Introdução
Estamos nos
aproximando do mês de outubro de 2020, onde teremos as Eleições Municipais,
onde candidatos se apresentarão a população, colocando-se à disposição para ocuparem
os cargos de Prefeito, Vice-prefeito e Vereadores de seu Município. Teremos que
ir às urnas e votar naqueles em que achamos reunirem requisitos essenciais
para nos representarem socialmente.
Esta breve
introdução, tem como objetivo principal, destacar dois pontos que achamos
importantes: o primeiro está relacionado ao período em que se deu a primeira
Eleição no Brasil. Enquanto que o segundo, serve para enfatizar de que já
naquela época, houve o registro de ter ocorrido fraude durante o transcorrer da
eleição.
Esta prática político
social é bem antiga, pois a primeira eleição realizada no Brasil aconteceu no
ano de 1532, na Capitania de São Vicente. Ela foi realizada para a escolha dos
representantes das Câmaras Municipais. Posteriormente, durante a fase da
Monarquia, o sistema eleitoral brasileiro para a escolha de Deputados era
indireto, sendo que o direito ao voto era restringido pela renda do votante.
No final da
monarquia, foi feita uma reforma no sistema eleitoral brasileiro, resultando na
diminuição de seu eleitorado, limitando o direito de voto a uma pequena parcela
elitizada da sociedade brasileira. Na Primeira República, o direito ao voto foi
estendido aos homens maiores de 21 anos e alfabetizados. Entre os anos de 1945
e 1964, o Brasil teve uma experiência democrática em que a população pôde
escolher presidentes em quatro eleições. No entanto, ele foi interrompido pelo
golpe de 1964, e o eleitor brasileiro só pôde votar para presidente em 1989,
quando o sistema eleitoral brasileiro foi reformulado com a Constituição de
1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, o que iniciou uma nova fase
democrática no Brasil.
1. A
Sociedade do Tempo de Jesus Cristo:
Nosso propósito maior
com este texto, prende-se ao fato de levar para seus leitores, como era
constituída ou formada a sociedade no tempo do ministério terreno de Jesus
Cristo. É consenso entre os teólogos e historiadores, de que Jesus Cristo
esteve durante três anos na terra, onde ensinava e pregava a sua Sã Doutrina,
conhecida como as Boas Novas ou os Evangelhos. Gostaríamos de colocar em relevo
nesta primeira parte, as três classes sociais que se destacavam pelas regiões
onde Ele passava: os Fariseus, os Saduceus e os Essênios.
1.1 – Os Fariseus: é bem provável
de que eles começaram a sua formação e organização social, logo após a guerra
dos Macabeus. Foram os Macabeus que lideraram um forte movimento pela
independência da Judeia, inclusive promoveram uma nova consagração do Templo de
Jerusalém, que havia sido profanado pelos povos gregos. A ideologia propagada
pelos fariseus, fazia oposição a helenização do povo judeu (harmonização com a
cultura grega) através de Roma, com o propósito de preservar as suas tradições,
a cultura e a fé judaica.
Atos
26:1-6.
Depois, Agripa disse a Paulo: Permite-se-te que te defendas. Então, Paulo,
estendendo a mão em sua defesa, respondeu: Tenho-me por venturoso, ó rei
Agripa, de que perante ti me haja, hoje, de defender de todas as coisas de que
sou acusado pelos judeus, mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os
costumes e questões (ou tradições) que há entre os judeus; pelo que te rogo que
me ouças com paciência. A minha vida,
pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre
os da minha nação, todos os judeus a sabem. Sabendo de mim, desde o princípio
(se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa
religião, vivi fariseu. E, agora, pela esperança da promessa que por Deus foi
feita a nossos pais, estou aqui e sou julgado.
Este texto, retrata o
momento em que Paulo (antes da conversão ao Cristianismo, Saulo) fora preso,
sendo acusado de promover confusão social e propagar uma doutrina totalmente
contrária à daquele povo. Quando lhe é permitido pelo rei que possa se defender
pessoalmente e em público. Os fariseus acreditavam e defendiam como sua
doutrina: a) Predestinação harmonizada com o livre arbítrio; b) a imortalidade
da alma; c) O corpo ressuscitado (na ressurreição); d) Na existência do
espírito (e de anjos); e) No juízo futuro, entre outras.
1.2 – Os Saduceus:
esta classe social, tinha o posicionamento doutrinário e filosófico totalmente
contrário aos fariseus. Existem várias ideias e posicionamentos acerca de seu
surgimento, mas, segundo Kurt Schubert (1979), eles devem ter surgido através
de Zadoque, um sacerdote contemporâneo de Davi. Era um grupo aristocrático (da
nobreza), sacerdotal e muito fechado.
