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terça-feira, 12 de julho de 2016

TRANSMITINDO A BENÇÃO AOS SEUS FILHOS – a sua herança Bíblica



WILLIAM, T. Ligon, Sr. 1ª ed. Pompeia: Universidade da Família, 2010.

Prefácio

            É de responsabilidade dos pais seguir o plano estabelecido pelos patriarcas para assegurar que a benção seja transmitida com sucesso. Deus Jeová usou a benção verbalizada para transmitir favor divino ao seu povo. Ele abençoou verbalmente Adão e Eva (Gênesis 1:28); Abraão (Gênesis 12:1-3) e Jacó (Gênesis 32:24-32). Jesus iniciou seu programa de treinamento de três anos com seus discípulos ao proferir uma série de bênçãos sobre suas vidas (Mateus 5:1-16).
            Isaque abençoou verbalmente seus filhos Jacó e Esaú (Gênesis 27). Mais tarde, a benção de Jacó foi transferida a José quando Jacó abençoou verbalmente seus netos Efraim e Manassés, filhos de José (Gênesis 48). Moisés ensinou a Arão e Seus filhos a abençoarem o povo de Deus todas as vezes que se reunissem (Números 6:22-27). Há inúmeros registros por toda a Bíblia referentes as bênçãos sendo proferidas sobre o povo de Deus. Porém, por alguma razão, a igreja tem negligenciado a ordem Bíblica de abençoar, (...). Creio que o sucesso dos filhos judeus provém da fidelidade de seus pais em abençoá-los.

Cap. 1 - Seu Filho Tem Valor: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Salmo 127:3).

Ninguém pode colocar preço em seus filhos. Eles são presentes inestimáveis do Senhor, descritos na Bíblia como “rebentos da oliveira, a roda da tua mesa” (Salmo 128:3b). O Senhor tem algo especial que deseja cumprir através da vida dos filhos. Ele os colocou aos cuidados dos pais para serem educados e treinados para que se cumpra esse propósito.

1.1 Filhos - Um Sinal da Aliança: Deus, após a criação de Adão e Eva, seu primeiro ato foi de abençoá-los e dizer: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominais sobre os peixes do mar ...” (Gênesis 1:28). As bênçãos de Deus foram planejados para gerar nova vida, encorajando o crescimento e o domínio entre o seu povo.
            Noé e seus filhos receberam a mesma benção de Deus após o dilúvio (Gênesis 9:1). Deus deixou bem claro que parte da aliança que estava estabelecendo com eles incluiria uma descendência: “Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência” (Gênesis 9:90).
            O plano de Deus para perpetuar sua aliança através da vida dos filhos foi apresentado a Abraão. Isaque era o seu filho da aliança. A multiplicação da descendência era uma parte importante na aliança de Deus com Isaque (Gênesis 26:4) e com Jacó (Gênesis 28:14). As promessas da aliança com Davi são semelhantes àquelas feitas com Abraão. O futuro do povo de Deus prolongou-se muito além da vida de Davi, baseado no conceito dos filhos da aliança que o sucederam (2 Samuel 7:11-12).
            Deus planeja continuar com os benefícios redentivos da benção através da vida dos filhos. A promessa de filhos é comum em todas as alianças que Deus fez com o homem. Toda vez que você olhar para seus filhos, lembre-se de que eles são um sinal de que Deus não anulou as suas promessas.

Malaquias 4:6. Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais.

            O profeta Malaquias ensinou que o sinal de que as bênçãos da aliança estariam sendo derramadas sobre o seu povo. O plano da aliança para a redenção não mudou. Ele continuará a sua obra através da vida dos filhos que foram abençoados e confirmados na fé (p.10-11).
O Senhor ordenou que os pais perpetuassem a sua obra redentora ao transmitirem benção aos seus filhos e ensiná-los a fazer o mesmo pelos seus futuros filhos. Eles são o seu plano para o amanhã, para que através deles a vida de Jesus Cristo possa ser compartilhada com o mundo.

1.2 Educando os Pais para Abençoar: Satanás está (e sempre esteve) se empenhando com todo o poder que tem para interceptar as bênçãos de Deus na vida dos filhos, da mesma maneira como tentou fazê-lo ao conspirar para a morte de Moisés e de Jesus Cristo.

Êxodo 2:1-5. E foi um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. (...). E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou. E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.

 Os pais que compreendem o plano de Deus através da transmissão da benção, aprendem a abençoar diariamente, desejando que o favor de Deus esteja sobre os seus filhos. Os patriarcas do Antigo Testamento se esforçaram ao máximo para transmitir benção aos seus filhos. Os pais judeus continuaram a tradição, proferindo bênçãos especiais sobre os seus filhos semanalmente. E dessa forma que os benefícios do favor de Deus são passados de uma geração para a outra. Infelizmente, muitas igrejas evangélicas têm falhado em desenvolver uma prática séria de abençoar os filhos (p.12).

1.3  A Benção no Novo Testamento: Ela está dividida em duas categorias essenciais relacionadas a redenção e a transmissão do favor divino. Paulo disse em Gálatas 3:13-14. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio  maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a benção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido”.
O primeiro significado fundamental estava relacionado que, antes, a maldição impedia que as pessoas pudessem receber estas bênçãos divinas, mas quando Jesus Cristo foi crucificado, esta maldição foi quebrada. Agora qualquer pessoa que invocar o nome do Senhor pode ser salva, recebendo a benção que Deus prometeu a Abraão.
A segunda forma de benção mencionada no NT tem sido negligenciada e, algumas vezes, nunca foi ensinada nas igrejas evangélicas. Temos em Marcos 10:16. “Então, tomando-as (as crianças) nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava”. Todos os Evangelhos Sinóticos[1] interessados no discernimento, relatam esse acontecimento chamando a atenção dos pais para a ação de Jesus.
Por que Jesus impunha as mãos sobre as crianças e as abençoava? O que Ele lhes dizia? Acreditamos que Ele dizia algumas palavras semelhantes as palavras que, durante séculos, foram proferidas pelos pais judeus ao abençoarem seus filhos. Ele agiu assim porque a benção proferida transmitia um favor especial de Deus sobre os filhos. Se isso não fosse importante, por que Jesus realizaria um ritual sem propósito algum?
No Evangelho de Lucas 24:50-51, há um relato muito interessante no ministério de Jesus, onde ele diz: “Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu”. O último ato de Jesus ligado aos seus discípulos foi o de proferir uma benção sobre eles (p.14).
O apóstolo Pedro seguiu o principio de abençoar nos seus ensinos, entre eles, destaca-se o registrado em 1 Pedro 3:8-9, onde diz: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injuria por injuria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes benção por herança”. Portanto, somos todos chamados por Jesus Cristo para abençoar vidas.

