Radio do Bloguer do capitão.

domingo, 25 de junho de 2017

A PERVERSÃO SEXUAL HUMANA

Introdução

Infelizmente, este é um dos temas contido tanto no Antigo como no Novo Testamento, entre outros, que muitos Pastores ou Líderes Eclesiásticos têm evitado pregar de seus púlpitos, principalmente por terem medo de perder muitos de seus membros e, com isso, colocar em cheque seu “ministério” ou diminuir muito em seus “salários”.
Outro motivo que poderíamos inserir aqui, diz respeito a terem adotado nas Igrejas (que estão sob sua liderança) duma certa liberalidade cultual (liturgia do culto) e comportamental (conduta e procedimentos, modos e modas, vestuários etc.), perdendo-se totalmente a reverência e o respeito que, aos nossos olhos, deve se ter quando nos colocamos diante da igreja (assembleia ou reunião de pessoas com a mesma fé, pensamento e opiniões), com o propósito único e maior de apresentar nossa adoração e louvor ao seu verdadeiro Senhor – Jesus Cristo.

1 Coríntios 11:1-3. Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo. E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim e retendes os preceitos como vo-los entreguei. Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem (varão), e o homem, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo.

O apóstolo Paulo deixa bem claro neste texto, que como ele seguia o exemplo de Cristo, adverte aos seus ouvintes e seguidores que eles também deveriam fazer o mesmo. Em nossos dias devemos adotar a mesma conduta, isto é, se o seu “Líder Espiritual”, representado pela pessoa do Pastor, está ensinando e pregando na igreja conforme a Palavra de Deus procure seguir o seu exemplo. O mesmo Paulo deixou registrado no livro de Hebreus, acerca da responsabilidade assumida por esses homens diante de Deus:

Hebreus 13:17. Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.

Cabe a nós, membros e ovelhas desses homens, ler e meditar diariamente na Sagrada Escritura, para que Deus possa nos dar entendimento e compreensão dessa leitura e, assim, acompanharmos o que esta sendo ensinado por eles.

Desenvolvimento:

Estaremos fazendo uso de um texto Bíblico básico para nosso estudo, mas recorreremos a outros contextos, para dar o embasamento com a devida argumentação, pois toda ela estará pautada na Palavra de Deus.

1 Coríntios 6:9-10. Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os fornicadores nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

Detalharemos a seguir, cada um dos comportamentos (condutas) apresentados no texto acima, para não restar nenhuma dúvida do leitor e do irmão em Cristo.

(...): nem os Fornicadores. A expressão tem origem na palavra fornicação, que comporta o seguinte significado: “pessoa não casada que mantém relação sexual com outra pessoa, sendo casada ou não”.

1 Timóteo 1:8-10. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usar legitimamente, sabendo isto que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas, matricidas e homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para tudo que for contrário à sã doutrina,
(...)
Efésios 5:5. Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.

(...), nem os Idólatras. O significado literal desta palavra quer dizer “aquele (a) que adora ídolos”. Precisamos fazer uma interpretação ampliativa aqui, inserindo que esses ídolos podem ser apresentados como sendo: bens e posses materiais, filhos, marido ou esposa, dinheiro, entre outros.

1 Samuel 15:23. Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.
(...)
Colossenses 3:5. Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
(...)
Apocalipse 21:8. Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.

(...), nem os Adúlteros. A expressão significa “pessoa casada (legalmente) que mantém relação sexual com outra pessoa que não seja o seu cônjuge”.

Mateus 15:19. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
(...)
Hebreus 13:4. Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão a prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.

(...), nem os Efeminados. Esta expressão significa “homem com a aparência ou modos femininos”, ou “muito delicado” e, ainda, “aquele que adquiriu aparência ou modos femininos”. Eu costumo dizer que está muito difícil encontrar o “homem natural”. E o que seria esse homem natural? Aquele que não tem muita vaidade, não é exagerado com o cuidado ao corpo; não tem muita delicadeza gestual (é mais bruto ao falar e gesticular), não é tão frágil e medroso; não se preocupa tanto com o vestuário e não tem frescura alguma quanto a comida. 

Romanos 1:22-23,25-27. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos, (...), e mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. (...). Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! (...). Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro.

(...), nem os Sodomitas. A expressão tem origem em Sodoma, uma das cidades destruídas por Deus, devido seus pecados horrendos (Gênesis 19:24-25). Sodomita quer dizer “homem ou mulher adepto ou praticante da perversão sexual licenciosa” (libertinagem ou depravação sexual). Esses adeptos são também conhecidos como “Prostitutos Cultuais”. 

Deuteronômio 23:17-18. Não haverá dentre as filhas de Israel quem se prostitua no serviço do templo, nem dentre os filhos de Israel haverá quem o faça; não trarás o salário da prostituta nem o aluguel do sodomita para a casa do Senhor teu Deus por qualquer voto, porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao Senhor teu Deus.

O Tabernáculo ou a casa de Deus no Antigo Testamento era um lugar santo, não podia haver entre seus seguidores quem adotasse tal conduta. No Novo Testamento, não foi diferente, o apóstolo Pedro chamou essas pessoas de “Filhos do Diabo”.

2 Pedro 2:1,14. Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição. (...).tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; engodando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição;

(...), nem os Ladrões. Pessoa que furta (ás escondidas) ou rouba (colocando a vítima em perigo) bens alheios, ou seja, que não lhe pertencem.

Deuteronômio 24:7. Se for descoberto alguém que, havendo furtado um dentre os seus irmãos, dos filhos de Israel, e tenha escravizado, ou vendido, esse ladrão morrerá. Assim exterminarás o mal do meio de ti.
(...)
Mateus 24:43. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.

(...), nem os Avarentos. Pessoa com desejo demasiado em adquirir e acumular riquezas. 2. Mesquinho. Aquele que não dá e nem ajuda outrem.

Efésios 5:5. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
(...)
Marcos 7:21-22. Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;

(...), nem os Bêbados. Pessoa que tem o hábito de embriagar-se diariamente (dependente químico ou alcoolista). 2. Ébrio. Pessoa que perdeu o controle sobre a ingestão da bebida alcoólica.

