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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

PERSONAGENS BÍBLICOS - MOISÉS:


Introdução

            Entre os vários personagens que são apresentados nas Escrituras Sagradas, escolhemos descrever a biografia de um dos maiores vultos do Antigo Testamento, segundo assegurou o pastor e teólogo Oralndo Spencer Boyer (1999)  - o patriarca Moisés. Homem escolhido e chamado por Deus para tirar o povo Hebreu da escravidão egípcia e leva-los para a terra prometida – Canaã.
            O nome Hebreu foi dado pelas nações que os designavam como sendo os filhos de Israel. Presume-se que o termo tem origem do nome Éber (Héber), filho de Sem, neto do patriarca Noé. Éber foi ancestral de Abraão e o seu nome quer dizer “o povo que veio do outro lado do rio – o Eufrates”.

Gênesis 14:12-13. Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.

Os hebreus são povos originários da Mesopotâmia[1] que passou pela Babilônia e pela Síria, mas se estabeleceram e viveram no Oriente Médio, por volta do segundo milênio antes de Cristo (a.C.) e que mais tarde deu origem aos semitas, como os judeus e os árabes. Posteriormente o termo hebreu foi associado somente ao povo judeu.
            Moisés era hebreu e seu nome no idioma hebraico significa “tirado”. Primeiro ponto a ser observado diz respeito aos povos da antiguidade,  que davam muito valor ao nome de seus filhos, pois tinham importante significado e, na maioria das vezes, surgiam de momentos ou circunstâncias vividas por eles. A filha de Faraó, tendo encontrado o bebê dentro duma arca no rio Nilo, colocou o seu nome de Moises, pois marca aquele momento, ou seja, foi tirado do rio.

Êxodo 2:1-3. E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi (Joquebede). E a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, o pôs nos juncos a borda do rio.

            A atitude tomada por Joquebede se deu pela ordem de Faraó, rei do Egito, para que matassem todos os filhos dos hebreus, crianças do sexo masculino . Por isso, sua mãe o colocou dentro dessa arca de juncos nas águas do rio Nilo.

Êxodo 1:15-17. E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da outra, Puá) e disse: Quando  ajudardes no parto as hebreias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida.

            Essas mulheres foram muito corajosas e não temeram em desobedecer a ordem do rei, mesmo com o risco de serem mortas. Esta passagem me fez lembrar de um grande ensinamento que aprendi na vida militar: “Ordem absurda não se cumpre”. Quero crer que essas parteiras hebreias também entenderam que se tratava de uma ordem totalmente absurda e cruel.       Com essa atitude, elas foram usadas por Deus para livrar a vida de Moisés da morte, pois Jeová tinha uma missão muito importante para que ele a colocasse em prática – libertar o povo hebreu da escravidão egípcia.

1. Os Primeiros 40 anos da Vida de Moisés:  

Vimos às circunstâncias em que Moisés nasceu: sua mãe, Joquebede, o escondeu pelo período de três meses, para que não fosse morto pelos soldados egípcios. Não mais podendo escondê-lo, sua mãe construiu uma arca de juncos e o colocou dentro, levando-a as águas do rio Nilo.  A filha de Faraó havia ido se banhar no rio, juntamente com suas servas, quando ouviu o choro de um bebê e o pegou para si.

Êxodo 2:5-6. E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meios dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.

Ela, mesmo sabendo se tratar de um descendente dos hebreus, afeiçoou-se pelo menino, pois era mui formoso. E contratou uma hebreia (sem saber, a própria mãe do menino) para cuidar dele, isto é, até desmamá-lo.  Posteriormente, o adotou como sendo seu filho, inclusive colocou o nome de Moisés, pois disse: “Porque das águas o tenho tirado” (Êxodo 2:10).
Um fato que nos chama atenção acerca desse hebreu chamado Moisés, refere-se ao seu ministério profético, haja vista que prenuncia, de certa forma, o ministério terreno de Jesus Cristo. Vamos ver algumas semelhanças entre seus ministérios:

a) Moisés e Jesus foram alvos da tentativa de morte quando pequenos:

Êxodo 1:16. E o rei do Egito (...) e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.
(...)
Mateus 2:13. E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar.

b) Ambos atuaram como Profetas do Altíssimo:

Deuteronômio 18:15,18. O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis. (...). Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.
(...)
Atos 3:22. Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 

c) Eles ministraram como sacerdotes e pastores:

            A diferença entre eles, basicamente, refere-se ao fato de que o patriarca Moisés atuou como Profeta e Sacerdote (Legislador), enquanto que Jesus Cristo foi Sacerdote, Pastor e Rei.

Sacerdotes: “Exaltai ao Senhor, nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés, porque ele é santo. Moisés e Arão, entre os sacerdotes, e Samuel, entre os que invocam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia” (Salmo 99:5-6)

Hebreus 7:22-24. De tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 

Pastores: “E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã, e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe” (Êxodo 3:1).

João 10:11-12,14. Eu sou o bom Pastor, o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge, e o lobo as arrebata e dispersa. (...).  Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
  
d)  Moisés e Jesus sofreram por causa do povo de Deus:   

Diferentemente dos seus primeiros 40 anos de vida, onde tinha todas as regalias no palácio real e os maiores ensinamentos das diversas ciencias existente no Egito (cf. Atos 7:22). Entretanto, quando viu um de seus irmãos hebreu sendo maltratado por um egipcio, tentou intervir e acabou cometendo um homicídio. Logo em seguida, ocultou seu cadaver.
Como diz um antigo ditado  notiícia ruim vem a galope”,  o delito cometido por ele tornou-se público, tendo que fugir para não ser morto. Atravessou o deserto indo parar na cidade de Midiã, mais precisamente na casa do sacerdote Jetro, que em hebraico significa excelência. Este tinha sete filhas, sendo que Moisés foi convidado a morar em sua casa. Aprendeu o ofício de pastorear ovelhas e casou-se com sua filha primogênita – Zípora, tendo dois filhos: Gerson e Eliézer. Se estabeleceu por ali durante seus proximos 40 anos (cf. Êxodo 2:22; 18:3-4).
Quanto a pessoa de Jesus Cristo, as Escrituras registram de que após seu nascimento, ainda pequeno, em Belém da Judéia  (cf. Mateus 2:1), seus pais, avisados por um anjo do Senhor,  tiveram que sair da cidade e ir para o Egito, pois Herodes o queria matar: “(...), eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e a sua mãe, e foge para o Egito (...). E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito” (Mateus 2:13-14). 
 Eles permaneceram  no Egito até a morte de Herodes, depois, novamente visitados pelo anjo do Senhor,  disse-lhes que podiam voltar para sua terra natal. Entretanto, quem assumiu o trono da Judéia foi o filho de Herodes – Arquelau e, com certo receio, José e Maria, foram para a região da Galiléia, estabelecendo-se na cidade de Nazaré, por isso o chamam de O Nazareno: (cf. Mateus 2:15-23)
A diferença de Moisés e´que ele tinha 40 anos de idade, quando teve de fugir para Midiã, por ter matado um egipcio. E somente retornou ao Egito, com a missão de resgatar os seus irmãos Hebreus. Enquanto que Jesus cristo, era ainda um bebê, quando seus pais fugiram para o Egito. A Bíblia não revela literalmente quanto tempo eles permaneceram lá, mas que retornaram para sua terra após a morte de Herodes:  “E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito, chamei o meu Filho” (Mateus 2:15).
Vale ressaltar que após se estabelecerem na cidade de Nazaré, eles ficaram ali por longos anos, haja vista que José desenvolvia o ofício de carpinteiro e, provavelmente, Jesus era o seu auxiliar direto (cf. Marcos 6:3):

Mateus 13:54-56. E, chegando à sua pátria (Nazaré), ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam: Donge veio a este a sabedoria e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? E não chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?  E não estão entre nós, todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso?  .

Provavelmente, Jesus viveu sua pre-adolescência e juventude nesta cidade, pois numa das subidas a cidade de Jerusalém, acompanhado de  seus pais, para sua adoração ao Senhor, Ele estava com 12 anos de idade, mas já possuia entendimento para estar no meio dos doutores da Lei (cf. Lucas 2: 42-50). Depois,  Ele surge com seus quase 30 anos de idade, pregando o Evangelho pelas aldeias, cidades e outras localidades da Galiléia.

e) Ambos livraram o povo de Deus da escravidão:

Moisés, depois de ter sido chamado pelo Senhor, encontrou-se com o seu irmão, Arão, e ambos foram para o Egito com a missão de livrá-los da escravidão. Depois de caminharem 40 anos pelo deserto, avistaram a terra prometida – Canaã.  Vale registrar aqui, que os três irmãos hebreus – Arão, Moisés e Miriã, da tribo de Levi, faleceram no mesmo ano e ambos não entraram na terra prometida:

.  Arão morreu com 123 anos de idade, no monte Hor (Números 33:39);
.  Moisés com 120 anos no monte Nebo, na terra de Moabe (Deuteronômio 34:1,7
. Miriã  com aproximadamente 130 anos, na cidade de Cades-Barnéia, região desértica ao sul da  Palestina (Números 20:1).

Após a sua morte, Deus já tinha preparado um sucessor de Moisés, neste caso, Josué. Ele acompanhava Moisés em todos os lugares em que estava, sendo um servo fiel e companheiro de todas as horas. Ele foi testemunha de todo o operar do Senhor, por meio da pessoa de Moisés.

Deuteronômio 31:14-15. E disse o Senhor a Moisés: Eis que os teus dias são chegados, para que morras; chama a Josué, e ponde-vos na tenda da congregação, para que eu lhe dê ordem. Assim, foi Moisés e Josué, e se puseram na tenda da congregação. Então, o Senhor apareceu na tenda, na coluna de nuvem, e a coluna de nuvem estava sobre a porta da tenda.
(...)
Josué 1:1-2. E, sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que o Senhor falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa o Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.