Cap. 2 - Abençoando o Povo de Deus - Uma Visão Bíblica: “Assim abençoareis os filhos de Israel” (Números 6:23).

            O primeiro ato de Deus após criar Adão e Eva foi abençoá-los. “Criou Deus, pois, o homem á sua imagem e semelhança... E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos...” (Gênesis 1:27-28). Nesse ato, Deus concedeu uma graça especial para o homem ao transmitir-lhe o poder da fertilidade através da benção. Muitas outras passagens Bíblicas em que a prática da benção era realizada.
            Assim o fez com Noé e seus filhos após o dilúvio (Gênesis 9:1), e o conceito de fertilidade foi novamente apresentados quando Deus disse a Abraão: “Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente” (Gênesis 17:2). Portanto, o Senhor já havia prometido que abençoaria Abraão e que ele seria uma benção para todas as famílias da terra (Gênesis 12:2). No livre de Hebreus é mencionado a importância do ato de abençoar, ao qual Melquisedeque, rei de Salém, incluiu a oferta do pão e vinho a Abraão. Ele transmitiu a Abraão favor divino através da benção verbalizada. Em retorno, Abraão deu a ele um décimo de tudo o que tinha (o dízimo).
            Rebeca foi abençoada por sua família quando estava se preparando para casar-se com Isaque. Eles disseram: “É nossa irmã: sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos” (Gênesis 24:60b). Rute e Boaz foram abençoados por suas famílias um pouco antes de se casarem. As pessoas os abençoaram ao dizerem: “Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e porta-te valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém” (Rute 4:11). Quando o menino Jesus nasceu em Belém, essa benção se cumpriu (p.17-18).
            O conceito da benção é de um significado ainda maior quando, no capítulo 27 do Livro de Gênesis, registra-se o momento em que Isaque se preparava para abençoar seu filho mais velho, Esaú (o primogênito), antes de morrer. A ocasião era de tal importância que incluía uma refeição, na qual o patriarca era servido com seu prato favorito antes de proferir a benção. Essa importância é tão evidenciada pelo fato da mãe, Rebeca, ter maquinado um plano habilidoso para assegurar que a benção fosse direcionada ao seu filho mais novo Jacó.       Esse poder de abençoar os filhos de forma verbalizada foi confirmado por ser considerada irrevogável depois que fosse transmitida. Vejamos a passagem abaixo para dar maior ênfase a esta afirmativa:

Gênesis 27:33-37. Então, estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o; também será bendito. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. E ele disse: Veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua benção. Então, disse ele: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Por isso, que já duas vezes me enganou; a minha primogenitura me tomou e eis que agora me tomou a minha benção. E disse mais: Não reservaste, pois, para mim benção alguma? Então, respondeu Isaque e disse a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos,  e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?

Isaque proferiu uma segunda benção a Jacó, confirmando assim o poder verbalizado de abençoar seus filhos, antes que este partisse para procurar uma esposa entre sua parentela (Gênesis 28:1-3). O desejo pessoal de Jacó de ser abençoado por seu pai, demonstra a importância que ele dava a este ato proferido verbalmente pelo patriarca.
            O capitulo 48 de Gênesis, mostra outro exemplo emocionante de como a família hebraica valorizava os filhos. José colocou seus dois filhos – Efraim e Manassés, perante seu pai Jacó, para que os abençoasse. Quando Jacó disse “Em ti abençoará Israel, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés” (Gênesis 48:15,20), ele instituiu a prática de abençoar os filhos, a qual continua sendo mantida até os dias de hoje.

            2.1 A Benção Sacerdotal: A preocupação de Deus com o bem-estar de seu povo é ressaltada no Livro de Números 6:22-27, quando Ele ordenou para que Moisés a Arão e seus filhos a abençoarem os filhos de Israel. Depois, Ele revelou a Moisés uma benção de três partes e o instruiu para que fosse proferida sobre o seu povo toda a vez que estivessem reunidos. Ela é conhecida entre os judeus como “Benção Sacerdotal” e por outros estudiosos das Sagradas Escrituras como a “Benção Araônica”.

Números 6:24-26. O Senhor te abençoe e te guarde, O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o teu rosto e te dê a paz.  
           
            No Livro de Levítico 9:22, o sacerdote Arão elevou as suas mãos em direção ao povo de Israel e o abençoou. Esta benção proferida de forma coletiva trouxe um efeito positivo e teve grande repercussão entre todas as doze tribos de Israel.        Da mesma maneira nos dias de hoje, as bênçãos que os pais proferem sobre suas famílias deveriam influenciar cada área da vida familiar.
            O Novo Testamento mostra evidências claras de que a prática da benção era algo comum entre o povo judeu e que continuava sendo celebrada na vida de igreja. O próprio Jesus Cristo deu inicio ao seu ministério terreno de três anos, treinando seus discípulos com uma serie de bênçãos e que, consequentemente, vieram a experimentar tudo o que Ele lhes havia dito nas bem-aventuranças (p.19-20).
            Jesus declarou no Livro de Mateus 5:13-14, que seus discípulos eram   “o sal da terra e a luz do mundo”. Naquela ocasião, eles não eram nem uma coisa e nem outra, mas, apesar disso, Jesus disse que eles eram. Inclusive, alguns deles tinham sérias deficiências de caráter, que levariam muito tempo para serem corrigidas. Portanto, eram homens pecadores e só vieram a conhecer a alegria do “novo nascimento” após a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo.
            O ato proferido por Jesus ao abençoa-los de forma verbalizada, teve como resultado um tremendo sucesso em suas vidas, pois a benção se tornou numa realidade. Jesus fez novamente o mesmo ato ao abençoar as crianças, demonstrando sua confiança no poder da benção (Marcos 10:16).
            O compromisso de Jesus com o principio da benção verbalizada, foi declarado de maneira intensa e compreensível através de Suas palavras registradas no Livro de Lucas 6:28 “Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam”. O apóstolo Paulo segue o mesmo exemplo em seus escritos, quando diz: “abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Romanos 12:14). Como um pai da Nova Inglaterra disse: “Tantas coisas boas aconteceram na vida dos meus filhos desde que comecei a abençoar as suas vidas, que eles não vão para a escola sem ter recebido a benção” (p20-22).

