossível ante ao tamanho dos moradores que lá habitavam. Todo o povo pereceu
no deserto, mas Josué e Calebe, os dois visionários, triunfaram e adentraram na
terra que manava leite e mel.
O jovem Davi também era um visionário, pois pensou positivamente quando
viu aquele gigante filisteu afrontando o povo de Deus. Ele fez Golias dobrar-se
diante da sua coragem, triunfando sobre o grande herói dos filisteus, derrubando-o
e matando-o, com apenas uma funda e algumas pedrinhas.
O que fazer quando você se vê
encurralado pela crise? Muitas pessoas nesta hora perdem a cabeça e fazem a
maior besteira. Outros, se revoltam contra Deus, culpando-o por todas as
desventuras e, outros ainda, petrificados, assistem passivos a dolorosa marcha
da crise, aceitando inertes a decretação da sua derrota.
Com Isaque
foi diferente, ele passava por uma das maiores crises, pois não havia água em
lugar algum. Ele se mexeu e não ficou parado lamentando. Ele saiu a encontrar
uma solução para o grande problema apresentado. O seu problema não era tão
simples, pois envolvia a possível morte de inúmeras pessoas e animais.
Nos dias de hoje, pode ser o
casamento que não vai bem, a saúde está um pouco debilitada, encontra-se em
grande aperto financeiro, devido ter investido grandes somas em um negócio que
parecia promissor e não deu certo.
O grande perigo na encruzilhada da crise, é você tomar o
caminho errado. Isaque queria fugir da crise e não ter que enfrentá-la indo
para o Egito. Talvez, achando uma maneira mais fácil e indolor, pois á mais
fácil pegar a estrada da fuga do que sobreviver no deserto. È mais fácil jogar
uma mochila nas costas e sair peregrinando em território estrangeiro do que ter
de semear no deserto. O pessimismo é uma doença contagiosa.
No entanto, é no vácuo da crise que
os grandes lideres se formam. A crise pode ser uma janela aberta diretamente do
céu. A crise apresentada para o homem, pode ser o tempo oportuno para o agir de
Deus. É no fragor da crise que ouvimos a voz de Deus: “Não desça ao Egito”.
Muitas pessoas fracassam na vida
exatamente porque na crise deixam de atender a voz de Deus, descem ao Egito,
onde negociam seus valores absolutos (Genesis 26.3-5), transigem com suas
consciências e tapam os ouvidos para não atenderem a voz de Deus.
O jovem José preferiu ir para a prisão a viver aprisionado pelo pecado.
Preferiu a privação do cárcere à liberdade do adultério (mulher do seu Senhor -
Potifar). Mesmo tendo a certeza de sua inocência preferiu sofrer as
conseqüências para não ter que fugir de seus padrões morais ou de ser honrado
como culpado. Preferiu ouvir a voz de Deus do que de uma mulher com cheiro de
pecado.
Nos momentos de crise é que
precisamos aguçar os nossos ouvidos, pois nesses períodos que temos as maiores
experiências com Deus. Os problemas e momentos que vivemos em nosso cotidiano,
são os instrumentos pedagógicos para nos
aperfeiçoar em Santidade e não fatos acionados pela mão do acaso, para nos
destruir.
Tudo aquilo que vem a nos ameaçar,
está rigorosamente sob o controle soberano de Cristo, a crise chega não para
nos destruir, mas para nos colocar mais perto de Cristo. Quando os discípulos
viram o mar sossegando, ficaram admirados e adoraram ao Senhor (Jesus dormia no
barco). Entretanto, a mesma crise que levanta uns, abate tantos outros.
Capítulo
2 – No deserto
da crise precisamos nos voltar para as promessas da Palavra de Deus.
A cidade de Gerar (uma cidade
antiga, ao sul de Gaza) foi o lugar que Isaque nasceu. Deus irrompe na sua
historia e lhe diz: “Não fuja, floresça onde você está plantado, não corra dos
problemas, enfrente-os e vença”. No entanto, quando estamos em meio a uma
crise, somos tomados pela ansiedade e perguntamos: O que será do meu futuro?
Como poderei superar esta situação? E a minha família, como ficará? Se eu ficar
desempregado, como eles sobreviverão? E o plano de saúde?
Nestas horas, Deus vem e acalma a
situação, pois assim Ele fez com Isaque: “Calma! Eu estou contigo. Calma, seu
futuro está em minhas mãos. Farei de você e de sua família uma grande nação”.