Outro fato que nos chama a atenção sobre esses irmãos, além de terem morrido no mesmo ano, prende-se ao fato de que eles morreram na ordem cronológica de suas idades, ou seja, iniciando pelo mais velho – Arão, depois Moiséis e, por último, a mais nova - Miriã.
Esta deveria ser a ordem natural do fim da vida humana na terra, isto é, os mais velhos serem enterrados (ou morrerem) pelos mais jovens. No entanto, devido o aumento excessivo da violência humana (ou urbana), da desobediência  e rebeldia dos filhos contra seus pais, muitos e muitos jovens estão sendo enterrados pelos mais velhos, principalmente pelos seus pais ou avós.
Jesus Cristo, depois de ter sido crucificado, ressuscitou ao terceiro dia e foi para o céu. A sua morte também trouxe a libertação da escravidão, não da nação do Egito, mas do pecado. Hoje, todo servo de Cristo, pela Fé e Graça de Deus, estão libertos da escravidão do pecado. Não quer dizer que não iremos pecar mais, pois iremos. No entanto,  o pecado não terá mais dominio sobre a nossa vida e não nos escravizará mais. (ou não deveria!).

2. Dos seus 40 aos 80 anos de Idade:

Até os 40 anos de idade ele levou uma vida de riqueza, luxúria e de muitas mordomias, sendo tratado como um príncipe no Egito. Depois disso, ao intervir numa discussão e injustiça praticada contra um hebreu (seu irmão de sangue), acabou por matar o egípcio e teve de fugir para não ser morto. Atravessou o deserto e foi parar na cidade de Midiã, fixando-se ali pelos próximos 40 anos.  
Nesta cidade, foi acolhido pelo sacerdote Jetro e, pouco tempo depois, casou-se com sua filha mais velha, Zípora. Com ela teve dois filhos: Gerson e Eliézer.   

Êxodo 2:21-22; 18:4. E Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha  Zípora; a qual teve um filho, e ele chamou o seu nome Gérson, porque disse: Peregrino fui em terra estranha. (...). e o outro se chamava Eliézer, porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda e me livrou da espada de Faraó.

            Em Midiã, ele aprendeu o ofício de cuidar e pastorear ovelhas, tendo uma vida sossegada dos seus 40 a 80 anos de idade. Num certo dia, quando estava bem distante com as ovelhas, foi chamado por Deus que falava duma sarça (árvore ou arbusto) ardente.

Êxodo 3:1-2. E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.

Nesse encontro, Deus o confiou à missão de libertar o povo Hebreu da escravidão egípcia, haja vista que eles estavam em grande sofrimento naquela terra estrangeira: “E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores (supervisor de trabalho), porque conheci as suas dores” (Êxodo 3:7) .
Agora eu o porei como Deus sobre Faraó; e Arão, seu irmão, atuará como o seu profeta. Quando eles foram falar com Faraó, Moisés estava com 80 anos de idade, e seu irmão Arão, era da idade de 83 anos (cf. Êxodo 7:1,7).

3. Após seus 80 anos de Vida:

Sendo assim, Moisés após seus 80 anos de idade, passou á frente do povo de Israel, liderando-os em direção a terra prometida – Canaã.  Sua intimidade com Deus era tamanha, que falava face a face com Ele: “Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras; pois, ele vê  a semelhança do Senhor ...” (cf. Números 12:7-8).
Registramos logo a seguir, uma das maiores atuação desse Patriarca, no desempenho de sua empreitada de levar o povo hebreu até a terra prometida, livrando-os da escravidão egipcia. Segundo o teólogo e pastor Orlando Spencer Boyer, Moisés foi o maior vulto do Antigo Testamento.

. A Vara de Arão Vira numa Serpente: Moisés estava com 80 anos e Arão com 83 anos, quando foram pela primeira vez falar com Faraó. Deus os orientou como procederem diante de Faraó: “E o Senhor falou a Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei vós algum milagre; dirás a Arão: Toma a tua vara e lança-a diante de Faraó; e se tornará em serpente” (Êxodo 7:8-10).  Os magos do Egito também fizeram o mesmo milagre, no entanto, a serpente de Arão engoliu-as totalmente (verso 12).

. As Águas se tornam em sangue: Deus diz para que Arão estenda a sua vara (mão) sobre as águas do Egito, sobre suas correntes e de seus rios. Afirmando de que iriam se transformar em sangue em toda a terra do Egito: “E Moisés e Arão fizeram assim como o Senhor tinha mandado; e levantou a vara e feriu as águas que estavam ao rio, diante dos olhos de Faraó e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue” (Êxodo 7:20).

. A Praga das Rãs: Após ter passado sete dias que o Senhor ferira as águas do rio, Ele voltou a falar com Moisés: “Disse o Senhor a Moisés: Entra a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva. E, se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos.” (Êxodo 8:1-2).
Esses repteis subiriam em suas camas, em seus dormitórios, nas casas de seus servos e de todo o povo do Egito, exceto nas casas dos hebreus. As rãs cobriram toda a terra do Egito. Lembrando que os magos de Faraó também fizeram o mesmo encantamento. Entretanto,  eles não podiam fazer com que parassem de surgir mais e mais repteis sobre a terra (cf. Êxodo 8:7-13)

 A Praga dos Piolhos: Como Faraó dava a palavra a Moisés de que deixaria ir o seu povo, mas, logo depois voltava atrás, Deus continuou a castigar os egipcios com mais pragas. Desta vez, usando do pó da terra para o surgimento de piolhos.

Êxodo 8:16-17. Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. (...), e havia muitos piolhos nos homens e no gado, todo o  pó da terra se tornou  em piolhos em toda a terra do Egito.

Desta vez, os magos e encantadores de Faraó não conseguiram fazer o mesmo encantamento realizado por Moisés e Arão: “E os magos fizeram também assim (...), mas não puderam” (verso 18). Faraó novamente concordou em liberar os hebreus, mas fez-lhes duas exigências: “(...): Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor, vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vades longe; orai também por mim” (Êxodo 8:28).
Faraó, na verdade, não concordou totalmente em libertá-los, pois não queria perder o dominio sobre eles : “Não vades longe”. Como também, pediu-lhes que orassem ao vosso Deus, ou seja, queria a Sua proteção.

. A Praga das Moscas:  Mais uma vez o Senhor volta a falar com Moisés, dizendo-lhe: “Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e as tuas casas; e as casas dos egipcios se encherão destes enxames, e também a terra em que eles estiverem”. Porque se não deixares ir o meu povo (Êxodo 8:20-21).
Faraó manda chamar Moisés e a Arão, dizendo-lhes que poderiam ir sacrificarem ao vosso Deus nesta terra. No entanto, eles não aceitaram, pois seria abominação sacrificar em sua terra aos olhos dos egipcios. Nesse sentido, eles fazem uma nova proposta a Faraó: “Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto, para que sacrifiquemos ao Senhor, nosso Deus, como ele nos dirá” (versos 27-28).

. A Praga da Peste nos Animais: Moisés e Arão tornaram a falar com Faraó, mas ele mostrou-se novamente resistente ao libertá-los. Moisés o alertou de que a mão do Senhor seria sobre o seu gado, cavalos, jumentos, camelos, bois e sobre as ovelhas, com uma pestilência gravíssima.
Como o Senhor havia dito que faria, aconteceu no dia seguinte e todo o gato dos egipcios morreu; porém, do gado dos filhos de Israel, não morreu nenhum. (Exodo 9:1-7).

. A Praga das Úlceras: Tomai os punhos cheios da cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de Faraó. E este pó se tornará em sarna que se arrebentará em úlceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egito.
Interessante é que os magos e videntes não podiam mais fazer suas magias, haja vista que também estavam sendo afetados pelas pragas, que afetavam todos os moradores daquela nação, exceto o povo de Deus (Êxodo 9:8-12).

 . A Praga da Saraiva: Toda a negativa e resistencia de Faraó para não liberar o povo hebreu, partia do Senhor, que endurecia o seu coração, com o propósito maior de que todos os egipcios testemunhassem do poder de Deus  e que o seu nome fosse anunciado em toda a terra: “Porque agora tenho estendido a mão, para te ferir e ao teu povo com pestilencia e para que sejas destruido da terra; mas deveras para isto te mantive, para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra” (Êxodo 9:15-16).
 Houve uma chuva de saraiva misturada com fogo, de forma tão grave, como nunca se tinha visto em toda a terra do Egito, desde o tempo em que se tornou numa nação. E a saraiva feriu toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até os animais. Nem mesmo a erva foi poupada e todas as árvores foram quebradas. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel não havia saraiva(Êxodo 9:22-26).

. A Praga dos Gafanhotos: Mais uma vez, Moisés e Arão se colocaram a frente de Faraó, dizendo-lhe as palavras que o Deus dos Hebreus mandou-lhes falar: “(...): Até quando recusas humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu  povo, para que me sirva. Porque se ainda recusares deixar ir o meu povo, eis que trarei amanhã gafanhotos aos teus termos” (Êxodo 10:3-4).  
Como Faraó resistiu mais uma vez, inclusive usando de engano para com eles, agora o Senhor envia-lhe por meio de Moisés e Arão, outra praga para assolar os egipcios: “(...): Estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que os gafanhotos venham sobre a terra do Egito e comam toda a erva da terra, tudo o que deixou a saraiva (Êxodo 10: 12-20).

. A Praga das Trevas Espessas: Mais uma vez Faraó manda chamar Moisés e Arão rapidamente. Diante de Faraó, este lhes pede perdão e confessa-lhes que pecou com o Deus deles e contra eles próprios (cf. Êxodo 10:16-17). Depois disso, o Senhor enviou um vento ocidental muito forte que levou todos os gafanhotos embora, mas novamente endureceu o coração de Faraó.
Novamente Deus manda que Moisés estenda a sua mão, para que Ele possa trazer a outra praga sobre toda a terra do Egito: “E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações” (Êxodo 10:22-29).