Provérbio 26:9. Como o espinho que entra na mão do ébrio, assim é o provérbio na mão dos tolos.
(...)
Isaías 28:1,3. Ai da vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim, e da flor murchada do seu glorioso ornamento, que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho. (...). A vaidosa coroa dos bêbedos de Efraim será pisada aos pés;

(...), nem os Maldizentes. Pessoa que fala mal dos outros. 2. Que tem má língua. 3. Difamador.

Provérbios 18:8. As palavras do difamador são como bocados doces, que penetram até o íntimo das entranhas.
(...)
1 Coríntios 5:11. Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for fornicador, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais.

(...), nem os Roubadores. Aquele que se apropria de bens alheios. 2. Salteador ou trapaceiro.

Mateus 21:12-13. Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores.
(...)
Lucas 10:30. Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.

Conclusão:

Vimos, ao manusear alguns textos Bíblicos sobre as condutas descritas em 1 Coríntios 6:10, que todas elas são abomináveis aos olhos do Senhor. Percebemos que muitas lideranças de igrejas estão brincando de servirem a Deus. Estão adotando ou permitindo que seus Membros ou Líderes de Departamentos, tenham condutas que não são aceitáveis por Deus e reprovadas também por sua Palavra:

Romanos 1:28,32. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm (...), os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam.
           

Não se engane meu irmão, “Deus não se deixa escarnecer” e não terá por inocente aqueles que conhecem a Sua Palavra e não a praticam. E pior ainda será para aqueles que estão á frente, na liderança de Igrejas ou de Departamentos, que deveriam ensinar corretamente o que diz a Palavra de Deus – a Bíblia, mas estão desvirtuando a Sã Doutrina. Essas pessoas estão dentro das igrejas vestindo uma “capa” de ovelha, quando na verdade, são verdadeiros “lobos” devoradores. Caso não se converta de seus maus caminhos, seu fim será terrível, pois estão enganando aos homens, mas não a Deus. Lembre-se: Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hebreus 13:8). 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

APRENDENDO A ORAR COM JESUS

Introdução:

            Muitas pessoas que já estão na caminhada cristã por longas datas, quando são convidadas a fazer uma oração, principalmente numa reunião familiar ou diante de um grupo de pessoas, se esquivam alegando que não sabem orar. Entretanto, sem querer, elas acabam acertando em sua fala, pois até mesmos os discípulos que andavam com Jesus durante todo o dia e por aproximadamente três anos e meio, pediram–lhe que os ensinassem.

Lucas 11:1. E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos.

Estas e outras pessoas acham que na oração é preciso usar de palavras eloquentes ou coloquiais e que, necessariamente, tem que ser muito prolongada. Temos que analisar, entre outras coisas, em que local, circunstâncias, qual o motivo e propósito da oração e em que ocasião (evento) se fará esta oração. Cada caso é um caso.          

Texto Básico: Mateus 6:9-13.

            Jesus, atendendo ao pedido de um de seus discípulos, deu a eles um modelo ou uma indicação de como deveria ser direcionada uma oração. Nesse sentido, iremos voltar um pouco no texto sugerido para abordarmos o tema.

Verso.5:  E, quando orares, não sejas como os hipócritas (...): Neste versículo, Ele orienta para que eles não cometessem o mesmo erro de alguns judeus religiosos, pois queriam “ser vistos” pelas pessoas quando estivessem orando. Eles se posicionavam em locais estratégicos para que fossem notados por outras pessoas. Jesus deixa bem claro, que estas orações não sobem como cheiro suave ao Senhor, pois o galardão que almejam, já receberam aqui na terra pelos homens (Mateus 6:5c).
            Temos que tomar muito cuidado e sermos cuidadosos com as coisas de Deus, pois existem pessoas que tem a “necessidade” de serem notadas e de estarem em “evidência”, caso contrário, elas não conseguem viver, pois precisa de autoafirmação o tempo todo (elogios, bajulação, atenção excessiva etc.).

Verso 6: Mas tu, quando orares, entra no seu aposento e, fechando a porta (...): Todo cristão deve ter um lugar reservado para seu Tempo a Sós com Deus (TSD), com o propósito de busca-lo, adquirir maior comunhão e intimidade com Ele. Jesus tinha seus lugares prediletos para ter uma intimidade com o Pai Celestial e, na maioria das vezes, ele se distanciava do tumulto e da aglomeração de pessoas indo para o Monte ou para um lugar Deserto.

Mateus 14:23. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar á parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
(...)
Marcos 1:35. E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.

1. Qual a Importância da Oração?

            A oração é o elo entre o homem e Deus. É por meio dela que nos dirigimos e se apresentamos a Deus. Através dela nos comunicamos com Ele. Ela pode ser feita de diversas maneiras: a) oração em secreto (Mateus 6:5-6); b) feita com Fé (Mateus 7:7-8); c) com sinceridade de coração (Hebreus 10:22); d) coletiva ou pública (Isaías 56:7); e) pode ser intercessora (Abraão – Gênesis 18:22-33;  – Êxodo 8:12-15 etc.).

 1.1  Em qual horário devo Orar?

Bem cedo: logo ao acordar, pois é nesse momento que pedirá a proteção e a benção do Senhor pelo seu dia. Não se esqueça de dedicar-Lhe o seu dia, Ele está no controle de tudo.
De tardinha: quando se aproxima o cair da noite, devemos agradecer-lhe por mais um dia de vida, de trabalho, livramentos e por suas infinitas misericórdias. Os judeus tinham o costume de orar, pelo menos, três vezes ao dia.

Daniel 6:10. Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia em seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer.

            Ao deitar-se: neste momento, além de agradecer a Deus pelo seu dia, agora deve colocar diante d’Ele sua noite de descanso, pedindo-lhe um sono reparador e revigorante, para poder enfrentar o amanhã.
            Em momento oportuno: em qualquer horário do dia (ou noite), quando você sentir ou perceber o impulsionar do Espírito Santo, impelindo-o a orar.

            Se procedermos assim em nossas orações diárias, temos grandes possibilidades de que nossas petições sejam totalmente respondidas por Deus e, ainda, com o privilégio de podermos sentir sua presença conosco.

