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segunda-feira, 25 de abril de 2016

SÓ HÁ DOIS CAMINHOS A SEGUIR: QUAL VOCÊ IRÁ ESCOLHER?

Salmo 1:1-6


Introdução

           
O título hebraico para os Salmos é Tehillim, que comporta o significado de “Louvores”. Enquanto que o título empregado pela Septuaginta, que é uma tradução do Antigo Testamento para o idioma grego é Psalmos, que significa “Cânticos para serem acompanhados por instrumento de cordas”.

Salmo 149:1-3. Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo e o seu louvor, na congregação dos santos. Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. Louvem o seu nome com flauta, cantem-lhe o seu louvor com adufe e harpa (...).

            Os Salmos eram os hinos de louvores do povo de Israel (1 Crônicas 15:16-22). Eles eram bem distintos de boa parte da poesia e do cântico entoado pelo mundo ocidental. Os Salmos (poesias) e os cânticos do Antigo Testamento foram compostos seguindo uma rima, metrificação e, tendo por base, o paralelismo de pensamento.

Salmo 150:1-3. Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder. Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza. Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.

Esse paralelismo de pensamento é facilmente identificado em sua composição, pois a segunda linha sucessiva da estrofe costuma repetir, apresentar um contraste ou completar a primeira linha da mesma estrofe.
Dito em outras palavras, há uma repetição de pensamento (ou ideias) de estrofe a estrofe. O emprego desta técnica na composição poética, também pode ser vista no Livro de 1 Crônicas, em seu capitulo 16:23-25:  

1 Crônicas 16:23-25. Cantai ao Senhor em toda terra; anunciai de dia em dia a sua salvação. Contai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as sua maravilhas. Porque grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado, e mais tremendo é do que todos os deuses. Porque todos os deuses das nações são vaidades; porém o Senhor fez os céus.

O Salmo mais antigo conhecido é o de numero 90, cuja autoria foi atribuída a Moisés e composto provavelmente, no decorrer da peregrinação de 40 anos no deserto, como castigo por sua infidelidade a Deus (século XV a.C.).  A maioria das demais composições se deram entre os séculos V, VI e X a.C.  Uma dessas composições que nos chama a atenção é o Salmo 137:

Salmo 137:3,9. Porquanto aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. (...). Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras!

Os Babilônicos invadiram e destruíram Jerusalém por volta do ano 586 a.C. e arrebatavam das mães indefesas, seus nenês de colo e os arremessavam contra as paredes. Eles agiram de forma muito cruel, e não se deram conta de que esse povo tinha um Deus amoroso e fiel, mas também que se ira (fogo consumidor). E que retribuiria a eles, os Babilônicos, com a mesma violência que praticaram contra seu povo.

Desenvolvimento

            Em seus primeiros versículos, o Salmista apresenta uma distinção bem clara entre os ímpios (que praticam iniquidades) e os justos (os santos que procuram ser retos). Ele nos adverte que só existem dois modos ou maneiras de se viver nesta terra: ou você segue o caminho dos justos ou, deliberadamente, escolhe seguir o caminho dos ímpios.
Necessário e oportuno se faz lembrar que, tanto uma escolha como a outra, trará consequências que podem ser boas ou ruins. Sendo assim, vejamos a partir de agora, quais são esses dois caminhos e suas consequências (destinos).

1.  O Caminho e as Bem-aventuranças dos Justos:
                       
Verso 1a: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios (...)”.

Esta parte do versículo primeiro, já nos mostra de maneira afirmativa de que “Feliz é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”. O que chama a nossa atenção nele é o fato de nos alertar quanto àqueles que não mais andam segundo a carne, isto é, que não buscam mais como prioridade satisfazer os desejos da carne e os deleites oferecidos pelo mundo.
Outro ponto a destacar, deve-se ao fato de que os Cristãos Verdadeiros podem ser conhecidos pela sua conduta, pelas coisas que praticam, os lugares que frequentam e pelas pessoas que fazem parte de seu convívio diário (suas amizades). No Livro de Colossenses, em seu capítulo 2:6-7, há uma exortação importante para permanecermos firmes e andarmos no caminho em direção ao Senhor Jesus Cristo:

Colossenses 2:6-7. Como, pois, recebestes do Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele. Enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças.