Por fim, depois de tantas idas e vindas a presença de Faraó, sem obiter sucesso em sua empreitada, desta vez o Senhor disse a Moisés e a Arão, para que voltassem á Faraó, pois Ele traria uma praga em que ele iria deixá-los ir de forma apressada: “Ainda uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito: depois, vos deixará ir daqui, e, quando vos deixar ir totalmente, a toda a pressa vos lançará daqui” (Êxodo 11:1).

. A Morte dos Primogênitos: Depois desses feitos, os egipcios passaram a olhar para a pessoa de Moisés com outros olhos. Ele tornou-se grande, se assim posso dizer, muito respeitado  pelo povo e pelos servos de Faraó ( (Êxodo 11:1-3).
Esta última praga seria fatal para desestruturar psicologicamente e emocionalmente Faraó, haja vista que um “Anjo da Morte”, digo, o próprio Senhor e Deus, sairia a meia-noite pela terra do Egito e mataria todo o primogênito da terra, começando pelos da casa de Faraó (sua família e seus servos), inclusive entre todos os animais pertencentes a eles (Êxodo 11:4-5).
Vale ressaltar que, geralmente ao primogênito é confiado a concretização da esperança, ambições e outras espectativas e metas das famílias. Este juizo da parte de Deus aos egipcios, foi, na verdade, uma justa retribuição pela crueldade com que eles tinham tratado os hebreus, inclusive com a morte de seus filhos do sexo masculino, que foram mortos por afogamento no rio Nilo.
Lembre-se: quando Faraó deu a ordem para que jogassem os filhos recém nascidos dos hebreus no rio Nilo, eles estavam matando os primogênitos de Deus – representados pelos filhos dos Hebreus (Israel), seu povo: “E disse o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó, todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo. Então, dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito” (Êxodo 4:21-22).

3.1 – As Pragas e os deuses Egípcios:

A história registra que os egípcios adoravam vários deuses, pois eles eram politeístas. Por isso, quando o Senhor operou o envio das pragas em toda a terra do Egito, através de seus servos Moisés e Arão, Ele estava confrontando-os e demonstrando que a sua religiosidade era falsa, pois aqueles inúmeros deuses não podiam fazer nenhum milagre conforme eles acreditavam.
Quando Deus mandou ferir as águas do rio Nilo – um de seus deuses (o deus Hápi), transformando-as em sangue, morreram inúmeras espécies de peixes. Os egipcios acreditavam que o rio Nilo era o deus da fertilidade. Além de venerá-lo, também idolatravam algumas espécies de peixes (cf. Êxodo 7:19-21).
O envio das rãs sobre toda a terra dos egípcios, foi para ofender ou desmoralizar, entre eles, a deusa Heqet, que tinha a cabeça de rã. Eles acreditavam que ela tinha o poder criador (cf. Êxodo 8:2-14). E assim foi em relação as outras pragas. Quando Deus enviou os piolhos nos homens e nos animais, estava confrontando o deus egípcio de nome - Tot, que era conhecido como o criador do conhecimento, da sabedoria, da arte e da magia (cf. Êxodo 8:16-18).
Os deuses como o deus Àpis (ou Mênfis), Hator ou Nut, eram representados com figuras de animais, principalmente de bois ou vacas. Assim, Deus enviou a praga da peste nos animais dos egipcios, matando-os em grande número. No entanto, os animais dos hebreus não foram afetados (cf. Êxodo 9:3-6).
O envio da chuva de saraiva (pedras congeladas, tipo granizo), foi para mostrar para os egipcios que o Deus de Israel tem o controle sobre todos os elementos da natureza (cf. Êxodo 9:18-21). Eles acreditavam que este controle pertencia ao deus Iris – controle sobre as águas (deus das águas) e o deus Osíris – controle sobre o fogo (deus do fogo).
Vale ressaltar acerca do envio desta praga, como o nosso Deus é misericordioso, pois Ele alertou os egípcios para que levassem seus Servos e os Seus animais para casa (abrigá-los), caso o fizessem, salvaria as suas vidas: “Agora, pois, envia, recolhe o teu gado e tudo o que tens no campo; todo homem e animal que for achado no campo e se não recolhido à casa, a saraiva cairá sobre eles, e morrerão” (verso 19).
Quando Deus enviou a praga dos gafanhotos, foi para afrontar e desmoralizar o deus egípcio de nome Xu – o deus do ar, e o deus Sebeque – representado pela forma de um deus-inseto. Eles criam que eles controlavam o ar atmosférico:

Êxodo 10:13. Então, estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos. 

Os gafanhotos destruiram toda a erva e a vegetação que havia restado depois da chuva de saraiva. Deus mostrou para eles que detinha também o controle total sobre o ar (e os ventos), desbancando os seus deuses (cf. Êxodo 10:12-20).
No tempo em que Moisés liderava o povo Hebreu, estando ainda na terra do Egito, eles adoravam o deus-sol, o qual chamavam do deus Amon ou Amon-Rá. Durante séculos eles reverenciavam a esse deus. Com o envio da praga das densas trevas ou da escuridão espessa (total), Deus desferiu um forte golpe nos egípcios e no deus-sol (detentor da luz). Durante 3 dias e 3 noites, os egípcios não conseguiram enchergar nada que estivesse em sua frente: “E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias. Nâo viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias” (cf. Êxodo 10:22-23) .
Por fim, os reis egípcios se intitulavam como sendo “filhos do deus ”, afirmando serem seres divinos. A morte de seus primogênitos, tanto dos homens como dos animais, foi uma verdadeira humilhação voltada a esses “seres divinos”, que não puderam livrá-los da morte. Depois do envio desta praga, os egipcios se apressavam para que o povo Hebreu saissem rapidamente de suas terras, pois temiam serem mortos: “E os egipcios apertavam ao povo, apressando-se para lança-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos” (Êxodo 12:33).

Conclusão

            Durante o envio das pragas na terra do Egito, somente eles eram acometidos por elas, haja vista que a região de Gósen, no baixo Egito, onde residiam os Israelitas (Hebreus), não foi afetada por nenhuma delas, nem  o seu povo e nem os seus animais. Era mais um forte golpe do Senhor aos deuses egípcios e a seu povo. 
            Vimos neste breve estudo, a trajetória de um dos personagens das Escrituras Sagradas, que foi escolhido  e chamado por Deus, para colocar o Seu plano de salvação da raça humana em ação. Esse mesmo Deus continua a chamar e escolher pessoas, para que, por suas mãos (ações), Ele possa dar continuidade ao Seu plano.



[1] Mesopotâmia. Meso do grego que significa “no meio de”, e potamos “rios. Sendo assim, terra ou região entre rios, neste caso, na Ásia Menor, ao Sul da Anatólia (hoje, no atual Iraque).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

REVENDO NOSSOS RELACIONAMENTOS


Introdução

Na atualidade, estamos vivendo novos tipos de relacionamentos interpessoais, mas gostariamos de apresentar dois deles que tem crescido assustadoramente em nossos dias, mas que ocorrem de meneira totalmente opostas. O primeiro está mais voltado para uma questão que, ás vezes, se parece como uma possessão obstinada ou, de certa forma, demoníaca, se assim podemos chamar, haja vista que envolve o relacionamento afetivo e amoroso entre um homem e uma mulher.
Geralmente, neste tipo de relacionamento interpessoal, quando há um certo desgaste ou a descoberta real de como é o comportamento da pessoa com a qual decidimos iniciar uma convivência de maior intimidade,  vindo a resultar no pedido de separação ou do divórcio e, se a iniciativa for da parte feminina, a outra parte, neste caso, o homem, costuma não aceitar. O pior, é que tem crescido vertiginosamente os casos de ameaças e agressões físicas contra a mulher. Mesmo havendo uma ação judicial que limite a aproximação do seu ex-cônjuge, isso não tem evitado e diminuido as agressões físicas contra a mulher e, infelizmente, muitos são os casos que resultam em óbito.
O segundo tipo de relacionamento que tem avançado socialmente com muita frequencia, vem sendo proporcionado pelas tecnologias virtuais modernas. Pessoas se conectam com individuos de diversos paises e nacionalidades, mas, nem sempre resultam numa aproximação real e de fato (física e calorosa), isto é, são relacionamentos que são mantidos à distância e de forma muito superficial. Essa conectividade ocorre numa fração de segundos, mas, na maioria das vezes, não transmitem o calor humano, a afetividade, a segurança e a continuidade relacional.
Deus, o criador de todo o universo, é um ser relacional, isto é, Ele gosta de ter relacionamentos com proximidade tanto no céu como na terra: “E disse Deus: Façamos o homem á nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 2.26).
 Deus já se relacionava nos céus com seu Filho e com o Espírito Santo, a Trindade Divina - “(...): Façamos o homem ...”. Ele usa o verbo fazer na primeira pessoa do plural, denotando haver um diálogo celestial. Além desse tipo de relacionamento, Ele também mantinha relacionamentos com os seres angelicais – “(...), os filhos de Deus”.

Jó 1:6; 2:1. E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. (...). E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.

Portanto, se o nosso Deus é um ser relacional, podemos subentender que uma de suas criações não poderia ser diferente, pois foi criado à semelhança d’Eles – o homem. E este homem também é um ser gregário, pois foi criado para manter relacionamentos humanos e, até com outros seres viventes: “(...); e domine sobre os peixes do mar ..., as aves dos céus, e sobre o gado”. Para que este homem viesse a exercer o dominio sobre todas essas criaturas, teria que manter um contato de proximidade com elas, ou seja, um relacionamento.
Vale lembrar que o Deus criador e relacional, logo depois de ter criado o homem, passava pela tarde do dia para manter proximidade e dialogar com Adão e Eva: “E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as àrvores do jardim” (Gênesis 3:8).
Jesus Cristo, seu Filho, também seguiu o mesmo exemplo do Pai, pois gostava de estar sempre em meio à pessoas. Tinha momentos de reunir-se à mesa de alguma casa ou no cenáculo (cf. Lucas 22:7-14), em conversas com pequenos grupos (cf. Lucas 9:1-6) ou num diálogo em particular (cf. João 8:1-2,9-11). Ele só se isolava das pessoas, para entrar num diálogo em particular com seu Pai, geralmente num monte próximo por onde estava (cf. Mateus 14:22-23).  