1.2 Em qual lugar devo Orar?

Em todo e qualquer lugar, desde que você tenha a possiblidade de glorificar o Nome do Senhor, podendo ser no local de trabalho, dentro do ônibus, na igreja, na rua, em casa, na escola ou faculdade. Não é necessário fazer alarde para demonstrar para as pessoas que você está orando (lembre-se dos Fariseus!).
Acredito que você conhece a história de Ana, esposa de um homem chamado Elcana (1 Samuel 1:2, 12-13), ela não abria a sua boca, somente movia seus lábios ao orar, mas Deus ouviu sua oração e lhe deu o filho tão desejado.
Passemos agora a dar continuidade aos comentários do Texto Básico do Livro de Mateus, a partir dos versículos 7—13:

Verso 7: E, orando, não useis de vãs repetições (...): a oração não pode ser algo decorado, sempre pedindo as mesmas coisas e usando das mesmas palavras. Apresente-se diante do Senhor e peça que Ele (o Espírito Santo) conduza suas palavras em oração. Se derrame aos pés do Senhor.
            Nesta oração modelo, Cristo apresentou aos seus discípulos, as áreas de interesse que não podemos deixar de incluir em nossas orações. A oração do Pai Nosso é universal, contendo três petições alusivas a Santidade e a Vontade de Deus e, também, outras três que dizem respeito as nossas necessidades pessoais.

Verso 9: Pai Nosso (...): ela tem início envolvendo a adoração que deve ser direcionada ao Pai Celestial. Primeiro como nosso Pai, Ele nos ama, cuida e deseja que tenhamos comunhão e intimidade com Ele. Segundo como o Deus-Pai, não significa que irá tolerar a nossa conduta pecaminosa ou a prática do mal, mas que irá nos disciplinar e aplicar a correção, pois Deus é santo, por isso Ele se opõe terminantemente ao pecado. Portanto, como nosso Pai Celeste, Ele pode tanto abençoar como castigar ou reter. Sua forma de lidar conosco estará na dependência de nossa Fé e de nossa Obediência a Ele e a sua Palavra.
            Santificado Seja (...): não somente em nossa oração, mas também em nossas vidas, devemos concentrar nossa conduta diária na santificação do nome do Senhor. Temos que zelar com a reputação de Deus, de seu Evangelho, do seu Reino e de sua Noiva – a Igreja.  Quando nos desviamos dos caminhos do Senhor e pecamos, expomos de forma vergonhosa e pública o seu Nome e a Sua Santidade.

Verso 10: Venha o teu Reino (...): todo cristão deve deter-se em sua oração pelo desejo da volta de Cristo e pelo estabelecimento em definitivo de seu Reino, isto é, pelo novo céu e pela nova terra. Em se realizando este estabelecimento, implica dizer que haverá a operação do poder de Deus entre o seu povo e a aniquilação de satanás e de suas obras malignas.
            Seja feita a tua vontade (...): ao orarmos assim, estamos dizendo para Deus que desejamos com sinceridade de coração que a sua vontade impere sobre as nossas. O próprio Jesus, filho de Deus disse: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice (sofrimento e morte)”. No entanto, logo em seguida, Ele disse: “(...); todavia, não seja o que eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26: 39).

Verso 11: O Pão Nosso (...): neste versículo, dá-se início as petições sobre as necessidades cotidianos do homem. Nós, cristãos, precisamos aprender a orar pelo nosso sustento, mas tomando por base alguns princípios Bíblicos importantes; a saber:

        a) nosso pedido deve estar alinhado a vontade de Deus: além disso, essa petição tem que estar focada na glória de Deus, pois tudo deve ser para sua glória (1 Coríntios 10:31; 1 João 5:14-15);

1 João 5:14-15. E esta é a confiança que temos nele; se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele vos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.

     b) conforme for a sua petição, Deus irá demonstrar o seu amor Paternal: Ele sente prazer quando seus filhos pedem aquilo que é de suma importância para suas vidas, mas se entristece quando pedem coisas supérfluas.

      c) ela deve estar alinhada visando suprir as suas necessidades básicas: se Deus tem lhe proporcionado condições para que você consiga o sustento de sua família, deve também pedir-lhe para que possa fazer boas obras, ou seja, cumprir com seus deveres cristãos (ajudar aos necessitados);

1 Timóteo 6:7-8. Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada poderemos levar dele. Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contente.  

     d) peça para si, somente depois de ter dado fielmente a Deus e a seu próximo: a contribuição com a obra de Deus e aos necessitados (próximo) é uma prova de nossa Fé e de Amor cristão. Devendo ser feita de forma voluntária e com alegria (2 Coríntios 9:6-7).

Verso 12: Perdoa as nossas (...): não podemos esquecer-nos de nomear nossos pecados quando estivermos orando. Embora Deus saiba de tudo, pois é onisciente, lhe dá prazer quando assim procedemos.

1 João 1:9. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
           
            Da mesma forma que pedimos a Deus para que possa perdoar os nossos pecados, devemos também perdoar aqueles que nos tem ofendido e nos fazem mal.

Verso 13: Livra-nos do Mal: todo cristão que busca seguir cabalmente os mandamentos do Senhor são alvos especiais das investidas de Satanás. Por esse motivo, devemos estar vigilantes e não nos esquecermos de orar a Deus, para que nos livre do seu poder e de seus ardis e ciladas.

Lucas 11:24-26. Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso, e não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então, vai e leva consigo sete espíritos piores do que ele; e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.

A vitória do cristão sobre este mal e Satanás, virá em decorrência de sua plena comunhão e consagração a Deus, aliado ao emprego dos meios da graça que nos são concedidos por meio de Cristo (Efésios 6:11-12). Essa batalha é travada diariamente pelo cristão, indo além do campo físico (ou material), pois se enquadra num conflito de ordem espiritual contra o mal.
Alguém já disse que “temos que matar um leão a cada dia”, Dito noutras palavras, ela é contínua e vai até o dia em que o cristão alcançar a vida eterna – o porvir: “Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento a obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:4-5).
Portanto, irmãos e leitores, as únicas armas adequadas para enfrentarmos e desmantelarmos os ardis de Satanás, suas injustiças e seus falsos ensinos, são aquelas que Deus tem nos dado, pois elas são oriundas do céu, isto é, são espirituais (Efésios 6:10-17; 1 Tessalonicenses 5:8-10).

