quinta-feira, 30 de abril de 2020
quinta-feira, 23 de abril de 2020
COVID-19: MUITAS DÚVIDAS E POUCAS CERTEZAS.
Introdução:
Mais
de trinta dias se passaram depois que houve a divulgação pública (para toda
população), acerca da chegada do coronavírus em território brasileiro. A partir
de então, começou a surgir uma nova palavra no vocabulário jornalístico o
COVID-19 e, logo em seguida, tornou-se comum para qualquer cidadão brasileiro.
Primeiramente, vale lembrar que esta sigla foi criada e é usada pela equipe de
médicos e cientistas de um País. A primeira parte da sigla, significa
Coronavírus, enquanto que a segunda, faz a referência do ano em que foi
descoberto ou diagnosticado.
Depois
desta notícia estrondosa a nível mundial, começamos a ouvir também que se
tratava duma pandemia. E aí, vem a nossa primeira pergunta: por que pandemia?
Qual a diferença de endemia ou epidemia? Vamos começar pela Endemia, pois
trata-se de uma doença que existe constantemente em determinado lugar, vindo a
acometer um número maior ou menor de indivíduos. A Epidemia é um surto (grande
elevação) de doença contagiosa que ataca numerosos indivíduos ao mesmo tempo. A
Pandemia trata-se também de uma epidemia, mas que atua de forma generalizada e
que abrange (alcança) uma vasta região ou País, num curto espaço de tempo.
Durante
esse tempo de clausura num mesmo ambiente (em casa), passamos a pensar mais
sobre muitas e diversas coisas. Passamos a ler mais, assistir muitos jornais
televisivos, filmes e séries diversas, entre outras ocupações criadas e
esquecidas por nós. Ou, ainda, recriamos tantas outras. E aí, enquanto
desenvolvia uma tarefa domiciliar, veio uma pergunta na mente: o ato de pensar
mais do que o normal sobre diversas coisas e assuntos, inclusive sobre a
Pandemia, tem a capacidade de nos tornar sábios?
Achei
interessante este questionamento, tendo em vista que passamos a assistir e
ouvir muitas informações acerca deste fenômeno social, por variados tipos de
pessoas, entre eles, artistas, empresários, apresentadores de programas de
rádio, televisão e outros online, médicos de todo tipo de especialidades,
parlamentares, cidadãos comuns (iguais a mim), e tantos outros. O interessante
disso tudo, é que parece que todos, sem exceção, se tornaram Mestres e Doutores
sobre o tema. E eu faço uma pergunta para você, que também se reporta a mim:
Você se considera sábio?
Provérbios
9:4-6,8-10.
Quem é simples volte-se para aqui. Aos faltos de entendimento diz: Vinde, comei
do meu pão e bebei do vinho que tenho misturado. Deixai os insensatos, e vivei,
e andai pelo caminho do entendimento (...). Não repreendas o escarnecedor, para
que te não aborreça; repreende o sábio, e amar-te-á. Dá
instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele
crescerá em entendimento. O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e a
ciência do Santo, a prudência.
Gosto
muito deste texto dos Provérbios do sábio Salomão. Sempre usava uma fala em
sala de aula ou em palestras, de que o verdadeiro sábio não é aquele que fala
ou ensina, mas sim, aquele que aprende com seus alunos (ouvintes). Portanto,
não penso em ser sábio, mas continuo buscando aprender com meus alunos/mestres,
para que possa crescer, mas na “graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18).
1.
O Fenômeno Coronavírus:
Depois deste primeiro
pensamento que me impulsionou a criar esta primeira pergunta; lembrei-me dum
programa infantil que assistia muito com minha filha (Elisa/5 anos), mas tempo
que não paramos mais para vermos, o Show da Luna. O interessante deste programa
infantil, trata-se de sua fala acerca de vários assuntos, quando diz: São
tantas perguntas? E em cada episódio, ela, seu irmão e um amigo (bichinho),
partem em busca das respostas. Muito interessante e educativo!
Desta
lembrança, veio a ideia de usar da mesma estratégia do desenho, mas não teremos
como viajar no tempo, espaço e vivenciarmos sobre a descoberta (a resposta como
ocorre lá). Sendo assim, a cada pergunta proposta por nós, tentaremos
responde-las com as palavras de autoridades da área de saúde (Brasil e
Internacional), como também de outras categorias profissionais e do dicionário
de língua portuguesa.
Vamos
começar? O que é um vírus? Trata-se de um parasita (animal ou vegetal)
intracelular (vive no interior das células) que transmite doenças contagiosas.
E o Coronavírus? É uma ampla família de vírus, sendo que destes, somente
foram detectadas seis delas. Neste caso específico, ele foi identificado ou
classificado como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-CoV-2). Se existe o Sars-CoV-2,
há, também o Sars-CoV-1. O que ele significa? Ele foi denominado de Mers-CoV-1,
como sendo uma Síndrome Respiratória do Médio Oriente, mas que surgiu pela primeira
vez no fim de 2002, também na China.
Por
volta dos anos de 2002 e 2003, ocorreu um surto da doença que resultou em mais
de 8000 (oito mil) contágios, provocando cerca de 800 mortes em todo o mundo.
Depois, houve um intervalo entre os anos de 2004 a 2012, sem nenhum registro de
novos casos da doença. Presumiram-se de que a doença teve origem em
gatos-de-algália infetados por morcegos e, posteriormente, vendidos em mercados
abertos. No mesmo ano de 2012, foi detectada na Arábia Saudita uma nova
variante de Mers-Cov-1 (coronavírus).