Salmo 29:2. Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade (cf. 1 Crônicas 16:29).
(...)
Salmo 95:6. Ò, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor que nos criou.

O grande propósito deste tema prende-se ao fato de que, após feita essa reflexão, passemos a corrigir essas falhas para evitar as possíveis consequências advindas de nossa falta de cuidado e atenção, que deveria ser dado a toda e qualquer pessoa que se aproximou de nós, mesmo que por pouco tempo ou que não tenhamos percebido.
Saiba que para Deus e  em Deus “não há acepção de pessoas”, isto é, ele não tem preferência por uma ou outra pessoa, mas nos trata por iguais: “Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas (Deuternômio 10:17).
Infelizmente, diferentemente do Senhor, nós costumamos tratar as pessoas olhando primeiramente para sua classe social, profissão ou condições socioeconomicas, dando-lhes um tratamento diferenciado dos demais. Se somos seguidores de Cristo,precisamos agir igualmente a Ele, pois todos os seres humanos são e devem ser importantes em nossas vidas. Em sendo assim, gostaríamos de começar fazendo a seguinte pergunta: Como foi o seu ...

1 – Relacionamento com Deus:

            Podemos observar no Salmo 29, cujo autor é Davi, uma clara exortação acerca de que devemos louvar e exaltar a Majestade de Deus. Por isso devemos nos perguntar: será que eu O amei, O adorei e expressei o verdadeiro louvor que lhe é devido, durante todo o transcorrer deste ano?
Um dos significados da palavra adorar é “render (culto) á divindade”. Portanto, a nossa adoração a Deus pode ser feita de várias formas e em diversos lugares, por isso, não tem como você tentar justificar a sua falta de adoração a Deus. Caso você tenha dito que estava sem tempo, pois estava trabalhando demais, infelizmente não tem como ser aceito este argumento. Quando nos dispomos a fazer alguma coisa que é para o nosso benefício pessoal, arrumamos logo um tempo. Portanto, quando é para o Senhor, devemos também achar este tempo.
Você pode adorá-lo ouvindo um louvor dentro do coletivo, do seu carro, na cozinha, no banheiro, no seu quarto ou em qualquer outro ambiente social. Também pode engrandecer seu Nome, ajudando pessoas necessitadas de atenção, carinho ou com uma alimentação.  Também pode socorrer uma pessoa com necessidades especiais ou, até mesmo, tirar um tempinho para ouvir alguém. Além disso, pode aproveitar o momento para falar do Senhor Jesus Cristo para alguém que ainda não foi alcançado por Ele.

Deutronômio 6:5. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. 

Lembre-se: o nosso primeiro ato de amor, adoração e louvor deve ser para Deus. Além de requerer a primazia Ele nos quer de forma integral e completa. Deus não se contenta com migalhas e não divide a sua glória com ninguém. Dialogue diariamente com Ele, tire um momento a sós e coloque em prática o seu  relacionamento na verticalidade: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Deuteronômio 6:4).
O nosso Deus se agrada quando nos prostramos diante d’Ele e O adoramos. Ele sente o maior prazer nessa atitude, haja vista que uma das razões de termos sido criados foi para adorá-lo, honrá-lo e para glorificar o seu Santo Nome: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24).  Abraão teve um relacionamento tão intimo com Deus que, dessa comunhão resultou-lhe em ser reconhecido como sendo “amigo de Deus” (Tiago 2:23).

2 – Relacionamento com seu Cônjuge:

            Muitas pessoas acreditam e defendem que o casamento é uma instituição falida. A mídia e os meios de comunicação, induzem nossos jovens a pensar que o matrimônio não tem que durar a vida toda. Eles propagam a ideia de que, depois de um período de convivência conjugal, o relacionamento perde o sentido e seu propósito, podendo ser desfeito a qualquer momento.
            Temos de concordar com uma coisa: num relacionamento a dois, o risco de isso acontecer é realmente grande, pois, por mais que ele seja bem estruturado, cedo ou tarde ele irá apresentar tensões e problemas. Certo autor fez uma comparação muito interessante neste sentido, valendo apenas destaca-la:

O casamento é como a lua, pode apresentar fases: há momentos em que estamos “cheios e brilhantes”; em outros, “novos e crescentes”, havendo também momentos escuros, com periodos “minguantes”.

            Sendo assim, nos momentos prazerosos devemos desfrutá-los ao máximo, agradecendo a Deus por tê-los nos proporcionado. Na fase minguante, marcada por desentendimentos, mal entendidos, decepções e crise financeira, entre outros, devemos aproveitar para extrair ensinamentos e percebermos o quanto somos vaidosos, egoístas, ciumentos, invejosos, iracundos, orgulhosos e sem misericórdia.
            Lembre-se: nesses momentos delicados, não devemos agir como juizes, mas sim como médicos; não como promotores de acusação, e sim como advogados de defesa do relacionamento. Precisamos repensar sobre nossas deficiências e pedirmos perdão, ao invés de procurar qual dos conjuges é o culpado. Nesse momento, é hora de buscarmos o autor do casamento – o Senhor Jesus, e Ele por certo irá apresentar uma solução, permitindo que novamente a “lua cheia” volte a iluminar nossa vida conjugal.
 Depois dessa breve reflexão acerca do relacionamento conjugal, gostaria de dividir este tópico em duas partes, haja vista que cônjuge se refere a cada um dos casados em relação ao outro: uma para se referir ao Marido e a outra para fazer alusão a Esposa.  
É muito importante que haja boa comunição entre Marido e Mulher. Deve haver um bom trato de ambas as partes, muita compreensão e respeito mutuo em relação ao pensamento e as ideias de cada um.

2.1 – Maridos: lembra do momento em que vocês estavam no altar da igreja, tendo como testemunha o próprio Deus e todos seus convidados para o casamento. E a pergunta a ser feita é: você tem procurado cumprir com as promessas ditas para sua esposa naquela ocasião?  

Provérbios 5:18. Seja bendito o seu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade.
(...)
Efésios 5:25. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.

Salomão, autor de inúmeros provérbios, ressalta a importância da manutenção da pureza do matrimônio, comparando-o a uma nascente de água.  Enquanto que o apóstolo Paulo, compara o amor do marido, que deve ser dedicado a sua esposa, como o de Cristo envidado a igreja, ao ponto de, se preciso for, morrer por ela.
Jesus Cristo, numa de suas últimas instruções aos seus discípulos, disse-lhes que um de seus importantes mandamentos seria: “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João 15:12-13). 
Ele enfatiza acerca de se dar a vida por um amigo, penso que também podemos inserir aqui de dar a vida pela nossa esposa (ou marido)?

2.2 – Esposas: o mesmo argumento direcionado ao marido pode ser dito para as esposas. A mulher deve estar em sintonia com seu marido. Nenhum dos dois podem negociar ou fazer certas coisas, sem o conhecimento e o consentimento do outro. A palavra de Deus nos assegura que quando nos casamos (nos unimos), ocorre a constituição de uma “só carne”.

Gênesis  2:24. Portanto, deixará o varão (homem) o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne (pessoa, pensamento, gosto ...).
(...)
Marcos 10:7-8. Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher. E serão os dois uma só carne e, assim, já não serão dois, mas uma só carne.

Este é o projeto original de Deus, que quando houver a junção do homem com a mulher (casamento), que ambos façam de tudo para terem o mesmo pensamento, a mesma fé, o mesmo desejo, o mesmo amor e o mesmo sentimento de um para com o outro e, assim suscessivamente, até que a morte os separe.
Tornar-se  numa só carne, também aponta para a relação sexual e a intimidade que deve haver entre o Marido e a sua Mulher. Independente do tempo de matrimônio e das circunstâncias vividas pelo casal, nesse momento o romantismo é de fundamental impportância. O casal precisa ter humanidade entre si, mas também deve atentar para sua espiritualidade, revelando o Senhor Jesus Cristo e procurando satisfazer um ao outro em seu relacionamento conjugal cotidiano.

Provérbios 14:1. Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos.
(...)
Efésios 5:22. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor;

Novamente, nos referimos ao sábio Salomão que assegura que a manutenção e firmeza da casa (casamento, família e trato com os filhos), concentram-se nas mãos das mulheres. No entanto, elas precisam ser sábias, pois caso contrário o fracasso e a ruina é certa.
Da mesma forma que Cristo fez uma analogia entre o relacionamento do homem para com a sua mulher, agora Ele orienta para que as mulheres sejam “sujeitas” ao seu marido, como se essa sujeição fosse feita diretamenteao Senhor: “(...), sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor”.
Portanto, que ela venha a se submeter ao marido e esteja em comum acordo com ele. Dividindo e compartilhando sonhos, desejos, pensamentos e prazeres juntos (como verdadeiros confidentes), como  o fizesse ao Senhor. Lembre-se: Cristo é a cabeça de todo o homem e da mesma forma, o marido é a cabeça da mulher.

1 Coríntios 11:3. Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo varão (homem), e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo.

O apóstolo Paulo destaca neste texto,  sobre o relacionamento  correto entre o marido e a sua esposa, de acordo como Deus o ordenou. Ele realça que em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre o homem e a mulher, sendo ambos herdeiros da graça divina. No entanto, deve ser observado por ambos acerca desta igualdade, pois ela envolve a ordem  e a subordinação, isto é, “a cabeça e a sujeição”, em relação á autoridade.
A palavra “sujeição ou subordinação”, não significa  o rebaixamento ou a escravidão da mulher.  Muitos homens confundem essa sujeição como se fosse a total submissão ao marido. Vale lembrar que a sujeição (ou submissão) não é sinônimo de subserviência, isto é, tratar a esposa como uma serviçal ou criada do marido (como uma classe inferior).  Pelo contrário, o marido deve amar e reconhecer o grande valor que Deus atribuiui  a mulher, tendo a responsabilidade de amá-la, protegê-la e orientá-la, entre outras coisas.