Conclusão:

            Não existe nas Escrituras Sagradas (Bíblia), um momento estipulado ou um número determinado de orações diárias. Precisamos seguir as instruções de Jesus que nos manda “Vigiar e Orar” constantemente (Mateus 26:41).  São elas que nos aproximam de Deus e nos colocam em verdadeira intimidade e comunhão com Ele. Quanto mais pertos estivermos do nosso Senhor, mais protegidos estaremos do pecado, das tentações e da queda.

Fonte:

1. ALMEIDA, José Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
2. BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1999.
3. GRECCO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2005.
4. LINHARES, Jorge. Conhecendo a Bíblia. Revista Primeiros Passos na Fé. Editora Central Gospel, 2010.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

TSE: VITÓRIA COM SABOR DE DERROTA!


            Gostaria de iniciar este artigo lhe fazendo uma pergunta: você tinha dúvida de que o julgamento da chapa Dilma-Temer, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria outro resultado senão sua absolvição? Se tinha esperança dum outro resultado, isto é, de que a Dilma perderia seus direitos políticos e que Michel Temer seria afastado da Presidência da República, sinto muito em dizer-lhe: ou você não é brasileiro e não acompanha a conduta de nossos  políticos, ou também não deve acompanhar os julgamentos feitos por nossas autoridades jurídicas, concedendo aos réus da classe política e, em alguns casos, de empresários brasileiros, a cumprir sua pena numa prisão domiciliar “terrível” - um luxuoso arranhacéu numa avenida badaladíssima de São Paulo ou numa gigantesca mansão de propriedade do próprio denunciado. Que dureza deve ser cumprir uma pena desta; hem!!!
          Quero me apropriar de um jargão usado por Boris Casoy, âncora de um programa jornalístico, que é muito oportuno para o momento: “Isso é uma vergonha”. Quando houve a indicação dos ministros, Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, feitas pelo próprio Presidente, para composição das autoridades que iriam julgar a cassação da chapa, de plano, dava para vislumbrar qual seria seus votos. Não deu outra! votaram pela absolvição.
          Quanto ao voto do Presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, não restava duvida de que seria contrario a cassação. Restava saber, de quem seria o quarto voto pela absolvição para juntar-se aos três? Não demorou muito para sabermos. No momento da leitura do relatório, feita pelo ministro Herman Benjamin (relator), percebeu-se a inclinação do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, por meio das interrupções durante a leitura e pelo afloramento de vaidades entre eles, e, ao final, confirmou-se o já esperado: 4 votos pela absolvição e 3 votos pela cassação da chapa. Os vencidos foram os ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Herman Benjamin, o relator.  
          Percebeu-se claramente a arrogância , inquietação e a soberba do Presidente do TSE durante o julgamento. O jornalista Antônio Carlos Leite, escreveu sobre sua postura: “(...), quase ao final de seu voto desprezível a favor da chapa Dilma-Temer, ele, com aquele ar de mestre rabugento, ergueu professoralmente o dedo indicador e alertou os brasileiros: fiquem maiores”. Leite acrescentou que: “a estatura moral  e a sapiência do ministro conseguiram arrastar o Poder Judiciário para a mesma vala do descrédito já habitada pelos poderes Legislativo e Executivo. A justiça brasileira virou piada nas redes sociais” (Jornal Metro, 12/06/17).
      Muitas autoridades políticas ou grandes empresários brasileiros, que foram denunciados em outras operações desenvolvidas pela Polícia Federal, conseguiram se safar. Uns com a benesses da Legislação Brasileira (Penal ou Eleitoral), tomaram a atitude de renunciar o cargo que ostentavam, pois assim, podem ter a possibilidade de assumir outros cargos públicos posteriormente. Quanto aos “Mega” empresários, sua banca de renomados advogados conseguiram sua absolvição ou o direito de cumprir a pena de forma mais branda (prisão domiciliar).
      Se pesquisarmos um pouquinho, veremos que alguns nomes dos que foram denunciados na Operação Lava Jato, já o foram também em outras operações. Não se indignes e não fiques com sua alma abatida e amargurada, pois pessoas com “esse tipo de conduta”, mais cedo ou mais tarde serão “desmascaradas”, pois, “um abismo (poderia substituir por: uma corrupção, um deslize ou fraude) chama outro abismo” (Livro de Salmos 42:7).
         Estamos vendo isso acontecer agora, quando o juiz Sergio Moro, em sua sentença condenatória contra o ex-governador do estado do Rio de Janeiro (14 anos e 2 meses), disse: sua conduta era de uma “ganância desmedida” (Jornal Metro, 14/06/17). Portanto, não se espantem, “muitas falcatruas” ainda surgirão no transcorrer desta operação e de outros desdobramentos da mesma”. O ser humano é ganancioso e sempre vai querer mais.
         Pela panorâmica vivida pela politica atual no Brasil (perversão pessoal e profissional, e uma crise social, moral e ética), não é possível saber até que ponto esta “absolvição” da Chapa Dilma-Temer pode ser comemorada. As provas foram muito contundentes e, segundo o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Fernando Pereira: “quem cometeu essas ilicitudes (crimes, deslizes e fraudes) pode ser responsabilizado criminalmente”.
        É bem provável que muitos brasileiros ficaram indignados com o resultado (inclusive eu), pois tornou-se pratica comum dos “denunciados” ou “possíveis infratores da Lei”, dizer, por exemplo: “não conheço essa pessoa; nunca estive com ela; não tenho conta no exterior; nunca usei o avião, helicoptero ou o iate dele; não está em meu nome o apartamento, terreno ou sitio, pois não comprei nem  ganhei de presente”.
       Tempos depois, surgem provas incontestáveis; tais como: áudios (escutas telefônicas dos acordos); vídeos (filmagem de câmaras ou celulares) e imagens fotográficas. E elas não mentem. Além das testemunhas; que no direito costumam ser chamadas de “as prostitutas das provas”. Estas, por se tratarem de seres humanos, podem mentir; ainda mais se tiverem vantagens pecuniárias (em malas de dinheiro ou propriedades) ou a redução de pena (delação premiada).
      Talvez, quem sabe, seria melhor e diminuiria o descrédito dessas autoridades politicas e públicas, se assumissem logo o seu erro, haja vista que alguém já disse e está sendo comprovado a cada dia que: “todo homem tem seu preço”. Ou ainda, que “o poder corrompe as pessoas”. Fica aqui a nossa sugestão! 