De
onde surgiu o coronavírus? Segundo divulgado pela imprensa, na cidade de
Wuhan, na China. Como foi seu surgimento? Alguns sites registram que se
deu por meio de um morcego. Muitas pessoas cogitaram de ter sido criado em
laboratório (vírus chinês). Muitos especialistas da área médica
descartaram esta ideia. Qual seu período de incubação? Geralmente os
vírus tem entre 1 a 7 dias para manifestar seus sintomas. Quais são seus
principais sintomas?
Como trata-se de uma doença respiratória, são: tosse,
febre, falta de ar, dificuldade de respirar e cansaço. Como podemos ser
infectados? Em contato com pessoas ou objetos infectados, pelo ar e estando
em aglomerações (locais abertos ou fechados), saliva, etc. Como outras doenças,
tem um grupo que corre maior risco de contágio? Todas ás pessoas e de
todas as especialidades, foram unânimes em afirmar de que seriam “pessoas
idosas, de 60 (sessenta anos de idades) e acima”. Como posso infectar alguém?
Da mesma forma, infectado ter contato com pessoas, inclusive contaminá-los com
utensílios ou objetos usados por você.
Existe
um tempo estimado de vida deste vírus? Esta pergunta teve respostas
diversas, para uns, três dias (plástico, metal etc.), para outros, mais de três
dias. Quais os cuidados preventivos pessoais? Evitar contatos com
pessoas e locais de aglomeração (isolamento social), higienização com água e
sabão, fazendo uso também de álcool (70% em líquido ou em gel). Toda vez que
for à rua, quando retornar, retirar sandálias ou sapatos do lado de fora de
casa, limpando-os com água e sabão. A roupa deve ir para o molho (água e sabão
em pó) e depois ser lavada etc. Temos
medicamentos para combater este vírus (Fármacos)? A grande discussão se
deu nesta questão. Muitos profissionais, inclusive pessoas que foram
infectadas, se trataram com Hidroxicloroquina (remédio
contra malária e doenças autoimunes) + Cloraquina
(logo que surgiu os primeiros sintomas) e/ou Azitromicina,
refreando o avanço da doença. Outros profissionais dizem não adiantar nada
(desde que o infectado esteja em estágio avançado da doença) e que esses
medicamentos podem trazer complicações cardíacas.
Qual tempo para se criar uma
vacina para combater este vírus? Outra questão muito polêmica e
controversa. Uns especialistas afirmam que levaria de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Outros dizem entre 8 (oito) meses a 1,6 (um ano e seis meses). Depois
de estabelecido num País ou numa determinada região, quanto tempo leva para atingir
o “Pico”? Esta foi outra resposta bem confusa, entre outras coisas, acabou por
destituir gestores de seus cargos. Numa delas, dizia que seria em meados do mês
de abril (anteriormente disseram que se daria em março). Depois passou para o
mês de maio e, assim por diante. Diante dessas oscilações, houve por parte de
muitas pessoas, o pensamento de que a estimativa do resultado esperado por
eles, era de que seria parecido com o ocorrido em outros países, isto é, uma
elevação repentina dos infectados (e de mortos).
Como
não ocorreu como previam (conjecturas), jogavam a data para frente. Me fez lembrar de um
acontecimento que ficou marcado em nossa história. Muitas pessoas estimaram uma
data para o fim do mundo. Muitos venderam tudo que tinham, mas a data chegou e
nada aconteceu. Então, a primeira iniciativa foi a de marcar uma nova data para
tal acontecimento. Esta atitude, talvez, insana, acabou trazendo muitos
problemas, inclusive mortes (suicídios). Última pergunta para fecharmos este
tópico: Qual a estimativa de infectados ou de mortes no Brasil? Não sei
se assistiram ou leram em algum jornal ou site, mas ouvi de alguns:
teremos 1 milhão de mortes e, de outros, entre 1,5 a 2 milhões, entre outras
estimativas estapafúrdias:
“O Brasil está entre os países citados. Em caso de
nenhuma estratégia de isolamento e de enfrentamento da pandemia, o Brasil
poderia ter mais de 1,15 milhão de mortes devido à Covid-19. Com estratégias de
supressão rígidas para toda a população, que são aquelas que buscam bloquear a
circulação do vírus, o estudo diz que o número de mortes pode ser reduzido para
44,2 mil” (Fonte: G1-Globo, 27/03/20).
Por fim, assisti uma fala do Presidente da
República (20/04/20), afirmando de que 70% (setenta por cento) dos brasileiros
serão infectados. Ele não inventou esta porcentagem, com certeza, seus
assessores (Ministério da Saúde etc.) o informaram. Vocês que são matemáticos e
cientistas, façam as contas e vejam qual o número total de pessoas, que possivelmente
serão infectadas. Lembrando de que o fato de ter sido infectado, não quer dizer
que resultará em óbitos.
2. Doença
do Passado com pontos em comum ao COVID-19:
Pessoas que nasceram por volta do ano de
1975 a 1980, com aproximadamente 45 anos de idade (ou mais), deve lembrar
quando surgiu uma doença desconhecida no Brasil chamada AIDS (1981). Termo vindo
do idioma inglês - Acquired Immunodeficiency Syndrom.
Para nós, ficou sendo conhecida popularmente como SIDA. Igualmente a
chegada do coronavírus, ou seja, sem termos a certeza de que as informações que
estão sendo passadas (também na época), são corretas e verdadeiras, na maioria das
vezes, evitávamos: apertos de mãos, abraços e beijos, aproximação e contato com
o sangue de outra pessoa (saliva e suor), entre outras coisas.
Em poucos anos de seu surgimento, a SIDA
ou o HIV, contagiou muitas pessoas rapidamente, provocando muitas e muitas mortes.