            Após nos rendermos a Cristo e declararmos publicamente que seremos seus seguidores, precisamos andar como Ele andou (andar/estar Nele), ou seja, buscar praticar todo o ensinamento que Ele nos deu.

Verso 1b: “(...), nem se detém no caminho dos pecadores”.

            Além da advertência de que os justos não devem andar com os ímpios, o versículo ainda nos alerta de que não devemos nos deter com eles. A expressão trás o significado de que não devemos passar a maior parte de nosso tempo com eles. Ninguém pode ser considerado “bem-aventurado”, ou seja, Feliz, se não experimentar a benção de Deus e evitar as coisas danosas e destrutivas existentes no mundo, que estão ao nosso redor.


Verso 1c: “(...), nem se assenta na roda dos escarnecedores”.

O Salmista prossegue em seu alerta, dizendo que não devemos permanecer de maneira continua e duradoura com os ímpios, pois se assim procedermos, eles podem nos persuadir e influenciar em nossas ações, opiniões e pensamentos, ao ponto de nos desviarmos do caminho do Senhor.

Colossenses 2:4. “E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”.

            Em nosso Deus e Pai, e em Cristo Jesus, estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Por isso, não se deixe levar pela bela aparência das pessoas (vestuário) ou por palavras eloquentes e persuasivas de certos ímpios (aquelas que queremos ouvir).

Verso 2a: Antes tem o seu prazer na lei do Senhor (...)”.

            Fica bem claro nesse versículo, se há o “antes”, logo, subentende-se de que existe o depois. Antes, enquanto não conhecíamos o Senhor e nem andávamos em seu Caminho, tínhamos prazer em outras coisas do mundo, mas, depois de conhecê-lo, o nosso prazer passou a ser de nos debruçarmos na Lei do Senhor e coloca-la em prática.

Colossenses 2:8. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo a Cristo.

Antes, qualquer pessoa tinha facilidade de nos convencer, pois não tínhamos o conhecimento do Senhor e muito menos de sua Sã doutrina. Hoje isso não pode mais acontecer conosco. Os Cristãos não somente devem se desviar do mal, como também buscar a edificação de sua vida com base na Palavra de Deus.

Verso 2b: “(...), e na sua lei medita de dia e de noite”.

            Agora o seu maior prazer é de dedicar boa parte de seu tempo estudando a Palavra do Senhor. A expressão meditar significa que você passa boa parte de seu dia dedicado ao estudo das Sagradas Escrituras. Muitas vezes, adentra noite afio por estar tão envolvido pelo estudo, que acaba perdendo a noção das horas. A mudança de comportamento está condicionada a leitura e meditação diária da Palavra de Deus, pois ela molda nossos pensamentos, atitudes e ações.

Verso 3a: “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de água (...)”.

            Sabe-se muito bem e nem precisa ser um exímio conhecer da agricultura, que se uma arvore for plantada num terreno fértil, isto é, que tem boa irrigação de água, a probabilidade de dar bons frutos é muito grande. E se ela for plantada próxima a ribeiros de águas, esta possibilidade aumenta consideravelmente.

Levítico 26:4. Então eu vos darei as chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua colheita, e a árvore do campo dará o seu fruto.

Vale lembrar que a água nas Escrituras comumente representa o Espírito de Deus, ou seja, os que buscam ser instruídos por Deus e guardam a sua Palavra em seu coração, terão em si uma fonte de vida inesgotável da parte do Espírito.

João 7:38-39. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.