Cap.3 - Por que Abençoar seus Filhos? “Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei” (Números 6:27).

            Os filhos que são abençoados têm um desempenho bem melhor do que se fossem meramente encorajados no seu dia a dia. A diligência dos pais na transmissão da benção aos seus filhos tem saldado as dividas de seus filhos. A prática da benção sacerdotal registrada no Livro de Números 6:24-26, foi o veículo que Deus desejou usar para que Ele pudesse abençoar o Seu povo.
            (...); Deus esperou que Arão e seus filhos obedecessem ao Seu mandamento e proferissem a benção sacerdotal sobre o povo de Israel. Então Deus disse que, na medida em que eles o invocassem, Ele estaria presente na própria benção transmitida a eles (Números 6:27). Esta é a maneira que Deus escolheu para transmitir algo d’Ele mesmo para o seu povo. O fato é que tudo o que o homem receber de Deus, acontecerá através da palavra proferida. Mesmo a Fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus.
            O efeito produzido pela benção verbalizada deveria ser percebida em cada área da vida das pessoas que a receberam: no seu caráter, nos relacionamentos dentro da sua comunidade e no relacionamento com Deus. No caso dos filhos, um dos benefícios que se pode esperar após receber a benção do pai, é a formação de um caráter piedoso.
            Deus abençoou Abraão dentro do contexto da aliança que estava sendo estabelecida entre eles (Gênesis 12:1-3). O relacionamento de Deus com a humanidade está baseado na aliança. Toda a atividade de Deus através da história se expressa por meio de uma aliança: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção!” Ele estava relacionando as bênçãos prometidas à aliança que estabeleceu com Abraão (p.25-28).
            Reconhecer a benção como um plano de Deus e transmiti-la aos seus filhos é uma das grandes responsabilidades dos pais. Conhecer o poder da benção e o plano de Deus ao usá-la vai encorajar pais que se preocupam em abençoar seus filhos. Geralmente o futuro dos filhos depende da sua disposição em abençoar.

            Cap. 4 - Aprendendo com os Patriarcas: “Pela fé, igualmente Isaque abençoou a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir. Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade de seu bordão, adorou” (Hebreus 11:20-21).

            O Espírito Santo testifica a importância da benção, reconhecendo o seu lugar dentro da família dos cristãos. Os pais são abençoados com a alegria de ver seus filhos desfrutarem dos benefícios provenientes da benção. A transmissão da benção não é uma garantia segura de que os filhos reagirão de maneira positiva ou de que não haverá nenhuma falha.
            Jesus escolheu doze homens, os abençoou e os ensinou por meio das Escrituras. Embora tivessem convivido com Ele durante três anos, somente onze deles foram bem sucedidos. O décimo segundo , Judas Iscariotes o traiu (Mateus 26:14-6).  O rei Davi era um homem que sabia abençoar, entretanto, um de seus filhos, Absalão, colocou-se à porta da cidade e fez com que o povo se rebelasse contra seu pai.
            Porém, podemos dizer que o índice de sucesso dos patriarcas da Bíblia foi bem mais elevado do que o das famílias nas igrejas de hoje. Em sua grande maioria, a igreja tem falhado em ensinar as pessoas a abençoarem umas às outras. É bem interessante registrar o relato de um pai:

 ”Minha filha de sete anos ainda molhava a cama. Tentamos tudo, desde o castigo até prêmios. Ela não  correspondia bem nem a nós, nem aos médicos. Então, a Palavra de Deus começou a ter efeito em sua vida. Eu e minha esposa ouvimos dizer sobre o poder da benção. Depois de estudarmos os princípios, começamos a proferir vida sobre nossa filha. Nós a abençoamos com autocontrole, confiança, uma nova autoestima e com a segurança de que ela era amada e apreciada pela família. Logo, ela parou de molhar a cama e seu respeito próprio cresceu surpreendentemente. Nunca mais ela molhou a cama”.

            Gostamos de ouvir histórias de alguém que foi curado pela Palavra de Deus, mas é evidente que mesmo a Bíblia não promete cem por cento de sucesso na prática da benção. Por outro lado, isso não deve desencorajar os pais de abençoarem seus filhos. Quando os pais buscam abençoar seus filhos com a Palavra de Deus, os fracassos e insucessos tendem a diminuírem.

4.1 O Treinamento de Isaque: Ele é conhecido como o filho da promessa. Pela sua idade (provavelmente entre 14 e 17 anos), ele sabia que algo especial estava para acontecer quando Abraão o levou para oferecê-lo como sacrifício perante Deus. Ele tinha idade suficiente para compreender o que estava acontecendo, pois, na última parte da jornada que faziam juntos, seu pai colocou a lenha para o sacrifício nas costas do filho (Gênesis 22:6).
O conhecimento e aprendizado que obteve com as experiências e lições passadas por seu pai o prepararam para abençoar seus próprios filhos, muito tempo depois, quando já estava em avançada idade.

4.2 Preparando-se para Abençoar: o próprio Isaque tomou a iniciativa de preparar tudo para transmitir uma benção especial sobre a vida de Esaú. Ele compreendeu que a benção tinha um significado profundo na vida de seu filho. Ele estava prestes a proferir uma benção que, na sociedade daquela época, poderia ser considerada como um último desejo e um testamento.
Essa preparação para a benção é de vital significado para os pais que desejam abençoar seus filhos hoje. Toda a vida de Isaque estava repleta de rituais de bênçãos, as quais formaram o seu caráter e forneceram direção para sua vida. A ausência da tradição familiar quanto á visão e ao propósito de abençoar os filhos traz dificuldades para os pais que desejam abençoar. Em Gênesis 28:1, Isaque abençoou a Jacó pela segunda vez e incluiu nessa benção uma orientação para que Jacó não se casasse com uma mulher ímpia (pagã).
Os patriarcas se esforçavam para assegurar que seus filhos se casassem com pessoas dentro dos limites da aliança estabelecida com o Deus Jeová. Quando Esaú decidiu se rebelar contra seus pais, ele se casou com mulheres ímpias (Genesis 28:8-9). Os pais devem ser diligentes e zelosos para começar bem cedo a abençoar seus filhos para que estes tenham cônjuges piedosos (p.32-33).