Para lembrarmos, mas sem citar nomes, muitos cantores e atores que estavam no
auge de suas carreiras profissionais, foram acometidos e morreram. Quero abrir um
parêntese, para descrever um fato ocorrido comigo em serviço: - Trabalhava no
Policiamento Rodoviário de Trânsito (PRE-02), cobrindo a área de Vila Velha até
a Praia do Sol (depois de Ponta da Fruta). Numa madrugada (por volta das 02h00),
fui acionado para atender uma ocorrência na Avenida Santa Leopoldina (Coqueiral
de Itaparica). Um veículo havia parado no meio da rua, com apenas um elemento
dentro (o condutor), com atitudes suspeitas. Em lá chegando, tomamos as
precauções de praxe, me aproximei do veículo e observei, num primeiro momento,
que o indivíduo parecia estar embriagado.
Percebi que tentava tirar o cinto de
segurança e sair, mas não conseguia (faltava força), mas não estava bêbado. Entramos
em contato com a família e socorremos o mesmo (não havia 192/SAMU) para o
Hospital Santa Mônica. Tivemos informações depois, que se tratava duma pessoa
diagnosticada como soropositivo (infectado pelo HIV). Aquela informação nos
deixou muito e muito preocupados. Mas, graças a Deus estamos vivos até hoje.
Numa pesquisa feita pela internet,
encontrei como resultado, de que cerca de 37,9 milhões de pessoas estavam infectadas
com o HIV em 2018. Deste montante; 36,2 milhões eram de pessoas adultas e, 1,7
milhão era de crianças (menores de 15 anos). Por fim, cerca de 8,1 milhões de
pessoas não sabiam que estavam vivendo com HIV. Contraíram a doença (estavam infectadas)
e não sabiam: *Este último dado, te lembra alguma coisa dos dias atuais em que
estamos vivendo? (UNAIDS;2018).
Desde sua descoberta até o final de
2018, entre 32 a 40 milhões de pessoas morreram de AIDS. Dando continuidade a este
tópico, registraremos pontos em que a AIDS (HIV) tem algo em comum com o
COVID-19 (Sars-CoV-2):
1. Em que ano e país surgiram? O
primeiro registro da AIDS foi em 1930, na África, tendo sido feita a transmissão
do macaco para o homem. Entretanto, houve muita contestação acerca deste
registro e a data do ocorrido (e o coronavirus?). Séculos depois,
houve o registro da primeira morte (1959). Nos EUA, em 1981, ocorreu a morte de
um comissário de bordo, que teria transmitido para várias pessoas, a notícia
chegou ao conhecimento de todos. Por conta disso, ficamos sabendo de seu surgimento
aqui no Brasil. Decorridos entre 5 a 7 anos, a doença estava afetando várias
pessoas em diversos países, inclusive no território brasileiro e com óbitos.
2. De onde surgiram? A SIDA em
Kinshasa (Congo - África) e o COVID-19, em Wuhan (China). Somente neste ponto
que eles se diferem. 3. O o que são? Doenças contagiosas originárias de espécies
diferentes de vírus. 4. Como surgiram? Cogitam-se ter sido do Sistema Imunológico
Viral (SIV), ou seja, do mecanismo de defesa de animais: a Aids:
do chipanzé e do macaco-verde africano. No chipanzé foi classificada como HIV-I;
muito agressivo e mortal e, no Macaco-verde africano de HIV-II menos agressivo
(demora mais tempo para manifestar a doença), mas também letal. Acredita-se que ocorreu na África central, pelas tribos locais que caçavam esses animais,
inclusive domesticavam alguns: o Covid-19:
de morcegos e outros animais (cachorros etc.), não muito agressivo (para pessoas
jovens e saudáveis), mas mortal. Os idosos (60 anos ou mais) e/ou pessoas com
patologias crônicas (hipertensão, pneumonia, asma, obesidade mórbida etc.). 5. Como
foram classificadas: Aids (HIV) ou SIDA, sendo que os infectados foram denominados
de soropositivos. No Brasil, ficou sendo conhecido como HIV-III ou LAV - vírus
associado à linfadenopatia, isto é, qualquer processo que afeta os nódulos linfáticos.
O COVID-19 significa: Co – de corona (formato duma coroa),
VI – vírus, D – doença e 19, o ano de seu surgimento.
6. Quais são os sintomas principais?
Da AIDS: Febre, Fraqueza, Diarreia, Tumores cutâneos (relacionados a pele). Do COVID-19: Febre, tosses, dores musculares, problemas respiratórios e falta de
ar, perda do olfato e paladar. 7. Há grupo com maior risco de contrair a
doença? Na AIDS, listaram os homossexuais (gays), prostitutas, usuários de
drogas (principalmente injetáveis), negros, pobres, entre outros. Chamou-nos atenção,
que começou a surgir Profissionais da Área de Saúde infectados pela doença. No
COVID-19, disseram que, quase com unanimidade, os Idosos (de 60 anos para cima).
Com maior gravidade, se já tiverem Doenças Crônicas (hipertensão,
problemas cardíacos, pneumonia, asma etc.). Fugindo á estimativa desse grupo,
pessoas jovens foram e estão sendo infectadas (morreram) e estão morrendo. Além
disso, muitos Profissionais da área de Saúde (linha de frente do combate)
estão sendo infectados e morrendo.