Efésios 5:33. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo (uma só carne); e a mulher reverencie (honre e respeite) o marido.

Dentre os relacionamentos humanos existentes na face da terra, o mantido entre o marido e a sua esposa, é considerado como o mais profundo que alguém pode desfrutar: “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos” (Provérbios 12:4). Quero lembrar-lhes que a instiuição chamada “Casamento” não está falida, pois todas as criações de Deus são e foram feitas de forma perfeita, mas nós, os humanos, as adulteramos.
Por fim, para encerrarmos este tópico, quero inserir um texto que se encontra no livro do profeta Malaquias, na Antiga Aliança, que diz assim: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais?” (Malaquias 2:10).
Essa narrativa faz referência ao povo de Judá que foi desleal e profanou a santidade do Senhor,a qual ele ama. Muitos homens desse povo eram infiéis às suas esposas, com as quais se haviam casado quando jovens. Separavam-se e se divorciavam delas para se casarem com outras mulheres. O nosso Deus abomina esta atitude, principalmente porque é movida pelo egoísmo.

Malaquias 2:14-15. E dizeis: Por quê?  Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto (aliança). E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto, guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher daq sua mocidade.

            Assim como Deus virou as costas para a povo de Judá, recusando-se a atender-lhes as orações, por cometerem deslealdade às suas esposas, a mesma ação adotada por parte d’Ele, pode ser voltada para os maridos da atualidade que são infiéis e desleais às suas esposas. Portanto, maridos, sejam féis e amem as suas esposas. Esposas, honram e se sujeitem aos vossos maridos.

3 – Relacionamento com os Filhos:

            Neste tópico, queremos dar ênfase a atitude dos pais em relação a seus filhos. Neste aspecto, algumas perguntas se fazem necessárias: houve diálogo constante com eles, um tempo de qualidade envolvendo lazer e entretenimento; houve instrução e ensino sobre assuntos diversos, inclusive sobre a pessoa de Jesus Cristo, entre outras coisas. Lembre-se que: o exemplo diz mais do que muitas palavras.

Deuteronômio 6:6-9. E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.

            Cuidar do bem-estar de nossa família e instrui-la a expressar o seu amor e o louvor a Deus, é uma  forma importante de demonstrar a nossa adoração ao Senhor. O ensino e a instrução aos filhos, acerca da Palavra de Deus é uma responsabilidade prioritária dos pais e responsáveis.

Provérbios 22:6. Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele. (cf. Deuteronômio 11:18-21)
(...)
Efésios 6:4. E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

            Tem pais que só sabem tratar os filhos com ignorância, brutalidade e com cobranças. Com isso, acabam trazendo certa revolta em seus corações. Neste texto aos Efésios, o apóstolo Paulo nos orienta a não irritá-los por qualquer coisa e nos ensina a cria-los com advertências brandas (admoestações). Salomão também escreveu uma instrução importante sobre este mesmo assunto: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
Tem muitas pessoas que defendem que os pais não devem ser amigos de seus filhos. Eu penso e defendo totalmente o contrário. Amigos gostam de estar juntos e de confidenciar segredos. Portanto, os pais devem ser os primeiros amigos e confidentes de seus filhos.
Eles precisam ter liberdade e confiança em contar tudo o que está se passando com eles, pois são nesses momentos que podemos instrui-los com total segurança.  As Escrituras Sagradas registram várias narrativas em que encontramos instruções acerca da educação que deve ser direcionada aos filhos. Entre elas, quero dar enfase a algumas:

Provérbios 13:24. O que retém a sua vara aborrece (detesta, odeia ou ama menos) a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga.
(...)
Provérbios 29:15,17. A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe. (...). Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma.

            Os dois textos, escritos pelo sábio Salomão, estão se referindo a correção e a disciplina que deve ser dada nos anos da vida formativa dos nossos filhos, ou seja, na sua infancia. Não estamos fazendo apologia a tortura e a violência contra as crianças ou pré-adolescentes, mas para a necessidade de usar a disciplina de forma adequada quando houver uma desobediência e rebeldia deliberada contra seus pais.
            Esta correção tem como propósito eliminar a insensatez e o desrespeito pela representatividade e autoridade dos pais: “Não retires a disciplina da criança,porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá” (Provérbios 23:13). A disciplina quando é aplicada no momento e na forma adequada, com amor e sabedoria, levará a criança a refletir acerca de seu mau comportamento e a aprender que dele resultará consequencias desagradáveis, inclusive o castigo.  


4 – Relacionamento com seus Pais:

Neste tópico, de forma oposta ao anterior, daremos enfase ao relacionamento que deve ser direcionado pelos filhos em relação a seus pais ou responsáveis.

Efésios 6:1-3. Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra (cf. Êxodo 20:12).

Esse é um dos Dez Mandamentos do Senhor, entregue a Moisés no Monte Sinai, para apresentá-los ao seu povo. A atitude de honrar pai e mãe é bem abrangente, pois envolve todas as ações realizadas pelos filhos que podem ser apresentadas como atos de bondade, obediência e respeito aos seus pais.
Além disso, se esse ato for feito de acordo com a Palavra de Deus, o Senhor lhes garante prolongamento de vida aqui na terra. Vivemos numa época em que muitos filhos perderam totalmente o respeito, a obediência e a consideração pelos seus pais. Em muitos casos, são os prórios filhos, ainda na fase infantil, que determinam o que vestir, o que fazer e o que comer.

Provérbios 6:20. Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a lei de tua mãe.
(...)
Colossenses 3:20. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.

Vale lembrar que no passado, isto é, de acordo comm a Lei do Antigo Testamento (AT), o filho que agredisse fisicamente, desobedecesse ou falasse mal (amaldiçoasse) de seus pais, poderia ser sentenciado com a pena de morte: “O que ferir a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá” (Êxodo 21:15).
Salomão também registrou esta mesma advertência para os jovens: “O que a seu pai ou a sua mãe amaldiçoar, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada e ficará em trevas densas” (Provérbios 20:20).  Com a vinda do Novo Testamento (NT), Jesus Cristo manteve em vigor o ordenamento de que se deve honrar pai e mãe, como também sobre as consequências se os filhos virem a amaldiçoar seus pais, pois os Escribas e Fariseus transgrediam este Ordenamento: “Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou a mãe, que morra de morte” (Mateus 15:4).
Quanto a rebeldia, desobediência e o desrespeito aos pais de nosso tempo, penso que, em muitos casos, os verdadeiros culpados por esse tipo de comportamento são os pais, pois não se colocam e nem se posicionam com autoridade sobre eles.

Provérbios 4:1. Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudencia. Pois dou-vos boa doutrina: não deixes a minha lei. (...): Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive.

Os textos Bíblicos em realce, asseguram que a obediência e o respeito dos filhos aos pais, podem ser entendidos como sendo o dever de honrá-los. E isto em muito agrada ao nosso Deus.  O Evangelho de Jesus Cristo, escrito pelo evangelista Mateus, cita mais de duas vezes acerca deste Mandamento do Senhor.

Mateus 19:16,19. E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna. (...). Disse-lhe ele: (...), honra teu pai e a tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Neste texto, além de Jesus Cristo registrar o mandamento acerca de honrar o pai e a mãe, Ele acrescenta sobre o amor que deve ser direcionado ao próximo. Essas atitudes por parte dos filhos em relação aos pais (e de todo Cristão) é de vital importância, pois o que está envolvido aqui é o prolongamento de sua vida aqui na terra e a garantia do seu acesso a vida eterna.

5 – Relacionamento com Familiares e Amigos:

A família é a instituição mais antiga e mais  importante da sociedade – sua célula Mater.  O relacionamento familiar pode ser considerado como um suporte para as demais instituiçõe sociais. As Escrituras Sagradas registram que quando o homem vir a se casar com uma mulher, deve deixar seus pais, haja vista que agora ele irá constituir a sua própria família. 
No entanto, isso não significa dizer que é para abandoná-los totalmente e, também, que os filhos não devem mais ouvir os conselhos e as instruções de seus pais.
1 Timóteo 5:8. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua familia (e familiares), negou a fé e é pior do que o infiel (incrédulo, impio e pagão).

Tem muitos filhos que parecem ter sofrido de amnésia, esquecendo-se de todo o esforço, carinho, cuidado, amor e proteção de seus pais. Quando os mesmos envelhecem ou adoecem, os abandonam totalmente e, outros, os internam em asilos para idosos.
A Bíblia apresenta varios exemplos de bons relacionamentos sociais, envolvendo pessoas que, a princípio, não tinham nenhuma ligação biológica ou grau de parentesco. Entre eles, podemos citar a amizade entre Jonatas e Davi (cf. 1 Samuel 18:1; 20:42), como também entre Noemi com Rute, sua nora (cf. Rute 1:16-19).

1 Samuel 18:1. E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jonatas se ligou com a alma de Davi; e Jonatas o amou como à sua própria alma. 20:42. E disse Jonatas a Davi: Vai-te em paz, porque nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja perpetuamente entre mim e ti e entre minha semente e a tua semente.

Pela tradição e costume, Jonatas seria o sucessor direto de Saul, seu pai, ao trono. Quando o jovem Davi derrotou o gigante Golias, tornou-se muito popular e acabaram por se tornarem em grandes amigos. Com isso, Jonatas não se importava de que Davi fosse ungido rei de Israel em seu lugar.

Rute 1:7-8. (...). E, indo elas caminhando, para voltarem para a terra de Judá, disse Noemi às suas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo.

O texto acima faz referência a pouco tempo depois da morte dos filhos de Noemi – Malom e Quiliom, casados com Orfa e Rute, suas noras. Nota-se pela fala dela, ao final do versículo, que havia um bom relacionamento entre elas – “como vós usastes com os falecidos e comigo”.  Orfa volta para a casa de seus pais, mas Rute se afeiçoou a sua sogra e passou a viver com ela: “(...); e Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela” (Rute 1:14).