EDUARDO VERONESE A SILVA
Professor de Educação Física
Bacharel em Direito
Pós-graduado em Direito Militar

segunda-feira, 12 de junho de 2017

O VERDADEIRO E BOM PASTOR

JOÃO 10:1-3

 Introdução    

Tive a honra e o privilégio de estar neste domingo (11/06/2017) com a minha família, data em que foi comemorado o Dia do Pastor, na Igreja Batista Betel, no bairro Alvorada – município de Vila Velha/ES. Os Pastores dessa igreja, por intermédio de uma de suas ovelhas, que trabalhou comigo em escolas de Cariacica, me convidou para ministrar uma Palavra a Eles e aos Seus membros, sobre este dia especial.  
O texto Bíblico escolhido, não poderia ter sido outro, senão o Evangelho de João 10:1-3, haja vista que ele faz referência à pessoa majestosa de Jesus Cristo, como o único e verdadeiro Pastor, mas que “deu” as Igrejas da terra, homens valorosos e “ungidos” para representa-lo diante de seus seguidores.

João 10:1-3. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta do redil das ovelha (curral), mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora.

            Jesus Cristo, como o Bom Pastor, cuidou e tem cuidado zelosamente de suas ovelhas (seguidores), alimentando-as em pastos verdejantes (instruindo-as na Sã Doutrina) e usando, em grande parte de seus discursos de Parábolas, isto é, narrativas curtas em que abordava a realidade geográfica, cultural e laborativa de seus ouvintes, para ensinar-lhes uma verdade Moral ou Espiritual.

Lucas 12:16-21. E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância. E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens, e direi a minha alma: alma, tens em depósito muito bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhes disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?  Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

Nesta passagem Bíblica, Ele utilizou para ilustração a figura de um homem rico, para mostrar aos seus ouvintes a sua tamanha insensatez. No entanto, poderiam ser tantos outros, como sendo pescadores, agricultores, camponeses, pastores de ovelhas, pobres, viúvas e necessitados, entre outros. Esta linguagem figurativa e familiar, em muito contribuía para a compreensão perfeita de sua Mensagem.

1. Contexto Histórico:

            Segundo registro contido nas Sagradas Escrituras, o pastorear ovelhas e o lavrar da terra, são as primeiras e mais antigas funções ou tarefas realizadas pelo homem: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. E teve mais a seu irmão, Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra” (Gênesis 4:1-2).
Além de Abel, também foram pastores Abraão, Isaque, Jacó e os Doze Patriarcas: “Então, disse Faraó a seus irmãos: Qual é o vosso negócio? E eles disseram a Faraó: Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais” (Gênesis 47:3).
A Palestina estava situada na Ásia, entre a região norte da Fenícia, ao sul do Mar Morto, ao ocidente do Mar Mediterrâneo e ao oriente do deserto da Síria. Nesta época e região, havia muitas ovelhas e cabras que eram cuidados por pastores. Estes homens percorriam longas distâncias em busca de água e pastagens; além de terem que passar longos dias com seu rebanho nesta empreitada.
            Em aproximando a chegada do anoitecer, construía um curral (redil) com muros de pedras, colocando-se nele uma porta. Com esta atitude, procuravam proteger suas ovelhas dos lobos e feras selvagens. Além disso, precisavam fazer um revezamento entre eles, para ficar a noite inteira de vigília.
Normalmente, não poderia faltar ao pastor de ovelhas: um alforje (bolsa ou saco duplo), cajado e uma funda com algumas pedras. O primeiro elemento era usado para levar alguns mantimentos; o cajado tinha várias utilidades, entre elas, a) apoiar o seu corpo na caminhada sob o calor e a geografia local; b) se preciso fosse, enfrentar animais em ataques as ovelhas e, também, resgatar alguma ovelha que viesse a cair em algum despenhadeiro (buraco).

Quanto a funda, geralmente os pastores eram exímios atiradores de pedras com esse armamento; lembra-se do caso de Davi, quando enfrentou o soldado filisteu de nome Golias? 
           
1 Samuel 17:34-35,40,49. Então, disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e tomava uma ovelha do rebanho, e eu saia após ele, e o feria, e a livrava da sua boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da harpa, e o feria e o matava. (...). E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco pedras (seixos) do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia (...); e lançou mão de sua funda e foi-se chegando ao filisteu. (...). E Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa; e a pedra se lhe cravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra.
             
            Esta narrativa é fascinante, pois enfatiza a questão de julgarmos as pessoas pela aparência e, ao mesmo tempo, desprezar aquilo que foi dito por aquela que “foi tida” como a mais fraca, ou seja, não deu crédito ao servo do Deus Altíssimo, por isso pagou com a própria vida.

2. Requisitos Indispensáveis de um Pastor:

            Neste tópico, gostaríamos de enfatizar que os Títulos que são usados e atribuídos a Liderança das Igrejas ditas Cristãs ou Evangélicas, na atualidade, nem sempre condizem com a realidade descrita na Palavra de Deus, isto é, foram criados para ordenar melhor as funções e atribuições no exercício ministerial  e litúrgico de cada denominação.
Portanto, quando inserimos neste título; requisitos (...) de um Pastor; subentenda-se também, Evangelista, Presbíteros (igual a Ancião na igreja do Novo Testamento), Diácono, Bispo, Padre...: “E os que prenderam Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos” (Mateus 26:57).
Num primeiro momento, nos apropriaremos do texto contido no Livro de Atos dos Apóstolos 6:3,  para listarmos alguns desses requisitos:

a) Boa Reputação: precisa ser uma pessoa em que sua conduta e o seu testemunho seja aprovado dentro e fora da igreja e em todas as áreas de sua vida – conjugal, familiar, social e profissional (1 Timóteo 3:1-5).
1 Timóteo 3:7. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do dia.

b) Cheio do Espírito Santo: um dos entendimentos a esse respeito consiste de que eles devem apresentar evidências de que são, estão e permanecem fielmente sob a influência do Espirito Santo em suas atitudes.