Do ano de 539 a.C., em
que estavam sob o domínio Persa, até o período de Alexandre, o Grande, as
famílias dos sacerdotes, eram complacentes com os seus vizinhos pagãos. E
viviam em perfeita harmonia com os povos helênicos. Eram muito educados, ricos
e de boa posição social. Flávio Josefo apud Schubert (1979), afirmou de
que eles eram muito cépticos (incrédulos), acreditavam somente naquilo que
pudesse ser provado por meio da ração. Eles não acreditavam: a) Na ressurreição;
b) Na imortalidade da alma; c) Na existência de espíritos (nem em anjos); d) No
juízo futuro; e) No inferno.
1.3 – Os Essênios:
segundo Schubert (1979), eles eram muito ascéticos (místicos ou que se volta
para vida espiritual). Muito conhecedores da Lei e dos Profetas. Buscavam viver
em isolamento social, como uma forma de se resguardarem da contaminação
filosófica Romana e Grega. Eram muito estudiosos e conhecedores das Escrituras
Sagradas, dedicavam-se também a períodos de orações e em realizações
cerimoniais.
Eles dividiam seus
bens com membros de sua comunidade, eram muito trabalhadores e tinham uma vida
piedosa. Eles acreditavam que só alcançariam a Santidade e a pura Fé, se
estivessem em total isolamento social (das demais classes de pessoas). Segundo
escreveu Josefo citado por Schubert (1979), eles se julgavam os
verdadeiros Israelitas, dedicando-se em preparar o “Caminho do Senhor”.
Aguardavam as promessas do Messias e eram cuidadosos com a realização de
sacrifícios, conforme prescrevera Moisés e Arão, principalmente em relação a
Purificação e a Santidade dos Sacerdotes.
2. Composição
Política desta Sociedade:
Nesta segunda e última
parte, queremos apresentar os principais grupos políticos e/ou religiosos, que
foram contemporâneos de Jesus Cristo, enquanto permaneceu na terra, que estavam
em evidência o todo tempo. São eles: Os Herodianos, os Zelotes e os
Samaritanos.
2.1 – Os Herodianos: acredita-se
de que era um partido político que apoiava a dinastia de Herodes. Era composto
por um grupo de judeus que aceitavam o favorecimento do rei Herodes, em troca
de se deixarem helenizar e com o compromisso de pulverizar a helenização entre
os demais judeus. Eles exerciam grande influencia política acerca do poder
judaico, persuadiam a liderança a corromper os bons costumes a fim de tornar a
vida dos judeus mais fácil do Império Romano.
Mateus
22:15-21.
Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre
si como o surpreenderiam em alguma palavra. E enviaram-lhe os seus discípulos,
com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos
que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te
importares com quem quer que seja, porque não olhas à aparência dos homens.
Dize-nos, pois, que te parece: é lícito pagar o tributo a César ou não? Jesus,
porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele disse-lhes:
De quem é esta efígie e esta inscrição? Disseram-lhe eles: De César. Então, ele
lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus
(grifamos).
Os
herodianos se juntaram com os fariseus, para apanharem Jesus em alguma contradição
ou em alguma atitude tida como violação a Tradição ou a Lei Judaica. Esta
aliança foi firmada várias vezes, tudo com a intenção de atentarem contra a Sua
vida. Enéas Tonini (2009) e outros historiadores, afirmam “de que os herodianos
era um grupo mais político do que religioso. Eram independentes e oriundo de
uma ala esquerdista dos saduceus. Eles trabalhavam como espiões para os
Romanos, em troca de privilégios”.
2.2 – Os Zelotes: era um grupo
composto de pessoas patriotas anti-romanos. Segundo escreveu Packer (1991),
“este grupo político é considerado o mais radical dentro do judaísmo”. Eles
queriam a independência nacional, promovendo grandes levantes contra Roma. Eles
eram fervorosos na fé judaica e comprometidos com o bem-estar social de seu
povo.
Mateus
10:2-4.
Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e
André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e
Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado
Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes,
aquele que o traiu.
Segundo relatos de Flavio Josefo no ano
100 d.C., Judas pertencia ao grupo dos zelotes: “Então, um dos doze,
chamado Judas Iscariotes (da cidade de Queriote), foi ter com os príncipes dos
sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe
pesaram trinta moedas de prata. E, desde então, buscava oportunidade para o
entregar” (cf. Mateus 26:14-16). Seus sacerdotes eram zelosos pelo cumprimento
da Lei Mosaica. Eles possuíam uma característica que os diferenciavam dos
sacerdotes de outros grupos, tendo em vista que se engajavam politicamente e
tomavam as dores de seu povo, vindo a lutar por seus direitos sociais.