7. Motivos possíveis das mortes? Em
grande parte delas, acredito que se deu por falta dos cuidados e orientações preventivas
das autoridades publicas e sanitárias dos países. Ou, em
muitos casos, por não saber que estavam infectados (assintomáticos). Este
termo na medicina, significa que um paciente pode ser o portador de uma doença,
mas não apresenta nenhum sintoma. Eles acabam contaminando seis vezes mais
o número de infectados, inclusive muitos destes, virão a óbito. Entre os cuidados básicos, podemos dizer que são; na AIDS: evitar ter múltiplos parceiros sexuais; fazer sempre o
uso do preservativo, higienização de agulhas, seringas e instrumentos de
uso hospitalar, entre outros. No COVID-19: isolamento pessoal (em casa), evitar
aglomerações (fora de sua casa), higienização pessoal, de objetos (álcool líquido
70% e em gel), evitar aperto de mãos, abraços e beijos (distanciamento de 2 metros),
não ficar em lugares fechados respirando o mesmo ar com outras pessoas, entre outros.
Vamos parar por aqui, pois o assunto não tem fim, mas gostaríamos de lembrar, que tanto numa doença (HIV) quanto noutra
(COVID-19), bebes, crianças, jovens, mulheres e idosos, foram e continuam sendo
infectadas. Destes muitos irão vencer a doença, mas também, tantos outros não
resistirão, vindo a óbito. Infelizmente, precisamos estar atentos a esta dura e triste realidade.
Conclusão:
Como
ainda é tudo muito novo e incerto, vamos continuar fazendo o possível para nós nos
mantemos imunes (sem sermos infectados) e, se formos contaminados, conseguirmos
passar por cima desta terrível doença e, mais ainda, sem transmiti-la para quem
tanto amamos: nossa Família, Familiares e amigos. Que Deus nos proteja e nos abençoe.
Amém!
segunda-feira, 20 de abril de 2020
PERSONAGENS BÍBLICOS: PEDRO.
Introdução
Dando
sequência ao nosso estudo, tendo em vista que já fizemos um texto sobre a vida
do personagem Moisés, que teve uma atuação marcante durante a retirada do povo
hebreu da escravidão egípcia (Antigo Testamento). Segundo afirma Orlando
Spencer Boyer (1999), ele foi o maior vulto do Antigo Testamento.
Agora,
iremos apresentar alguns detalhes importantes acerca da vida doutro personagem marcante,
mas muito controverso em suas atitudes, chamado Pedro, estando registrado no
Novo Testamento. Antes, achamos interessante inserir logo nesta introdução, o
significado de seu nome nos idiomas aramaico, grego e hebraico. Em grego, Pedro
significa Pedra ou Rocha. No idioma aramaico, não se denomina seu nome com a
mesma grafia, mas sim, de “Cefas”, embora tenha a mesma significação, isto é,
Pedra ou Rocha.
Outro
detalhe que consideramos interessante, pauta-se por seu nome ser apresentado no
idioma hebraico, como sendo Simão, que comporta o significado de “aquele que
ouve”. Também é visto nos textos Bíblicos, o uso de seu nome na
forma composta de “Simão Pedro”. Do nome Simão, originou-se outro nome, Simeão
(da raiz Shimon e Shamá). Alguns historiadores dizem que quando
Jesus percebia que seu estado era de fragilidade ou demonstrava oscilação
(insegurança e/ou dúvida), o chamava por Simão Pedro:
João 13:6-9. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe
disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu
faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me
lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.
Quando
Ele queria dar-lhe encorajamento para que tivesse firmeza e confiança,
costumava chama-lo de Pedro ou Cefas: “Era André, irmão de Simão Pedro, um dos
dois que ouviram aquilo de João e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu
irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E
levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de
Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro; João 1:40-42)”.
Lucas 22:31-32. Disse também o Senhor: Simão, Simão,
eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti,
para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus
irmãos (sublinhamos).
Deste
segundo texto, vale ressaltar que o Senhor pode permitir que sejamos tentados,
mas esta ação será limitada por Ele, como foi no caso de Jó: “E disse o SENHOR
a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante
a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal. (...). Mas
estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti
na tua face! E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua
mão; somente contra ele não estendas a tua mão (noutra tradução: somente
não lhe tire a vida). E Satanás saiu da presença do SENHOR” (Jó 1:8,10-11).
Vale
ressaltar que o nosso Deus quando assim o faz, isto é, permite que venha a
tentação (ou provações), Ele também já aprovisiona o nosso escape: “Não veio
sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar
acima do que podeis (limite humano); antes, com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13).
1. Antes da Crucificação
de Jesus Cristo:
Segundo
registro nos textos Bíblicos, Pedro residia na região da Galileia, que
significa “Circuito”, ou seja, era composta de várias cidades ou vilarejos: ”(...),
ele O negou outra vez. E, pouco depois, os que ali estavam disseram outra vez a
Pedro: Verdadeiramente, tu és um deles, porque és também galileu” (Marcos
14:70). Antes de se casar, Pedro morava com seu pai e seu irmão André, na
cidade de Betsaida.
João 1:40-41,43-44. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois
que ouviram aquilo de João e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão Simão
e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo. No dia seguinte,
quis Jesus ir à Galileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me. E Filipe
era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
Pedro
e seu irmão André, eram pescadores. Viviam consertando as redes de pesca e acertando
os detalhes de seu barco, para poder adentrar mar a dentro para pescarem. Posteriormente,
ele foi morar na cidade de Cafarnaum, provavelmente após ter se casado.
1 Coríntios 9:5-6. Não temos nós direito de levar conosco uma
mulher irmã (noutra tradução: levar nossa mulher), como também os demais
apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos direito
de deixar de trabalhar? (acréscimo nosso).
Segundo relata a narrativa das Escrituras Sagradas,
ele não tinha tanto estudo enquanto vivia em sua rotina diária da pescaria. Com
o decorrer do tempo, vieram alguns acontecimentos que promoveram grandes
mudanças na vida deste personagem.