4.3 Evitando a Insensatez de Isaque: antes de abençoar seus filhos, Isaque passava por um conflito em seu espírito, tanto que ignorou uma palavra importante do Senhor. O Senhor falou a Rebeca, sua esposa, através de uma profecia, revelando-lhe que ela conceberia gêmeo e que o mais velho serviria ao mais novo.
No entanto, Isaque deveria ter se lembrado da Palavra de Deus dita a Rebeca, mas sua preferência (predileção) por Esaú, seu primogênito, levou-o a desconsiderar (ou esquecer) a profecia e fazer todos os preparativos para abençoá-lo. Não havia impedimento algum em que ele abençoasse a Jacó com a primogenitura e concedesse outra benção a Esaú, sem provocar a ira deste contra aquele (p.34).
 4.4 Permitindo que os Avós Abençoem: olhando novamente para o capitulo 48 do Livro de Gênesis, Jacó,  já muito velho e fraco, reuniu forças para se assentar na cama quando José entrou em seus aposentos, com seus dois netos, Efraim e Manassés.  A atenção que Jacó lhes deu, reconhecendo-os como se fossem seus próprios filhos, serve de grande encorajamento para os avós que consideram a responsabilidade de transmitir a benção para todos os seus netos.  Os avós também têm a capacidade de abençoar com grande unção.
 4.5 A Benção Sacerdotal: ela ressalta a grande importância da participação de toda a família ou comunidade de cristãos nos momentos da benção. Arão e seus Filhos foram ensinados a abençoar os filhos de Israel, dizendo-lhes: “O Senhor te abençoe e te guarde” (Números 6:24).
As palavras de benção são um reconhecimento de que elas vêm de Deus. O propósito de fazê-lo é o de abençoar para que as pessoas sejam protegidas do mal que assola este mundo. A segunda parte da benção diz: “O Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti” (v.25). A face de Deus é a Sua personalidade expressa através de um favor amoroso. Quando a face de Deus resplandece sobre os filhos, isso resulta em benção especial para as suas vidas. Transmiti-la aos nossos filhos, só pode resultar em coisas boas para nossos filhos (Salmo 31:16).
A parte final da benção afirma: “O Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz”(v.26). Esse versículo fala de uma manifestação de poder sobre as  pessoas, que resulta em paz nas suas vidas. É a soma total de toda bondade derramada por Deus sobre Seus filhos. Essa benção libera um favor especial sobre as crianças, facilitando o processo de serem bem-sucedidas.
Aprender a abençoar os filhos e aqueles que estiverem debaixo de nossa responsabilidade é uma maneira excelente para começarmos a desempenhar o papel de sacerdotes. Quando isso ocorre em fé, muitas bênçãos são liberadas sobre aqueles quem as recebe.

Cap. 5 - O Poder Redentor da Benção: “Assim, os abençoou naquele dia, declarando: Por vós Israel abençoará, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs o nome de Efraim adiante de Manassés” (Gênesis 48:20).

Quando olhamos as Escrituras para compreender o poder da benção, surgem evidências mostrando que o plano de Deus para a benção é de redenção. Esse plano está estabelecido, como veremos, sobre o principio da substituição divina, no qual o filho mais velho abre mão dos seus direitos de primogenitura em favor do irmão mais novo.
A benção é expressa por palavras proféticas que apontam para a vinda de Jesus Cristo como resposta para o clamor do homem pela benção de Deus. Ele ouve o clamor por misericórdia do pecador e o abençoa ao transmitir-lhe a benção do seu primogênito, Jesus Cristo. O pecador quem deveria morrer por seus pecados, mas houve uma substituição e, em seu lugar, Jesus Cristo foi morto. O Salvador, que deveria viver, morre em seu lugar (p.39).
Em Gênesis 48:1, Manassés, o primogênito, foi anunciado primeiro para ser abençoado. Jacó, já idoso e fraco, chamou seus netos, mas ele inverteu a ordem e mencionou primeiro o nome de Efraim, o mais novo (verso 5). Nesse instante, José procurou posicionar seus filhos perante seu pai de tal forma que a mão direita repousasse sobre a cabeça do mais velho, Manassés, e a mão esquerda repousasse sobre a cabeça do mais novo, Efraim (verso 13).
Entretanto, seu plano fracassou quando Jacó estendeu suas mãos para abençoar os dois meninos e as cruzou de tal maneira que a sua mão direita repousasse sobre a cabeça do mais novo, Efraim, e a sua mão esquerda sobre a cabeça do mais velho, Manassés (verso 14).

5.1 A Mão Direita da Benção: ela era considerada a mão que transmitia a benção maior. Jesus Cristo está assentado no céu, à direita do Pai. Portanto, José se desagradou ao ver seu pai transmitindo a benção maior ao seu filho mais novo. Assim, ele tentou mudar a mão direita de seu pai da cabeça de Efraim e coloca-la na cabeça de Manassés. Jacó se recusou a fazê-lo daquela forma, dizendo que sabia o que estava fazendo (versos 18-19). Então continuou a pronunciar a benção na qual se dirigiu primeiro a Efraim: “E pôs o nome de Efraim adiante do de Manassés” (Gênesis 48:20).
A benção direcionada ao primogênito, ou seja, ao filho mais velho, dava-lhe o direito de se tornar o responsável pela tribo quando seu pai viesse a morrer. Era uma benção dupla em que o filho mais velho recebia duas vezes mais da herança do que o filho mais novo. Essa herança extra era necessária para supervisionar as responsabilidades da tribo, depois da morte do pai. Foi, para José, uma enorme surpresa, quando seu pai inverteu a ordem da benção transmitindo-a primeiro ao seu filho mais novo.