Rute 1:16-19. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Vendo ela, que de todo estava resolvida para ir comela, deixou de falar nisso. Assim, pois, foram-se ambas, ate que chegaram a Belém; e sucedeu que, entrando elas a Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi?

Muitas pessoas procuram se aproximar de outras por interesses, tendo em vista que elas são muito ricas ou famosas, ou podem lhe favorecer com algum beneficio. Salomão escreveu sobre esta questão, ao dizer que os homens que possuem muitos amigos, podem alegrar-se por isso. Mas, também disse que: “(...), há amigo mais chegado do que um irmão” (Provérbios 18:24).

6 – Relacionamento com o Próximo:

O termo “próximo” descrito neste tópico, não são os nossos irmãos e membros da comunidade evangélica a qual pertencemos, mas pessoas da sociedade. Não aquelas que estão conosco todos os dias e que já temos algum tipo de relacionamento intimo ou de proximidade.
Se praticarmos boas ações e nos aproximarmos só de quem nós conhecemos e gostamos, não estamos fazendo nada demais, pois os impios também o fazem e, ás vezes, bem melhor do que nós.

Lucas 6:32-33. E, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E, se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.

Muitas vezes, são pessoas que não comungam duma mesma fé, nem das mesmas ideias e opiniões, muito menos de gostos, desejos e pensamentos. Geralmente, estamos nos referindo a qualquer pessoa que se aproxime de nós, independente de sua religião, cultura e condição socioeconomica, mas que, percebemos estar precisando de alguma coisa, por mais simples que seja.
Levítico 19:18, Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu proximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.  

Neste texto do Antigo Testamento, o próximo refere-se a qualquer pessoa com quem temos algum tipo de contato, e não apenas aquelas pessdoas que vivem próximas a nós. Este mesmo Mandamento regulamentava a forma de tratamento da nação de Israel com as demais pessoas, sendo citado por Jesus Cristo em vários Livros do Novo Testamento.
Entretanto, um texto bem alusivo ao tema, encontra-se no livro do evangelista Lucas, intitulado de a Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37). Onde Jesus Cristo ensina de forma clara quem é o próximo.

Lucas 10:25-29. E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe: Respondestes bem; faze isso e viverás. Ele, (...), disse: E quem é o meu próximo? ...  

Jesus Cristo sabia de sua intenção, mas mesmo assim, contou-lhe uma Parábola descrevendo acerca de um homem que descia para Jerusalém, mas no caminho foi surpreendido e roubado por salteadores, deixando-o quase morto a beira da estrada. Por esta estrada, passou tres pessoas em momentos distintos: um sacerdote (verso 31), um levita (verso 32) e um samaritano (verso 33).
Os dois primeiros homens, viram uma pessoa caida na estrada, mas passaram bem longe – “de largo”, não se propuseram em saber se estava vivo ou morto, muito menos em o ajudar. Assim tem acontecido em nossos dias, pessoas que ocupam cargos ou posições religiosas, publicas ou profissionais, em que a sociedade espera ter a iniciativa de ação, mas que se omitem ou prevaricam, isto é, faltam com o seu dever. Como foi a atitude do Sacerdote e do Levita, descrito no texto.
O samaritano, ou seja, morador da cidade de Samaria, ao avistá-lo, moveu-se de “intima compaixão”, cuidou de suas feridas, colocou em seu cavalo e levou-o a uma hospedaria. Além disso, pagou a hospedagem dele, que nem sequer sabia sua identidade, origem ou o que havia acontecido (cf. Lucas 10:33-35). Como diz o antigo ditado: “Ele fez o bem sem saber a quem”. Em outras palavras, fez o bem sem se preocupar se receberia o dinheiro de volta. Isto é verdadeiramente um exemplo de “amar ao próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39).
Outros textos do Novo Testamento registram esse mesmo mandamento; os quais são: Marcos 12:30-31; Romanos 13:9 e Tiago 2:8. Jesus é a essência desse amor ou, na verdade, Ele é o próprio amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4:8). Ele deu a sua vida por amor a nós, mesmo sabendo que somos pecadores.
Este atributo chamado amor (ou caridade), é de extrema importância na vida do cristão, tanto que Jesus ampliou e foi mais longe em seus ensinamentos, ao dizer que:

Lucas 6:27-31. Mas a vós, que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem., bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses. E dá a qualquer que te pedir, e ao que tomar o que é teu, não lhos torne a pedir.  E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também.

Entenda que como cristãos, devemos aprender a conviver com outras pessoas de nossa sociedade, seja ela cristã ou não. E também temos a obrigação de procurar cumprir as ordenanças que Jesus Cristo nos expôs em Sua palavra. Não estou afirmando que vai ser fácil, pois sei que não vai!  
Vale ressaltar que quando Ele diz: “amai a vossos inimigos”, não significa ter um amor emotivo ou ter afeto por eles, mas sim,  uma genuina solicitude (cuidado, diligência e zelo) pelo seu bem e pela sua salvação eterna.
Nós, cristãos, sabemos qual será o fim daqueles que são hostis a Cristo e rejeitam a Sua palavra, por isso devemos orar  por eles, procurando pagar-lhes “o mal com o bem”, levando-os a Cristo e a fé do Seu evangelho: “Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará” (Provérbios 20:22).

6.1 – Atraí-los para Cristo: sabemos que “todo o mundo está no maligno” (cf. 1 João 5:19), e que o mundo, isto é, uma grande parte das pessoas que nele habitam, estão em total rebeldia contra Deus. E nós, como cristãos, devemos tentar atrair o maior número possível delas para Cristo. Para isso possa vir a acontecer, temos que ter um bom testemunho e uma boa conduta social, diferentemente da adotada por Pedro, quando foi severamente repreendido por Paulo:

Gálatas 2:11-12. E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara (em público), porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, sendo considerado como uma das colunas da igreja, comia com os gentios (se misturava com os pagãos); mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles,temendo os que eram da circuncisão.

Qualquer cristão, independente de sua posição ou cargo na igreja e, principalmente o pastor ou o obreiro, quando se torna culpado pelo cometimento de uma trasngressão, pode e deve ser confrontado e repreendido, sem nenhum tipo de favoritismo ou protecionismo (cf. 1 Timóteo 5:19-20).
Pedro, conhecido e chamado de Cefas (em aramaico significa Rocha ou Pedra), juntamente com Tiago e João, era considerado uma das colunas da igreja (cf. Gálatas 2:9). O texto registra que ele “temia os que eram da circuncisão”. Essa expressão se refere aos “cristãos judeus”, principalmente os da Igreja de Jerusalém, que ensinavam que os cristãos judaicos não deviam comer com os crentes gentios (neófitos ou novos convertidos) que não eram circuncidados[1]. E que também não observavam os costumes e as restrições acerca de certos tipos de alimentos dos judeus.
Talvez, por esse motivo, Paulo o tenha repreendido publicamente e de forma muito severa, haja vista que o comportamento de um servo de Deus, deve ser exemplar em meio a sociedade impia. E é uma das formas de atrai-los para o Reino de Cristo. Dito de outra forma, dependendo do comportamento adotado pelos seguidores de Cristo, ou seja, aonde residem, na rua, no seu trabalho ou em qualquer ambiente social, podem atrair ou afastar os incrédulos do Evangelho e da pessoa de Jesus Cristo.

7 – Relacionamento na Comunidade Cristã:

Muitas pessoas nascem e são criadas em  famílias com relacionamentos adversos, ou seja, que carecem de habilidades relacionais necessárias e importantíssimas para um bom desenvolvimento pessoal e familiar. Com isso, podem apresentar algum desvio de conduta (de caráter) ou problemas em sua personalidade.
O Novo Testamento é repleto de instruções sobre a vida social, familiar e em comunidade. O apóstolo Paulo escreveu acerca deste tema, ao dizer que: “Escrevo-te estas coisas (...), para que vocês saibam como andar (ou viver) na casa (família) de Deus. Que é a igreja do Deus vivo” (1 Timóteo 3:14-15). E para que essa convivência seja harmoniosa e impere o amor entre seus componentes, será necessário muita sinceridade entre seus pares, pois a resposta sincera é um sinal duma amizade verdadeira.  
O mundo está carente de relacionamentos verdadeiros, inclusive no seio da Igreja Cristã ou Evangélica, pois a corrupção humana, o individualismo e o egoísmo exagerado, tem avançado vertiginosamente, levando as pessoas a não terem sensibilidade e muito menos amor pelo próximo.

Mateus 24:12. E, por se multiplicar a iniquidade (perversidade, transgressão ou maldade), o amor de muitos se esfriará.
(...)
2 Timóteo 3:1-4. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pai e mãe (rebeldes), ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons (imagine com os maus!), traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. 

Outros comportamentos são importantes para a duração dessa boa convivência interpessoal. Um  outro quesito de fundamental importãncia para o seu sucesso é ter humildade. Enquanto o orgulho e a soberba erguem um grande muro entre as pessoas, a humildade constroi grandes pontes para se comunicarem. A humildade é o bálsamo que acalma e suaviza as relações interpessoais. A recomendação do Senhor é para vivermos com simplicidade e que não nos comportemos como sendo melhores e superiores as demais pessoas.