Atos 11:24-25. Porque era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de Fé. E muita gente se uniu ao Senhor. E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.

c) Ter Sabedoria: não é a sabedoria (conhecimento ou inteligência) adquirida em bancos escolares ou pelos títulos acadêmicos que possui, mas aquela que provém diretamente do alto – de Deus. E como escreveu Salomão; “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 1:7).

            Percebe-se então, que o título de Pastor não é meramente um cargo eclesiástico, mas sim um Ministério ou Sacerdócio. Sendo assim, os Pastores atuais devem exercer esse ministério ao instruir, proteger, cuidar e restaurar suas ovelhas (membros da igreja).

3. Aprovação do Ministério Pastoral:

            Existem ainda, embora não sejam muitos, homens que verdadeiramente foram “Chamados” a Pastorear as ovelhas do Senhor e continuam atuando da mesma forma de quando receberam este chamado (fiéis a Sã Doutrina), mas, infelizmente, muitos se “corromperam” e desviaram-se dos verdadeiros alicerces da Palavra de Deus.

3.1 A valorização ou aprovação do Ministério de um Pastor, não se mede por:

. Popularidade: Ela é medida ou aferida por seu Caráter e Fidelidade a Deus e à Sua Palavra (João 6:66-67);

. Homens Imperfeitos e Mortais: Ela vem do próprio Deus: “E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência (conhecimento) e com inteligência” (Jeremias 3:15);

. Tamanho da Igreja ou pelo número de seus membros: nós, seres humanos, costumamos julgar as coisas e ás pessoas por sua aparência (exterior), mas Cristo olha primeiro para o interior – o coração (1 Samuel 16:7);

. Salário que recebe da igreja: ele é aprovado pela excelência com que serve e cuida de suas ovelhas, pois sabe que as tratando bem, é como se estivesse fazendo ao próprio Cristo.

Mateus 25:35-40.: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e me vestistes; adoeci, e visitaste-me, estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? (...). E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

. Preparação de Belos Sermões: não adianta nada montar um sermão com palavras eloquentes ou dizer apenas aquilo que seus ouvintes gostam ou querem ouvir. É necessário pregar o Verdadeiro Evangelho e a genuína Palavra de Deus. Ela por si só e com a operação do Espírito Santo, irá confrontar os pecados do povo. E, quem sabe, possa haver arrependimento, confissão de pecados e novas vidas alcançadas por Cristo.

Portanto, o bom e verdadeiro Pastor:

            a) Dá a vida por suas ovelhas: Ele se espelha em Jesus Cristo, que deu sua vida por nós pecadores. Sua dedicação é exclusiva para elas: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11).
        b) É seu Vigia e Protetor: ele é o muro de proteção do curral das ovelhas, pois está sempre á disposição delas para ajuda-las e orientá-las: “Como pastor, apascentará o seu rebanho, entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço (colo), as que amamentam, ele as guiará mansamente” (Isaías 40:11).
             c) É o Exemplo do Rebanho: ele é e deve ser um exemplo a ser seguido por suas ovelhas, pois deve sempre estar sendo guiado por Cristo: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, nem por torpe ganancia, mas de animo pronto, nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pedro 5:3).

            d) Conhece suas ovelhas pelo Nome: ele sabe todas as coisas sobre suas ovelhas e não somente o seu nome, como também conhece a sua voz: “Mas, agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel, não temas, porque eu te remi; chamei-o pelo teu nome; tu és meu” (Isaías 43:1).

Conclusão:

            Procuramos trazer neste pequeno artigo ou sermão, algumas das características que devem sobressair na pessoa do Pastor da Igreja. No entanto, para concluir, vale ressaltar duas características peculiares das ovelhas em geral: São Mansas: elas são tão dóceis que são incapazes de se defender de seus predadores; São submissas: por conhecerem a voz de seu pastor, assim que ele as chama pelo nome, logo lhe obedecem. Quão bom seria e quanto evitaríamos o desgaste de nossos Pastores, se eu e você possuíssemos essas duas características das ovelhas. Podemos pedir ao nosso Bom Pastor – Jesus Cristo, que trabalhe em nossos corações e transforme nossas vidas, para que venhamos a adquiri-las. Amém!

sexta-feira, 9 de junho de 2017

COMO VENCER AS TENTAÇÕES?

Introdução:

            Muitos líderes de igrejas evangélicas, quaisquer que sejam suas denominações, costumam propagar uma mensagem de que a vida cristã é um “mar de rosas”, isto é, que em/com Cristo só haverá “Amor” e tempos de “Prosperidades”.
Infelizmente, tenho que dar-lhe a notícia de que esses homens (ou mulheres) estão passando outro tipo de Evangelho - ele é anátema (amaldiçoado), estão dizendo de forma leviana de que há “Paz, paz, quando não há paz” (Jeremias 6:14).
  Na verdade, o autor e consumador de tudo que há e existe na face da terra e, também, da Sã Doutrina, disse que: “Não cuideis que vim trazer a paz a terra, não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34). Em outra passagem Bíblica Ele reitera, dizendo:

João 16:32-33. Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos (perseguidos), cada um para sua casa (ou País), e me deixareis só, mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tendes bom animo, eu venci o mundo (acréscimo nosso).

            As citações Bíblicas acima trazem uma Mensagem única da parte de Deus – o Pai, e de Jesus Cristo – seu Filho, de que os seus seguidores - os Cristãos, teriam momentos conflituosos neste mundo, de grandes aflições e de perseguições por causa do Evangelho. No entanto, diz também, que se eles permanecerem firmes e constantes, terão a Paz do Senhor em seus corações.

Texto Básico 1: Gênesis 39:7-12. José é Tentado pela Esposa de Potifar.