5.2 Jacó Rouba a Benção de Esaú: os gêmeos Esaú e Jacó lutavam dentro do ventre de sua mãe Rebeca; e o Senhor lhe disse: “e o mais velho servirá ao mais novo” (Gênesis 25:23). Essa profecia se cumpriu através do plano astuto de Rebeca que, rapidamente, preparou o prato preferido de Isaque, disfarçou Jacó, o filho mais novo, e o enviou perante seu pai, já fraco da visão, para receber a benção da primogenitura no lugar de quem de direito, Esaú, o filho mais velho.
Mesmo depois de descobrir que fora enganado, Isaque não desfez a benção, sustentado o fato de que o mais novo havia recebido a benção que pertencia por direito ao filho primogênito, neste caso, a Esaú

5.3 A Profecia Revelada: há, no mínimo, duas outras passagens das Escrituras que enfatizam o significado da benção proferida a Jacó. Elas se encontram no Livro de Malaquias 1:1-3 e na Epístola aos Romanos 9:1-16. No primeiro, o povo reclama de que Deus não os amava: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor, mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? Disse o Senhor; todavia amei a Jacó, porém aborreci a Esaú” (Malaquias 1:2-3).
Em Romanos 9, o apostolo Paulo fala sobre o profundo desejo do seu coração de ver a salvação de Israel. Ele afirmou que estaria disposto a ser separado de Cristo por amor de seus irmãos (verso 3). Ele lembra a profecia que Deus deu a Rebeca em Gênesis 25, quando Ele diz: “e o mais velho servirá ao mais novo” (verso 23). E, finalmente, ele se referiu ás palavras de Malaquias quando disse: “todavia amei a Jacó, porém aborreci a Esaú”. Esse versículo relaciona a salvação à benção dada a Jacó.
Paulo usa a experiência em que Jacó, o filho mais novo, é abençoado com a benção da primogenitura, que seria de direito ao filho mais velho (Esaú), e identifica o relacionamento entre o lugar preferido na benção de Isaque e o status preferido quando um pecador recebe a vida de Jesus Cristo no lugar da punição que a sua condição de perdição o coloca num estado sem esperança. A nova vida desse pecador (que já estava condenado) é a vida de Jesus e, em troca, Jesus vai para o Calvário (p.42).

5.4 A Preferência Divina: essa preferência é demonstrada quando Deus dá a vida eterna a um pecador. O pecador merece morrer por causa de seus pecados e Jesus, que nunca pecou, merece viver. Contudo, Deus enviou Jesus para morrer na cruz no lugar desse pecador e transfere a vida de Jesus para ele. O pecador recebe a vida ressurreta do primogênito como uma benção.
Paulo escreveu na Carta aos Gálatas “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a benção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espirito prometido” (Gálatas 3:13-14).
Há uma diferença entre Jesus e Esaú. Jesus abriu mão do direito de primogenitura deliberadamente, para dá-lo aos pecadores. Enquanto que Esaú ficou ressentido com a substituição e permitiu que a amargura tomasse conta do seu espírito, ao invés de honrar o plano redentor de Deus.

5.5 Os Judeus Abençoam como o Pai Jacó: a mesma benção proferida por Jacó a Efraim e Manassés vem sendo repetida há séculos por dedicados pais judeus. Parte dessa benção inclui as palavras: “Que Deus te faça como Efraim e Manassés”. Esses pais judeus reconheciam o plano redentor de Deus ao celebrarem esse ritual no Sabbath[2] acreditando que, dessa maneira, Deus transmitiria suas bênçãos a todos os homens através do Messias que estava por vir. Estamos perdendo a oportunidade de ensinar esses princípios de benção para os nossos filhos. Assim, a igreja perdeu uma rica herança – e os filhos, a oportunidade de serem abençoados.
Toda vez que os pais abençoam seus filhos com a benção de Efraim e Manassés, eles declaram essa preferência sem perceber seu pleno significado. Quando os pais abençoam seus filhos hoje, eles também declaram a preferência de Deus por seus filhos. Muitos filhos problemáticos serão libertos de cadeias ao receberem as bênçãos.
As meninas judias recebem outra benção que merece a nossa atenção. Em cada Sabbath, a filha ouve as seguintes palavras dos pais: “Que Deus te faça como Raquel e Lia, que edificaram a casa de Israel”. Raquel e Lia geraram todos os líderes das doze tribos de Israel. Seus filhos se tornaram chefes de estado. Eles eram os lideres das nações. Quando os pais compreenderem o poder redentor da benção, começarão a investir tempo para transmitir essa benção no dia a dia aos seus filhos (p.41-45).

Cap. 6 - Como Abençoar Seus Filhos: “Então, se retirou o povo, cada um para sua casa; e tornou Davi, para abençoar a sua casa” (1 Crônicas 16:43).

Vimos até aqui, que os pais devem ser encorajados a abençoar seus filhos, pelo fato de que, ao invocarem o nome de Deus sobre a vida dos filhos, é o próprio Senhor quem os abençoa. As crianças que são abençoadas pelos pais diariamente notarão uma diferença em suas vidas. Se os pais negligenciarem essa responsabilidade, não demorará muito e elas mesmas pedirão aos pais para serem abençoadas.
Existe uma tradição que é seguida a risca pelos pais judeus: eles pegam um pouco de mel e o colocam nos lábios das crianças menores. Na medida em que saboreiam o gosto do mel, os pais lhes dizem que a Palavra de Deus (Torah) é tão doce quanto o mel e deve ser muito desejada. Aqueles que assim fazem, instilam na vida dos filhos um amor e respeito mais profundo pelo Torah e isso torna mais fácil aos filhos receberem as suas bênçãos.

