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segunda-feira, 30 de maio de 2016

O HOMEM COBRA E A MULHER POLVO

TIBA, Içami. Homem cobra, mulher polvo: entenda as diferenças e seja muito feliz. São Paulo: Gente, 2004.

1  . MENTES E ALMAS:

Chamo de mente todo processo mental que rege conscientemente o que sentimos e fazemos. Mas nem tudo é regido pela mente, e sim pela alma, na qual emprego significado desprovido de conceitos religiosos, morais, científicos ou metafísicos. Para mim alma é parte desconhecida da consciência que nos faz perceber o que sentimos e fazemos somente depois que sentimos e fazemos.

2  .  FÊMEA E MACHO:

Uso esses conceitos para me referir ao funcionamento do ser humano segundo seu determinismo biológico, que é regido principalmente pelos hormônios vitais (muito sexuais).
A fêmea comporta-se conforme seus períodos de estrogênio ou de progesterona, que se alternam ciclicamente. O macho tem o comportamento invariavelmente regido pela testosterona. Esses termos como fêmea e macho são aplicados ao humano animal que não usa a mente, muito menos a alma.

3  . FEMININO E MASCULINO:

Refere-se ao aspecto humano que envolve tanto a mente quanto a alma nos sentimentos e ações. Esses termos distinguem o humano do animal irracional, que segue seu determinismo biológico.

4  . POLVO E COBRA:

Faço uso da imagem metafórica para facilitar o que desejo transmitir aos leitores. Refiro-me à cobra como um tentáculo desgarrado do polvo, que, por sua vez, funciona com seus oito tentáculos simultaneamente e sincronicamente, ou seja, corte-se um dos tentáculos e terá uma cobra, eis a idéia.
Prefiro um polvo no lugar de Medusa, figura mitológica grega que tinha cobras no lugar de cabelos e que transformava em pedra quem a encarasse. Nesta obra, relato casos do cotidiano dando um toque de bom humor, pois piadas faz bem para a saúde e bom humor é sinal de inteligência.
O humor é o recurso mais usado pelo ser humano para lidar com a dor, tendo em vista proporcionar a liberação de endorfina[1] - cuja composição química é similar a morfina e a heroína, ambas tem efeitos tranqüilizantes no corpo (“se estiver triste, sorria”).
O riso anestesia o corpo e ativa o sistema imunológico, protegendo-o contra doenças e auxilia a memória, com isso melhora o aprendizado e prolonga a vida. Depois do riso o pulso se estabiliza, a respiração se aprofunda, as artérias se dilatam e os músculos relaxam.

4 .1  A POLVO/FÊMEA:

Ela quer sentir-se amada, desejada e protegida pelo cobra e dar-lhe filhos. Às vezes a polvo não percebe quanto se torna sexualmente atraente pela inundação do estrogênio, o hormônio que a deixa mais voluptuosa (cio) para a relação sexual. Sua pele fica sedosa, seus cabelos exuberantes, lábios mais carnudos, seios mais salientes, sua voz fica mais sedutora, tudo isso determinado pelos cromossomos, para demonstrar como ela pode agasalhar bem os genes do cobra.
Passado essa etapa (ovulação), a polvo entra na fase da progesterona, mesmo que não tenha sido fecundada (por um dos 300 milhões de espermatozóides), é o preparo para a maternidade tornando-a menos receptiva ao macho. Em aumentando o nível de progesterona, menos permite a aproximação do sexo oposto, podendo tornar-se irritada, agressiva, depressiva e inchada.

4 .2  COBRA/MACHO:

Quer possuir a fêmea e protegê-la do assédio (ataque) dos outros cobras. Por não possuir hormônio de paternidade, mas só o de reprodutor, não entende nada que está acontecendo  com a polvo. Dias atrás, pulava em cima dele e agora o rejeita, sem que ele tenha feita nada (pode passar em sua cabeça uma possível traição).

5. TERRITÓRIO INVISÍVEL:

Interessante que a polvo compartilha o mesmo espaço físico numa boa, o mesmo banheiro, o mesmo espelho, batom, perfumes entre outros. Enquanto o cobra não gosta de dividir o seu território com outro cobra (instinto similar ao do animal irracional), se entra no banheiro se mantém distante, gosta de manter limites entre estranhos.

6.  GOSTOS DIFERENTES:

O cobra gosta de corrida de fórmula 1, futebol, filmes que envolve cenas de violência, aventura, explosões, perseguições, sangue, boxe, campeonatos e jogos em geral.
A polvo gosta mesmo é de novela, de romance, e detesta todas estas formas de entretenimento, veja alguns motivos de não gostar: - não consegue ver a cara do piloto, os carros são todos iguais, há muito barulho do motor, não gosta de estar presa a horários (cronometragem de tempo no Box), não agüenta ver um carro dar sessenta voltas na mesma pista.