Diante de tantos problemas e
inquietações, somente a voz e as promessas de Deus, podem trazer alento para
Isaque. Quais foram as promessas que
regaram a alma (e o coração) desse peregrino?
1. Uma
presença consoladora:
Deus disse: “Permaneça nesta terra
e Eu estarei com você (Genesis 26.3)”.
Quando a crise bate em nossa porta, a primeira coisa que perdemos é a
consciência da presença de Deus. Tendemos achar que Ele nos abandonou ou se
esqueceu de nós. Sabendo disso, Deus fala com Isaque que está com ele nesta
empreitada.
Esta promessa alcança a todos os
Cristãos, basta estarmos em obediência a Ele, pois quando nos dispomos a andar
segundo a direção de Deus (Efésios
5.7-10), Ele caminha conosco. Moisés sabia disso, tanto que disse: “se Deus
não fosse com ele, sua liderança estava fadada ao fracasso”.
A desobediência do povo de Israel,
afastou a presença de Deus do arraial. O grande e verdadeiro mal causado pelo
pecado é que ele nos separa e afasta de Deus. Portanto, Deus é luz e aquele que
diz ter comunhão com Ele, mas anda em trevas é um mentiroso. Pela
desobediência, o povo de Israel caiu nas mãos dos filisteus e trinta mil homens
foram mortos à espada, porque a glória de Israel e a presença de Deus se
apartaram do povo.
O Apostolo Paulo entendeu
perfeitamente a verdade magna de Deus, ao dizer que: “Se Deus é por nós, quem
será contra nós” (Romanos 8:31). O
segredo da vitória diante da crise é a peregrinação na terra em obediência a
Deus. Andar sob a direção do céu é caminhar em lugar seguro. Estar no centro da
vontade de Deus é triunfar nas horas de incertezas e duvidas.
2. Uma
benção especial:
O deserto é um problema para nós,
não para Deus. A crise pode desestabilizar os governos da terra, mas não o
trono do Senhor. Para Deus, o deserto pode ser o palco da prosperidade, pois
Ele pode transformá-lo em lindos pomares.
Ele converte os nossos vales áridos
em mananciais, as nossas tragédias em degraus para subirmos a alturas mais
elevadas. Deus é fiel para cumprir com suas promessas. Nenhuma de suas palavras
cai por terra. A terra prometida a Isaque é um símbolo da Canaã Celestial. A
nós, também nos foi dada uma terra maravilhosa – a Vida Eterna, mas precisamos
conquistá-la e tomar posse.
Deus ainda prometeu a Isaque
multiplicar a sua descendência. Ele casou-se aos quarenta (40) anos de idade,
mas sua mulher ficou vinte (20) anos sem engravidar, pois era estéril. Ele
insistiu ao Senhor em oração por Rebeca e ela concebeu, desta feita, de gêmeos
– Jacó e Esaú. De Jacó nasceu as doze (12) tribos que formou a nação de Israel e
de Esaú a nação dos Edomitas.
A grande descendência prometida por
Deus não era formada simplesmente por aqueles que tinham a sua herança genética
(biológica), mas também, Ele se referira a uma descendência espiritual, isto é,
de todos aqueles que creriam no Salvador em todo o mundo. Esta descendência é
imensa, pois está espalhada por todo o mundo (tribos e nações da terra).
Foi da tribo de Judá que veio o
Messias, como o salvador do mundo. Logo, o mundo deveria conhecer o Deus vivo
através dos filhos de Israel. Também dos judeus veio o Messias, o salvador do
mundo. Os descendentes de Isaque, longe de perecer naquela crise medonha, foram
os condutores da esperança para o mundo.
A igreja atual é abençoada para ser
portadora de benção. Não somos apenas receptáculos da benção, mas canais, ou
seja, precisamos enquanto igreja, distribuir e compartilhar estas bênçãos
celestiais, para que não nos tornemos insalubres ou águas mortas.
3. Um
compromisso de fidelidade:
Isaque foi ricamente abençoado em virtude da
obediência de seu pai. Abraão andou com Deus em obediência e fidelidade, sua
descendência colheu os frutos benditos desta relação. Por amor a Abraão, Deus
abençoou seu filho Isaque. Andar com
Deus é o maior investimento que podemos fazer na vida.
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