6.1 Conhecendo o Plano de Deus para Seu Filho: Quando eu era menino, eu tinha um amigo que nunca havia sido abençoado por seus pais. Eles o levavam à igreja todos os domingos para ajuda-lo a aprender a viver uma vida correta. Eles criticavam cada erro e o advertiam que se ele não mudasse suas atitudes, ele se tornaria um fracasso na vida. Robert se tornou quase tudo o que seus pais pronunciaram sobre ele. Eles nunca conseguiam ver além das atitudes ou comportamentos imediatos dele. A atitude dos pais em relação ao filho não era controlada pela fé, mas pelos atos de Robert.
Os discípulos de Jesus eram pecadores e indisciplinados, mas Ele se relacionava com eles e com as pessoas baseado no potencial que via em suas vidas. E, mesmo sendo pecadores, Ele os chamou de “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5:13-14).  Isaque e Jacó se relacionavam com seus filhos da mesma maneira como Jesus se relacionava com seus discípulos: “Pela fé, igualmente Isaque abençoou a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir. Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José” (Hebreus 11:20-21a).
Os pais devem Orar e Pedir que Deus lhes conceda a habilidade de compreender os planos para o futuro de seus filhos. Com um entendimento claro do potencial de cada filho, a benção pode ser proferida com autoridade e confiança. Deve ser lembrado que toda disciplina aplicada aos filhos, deve servir para produzir um bom caráter neles, e a correção pode ser dada dentro do contexto da benção. Um pai sábio se preparou para disciplinar seu filho, e o filho o ouviu dizer: “você é um bom menino e esse tipo de comportamento não faz parte da sua vida”. Ele teve a capacidade e habilidade de enxergar além da falha temporária no caráter de seu filho. Se os pais não crerem no futuro de seus filhos, a vida será uma constante batalha sem sucesso (p.48-49).
 6.2 Desejando o Melhor: é muito importante termos a atitude correta quando abençoamos nossos filhos. Da mesma maneira como a disciplina não pode ser aplicada com um coração cheio de ira, a benção não pode ser dada com uma atitude de crítica. Os pais devem trabalhar em seus próprios sentimentos antes de começarem a abençoar. Quando chegarem ao ponto de “buscar o bem” dos filhos, eles poderão começar a abençoar. Esse aprendizado ou atitude pode ser alcançado através da oração ou do estudo das Sagradas Escrituras.
 6.3 Verbalizando a Benção: na Bíblia, toda a benção é verbal. Em Gênesis 1:28, diz: “E Deus os abençoou (Adão e Eva) e lhes disse...”. Davi disse: A benção é sempre verbalizada e não apenas um desejo escondido no coração dos pais. Quando liberadas, as palavras têm poder. Pais amorosos com seus filhos, não terão dificuldades em escolher as palavras eficazes para abençoá-los.
Tem filhos que nunca viram seus pais orarem, ler a Bíblia ou expressar o desejo de ir ao culto numa igreja. E, ainda, não foram ensinados quando criança pelos seus pais que deveriam abençoar seus filhos. Pode ser que se você ir à ele (ou ela) e explicar-lhe o significado da benção, quem sabe ele pode passar a abençoá-lo. É sempre uma surpresa quando decidimos proferir vida sobre os nossos filhos.
 6.4  Imposição das Mãos: José posicionou seus dois filhos bem perto do seu pai, Jacó, para que pudesse impor as mãos sobre seus netos e abençoá-los. No Evangelho de Marcos 10:16, diz sobre Jesus: “Então, tomando-as nos braços, e impondo-lhes as (Suas) mãos, as abençoava”. A igreja tem sido fiel na prática da imposição de mãos na ordenação de seus líderes. Em alguns casos, as igrejas preservaram a imposição das mãos para a cura. Porém, poucas igrejas  ensinaram os pais a imporem as mãos sobre seus filhos para abençoá-los. Esse ritual é celebrado em muitos lares judeus no Sabbath.
As crianças devem ser ensinadas a se ajoelharem diante dos pais com expectativa quando os pais impuserem as mãos sobre suas vidas e as abençoarem. Na medida em que os pais impõem as mãos, elas aprendem a desejar que Deus lhes conceda um favor especial.
 6.5 A Benção Irrevogável: o apóstolo Paulo disse na Carta aos Romanos 11:29 “os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Isaque confirmou que uma vez dada, a benção tem um valor permanente na vida daquele que a recebeu. A benção tem grande autoridade na vida dos filhos que a recebem. E ninguém poderá tomar essa benção se a respeitarem a fim de mantê-la vigente (p.50-51).

Cap. 7 – Como Quebrar a Maldição: “Abençoai os que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Romanos 12:14).