1.1 – Condutas e Procedência: Ele tinha um comportamento em que demonstrava ter muita ousadia,
intrepidez, coragem e valentia. Ou, para alguns, era muito exibido, querendo se
destacar perante outras pessoas. Outras pessoas afirmam de que era sanguíneo
(relacionado aos tipos de temperamento: colérico, fleumático, melancólico ou
sanguíneo), ou seja, muito afoito e precipitado.
a)
Corajoso: andou sobre as águas do mar: “Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo:
Tende bom ânimo, sou eu, não temais. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se
és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro,
descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus” (Mateus 14:27-29);
b) Valentia: disse que morreria por
Cristo: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para
vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça;
e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor,
estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te,
Pedro, que não cantará hoje o galo, antes que três vezes negues que me conheces”
(Lucas 22:31-34);
c) Intrépido:
arrancou a orelha do servo Malco: “Então Simão Pedro, que tinha espada,
desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na
bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? (João 18:10-11);
d) Ousadia: “Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha
ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E
Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se,
disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque
não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”
(Mateus 16:21-23);
e) Oscilante:
negou a Jesus três vezes: “Então a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus
prenderam a Jesus e o maniataram (...). Então a porteira disse a Pedro: Não és
tu também dos discípulos deste homem? Disse ele: Não sou (...). E Simão Pedro
estava ali, e aquentava-se. Disseram-lhe: Não és também tu um dos seus
discípulos? Ele negou, e disse: Não sou (...). E um dos servos do sumo
sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te vi eu
no horto com ele? E Pedro negou outra vez, e logo o galo cantou” (João 18:13,21,25-27).
Nessas e outras passagens Bíblicas, poderemos
observar comportamentos totalmente opostos duma mesma pessoa. Só para destacar,
ele arranca a orelha de Malco no Getsêmani que significa “prensa de
azeite”, no momento em que os soldados, juntamente com Judas Iscariotes prendem
Jesus. Pouco tempo depois desta prisão, ele O nega por três vezes.
1.2 – Como se deu o início de sua Conversão? Ele, juntamente com seu irmão André, em certo dia, estavam preparando o
barco e as redes para irem pescar. De repente, Jesus aparece e dialoga com
eles, convidando-os para que largassem tudo e O seguissem. Eles assim o
fizeram.
Mateus 4:12-13,17-20. Jesus, porém, ouvindo que João estava preso,
voltou para a Galileia. E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade
marítima, nos confins de Zebulom e Naftali. (...). Desde então, começou Jesus a pregar e a
dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. E Jesus, andando
junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque
eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de
homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no.
Ele e seu irmão, foram os primeiros a serem chamados
por Jesus. Logo depois, Tiago, João e outros homens. No entanto, Pedro, Tiago e
João, estavam sempre na companhia do Mestre Jesus, presenciando momentos e
atuações importantíssimas durante seu ministério terreno. Dos doze que foram
chamados e escolhidos por Ele, esses três eram os mais próximos de Jesus.
a) Pedro, Tiago e João, estiveram no Monte da
Transfiguração: “Seis dias depois,
tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em
particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto
resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz”
(Mateus 17:1-2);
b) Pedro, diante da pergunta feita por Jesus, respondeu
corretamente: “Disse-lhes ele: E vós,
quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo. (Mateus 16:13-17);
c) Questionou por que tinham abandonado tudo por
causa d’Ele: Após Jesus ter um diálogo com um Jovem Rico
(cf. Lucas 18:18-25), sendo presenciado por seus discípulos, Ele diz que é
muito difícil um rico entrar no céu. Logo em seguida, disse Pedro: “Eis que nós
deixamos tudo e te seguimos” (verso 28). Em outras palavras, mas e nós que
deixamos tudo para segui-LO? Ele o tranquiliza, dizendo-lhes: “(...): Na
verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou
mulher, ou filhos pelo Reino de Deus e não haja de receber muito mais neste
mundo e, na idade vindoura, a vida eterna” (versos 29-30). Noutra tradução, “receber
cem vezes mais (...)”;
d) Recusou-se a deixar
Jesus lavar seus pés: “Aproximou-se, pois, de
Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e
disse-lhe: O que eu faço, não sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe
Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não
tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas
também as mãos e a cabeça” (João 13:6-9);
e) Não
conseguiu orar uma hora com Jesus: “Então, chegou Jesus com
eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui,
enquanto vou além orar. (...). E, voltando para os seus discípulos, achou-os
adormecidos; disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar (orar) comigo? Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca” (Mateus 26:36,40-41);
2. Depois da Crucificação de Cristo:
Mesmo
depois daquele primeiro encontro com Jesus, quando estava preparando o barco e
as redes para pescar, em que ouviu o convite para O seguir, largou tudo e
partiu. Entretanto, tempos depois, Pedro voltou ao seu ofício de pescador. Acredito
que um momento que o impactou de forma profunda, se deu quando ele O negou pela
terceira vez. Vendo-O ser preso, amarrado, espancado, carregado para ser
julgado por Caifás, mas seguindo-O de longe.
Marcos 14:53-54. E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e
ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas. E
Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote e estava
assentado com os servidores, aquentando-se ao lume.
Outro momento muito marcante, em que acredito que tocou muito em seu coração e
em sua consciência, deu-se no momento em que, após negá-lo na terceira vez,
Jesus olha para ele: “E ele começou a imprecar e a jurar: Não conheço esse
homem de quem falais. E o galo cantou segunda vez. E Pedro lembrou-se da
palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes
me negarás tu. E, retirando-se dali, chorou” (Marcos 14:66-72).
a)
Arrependeu-se
amargamente: “E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e
Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo
cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para fora, chorou
amargamente” (Lucas 22:61-62);
b)
Pregou
ousadamente no dia de Pentecoste: “Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem
vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. E, ouvindo eles isto,
compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:
Que faremos, homens irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e
recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:36-38). Depois deste discurso de
Pedro, quase 3000 (três mil) almas se converteram;
c)
Foi Líder da
Igreja de Jerusalém: “Disse então Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti?