A narrativa em destaque faz referência ao assédio sexual sofrido por José, pela esposa de Potifar, chefe da guarda do Faraó do Egito, que o comprou como seu escravo. No entanto, ele resistiu a tentação e fugiu de sua presença. Por sua atitude, ela nada satisfeita por ter sido rejeitada, inventou uma grande mentira e o levou a prisão. Todo pecado, inclusive aquele contra a integridade do casamento (adultério) é, sobretudo, um pecado contra o próprio Deus.

Salmo 51:4-5. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a seus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.

            O rei Davi cometeu o pecado de adultério e de homicídio, e tentou encobri-los ao povo. No entanto, Deus não o permitiu, usou o profeta Natã para repreendê-lo. Ele teve que aprender a duras penas, que este tipo de pecado – o adultério pode lhe trazer consequências graves e o julgamento contínuo. Ele reconheceu o seu abominável erro, arrependeu-se e foi perdoado por Deus.
Entretanto, as consequências desse ato pecaminoso alcançaram tanto a Ele como a sua Família: “Porque, pois, desprezastes a palavra do Senhor, fazendo mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste a espada, e a sua mulher tornaste por sua mulher; e a ele mataste a espada pelos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher” (2 Samuel 12:9-10). Nesse sentido, vejamos quais foram o resultado de seu pecado:

1º -  Foi gerado uma criança dessa relação adúltera, mas veio a óbito (2 Samuel 12:14-18);
 2º - Seu filho Amnon estuprou sua irmã Tamar (2 Samuel 13:11-15);
 3º - Absalão matou seu próprio irmão Amnom (2 Samuel 13:23-32);
 4º - Absalão é morto por Joabe, chefe do exército de Davi, seu pai (2 Samuel 18:9-15);
 5º - Adonias, o filho mais velho de Davi, é morto por seu filho Salomão (1 Reis 2:19-25).

Vimos nessas passagens Bíblicas que se cumpriu o que Deus disse que aconteceria ao rei Davi, por ter cometido o pecado de adultério com Bate-Seba, esposa de Urias, o heteu, e, ainda o de homicídio, por ter mandado matar Urias, seu marido.
A palavra de Deus condena veementemente o pecado de adultério, haja vista que ele: a) Promove a transgressão da Lei Moral de Deus, conforme descrita no Decálogo: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). E também o que disse Jesus ao proferir o Sermão do Monte: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não cometerás adultério” (Mateus 5:27). Algumas pessoas dizem que tudo o que está escrito no Antigo Testamento é passado, ou seja, era para aquela época e povo, e que não precisamos mais cumprir.
Eles argumentam que estamos vivendo o período da graça e que Jesus Cristo é amor (está frase está correta), isto é, estamos sujeitos ao Novo Testamento (NT) ou a Nova Aliança. Por certo, eles estão redondamente enganados, pois se esqueceram de que o NT é mais severo do que o Antigo Testamento (AT), pois o Nosso Deus também é Fogo Consumidor (Hebreus 12:29).
E o próprio Jesus Cristo disse no Livro do Evangelista Mateus 5:28: “Eu porém, vos digo que qualquer que atentar (olhar) numa mulher para a cobiçar (a desejar), já em seu coração cometeu adultério com ela” (acréscimo nosso). b) A Lei do Antigo Testamento esse pecado era punido com a Pena de Morte: “(...) o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” (Levítico 20:10). c) Acarreta graves consequências como vimos o exemplo do rei Davi. Alguns teólogos o enquadram como sendo um “Crime Hediondo”, inclusive o adúltero levará o seu opróbrio (vergonha, desonra) por toda a sua vida. Ele sempre será lembrado e nunca se apagará.

Neemias 13:26. Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar.
(...)
1 Reis 15:5. Porquanto Davi tinha feito o que era reto aos olhos do Senhor e não se tinha desviado de tudo o que lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o heteu (grifo nosso)

Podemos dizer, sem sombras de dúvidas e medo de errarmos, que houve uma grande diferença entre o pecado de Davi, embora gravíssimo aos olhos de Deus e de Sua Palavra; e o cometido por seu filho – Salomão. Este, pensou, planejou e colocou em execução a prática do pecado sexual com várias mulheres, com o propósito de aumentar o seu poder territorial, prestígio político e poder bélico (armamentista).
Quanto a Davi, seu pai; pode-se dizer, que foi um acidente de percurso, ou seja, não teve a intenção de pecar (não pensou e nem planejou), mas não soube resistir a tentação e o consumou (o executou). Esse pecado hediondo chamado adultério torna-se mais agravado, quando é cometido pelo povo de Deus, principalmente quando o seu agente é o Líder da Igreja – o Pastor, o Sacerdote, o Padre, o Bispo etc.:

Jeremias 5:28-30. Engordam-se, alisam-se e ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa dos órfãos, para que eles prosperem; nem julgam o direito dos necessitados. Não castigaria eu estas coisas? – diz o Senhor; não se vingaria a minha alma de uma nação como esta? Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; e que fareis no fim disso?

Esse texto do profeta Maior Jeremias (AT), deixa de forma bem clara a perversão do povo de Deus (a prática da imoralidade moral e sexual), principalmente de sua liderança. Alguns teólogos classificam esse pecado como sendo “adultério espiritual”. Por isso, Deus os entregou para serem levados cativos por outra nação.
Registro parecido sobre a atitude corrupta de Líderes do Povo de Deus, encontramos também no Livro de Romanos (NT), ao qual destacamos o versículo 28, de seu capitulo 1: “E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso (demoníaco, nocivo), para fazerem coisas que não convém” (acréscimo nosso).

Texto Básico 2: 1 Timóteo 6:11-12. Exortações Gerais.

Verso 11. Mas tu, ó homem, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão (grifo nosso).
             Para saber de quais coisas o apóstolo Paulo está advertindo o povo para fugir, devemos voltar para o versículo 9, desse mesmo capítulo, onde obteremos a seguinte resposta: “Mas os que que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1 Timóteo 6:9).
             Eles estavam sendo alertados aqui neste texto (e é para nós também), para o fato de que se focarmos nossos pensamentos e intenções no acúmulo de riquezas e bens materiais, isso poderá nos levar a tentações da carne e a ruína (pessoal, familiar, profissional, moral e espiritual).
O termo concupiscência tem origem no idioma latim “concupiscens” que significa "o que tem um forte desejo ou um desejo exagerado". Nós, que estamos em Cristo, devemos buscar as coisas celestiais (espirituais): O mesmo Paulo alertou os seus seguidores, ao dizer: “(...), andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5:16).