Na parte inicial deste capítulo, o autor conta a história de Suzette, solteira, 35 anos, mas que havia aumentado muito de peso, até que seu médico lhe disse que seu excesso de peso estava comprometendo a sua saúde. Ele sugeriu a redução do estômago para corrigir o problema, mas que o procedimento poderia apresentar alguns riscos. Como já havia tentado de tudo para emagrecer, mas não tinha obtido êxito, estava pensando em passar pela cirurgia.
Sua mãe resolveu pedir ajuda ao seu Pastor, explicando-lhe sobre o problema sério de sua obesidade e, se ele poderia falar com ela. Ele se prontificou em tentar ajuda-la. Na primeira conversa com ela, demonstrou muita ansiedade para solucionar o seu problema e eu estava impaciente para lhe ensinar a maneira Bíblia de como quebrar aquela maldição. Falei para ela: “Você está declarando maldição sobre si mesma. Você se olha no espelho e diz para si mesma que é feia e gorda”.
Enfatizei para ela: “Você não consegue enxergar a mulher que você pode ser em Jesus Cristo, o seu Senhor”. Por que não tenta a maneira de Deus e veja o que Ele pode fazer por você?” A partir de então, ela era uma aluna diligente e aplicada, guardava as Escrituras no coração e proferia aquelas palavras para si todos os dias. Ela dizia: “Eu aplico os versículos Bíblicos todos os dias da mesma forma como se fossem medicamentos prescritos”.
Ela escolheu o peso que desejava alcançar e orava abençoando a si mesma. Quando se olhava no espelho, ela dizia para si que era a mulher adorável e que, no coração de Deus, ela não era obesa. Semanas mais tarde, alguém tocou minhas costas na entrada da igreja. “E, Então, Pastor, como estou?” Eu perdi 32,5 kg. Eu não conseguia acreditar no que via. Era muito mais do que eu esperava. Gastamos um bom tempo nos regozijando com o poder de  Deus que havia operado na vida de Suzette. Foi um bom exemplo de como o poder da benção funciona sobre a maldição (p.54).
 7.1 A Maledicência: ela pode ser descrita como uma maldição. O poder da maldição é citado tanto no Novo Testamento como no Antigo Testamento. O Livro de Tiago 3:10-11, descreve a maldição da amargura: “De uma só boca procede benção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim.  Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso”. 
O apóstolo Paulo enfatiza o poder da benção sobre a maldição, quando diz: “abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis” (Romanos 12:14).  Stephen era um menino que carregava a maldição do fracasso em sua vida. Na escola, ele era visto por todos os professores como sendo um aluno “encrenqueiro” e que não queria nada com os estudos.
Porém, aconteceu algo além e que foi de grande fonte de encorajamento para ele. Parece ter aprendido como quebrar uma maldição sobre sua própria vida. Então, eu lhe disse: “Não importa o que você vai fazer agora para mudar, alguns professores continuarão achando que você é um fracasso. Você precisa aprender sobre o poder das palavras de Jesus, registrado no Livro de Lucas 6:28a: “Bendizei aos que vos maldizem”.
Certo dia, Stephen, antes de começar as aulas, ele abordou cada professor, dizendo: “Sinto muito pela maneira como agi em sua classe e peço que me perdoe. Quero mudar e ser um bom aluno. Você é um bom professor e, se você me ajudar, sei que posso aprender em sua aula”. Eu o tinha alertado que alguns professores não iriam acreditar nele, mas ele estava preparado para enfrentar esta situação. Uma professora disse: “A quem você pensa que engana? Você é um encrenqueiro. É o mais bagunceiro da minha classe. Você nunca será alguém na vida (igual a história do nadador olímpico Michel Phelpps).
Quando ela terminou de falar, Stephen respondeu: - compreendo como se sente e sinto muito por causar tantos problemas. Você é uma excelente professora e, com a sua ajuda, as coisas vão mudar. A partir desse dia tudo mudou em sua vida. Todas as suas notas subiram e ele começava a trilhar seu caminho rumo ao sucesso (p.56-57).
 7.2  Herdando a Benção: o apóstolo Pedro escreve em sua Primeira Carta: “antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isso mesmo fostes chamados, a fim de  receberdes benção por herança” (1 Pedro 3:9b). Herdar a benção esta determinada nesta passagem com base na disposição do cristão para abençoar outra pessoa.
Jesus foi e é o nosso maior exemplo sobre todas as coisas e qualquer assunto. Ele escolheu não reagir às injúrias quando era blasfemado e não ameaçou seus malfeitores, ao passar por todo o sofrimento. Pelo contrário, enquanto sofria horrores na cruz por seus algozes, Ele orou por eles:  “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Ele foi fiel as suas próprias palavras quando disse em Lucas 6:28: “Bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam”. Todo cristão deveria seguir o Seu exemplo como a maneira de Deus para quebrar toda e qualquer maldição.
 7.3  O Poder do Bem sobre o Mal: o apóstolo Paulo escreveu sobre o tema, ao dizer que: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21). O bem é mais forte que o mal. Agostinho fez comparação entre o bem e o mal com a lua e as trevas. A escuridão é apenas a ausência da luz. Então o mal é a ausência do bem, assim como a escuridão é a ausência da luz.
Ninguém jamais acendeu as trevas. Se estivéssemos numa sala iluminada, provavelmente não apagaríamos a luz ao acender as trevas. Entretanto, podemos anular as trevas ao acendermos a luz. Da mesma forma, as trevas surgem quando removemos a luz. A benção é uma maneira de acender a luz (e ofuscar as trevas).
Quando permitimos que criticas injustas, ira e amargura saiam de nossos lábios, estamos, na verdade, tentando vencer as trevas com trevas. O que sai de nossa boca influencia diretamente na maneira pela qual vencemos o mal. As nossas ações são pesadas na balança. Porém, o mal nunca é vencido com o mal, somente com o bem.
Um pai ou uma mãe pode disciplinar seu filho e abençoá-lo enquanto o corrige, dizendo: “você é um bom filho, mas o que acabou de fazer é inaceitável. É por isso que você vai ser disciplinado. Você crescerá e será um bom homem. Eu o amo e desejo o melhor para sua vida”. Precisamos entender que uma grande diferença entre a Punição e a Disciplina:
A punição é dada para infligir dor devido a uma atitude errada. A disciplina é dada para desenvolver o caráter da criança. Os pais que apenas punem seus filhos pelo mau comportamento, declaram condenação sobre suas vidas e acabam por amaldiçoar esse filho com palavras. Para exemplo, veja a fala de um pai sobre seu filho: “Se você não mudar, vai acabar como o seu tio, na prisão por dez anos”. E, é bem provável, que acontecerá em sua vida dessa maneira, caso esse pai não venha a aprender a quebrar a maldição com a benção (p.57-58).
 7.4  Benção – um sinal de Maturidade: a instrução dada por Jesus aos seus discípulos, foi: “Eu, porém, vos digo: amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos tornei filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:44-45).
Um cristão imaturo e com atitudes infantis, teria inveja e ciúmes se a plantação do vizinho, um não cristão (ímpio), recebesse mais sol ou chuva. Ele reclamaria, alegando que Deus não fora justo para com ele. Provavelmente protestaria, dizendo: - Afinal de contas, eu O estou servindo e você abençoa o incrédulo na mesma proporção que a mim?
O cristão maduro não julga o amor de Deus pela maneira como Ele trata outras pessoas. Ele se considera um parceiro de Deus, que tem acesso a todas as bênçãos do Seu Pai Celestial. O seu desejo é sempre o mesmo do Pai Celestial – a redenção do seu vizinho e de seus inimigos. Quando atinge este nível, o cristão se torna capaz de abençoar aqueles que o amaldiçoam. O apóstolo Paulo nos ensina da mesma maneira que Cristo, ao dizer que: “quando somos injuriados, bendizemos; quando somos perseguidos, suportamos” (1 Coríntios 4:12b).