E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus (...). E disse-lhe Pedro: Dize-me,
vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro
lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do
Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te
levarão a ti” (Atos 5:3-4,8-9);
d) Curou um coxo de nascença na porta do Templo: “E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era
trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias
punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. (...).
E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para
eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: Não tenho prata nem
ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus
pés e artelhos se firmaram. E, saltando, pôs-se em pé, e andou, e entrou com
eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus” (Atos 3:2-8).
e)
Defendeu o
direito de pregar as Boas Novas de Cristo: “E,
trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou,
dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome?
E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o
sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:27-29);
f) Sua Sombra curava enfermos: “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em
leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse,
cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a
Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais
eram todos curados” (Atos 5:15-16);
g) Ressuscitou Dorcas em Jope: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz
Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. E aconteceu
naqueles dias que, enfermando-a, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num
quarto alto (...). Mas Pedro, fazendo
sair a todos, pôs-se de joelhos e orou: e, voltando-se para o corpo, disse:
Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se” (Atos
9:36-37,40);
h) Martírio e Crucificação: Ele sofreu martírio aproximadamente no mesmo tempo de Paulo, época da
perseguição dos cristãos a mando do Imperador Romano Nero. Segundo o
historiador Orígenes, ele se sentia indigno de ser morto igual ao seu Mestre. E,
a seu pedido, foi crucificado de cabeça para baixo.
Conclusão
Este mesmo personagem controverso, promoveu muitos feitos milagrosos, como
a cura de Enéas, pouco antes da ressurreição de Tabita: “E aconteceu que,
passando Pedro por toda a parte, veio também aos santos que habitavam em Lida. E
achou ali certo homem, chamado Enéas, jazendo numa cama havia oito anos, o
qual era paralítico. E disse-lhe Pedro: Enéas, Jesus Cristo te dá saúde;
levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou” (Atos 9:32-34). Além disso, ele ainda escreveu
e deixou-nos duas Epístolas com riquíssimo conteúdo (1 e 2 Pedro).
Este artigo ou texto, com
os detalhes da vida de Pedro, faz com que venhamos a entender que, ás vezes,
podemos não começar bem as coisas (a nossa vida com Cristo), mas durante o
percurso de nossa caminhada em/com Cristo, poderemos finalizar de forma excelente: “Melhor é
o fim das coisas, do que o princípio delas” (Eclesiastes 7:8). Portanto, irmãos
em Cristo, vamos lutar para que terminemos melhor do que começamos. Amém!
domingo, 12 de abril de 2020
COMPOSIÇÃO DA SOCIEDADE NO TEMPO DE JESUS
Introdução
Estamos nos
aproximando do mês de outubro de 2020, onde teremos as Eleições Municipais,
onde candidatos se apresentarão a população, colocando-se à disposição para ocuparem
os cargos de Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores de seu Município. Teremos que
ir às urnas e votar naqueles em que achamos reunirem requisitos essenciais
para nos representarem socialmente.
Esta breve
introdução, tem como objetivo principal, destacar dois pontos que achamos
importantes: o primeiro está relacionado ao período em que se deu a primeira
Eleição no Brasil. Enquanto que o segundo, serve para enfatizar de que já
naquela época, houve o registro de ter ocorrido fraude durante o transcorrer da
eleição.
Esta prática político
social é bem antiga, pois a primeira eleição realizada no Brasil aconteceu no
ano de 1532, na Capitania de São Vicente. Ela foi realizada para a escolha dos
representantes das Câmaras Municipais. Posteriormente, durante a fase da
Monarquia, o sistema eleitoral brasileiro para a escolha de Deputados era
indireto, sendo que o direito ao voto era restringido pela renda do votante.
No final da
monarquia, foi feita uma reforma no sistema eleitoral brasileiro, resultando na
diminuição de seu eleitorado, limitando o direito de voto a uma pequena parcela
elitizada da sociedade brasileira. Na Primeira República, o direito ao voto foi
estendido aos homens maiores de 21 anos e alfabetizados. Entre os anos de 1945
e 1964, o Brasil teve uma experiência democrática em que a população pôde
escolher presidentes em quatro eleições. No entanto, ele foi interrompido pelo
golpe de 1964, e o eleitor brasileiro só pôde votar para presidente em 1989,
quando o sistema eleitoral brasileiro foi reformulado com a Constituição de
1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, o que iniciou uma nova fase
democrática no Brasil.
1. A
Sociedade do Tempo de Jesus Cristo:
Nosso propósito maior
com este texto, prende-se ao fato de levar para seus leitores, como era
constituída ou formada a sociedade no tempo do ministério terreno de Jesus
Cristo. É consenso entre os teólogos e historiadores, de que Jesus Cristo
esteve durante três anos na terra, onde ensinava e pregava a sua Sã Doutrina,
conhecida como as Boas Novas ou os Evangelhos. Gostaríamos de colocar em relevo
nesta primeira parte, as três classes sociais que se destacavam pelas regiões
onde Ele passava: os Fariseus, os Saduceus e os Essênios.
1.1 – Os Fariseus: é bem provável
de que eles começaram a sua formação e organização social, logo após a guerra
dos Macabeus. Foram os Macabeus que lideraram um forte movimento pela
independência da Judeia, inclusive promoveram uma nova consagração do Templo de
Jerusalém, que havia sido profanado pelos povos gregos. A ideologia propagada
pelos fariseus, fazia oposição a helenização do povo judeu (harmonização com a
cultura grega) através de Roma, com o propósito de preservar as suas tradições,
a cultura e a fé judaica.