Filipenses 2:3-4. Nada façais por contenda ou por vanglória (exaltação,soberba), mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

Ser humilde é pensar menos em si mesmo e se voltar mais para os outros. Geralmente, pessoas humildes estão mais interessadas em servir a outrem, pois sentem-se muito bem em praticar a cortesia e a gentileza. Jesus Cristo foi e é o nosso maior exemplo de servidão, tendo deixado importantes ensinamentos em livros do NT, entre eles, Marcos 10:43-45: “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (cf. Mateus 20:26-28).
Precisamos entender que muitas pessoas tem carências emocionais, por isso, se pertencemos a uma comunidade cristã de verdade (uma família), temos que saber aceitar as pessoas como elas são. E como família de Cristo, devemos amar, proteger e defender uns aos outros, embora saibamos que temos opiniões e temperamentos distintos.
Lembre-se: dentro duma mesma família existem muitas incompatibilidades. Uns pensam e se comportam diferentes dos outros. E isso é muito comum numa sociedade. E o grande fundamento para termos uma boa comunhão (aceitação e respeito pelas diferenças), está na dependência de como é o nosso relacionamento com Deus. Reafirmando: somos uma família e temos um mesmo Pai.
Uma comunidade deve manter contato regular e constante com os componentes de seu grupo, a fim de desenvolver a verdadeira comunhão. Não se esqueça que bons relacionamentos demandam  tempo, paciência e disponibilidade. Devemos voltar a desenvolver o habito de nos reunirmos com certa regularidade (cf. Salmo 128:1-3).

Hebreus 10:24-25. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos a caridade (amor) e as boas obras, não deixando a nossa congregação (familia, comunidade ou igreja), como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e também mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.

Essas reuniões congregacionais (ou familiares), tem como propósito maior encorajarmos uns aos outros, nos mantermos firmados em Cristo Jesus e na fé apostólica do NT: “E, perseverando unânimes todos os dias no templo (igreja ou congregação) e partindo o pão em casa (em família), comiam juntos com alegria e singeleza de coraçao” (Atos 2:46).
Gostariamos de concluir este topico, enfatizando que na comunidade em que você é membro, deve imperar alguns dos comportamentos listados a seguir: o compartilhar dos verdadeiros sentimentos (autenticidade); o incentivo de uns aos outros (reciprocidade); a prática do perdão entre seus membros (misericórida); o apoio mutuo (compaixão); falar a verdade com amor (sinceridade); admitir nossas fraquezas (humildade); respeitar as opiniões e diferenças (cortesia); não divulgar segredos que nos são ditos em confiança (sigilo) e priorizar as reuniões congregacionais (constância ou regularidade)[2].
Após tomarmos conhecimento desses comportamentos que são desejáveis entre uma família ou uma comunidade cristã, percebermos que não é fácil.  Por isso, Rick Warren (2013), diz que ter uma comunhão verdadeira é algo tão raro em nossa sociedade. Mas temos que persistir em praticá-los, haja vista que os benefícios do compartilhamento de uns para com os outros, são plenamente compensadores e nos preparam para o céu.

8. Como Proceder para Restaurar os Relacionamentos?

Vimos que o nosso Deus é um Ser relacional, isto é, um Deus que se agrada, se preocupa e valoriza os relacionamentos interpessoais. Ele quer que eu e você também o valorizemos e que venhamos a nos esforçar para mantê-los em verdadeira harmonia.
Entretanto, o mundo conspira de forma totalmente contrária a vontade de Deus, ou seja, quando surge um conflito, uma mágoa ou um desentendimento conjugal, a primeira ideia que vem a mente ou quando somos aconselhados erroneamente, sendo sugerido para que venhamos a descartá-lo, isto é,  pedirmos a separação ou o divórcio.

Romanos 15:2,5,7. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo, no que é bom para a edificação. (...). Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, (...). Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.

Lembre-se: quando o cristão toma a iniciativa de romper com a comunhão interpessoal (no casamento, na igreja, na família ou d uma grande amizade), este ato torna-se num testemunho negativo e deplorável para os não cristãos (descrentes ou impios). O desejo de Deus quando constitui a família (ou a Igreja), era para que ela fosse reconhecida pela prática do amor entre seus componentes.

João 13:34-35. Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

O apóstolo Paulo nos ensina que a habilidade no trato com as pessoas, é um dos traços marcantes de um cristão maduro. Se nós desejamos as bençãos de Deus em nossas vidas e queremos ser reconhecidos como seus Filhos, temos que aprender a ser pacificadores: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).

8.1 – Sugestões de Atitudes para a Restauração: como nosso Deus privilegia os relacionamentos humanos, Ele requer que cada Cristão venha a ajustar seus relacionamentos com as outras pessoas, promovendo uma verdadeira comunhão.
Nesse sentido, seguiremos as orientações das Escrituras Sagradas, ratificadas por Rick Warren numa de suas publicações literárias. Essas orientações, servem para que venhamos a restaurar relacionamentos com nossos irmãos em Cristo, mas também com pessoas não convertidas ao Cristianismo.

a)    Fale primeiramente com Deus: antes de ir ao encontro da pessoa para tentar a reconciliação, coloque-se diante de Deus e apresente o problema gerado entre vocês. Não procure outra pessoa para murmurar ou falar mal do outro, mas ore ao Senhor e fale com Ele claramente sobre o problema, sem omitir qualquer coisa.

Mateus 6:6. Mas, tu, quando orares, entra no teu aposento (quarto) e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está em oculto; e teu Pai, que vê o que está em oculto, te recompensará.
(...)
Romanos 8:31. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Os filhos de Deus – os Cristãos, mesmo não tendo problema algum em vista, deve ter o hábito regular de se isolar de outras pessoas, para ter um momento a sós com o Pai Celestial. Este ato também faz parte de nossa comunhão relacional diária com o Senhor. Lembre-se: grande parte de nossos conflitos e problemas tem sua origem em necessidades não satisfeitas.
Muitas vezes esperamos resolvê-as com a ajuda do homem  – um amigo, o chefe, nossos pais ou algum membro da família. Temos que ter a certeza que a satisfação dessa necessidade só pode ser operada por Deus: “Melhor é confiar em Deus, do que nos homens” (Provérbios              ). Só quem pode suprir todas e quaisquer de nossas necessidades é o Senhor.

b)    Tome sempre a Iniciativa: temos grande dificuldade em tomarmos a iniciativa da reconciliação, principalmente se tivermos de pedir perdão ou de perdoar, por acharmos que estamos com a razão. Nos ensinamentos de Cristo, não importa se foi você quem ofendeu ou se foi o ofendido. Ele deseja e espera que demos o primeiro passo. Jesus Cristo valoriza tanto esta atitude, que a coloca  como prioridade e precedência em relação até ao culto de adoração na igreja.

Mateus 5:23-24. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta.

Não fique adiando ou esperando que a outra parte envolvida tome a iniciativa e venha te procurar, pois a demora acaba aumentando ressentimentos e agrava a situação. Quando o assunto se trata de conflitos interpessoais, nem o afastamento e nem o tempo tem  o poder de curar. Na verdade, a tendencia é o problema tornar-se mais profundo.
Planeje e coloque em ação imediatamente uma conferência de paz.  Entretanto, escolha bem a hora e o local para que seja feito este ato divino. Você poderia perguntar: E se a pessoa não me ouvir ou não me perdoar? Se for cristão, Jesus Cristo apresenta uma maneira pedagógica para responder a sua pergunta:

Mateus 18:15-18. Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir (ou perdoar), leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou tres testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o á igreja (a princípio a sua liderança); e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio (pagão) e publicano (pecador).

Geralmente, quando o conflito chega ao conhecimento do  Pastor ou da Liderança da igreja, ocorre a intermediação entre os envolvidos e a liderança. Se o individuo persistir em colocar obstáculos ou resistir acerca da reconciliação, poderá ser convocada uma Assembléia para decidirem sobre o membro em questão.
Se ocorreu todas as fases conforme descrito no texto Bíblico acima, esse membro pode ser disciplinado, p.ex., não participar da Ceia do Senhor por um período de tempo (determinado pela liderança ou na Assembléia); se tiver alguma função ou cargo na igreja, automaticamente será destituido do mesmo, até que seja reintegrado a comunhão do corpo de Cristo (cumprir com a disciplina).  E, ainda, pode ser excluído da membresia da congregação: “considera-o como gentio ou publicano”.
Essa medida, entre outros motivos, deve-se ao fato de que o pecado e os conflitos não resolvidos no seio da congregação, bloqueiam a comunhão com Deus e impedem que as orações sejam respondidas, além de trazer infelicidade: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (Provérbios 28:9).

c)    Tenha Compaixão pelo Sentimento do Outro: pode-se dizer que é sentir a dor do outro ou despertar em nós, um sentimento de pesar pela outra pessoa. Seria como se nós passassemos a usar mais nossos ouvidos, em vez de priorizar o uso de nossa boca. Dito em outras palavras, antes de procurar solucionar qualquer tipo de desavença ou desentendimento, precisamos levar primeiro em consideração os sentimentos e os motivos das pessoas envolvidas.
O verbo procurar na tradução do grego é – skopos, do qual formamos as palavras “microscópio e telescópio”, objetos que auxiliam-nos para observarmos melhor alguma coisa. Portanto, devemos nos alertar para os sentimentos que estão envolvidos e não apenas nos fatos. Como ensina o apóstolo Paulo, “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2:4).
Muitas vezes erramos, ao tentar arrancar das pessoas o que elas estão sentindo naquele momento, quando deveriamos apenas abraça-las e ouvi-las. Talvez, agindo assim, elas consigam descarregar a dor, a angústia ou o ressentimento emocionalmente, sem se colocarem na defensiva. No momento em que  nos sentimos feridos ou ressentidos, se formos pressionados a falar, provavelmente o que irá sair de nossa boca pode não ser verdadeiro. Asafe, um dos principais músicos do rei Davi, admitiu ter tido este tipo de sentimento:

Salmo 73:21-22. Assim, o meu coração se azedou (cheio de amargura), e sinto picados nos meus rins (fiquei revoltado). Assim, me embruteci (me fechei) e nada sabia (sem compreensão); era como um animal (ação irracional) perante ti.