Cap. 8 – Planejando um Culto Especial de Benção: (Gênesis 27:1-4). Nesse capítulo o autor apresenta um plano de como preparar um culto especial para ensinar e aplicar a benção sobre nossos filhos. Assim, ele pontua alguns itens que serão descritos abaixo:
 8.1 Pontos Básicos para Abençoar: pais criativos serão capazes de desenvolver suas próprias ideias, usando esses pontos como trampolim para desenvolver seus próprios planejamentos. O mais importante nisso tudo, é se certificar de que tudo o que fizer está de acordo com as Sagradas Escrituras. O plano de Deus para a benção será uma grande fonte de encorajamento para qualquer um  que usá-la para o bem da família.
 8.2 O Desejo do seu Coração: foi pela fé que Isaque abençoou Jacó e, também pela fé que Jacó abençoou os dois filhos de José (Hebreus 11:20-21). Esses patriarcas declararam suas bênçãos através da habilidade de se conhecerem seus desejos mais profundos pelos seus filhos. Um texto muito conhecido nas Escrituras Sagradas, que está registrado no Livro de Mateus 5:1-12, falando sobre as “bem-aventuranças”, demonstra que o próprio Jesus exercitou essa mesma graça aos seus discípulos (ou seguidores).
Eles receberam as bênçãos proferidas por Jesus que, inclusive, também expressou o desejo do seu coração quando os chamou de o “sal da terra” (Mateus 5:13). Ele, que sabe todas as coisas, foi capaz de ver aquilo que seus discípulos se tornariam através da Palavra que Ele estava plantando em seus corações. Ele também sabia que o Espírito Santo faria a obra de amadurecer a Palavra proferida na vida de seus seguidores.
Isaque e Jacó usaram desse mesmo desejo do coração para abençoar seus filhos. Eles proferiram a benção pela fé. Eles usaram esse desejo como sendo um ponto básico para abençoar. A benção pode ser proferida com autoridade e confiança se nós tivermos uma visão clara do potencial inerente na vida de nossos filhos. Ore para que Deus lhe dê uma visão da pessoa que seu filho é no coração de Deus, e então declare isso sobre sua vida (p.62-64).
Isaque queria saborear uma comida da qual muito gostava (sua preferida), sendo preparada pelo seu filho antes de abençoá-lo. Crendo ele que assim, suas palavras fluiriam com maior unção sobre a vida de seu filho. Esse prazer em abençoar seus filhos, também pode ser alcançado por meio da Oração, Jejum e do Estudo diário da Palavra de Deus. O importante é que a benção deve ser proferida por um coração desejoso em abençoar.
 8.3  Discernimento Pessoal da Vida dos Filhos: nossos filhos possuem talentos naturais que foram incutidos em sua vida pelo Senhor. As palavras para abençoá-los devem ser direcionadas a esses talentos, com o propósito de potencializar essas habilidades. Muitos jovens não desenvolvem suas habilidades, ou seja, ficam reprimidas, por não terem sido abençoados pelos pais. Os patriarcas observavam cuidadosamente seus filhos e se baseavam em suas características naturais de suas vidas para proferir a benção (p.65).
 8.4  Inspiração Especial do Espírito Santo: muitas vezes, as  palavras proféticas surgem quando os pais buscam com sinceridade de coração (e com jejum e oração) essa revelação de Deus antes de transmiti-las aos seus filhos. O Espírito Santo dará ideias especiais referentes as habilidades de seus filhos, fornecendo as palavras certas que incentivem o desenvolvimento apropriado desses talentos.
Pode ser que a criança não esteja consciente da benção ou do significado dela no momento em que é proferida. Porém,  a benção terá feito positivo em sua vida. Mais tarde, ela vai olhar  para essa experiência e confirmar que as palavras que foram ditas realmente foram palavras do Senhor. Elas se tornarão uma realidade em sua vida.
 8.5  As Promessas de Deus: sugiro que passe a buscar nas Escrituras promessas que falem á vida do seu filho. Depois, associe essas promessas às bênçãos que serão proferidas sobre ele diariamente. Deus abençoará e intensificará as suas palavras na medida em que você acrescentar os nomes deles as promessas de benção. Veja a seguir um exemplo:
No Salmo 1: “Bem-aventurado o WILLIAN (filho do autor) que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores,  nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o prazer do WILLIAN está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. O WILLIAN é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cujas folhagem (de WILLIAN) não murcha; e tudo quanto o WILLIAN faz será bem-sucedido”.
As promessas de Deus devem ser compiladas e preparadas de uma maneira especial em benefício de seus filhos. Abraão “não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus” (Romanos 4:20). Use as promessas com fé enquanto prepara as bênçãos que serão transmitidas a seus filhos (p.66-67).
8.6  Os que os Outros Dizem a Respeito de seu Filho: tem uma fala comum e muito popular sobre os filhos que diz assim: “Os filhos longe dos pais parecem ser outras pessoas”; isto é, seus comportamentos costumam ser totalmente diferentes, para melhor ou para pior (acréscimo nosso).
A medida que meus filhos iam crescendo, algumas vezes as pessoas comentavam sobre o bom comportamento deles quando não estavam presentes na nossa casa (conosco). Entretanto, sabendo das dificuldades que eu e minha esposa tínhamos com algumas de suas atitudes, eu me perguntava se elas estavam falando a respeito dos mesmos filhos que eu conhecia (p.67).
Após refletir um pouco sobre isso, percebemos que nossos amigos estavam enxergando o lado bom deles. É muito comum acentuarmos as características ruins das pessoas, dos filhos, da esposa, do marido, etc. (acréscimo nosso).  Eu aprendi uma lição enquanto ouvia meus amigos: que o lado bom do meu filho é tão importante quanto o lado ruim. Ouvi-los me ajudou a identificar as características positivas em suas vidas.
8.7  Os Desejos de Seu Filho: ouvir nossos filhos nos ajudarão a compreender os seus desejos do coração. Você precisa saber como esses desejos surgiram em seu coração e se são de caráter nobre. Os ajustes no estilo de vida de seu filho resultarão em ajustes no desejo de seu coração. Um pastor de jovens disse: “Quando levamos um grupo de jovens para um retiro e removemos a televisão e outras más influências como celulares (acréscimo nosso), os desejos de seus corações mudam rapidamente. No começo, eles desejam as coisas do mundo, agora eles desejam as coisas de Deus”.
Jesus percebeu que para obter uma resposta de oração é preciso deseja-la ardentemente. No Livro de Marcos 11:24, Jesus diz: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”. Ouvir nossos filhos e identificar os desejos de seus corações levará tempo, mas á algo necessário que nos ajudará a abençoá-los, conforme os desejos de seus corações.
 8.8 O Significado do Nome de Seu Filho: existem muitos livros disponíveis no mercado literário que trazem o significado dos nomes, mas você também pode dar ao seu filho um nome cristão. Procure nas Escrituras por um nome que expressem da maneira mais exata os desejos do seu coração (dos pais) para ele. Depois libere sobre a sua vida o significado total e o impacto desse nome, desejando que Deus forme essas características positivas de caráter na vida de seu filho (p.68-69).



















           
           
           




           







[1] Sinóticos. É um termo que designa os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas por conterem uma grande quantidade de histórias em comum, na mesma sequência e, algumas vezes, utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras.
[2] Sabbath. É um cerimonial judaico que ocorre toda véspera de sábado, em que os pais abençoam seus filhos.