Atos
26:1-6.
Depois, Agripa disse a Paulo: Permite-se-te que te defendas. Então, Paulo,
estendendo a mão em sua defesa, respondeu: Tenho-me por venturoso, ó rei
Agripa, de que perante ti me haja, hoje, de defender de todas as coisas de que
sou acusado pelos judeus, mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os
costumes e questões (ou tradições) que há entre os judeus; pelo que te rogo que
me ouças com paciência. A minha vida,
pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre
os da minha nação, todos os judeus a sabem. Sabendo de mim, desde o princípio
(se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa
religião, vivi fariseu. E, agora, pela esperança da promessa que por Deus foi
feita a nossos pais, estou aqui e sou julgado.
Este texto, retrata o
momento em que Paulo (antes da conversão ao Cristianismo, Saulo) fora preso,
sendo acusado de promover confusão social e propagar uma doutrina totalmente
contrária à daquele povo. Quando lhe é permitido pelo rei que possa se defender
pessoalmente e em público. Os fariseus acreditavam e defendiam como sua
doutrina: a) Predestinação harmonizada com o livre arbítrio; b) a imortalidade
da alma; c) O corpo ressuscitado (na ressurreição); d) Na existência do
espírito (e de anjos); e) No juízo futuro, entre outras.
1.2 – Os Saduceus:
esta classe social, tinha o posicionamento doutrinário e filosófico totalmente
contrário aos fariseus. Existem várias ideias e posicionamentos acerca de seu
surgimento, mas, segundo Kurt Schubert (1979), eles devem ter surgido através
de Zadoque, um sacerdote contemporâneo de Davi. Era um grupo aristocrático (da
nobreza), sacerdotal e muito fechado.
Do ano de 539 a.C., em
que estavam sob o domínio Persa, até o período de Alexandre, o Grande, as
famílias dos sacerdotes, eram complacentes com os seus vizinhos pagãos. E
viviam em perfeita harmonia com os povos helênicos. Eram muito educados, ricos
e de boa posição social. Flávio Josefo apud Schubert (1979), afirmou de
que eles eram muito cépticos (incrédulos), acreditavam somente naquilo que
pudesse ser provado por meio da ração. Eles não acreditavam: a) Na ressurreição;
b) Na imortalidade da alma; c) Na existência de espíritos (nem em anjos); d) No
juízo futuro; e) No inferno.
1.3 – Os Essênios:
segundo Schubert (1979), eles eram muito ascéticos (místicos ou que se volta
para vida espiritual). Muito conhecedores da Lei e dos Profetas. Buscavam viver
em isolamento social, como uma forma de se resguardarem da contaminação
filosófica Romana e Grega. Eram muito estudiosos e conhecedores das Escrituras
Sagradas, dedicavam-se também a períodos de orações e em realizações
cerimoniais.
Eles dividiam seus
bens com membros de sua comunidade, eram muito trabalhadores e tinham uma vida
piedosa. Eles acreditavam que só alcançariam a Santidade e a pura Fé, se
estivessem em total isolamento social (das demais classes de pessoas). Segundo
escreveu Josefo citado por Schubert (1979), eles se julgavam os
verdadeiros Israelitas, dedicando-se em preparar o “Caminho do Senhor”.
Aguardavam as promessas do Messias e eram cuidadosos com a realização de
sacrifícios, conforme prescrevera Moisés e Arão, principalmente em relação a
Purificação e a Santidade dos Sacerdotes.
2. Composição
Política desta Sociedade:
Nesta segunda e última
parte, queremos apresentar os principais grupos políticos e/ou religiosos, que
foram contemporâneos de Jesus Cristo, enquanto permaneceu na terra, que estavam
em evidência o todo tempo. São eles: Os Herodianos, os Zelotes e os
Samaritanos.
2.1 – Os Herodianos: acredita-se
de que era um partido político que apoiava a dinastia de Herodes. Era composto
por um grupo de judeus que aceitavam o favorecimento do rei Herodes, em troca
de se deixarem helenizar e com o compromisso de pulverizar a helenização entre
os demais judeus. Eles exerciam grande influencia política acerca do poder
judaico, persuadiam a liderança a corromper os bons costumes a fim de tornar a
vida dos judeus mais fácil do Império Romano.
Mateus
22:15-21.
Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre
si como o surpreenderiam em alguma palavra. E enviaram-lhe os seus discípulos,
com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos
que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te
importares com quem quer que seja, porque não olhas à aparência dos homens.
Dize-nos, pois, que te parece: é lícito pagar o tributo a César ou não? Jesus,
porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele disse-lhes:
De quem é esta efígie e esta inscrição? Disseram-lhe eles: De César. Então, ele
lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus
(grifamos).
Os
herodianos se juntaram com os fariseus, para apanharem Jesus em alguma contradição
ou em alguma atitude tida como violação a Tradição ou a Lei Judaica. Esta
aliança foi firmada várias vezes, tudo com a intenção de atentarem contra a Sua
vida. Enéas Tonini (2009) e outros historiadores, afirmam “de que os herodianos
era um grupo mais político do que religioso. Eram independentes e oriundo de
uma ala esquerdista dos saduceus. Eles trabalhavam como espiões para os
Romanos, em troca de privilégios”.
2.2 – Os Zelotes: era um grupo
composto de pessoas patriotas anti-romanos. Segundo escreveu Packer (1991),
“este grupo político é considerado o mais radical dentro do judaísmo”. Eles
queriam a independência nacional, promovendo grandes levantes contra Roma. Eles
eram fervorosos na fé judaica e comprometidos com o bem-estar social de seu
povo.