Todo ser humano não deve tomar decisões nos momentos de ira ou de decepções, pois poderá  agir como verdadeiro animal irracional, isto é, sem o verdadeiro  entendimento: “O entendimento do homem retém a sua ira (raiva ou ódio); e a sua glória (ou vitória) é passar sobre a transgressão” (Provérbios 19:11).
O fato de pararmos para ouvir o outro, sem fazer o uso do pré-julgamento e de interrupções, pode representar para ele o seguinte: “Eu valorizo a sua opinião, preocupo-me com você e quero que o nosso relacionamento seja restaurado, porque você é importante para mim”. Lembre-se: as pessoas não se importam com o que sabemos, até que elas saibam que nós nos importamos.

d) Reconheça e Confesse sua parte no Conflito: normalmente, para se restaurar um relacionamento interpessoal, além de uma das partes ter que tomar a iniciativa de ação, se faz necessário que cada um admita os próprios erros e transgressões. Os ensinamentos de Jesus Cristo são muito claros acerca disso:

Mateus 7:1-5. Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro (palha, aresta ou cisco) que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? (...). Hipócrita,  tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Uma boa sugestão para tentar resolver este impasse, seria chamar uma pessoa de sua confiança,  contando-lhe o problema e como foi a sua atuação. Depois, peça a ela que faça uma avaliação sincera e verdadeira de como foi a sua participação no conflito. Talvez, até como primeira atitude a ser tomada, seria pedir a Deus que lhe mostre o quanto você contribuiu para a geração desse problema.
Quem sabe, poderia se perguntar: Será que sou eu o problema? Não estou sendo insensível ou sensível demais? O reconhecimento e a confissão é uma ferramenta poderosa para a reconciliação: “Se dissermos que não temos pecado (que não fui eu que errei), enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados (erros), ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar (reconciliar) de toda injustiça ” (1 João 1:8-9).
Quando partimos para uma reconciliação já admitindo humildemente os nossos erros, essa atitude tende a neutralizar a raiva da outra pessoa envolvida. E, muitas vezes, deixamo-as desarmada. Portanto, evite desculpas ou justificativas, nem tente transferir a culpa, apenas confesse com sinceridade e pureza de coração, a sua participação na geração do conflito e peça perdão.

e)    Concentre-se contra o problema, não contra à Pessoa: fica muito mais difícil solucionar um conflito se estivermos preocupados em identificar o culpado. Precisamos fazer uma escolha e ter muito cuidado ao usarmos as palavras, pois dependendo de como as proferimos, elas podem suscitar respostas ou reações não desejadas. Lembre-se: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
 Para solucionar um conflito, a maneira em que iremos direcionar as palavras tem muita importância. Ela é tão importante, que existe no quadro de funcionários do governo federal e estadual, homens preparados e qualificados tecnicamente para exercer a função de “gerenciador de conflitos”.
 Provocar uma pessoa nesse momento jamais irá funcionar. Dificilmente você irá conseguir convencer uma pessoa e restaurar um conflito, usando de muita rudeza e arrogância. Salomão escreveu um ensinamento que pode trazer bons resultados, mas usando cuidadosamente as palavras que sairem de nossa boca.

Provérbios 16:16,21. Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata. (...). O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.

Para o bem de nossa comunhão, precisamos abandonar e destruir algumas de nossas armas relacionais: o orgulho, a soberba e o egoísmo. Como também, o condenar, menosprezar, rotular, comparar, ironizar, insultar e usar de sarcasmo.  Costumo dizer e penso ser verdade, de que as palavras “malditas”, isto é, ditas no momento errado e direcionadas às pessoas erradas, ferem muito mais do que uma agressão física.

Efésios 4:29. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça (agradem) aos que a ouvem.

            Enquanto cristãos, devemos proferir palavras que possam vir a agradar os nossos ouvintes, procurando edificá-los e consolá-los. E, quando for preciso, no momento adequado, exortá-los com amor. Assim como deve ser o tratamento relacional ldos pais com os seus filhos. (cf. 1 Coríntios 14:3 e 1 Tessalonicenses 2:11).

         f) Procure Cooperar o quanto possível:  Existe um ditado muito antigo, mas bem conhecido da população em geral, que diz assim: “quando um não quer, dois não brigam”. Jesus Cristo deixou um excelente ensinamento acerca deste assunto, por intermédio do apóstolo Paulo, quando o registrou na Epístola aos Romanos: 

Romanos 12:17-18. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas perante todos os homens. Se for possível, quando estiver em vós, tende paz com todos os homens.   

Deus e Jesus Cristo sabem muito bem, que não é nada fácil ter paz com todas ás pessoas da sociedade, por isso, o apóstolo Paulo, disse: “Se for possível, quando estiver em vós (...)”. Portanto, sempre que estiver  em nossa dependência, devemos buscar a pacificação. Lembre-se: ás vezes, para conseguirmos voltar a ter esta paz (a reconciliação), teremos que nos “sacrificar”.
Dito com outras palavras; ela terá uma exigência e um preço!  Quem sabe, não pode ser a quebra de nosso orgulho, soberba ou de nosso egoísmo. Pelo bem maior de nossa comunhão, vale a pena dar o melhor de nós, para se chegar a um consenso.

Romanos 12:10. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal (entre amigos ou irmãos), preferindo-vos  em honra uns aos outros.
(...)
Filipenses 2:3. Nada façais por contenda ou por vanglória (soberba, exaltação), mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.

            Se antes de sua conversão ao Cristianismo, você era uma pessoa totalmente voltada para a criação de conflitos, ou seja, não fugia de uma briga ou confusão, agora, como seguidor de Cristo, você precisa atuar como um cooperador da pacificação: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9).. 

          g) Dê ênfase a reconciliação, não a solução: em nenhuma situação ou circunstância cotidiana e em nenhuma reunião ou ajuntamento de pessoas, chegaremos a unanimidade de opiniões e pensamentos. Como afirma Warren: “A reconciliação está afeta ao relacionamento, enquanto que a solução está vinculada ao problema”. Por isso, continua ele a dizer que: “Quando focarmos a nossa atenção para a reconciliação, o problema começa a perder importância e significado”.
No meio cristão existem muitas discordâncias de pensamentos e opiniões, mas de forma sincera e legítimas. Mesmo assim, podemos restabelecer relacionamentos em meio a essas discordâncias, mas sem que sejamos desagradáveis. Lembre-se: Deus espera e requer de nós unidade, não uniformidade. Nós podemos caminhar de braços dados com uma pessoa, mesmo sem concordar em tudo. 
A reconciliação tem como seu maior significado - fazer as pazes, voltarmos a ter comunhão. E para isso, não precisamos necessariamente, ter que esquecer de nossas diferenças. De vez em quando, até podemos conversar sobre o assunto, mas com o espírito de harmonia e paz. Lembre-se: o mesmo diamante, tem diferentes aspectos quando visto de ângulos diferentes.
Depois de tudo que estudamos e aprendemos acerca da importãndcia do relacionamento interpessoal,  pare e pense um pouquinho e faça-lhe a seguinte pergunta: Com quem eu preciso entrar em contato urgente e tentar uma reconciliação?  Caso tenha se lembrado de alguém, não demore mais nem um segundo. Faça uma pausa no que estiver fazendo agora e converse com Deus sobre esta pessoa. Se não for possível ir até ela, faça uma ligação e comece logo o processo.

1 Pedro 3:8-11. (...), sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente (intimamente), misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isso fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a benção. Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios nao falem engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a.   

Queremos encerrar o estudo que ora apresentamos, dizendo que não é nada fácil praticarmos essas ações, mas sabemos que com Deus tudo é possível. Quando lutamos e persistimos em promover a reconciliação e a paz entre os homens, isto é, em nossos relacionamentos cotidianos, estamos fazendo aquilo que agrada a Deus; tendo a garantia de que Ele estará atento às nossas orações (cf. 1 João 3:21-22).  

Conclusão

            Desde o início da criação do mundo, percebemos por meio das Escrituras Sagradas, que o nosso Deus é um ser relacional, ou seja, Ele gosta e mantém relacionamentos com todos os seres que criou. Ele criou  o homem também com este propósito, para que ele vivesse de forma gregária, ou seja, foi criado para viver em comunhão  com outros seres humanos, inclusive que ele teria o domínio sobre todas as demais criaturas da terra.    
Portanto, não era para que esse homem vivesse isolado da sociedade. Entretanto, não observamos em momento algum de seus ensinamentos, quer seja no Antigo ou no Novo Testamento, dizendo que esse relacionamento seria fácil.  Pelo contrário, Ele disse: “No mundo tereis aflições, mas tendo bom ânimo...” (João 16:33).
Noutra ocasião, Jesus Cristo disse: “Não cuideis que vim trazer paz a terra; não vim  trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34).  A espada nas Escrituras, tem vários significados, mas quase todos falam de consequencias danosas aos homens; entre elas, lutas, calamidades e mortes. Ela era usada para a aplicação do juizo de Deus (cf. Jeremias 47:6 e Ezequiel 21:9-10).
Enquanto estivermos vivendo em nossa habitação temporária aqui na terra, devemos procurar nos relacionar bem com toda e qualquer pessoa, independente de sua fé, religiosidade, cultura, raça ,cor, classe social ou condição financeira: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Galatas 6:9-10).
Fazer o bem a todos, também inclui mantermos bons relacionamentos sociais. E, sendo uma ordenança de Deus, e de Jesus Cristo, seu Filho, precisamos revê-los diariamente, para podermos melhorar e, assim, agradarmos ao Senhor e aguardarmos por Sua vinda para nos buscar. E lá manteremos um relacionamento de proximidade e eterno com Ele.

Bibliografia:

BOYER, Orlando Spencer. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2000.

CORPO REDATORIAL. Casamento: investir ou desistir? São Paulo: Editora Árvore da Vida, 2012.

DE ALMEIDA, João ferreira. Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Editora: CPAD; 1995.

WARREN, Rick. Uma Vida Com Propósito: para que estou na terra? 1ª ed. São Paulo: Editora Vida, 2013.


[1] Circuncidados. A expressão tem origem na palavra “circuncisão”, uma cerimônia religiosa dos judeus e dos muçulmanos, que consistia em cortar o prepúcio da genitália dos homens, isto é, a pele que cobre a glande de seu pênis (cf. Gênesis 17:11-12; Êxodo 4:25 e 1 Samuel 18:25) dos neófitos.
[2] Warren, 2013.