Verso 12. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna (...): Esses dois termos usados pelo apóstolo Paulo neste versículo, tem origem no idioma grego que tem como significado “agonizar”. Ele está dizendo ou interpreta que a vida cristã é como se fosse uma verdadeira batalha, uma luta intensa que requer muita determinação e lealdade a Cristo, para enfrentarmos nossos adversários. Nós temos, no mínimo, três adversários ferozes, a saber: o mundo (a corrupção humana), a carne (o corpo ou o pecado) e satanás (o diabo e suas hostes).
           O mundo: no livro de Tiago está escrito: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Ele diz mais: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 1:27; 4:4).
A Carne: o termo tem origem tanto no idioma hebraico como no grego. Do grego - Sarx significa a substância externa do corpo que cobre nossos ossos e é permeada com sangue, tanto de seres humanos como de animais. E ainda, o corpo duma pessoa em sua forma natural ou física, com a ideia de nascido por geração natural e da natureza sensual do homem. Noutras palavras, a natureza humana decaída pelo cometimento do pecado original praticado por Adão e Eva. Por isso, “todo ser humano pecou e está destituído da glória de Deus” (Romanos 3:23). Sendo assim, devemos fugir do pecado, para não contaminarmos a carne: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes (ceder a tentação) em suas concupiscências” (Romanos 6:12).
Satanás: no idioma hebraico esse termo significa “adversário”. E diabo no idioma grego, significa “caluniador”. Ele é terrível e usa de todas as estratégias e artimanhas para nos tirar da presença do Senhor e nos matar (física e espiritualmente): “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). Ele tem poder e se o Cristão der “brecha”, ou seja, não ser vigilante, ele irá executar sua maior especialidade: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir” (João 10:10).
            O mais importante irmãos, é que Cristo é fiel e está sempre de braços abertos para nos socorrer, proteger do perigo e nos livrar das tentações “Não veio sobre vós tentação, senão humana, mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13).
Gostaria de fazer uma analogia (comparação) bem interessante entre o cometimento do pecado e o cometimento de um delito (crime penal), pois poderemos perceber que ambas as ações são muito parecidas.
          *A Transgressão da Lei Divina: vamos ver os passos ou as fases para o cometimento da transgressão da Lei Divina chamada de adultério: 1º - olhar com intenção; 2º - cobiçar ou desejar sexualmente uma mulher e; 3º - o ato não precisa ser consumado para configurar o delito (não precisa ocorrer à conjunção carnal entre eles).
Jesus Cristo disse em Mateus 5:28: (...) qualquer que “atentar” numa mulher. Essa expressão tem vários significados, entre eles: olhar, reparar, notar, observar e contemplar. Vou me apegar a este último. Contemplar significa “olhar fixamente ou com admiração”. Ou ainda, olhar com muita atenção e cuidado.
Logo, subentende-se dessa fala de Jesus, que o olhar para esta mulher denota uma fixação por um tempo prolongado e com segundas intenções. E Ele continuou dizendo: (...) olhar para a cobiçar (...): a desejar de forma exagerada. E, em alguns casos, de forma obsessiva (continua ou insistente). Portanto, podemos ver como se dá o início desse pecado e a sua consumação registrada em Tiago 1:14-15:

Tiago 1:14-15. Mas cada um é tentado, quando atraído (atentar ou olhar fixamente) e engodado (enganado) pela sua própria concupiscência (desejo sexual desenfreado). Depois, havendo a concupiscência concebido (fecundado ou gerado), dá a luz o pecado (inicia-se a execução): e o pecado, sendo consumado (executado de forma plena) gera a morte (física e espiritual).  

*A Transgressão da Lei Humana (Direito Penal): ela apresenta as fases para a configuração do crime, sendo:
            1º - Cogitação: é a ideia ou a pretensão de cometer o crime (ainda não houve o planejamento). Está por enquanto apenas no pensamento. Hans Welzel a chama de fase interna[1];
2º - Preparação: são os atos que antecedem a execução, ou seja, ultrapassou a fase do pensamento ou da ideia e inicia-se o planejamento para a execução do crime;
3º - Execução: começa a fase de execução do crime, não importando aqui se irá concluir totalmente a ação delituosa, só pelo fato de ter iniciado, já é passível de punição (a consumação);
4º - Consumação: quando o crime é executado de forma plena, isto é, o infrator conseguiu o resultado almejado. Welzel a denomina de fase externa;
5º - Exaurimento: é quando o infrator se aproveita do resultado desejado e comete outro ato delituoso, sem que o tivesse planejado. Por exemplo; ele mata a pessoa que queria (o homem), mas este estava acompanhado de uma mulher, aproveita a ocasião e a situação e a estupra.
             Comparando os dois textos acima, com os acréscimos inseridos dentro dos parênteses, observamos algumas semelhanças quanto a violação de ambas as leis: a de Deus (Divina) e a Penal (Humana).

Conclusão:
             Portanto, irmãos e leitores, todos nós estamos sujeitos a sofrermos tentações. O grande diferencial estará pautado na atitude a ser tomada por nós. Aquele que resolver confiar em suas próprias forças é bem provável que não resistirá e irá ceder ao pecado (lembre do rei Davi). De forma oposta, aquele que depositar sua confiança na força e no poder do Senhor, obterá vitória (lembre-se de José).
Efésios 1:19. “E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força de seu poder”. Somente dessa forma, nós – os Cristãos, obteremos vitórias sobre as tentações deste mundo e das investidas de nosso adversário – satanás.           

Fonte:

1. ALMEIDA, José Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
2. BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 1999.
3. GRECCO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2005.
4. LINHARES, Jorge. Conhecendo a Bíblia. Revista Primeiros Passos na Fé. Editora Central Gospel, 2010.

[1] Hans Wetzel, direito penal alemão, 2005.