Mateus
10:2-4.
Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e
André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado
Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes,
aquele que o traiu.
Segundo relatos de Flavio Josefo no ano
100 d.C., Judas pertencia ao grupo dos zelotes: “Então, um dos doze,
chamado Judas Iscariotes (da cidade de Queriote), foi ter com os príncipes dos
sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe
pesaram trinta moedas de prata. E, desde então, buscava oportunidade para o
entregar” (cf. Mateus 26:14-16). Seus sacerdotes eram zelosos pelo cumprimento
da Lei Mosaica. Eles possuíam uma característica que os diferenciavam dos
sacerdotes de outros grupos, tendo em vista que se engajavam politicamente e
tomavam as dores de seu povo, vindo a lutar por seus direitos sociais.
2.3 – Os
Samaritanos: o nome samaritano quer dizer, uma pessoa que habita na cidade
de Samaria, capital do reino de Israel (as Dez Tribos). Eles foram constituídos
depois que Sargom II, rei da Assíria, dominou a cidade e trouxe inúmeras
pessoas de outras nações para colonizar Samaria.
2 Reis 17:21-24. Porque, depois que o
Senhor rasgou a Israel da casa de Davi, e eles fizeram rei a Jeroboão, filho de
Nebate, Jeroboão apartou a Israel de seguir o SENHOR e os fez pecar um grande
pecado. Assim, andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão
tinha feito; nunca se apartaram deles. Até que o SENHOR tirou a Israel de
diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os
profetas; assim, foi Israel transportado da sua terra à
Assíria, onde permanece até ao dia de hoje. O
rei da Assíria leva para Samaria muitos estrangeiros. E o rei da Assíria
trouxe gente de Babel (Babilônia), e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de
Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel;
e tomaram a Samaria em herança e habitaram nas suas cidades (sublinhamos).
O rei
Sargom invadiu a cidade de Samaria, levando boa parte dos Israelitas (judeus)
para o cativeiro na Assíria. Simultaneamente, ele levou estrangeiros de várias
nações para residirem em Samaria. A partir de então, os samaritanos passaram a
ser odiados pelo povo judeu. Eles foram impedidos de adorar no Templo de
Jerusalém, pelo sacerdote Sambalate. Sendo assim, eles construíram uma réplica
do templo sobre o monte Gerizim, acirrando ainda mais o ódio dos judeus (cf.
Lucas 17:16; Atos 8:5,14; 9:31).
3. O 3. Outros Grupos Sociais:
Haviam outras classes sociais nas vilas e
cidades em que Jesus costumava ir e, por vezes, Ele permanecia ali por alguns
dias. No entanto, gostaríamos de finalizar este artigo, descrevendo sobre um
grupo que era odiado pela maioria das classes sociais citadas anteriormente: os
Gentios.
3.1 - Os Gentios:
Basicamente, pode-se dizer que eram todos os povos que não eram judeus. Este
nome foi dado pelos Hebreus a todos os povos que não pertenciam ao grêmio de
Israel. Portanto, as pessoas desse grupo social, não tinham o mesmo estatuto,
não podiam se relacionar com um judeu (exceto, negociar) e muito menos em se
casar. Normalmente, os gentios não professavam o mesmo Deus dos judeus, nem
cumpriam a Lei de Moisés. Eles podiam conviver na mesma região dos judeus, mas
não podiam entrar no templo judaico.
1 Reis 11:1-6. E o rei Salomão amou
muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas,
edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha dito aos filhos
de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão
o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com
amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas
mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de
Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o
seu coração não era perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de
Davi, seu pai, porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos
sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez
Salomão o que era mau aos olhos do SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR,
como Davi, seu pai.
Neste texto do Antigo Testamento, Jeová
tinha advertido o seu povo para que não se misturasse com povos gentios, muito
menos se casassem com suas mulheres. Entretanto, o rei Salomão veio a
desobedece-LO, sendo este um dos motivos de seu desvio dos caminhos do Senhor e
a decadência de seu reinado (os últimos 20 anos).
Deuteronômio 23:7-8. Não abominarás o
edomita (descendentes de Esaú), pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio,
pois estrangeiro foste na sua terra. Os filhos que lhes nascerem na terceira
geração, cada um deles entrará na congregação do SENHOR
No
segundo texto em destaque, encontra-se o registro de duas coisas importantes: “Não
abominarás o Edomita, o Egípcio (...)”. O povo judeu não poderia maltratar o
estrangeiro, muito menos a seu irmão. “Os filhos que lhes nascerem na terceira geração
(...)”. O gentio que se convertesse ao judaísmo, abriria uma porta para que adquirisse certos direitos judaicos. Além da conversão, ele teria que passar
pelo rito da circuncisão.
Neste ato cerimonial, tanto os judeus como o
povo muçulmano, cortavam o prepúcio do pênis dos novos convertidos (neófitos). Dito com
outras palavras, retirava-se da glande (cabeça) do pênis a pele que a encobria (prepúcio). Sendo assim feito, seus bisnetos passavam a adquirir o direito pleno
de serem cidadãos judeus.
Conclusão:
Com
certeza, haviam outros grupos que viveram no tempo em que Jesus esteve na
terra, mas elas viviam as margens da sociedade, como também órfãos, viúvas,
prostitutas e mendigos, entre outros. Haviam outros clãs ou classes sociais
naquela época. Entretanto, buscamos dar ênfases neste artigo, aqueles grupos que
são apresentados nas narrativas Bíblicas, trazendo um pouquinho de informações
e de características culturais, políticas e religiosas.
Assinar:
Postagens (Atom)