Dito em outras palavras, o Salmista quer nos transmitir a mensagem e ensinamento de que se nos mantivermos fixados à videira, que representa a pessoa de Cristo, com certeza frutificaremos. Os justos que procuram buscar conhecer a vontade de Deus, realmente passarão a conhecê-lo e, também, conhecerão as suas Bênçãos.  

            Verso 3b. “(...), a qual dá o seu fruto no seu tempo”.

            Sabemos que toda arvore frutífera tem que chegar a dar frutos. Ela tem um tempo previsto para florescer e frutificar. Assim também ocorre com o ser humano. Com as arvores, é preciso preparar todo o terreno para o plantio e escolher boas sementes (ou mudas), além dos outros cuidados necessários. Conosco não é diferente, é preciso instruir e ensinar desde pequeno nossos filhos, para quando se tornarem adultos, possam dar bons frutos (resultados).

Verso 3d: “(...), e tudo quanto fizer prosperará”.

            Aqui o Salmista não quer dizer que o cristão nunca enfrentará problemas ou os reveses da vida. Entretanto, pode-se afirmar que os justos que buscarem meditar dia e noite na Palavra do Senhor, passarão a conhecer a vontade de Deus e gozar de suas ricas bênçãos. A vontade de Deus para nossas vidas é que tenhamos saúde e sejamos abençoados. A sua vontade para nós é que ganhemos o necessário para termos abrigo.

2. O Caminho e o Destino dos Ímpios:

Versos 4-5: Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.

            O Salmista usa uma figura de linguagem para descrever o destino esperado para aqueles que escolherem seguir a conduta e o comportamento dos ímpios. Para isso, ele usa a moinha e o vento.
A moinha apresentada por ele, tem o significado de serem fragmentos de palha muito moídos e jogados ao chão. Quanto ao vento, nós conseguimos ouvir a sua voz, mas não sabemos de onde vem e nem para onde vai. No entanto, devido a sua força e fúria, aquilo que encontra pela frente revolve, derruba, destrói ou espalha.
Nesse aspecto, ele faz uma analogia entre esses fragmentos de palha que facilmente se espalham pelo vento e os joga para bem longe de onde estavam, de como será o destino dos ímpios, isto é, eles também serão lançados para bem longe por forças que não conseguem enxergar ou ouvir.  E, ainda, que serão condenados na presença de Deus no dia do juízo: “Porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir? (Apocalipse 6:17)”.
           
Verso 6: (...), o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá.

            Os fieis da igreja de Cristo, isto é, os justos, estarão livres do grande Dia do Senhor, pois o Seu grande ódio volta-se para o pecado, para a imoralidade e para a iniquidade impenitente.

Mateus 13:40-43. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes.

Portanto, todos aqueles que rejeitarem a Palavra do Senhor e insistem em tomar o caminho da desobediência e rebeldia à sua Pessoa e a sua Palavra, perecerão eternamente.

Salmo 37:1,20. Não te indignes por causa dos malfeitores (ímpios), nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Porque cedo serão ceifados (desarraigados e perecerão) como a erva, e murcharão como a verdura. (...). Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a gordura dos cordeiros; desaparecerão, e em fumaça se desfarão.

            As pessoas que escolherem seguir por esse caminho, se tornarão em inimigos declarados do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, haja vista que estarão amando mais as coisas do mundo do que as do próprio Deus.

Conclusão  

            O salmista deixa bem claro que só há dois caminhos a serem seguidos pelo homem: aquele que o leva a conhecer a Cristo, a Sua vontade e as suas Ricas bênçãos ou aquele que o levará a sentir dor e sofrimento eterno. Por isso, neste Salmo, ele procurou nos alertar para que tenhamos sabedoria na hora de escolhermos qual dos dois caminhos irá seguir, sabendo logo de inicio, qual será a consequência de cada uma de nossa escolha.


EDUARDO VERONESE DA SILVA
Membro e Obreiro da AD Ministério IX Marcas

Campo Grande, Cariacica/ES.