2.3 – Os
Samaritanos: o nome samaritano quer dizer, uma pessoa que habita na cidade
de Samaria, capital do reino de Israel (as Dez Tribos). Eles foram constituídos
depois que Sargom II, rei da Assíria, dominou a cidade e trouxe inúmeras
pessoas de outras nações para colonizar Samaria.
2 Reis 17:21-24. Porque, depois que o
Senhor rasgou a Israel da casa de Davi, e eles fizeram rei a Jeroboão, filho de
Nebate, Jeroboão apartou a Israel de seguir o SENHOR e os fez pecar um grande
pecado. Assim, andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão
tinha feito; nunca se apartaram deles. Até que o SENHOR tirou a Israel de
diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os
profetas; assim, foi Israel transportado da sua terra à
Assíria, onde permanece até ao dia de hoje. O
rei da Assíria leva para Samaria muitos estrangeiros. E o rei da Assíria
trouxe gente de Babel (Babilônia), e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de
Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel;
e tomaram a Samaria em herança e habitaram nas suas cidades (sublinhamos).
O rei
Sargom invadiu a cidade de Samaria, levando boa parte dos Israelitas (judeus)
para o cativeiro na Assíria. Simultaneamente, ele levou estrangeiros de várias
nações para residirem em Samaria. A partir de então, os samaritanos passaram a
ser odiados pelo povo judeu. Eles foram impedidos de adorar no Templo de
Jerusalém, pelo sacerdote Sambalate. Sendo assim, eles construíram uma réplica
do templo sobre o monte Gerizim, acirrando ainda mais o ódio dos judeus (cf.
Lucas 17:16; Atos 8:5,14; 9:31).
3. O 3. Outros Grupos Sociais:
Haviam outras classes sociais nas vilas e
cidades em que Jesus costumava ir e, por vezes, Ele permanecia ali por alguns
dias. No entanto, gostaríamos de finalizar este artigo, descrevendo sobre um
grupo que era odiado pela maioria das classes sociais citadas anteriormente: os
Gentios.
3.1 - Os Gentios:
Basicamente, pode-se dizer que eram todos os povos que não eram judeus. Este
nome foi dado pelos Hebreus a todos os povos que não pertenciam ao grêmio de
Israel. Portanto, as pessoas desse grupo social, não tinham o mesmo estatuto,
não podiam se relacionar com um judeu (exceto, negociar) e muito menos em se
casar. Normalmente, os gentios não professavam o mesmo Deus dos judeus, nem
cumpriam a Lei de Moisés. Eles podiam conviver na mesma região dos judeus, mas
não podiam entrar no templo judaico.
1 Reis 11:1-6. E o rei Salomão amou
muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas,
edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha dito aos filhos
de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão
o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com
amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas
mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de
Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o
seu coração não era perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de
Davi, seu pai, porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos
sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez
Salomão o que era mau aos olhos do SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR,
como Davi, seu pai.
Neste texto do Antigo Testamento, Jeová
tinha advertido o seu povo para que não se misturasse com povos gentios, muito
menos se casassem com suas mulheres. Entretanto, o rei Salomão veio a
desobedece-LO, sendo este um dos motivos de seu desvio dos caminhos do Senhor e
a decadência de seu reinado (os últimos 20 anos).
Deuteronômio 23:7-8. Não abominarás o
edomita (descendentes de Esaú), pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio,
pois estrangeiro foste na sua terra. Os filhos que lhes nascerem na terceira
geração, cada um deles entrará na congregação do SENHOR
No
segundo texto em destaque, encontra-se o registro de duas coisas importantes: “Não
abominarás o Edomita, o Egípcio (...)”. O povo judeu não poderia maltratar o
estrangeiro, muito menos a seu irmão. “Os filhos que lhes nascerem na terceira geração
(...)”. O gentio que se convertesse ao judaísmo, abriria uma porta para que adquirisse certos direitos judaicos. Além da conversão, ele teria que passar
pelo rito da circuncisão.
Neste ato cerimonial, tanto os judeus como o
povo muçulmano, cortavam o prepúcio do pênis dos novos convertidos (neófitos). Dito com
outras palavras, retirava-se da glande (cabeça) do pênis a pele que a encobria (prepúcio). Sendo assim feito, seus bisnetos passavam a adquirir o direito pleno
de serem cidadãos judeus.
Conclusão:
Com
certeza, haviam outros grupos que viveram no tempo em que Jesus esteve na
terra, mas elas viviam as margens da sociedade, como também órfãos, viúvas,
prostitutas e mendigos, entre outros. Haviam outros clãs ou classes sociais
naquela época. Entretanto, buscamos dar ênfases neste artigo, aqueles grupos que
são apresentados nas narrativas Bíblicas, trazendo um pouquinho de informações
e de características culturais, políticas e religiosas.
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