7.  ELIMINAÇÕES LÍQUIDAS E SOLIDAS:

O cumprimento da uretra (canal que liga a bexiga ao mundo externo) do homem é mais longo, portanto tolera menos à vontade de urinar. Basta observar o menino quando está com a bexiga cheia, começa a dar pulinho aflito.
O cobra gosta de direcionar o jato urinário para o sachê perfumado, fazer barulho e espumar com a urina. Não importa o lugar, ele quer esvaziar sua bexiga e fica desligado do mundo, atrás da árvore, no muro, não tá nem aí, pois para ele é uma situação de extrema urgência.
A polvo por possuir o canal da uretra menor, consegue controlar por mais tempo a vontade de ir ao banheiro, ás vezes até esquece que estava com vontade. Basta observar uma menina brincando, quando fica quietinha e contraída por muito tempo, provavelmente está toda molhadinha.
È típico do comportamento feminino satisfazer as vontades dos outros antes das próprias, costuma fazer várias coisas ao mesmo tempo e tem o controle de tudo. Diferentemente do homem, ela disfarça o barulho da urina abrindo a torneira ou o chuveiro, para ninguém ter acesso a sua intimidade, pois fica envergonhada.

8.  IDADES SEXUAIS:

Considero muito importante conhecermos as fases sexuais ou o desenvolvimento sexual dos seres humanos, desde a infância até a senilidade, pois desta forma poderemos compreender melhor os possíveis conflitos que podem surgir, como também melhora o nosso relacionamento afetivo-sexual.
Vamos aprender sobre essas idades sexuais de forma bem lúdica, com a vantagem de atenuar esses sentimentos conflitantes. Vejamos as fases:

8.1  IDADE DO POMBINHO:

É na verdade a idade da inocência. O pombinho fica totalmente exposto apoiado em dois ovinhos, espiando o mundo a sua volta. Ele pode ser tocado e mexido, ficando durinho e molinho. Seu maior feito é o jato que surpreende quem troca sua fralda. A pombinha fica menos exposta, na verdade mais escondida, inclusive da própria menina. Não pode ser tocada, se a própria nenê quiser mexer nela leva um tapinha na mão (sofre a primeira repressão).
Ingênuos são os pais que pensam que seus filhos irão conservar para sempre a sua inocência, pois não são a única fonte de aprendizado e nem dos costumes. Eles (pombinhos) absorvem tudo o que vêem  a sua volta, na televisão, na escolinha e com outras crianças e, por que não dizer, com os próprios pais.

8.2  IDADE DO MACAQUINHO:

Nessa idade o menino começa a produzir mais testosterona, mas não entende bem o que está acontecendo com seu corpo. Sente um comichão[2] danado de mexer nos genitais, potencializada por uma incrível curiosidade pelo sexo oposto.
Os macaquinhos se agrupam para espiar buracos na parede, fechaduras de porta, janelas e frestas na tentativa de olhar seios (despidos ou não) genitais (pêlos pubianos, calcinhas,etc).
As macaquinhas agem diferente, reúnem-se para falar de si mesmas, do tamanho de seus seios, sobre tamanho do pênis dos  rapazes, etc. É nessa fase que vem a curiosidade de conhecer melhor seu próprio corpo.

8.3  IDADE DO URUBU:

O rapaz já está formado e se lança freneticamente em busca de uma relação sexual, não importa com quem seja (pode ser até com um animal). Para o urubu qualquer carniça é carne fresca, filé mignon.
Essa fase é dramática para as mães, que não cansam de orientar e aconselhar seus doces filhos. É o grande conflito do “instinto sexual” versus a educação familiar.
A menina sonha encontrar o príncipe encantado, pois ela quer se apaixonar, não importa com quem. Atualmente esse comportamento vem mudando (tanto no menino como na menina) e o que importa é com quantos elas vão “ficar” numa noitada.
Surge aqui grandes conflitos na qual a mulher-urubu (apaixonada) e o homem-urubu (quer satisfação sexual), se não tomarem certos cuidados pode surgir uma gravidez indesejada. Uma pesquisa recente divulgou que de 1 em cada 10 meninas engravida antes de completar seus 15 anos.
Essa idade do urubu pode acompanhar o ser humano (homem e mulher) por toda sua vida, transformando o homem em “velho safado” e a mulher em “velha assanhada”.

8.4  IDADE DA AGUIA:

Conhecida também da idade da maturidade sexual. A águia possui um olhar aguçado e desta forma seleciona e elege sua presa para ser abatida.
A mulher-águia escolhe o homem com capacidade para ser o pai de seus filhos, observando nele algumas qualidades: reprodutor, protetor, boa condição financeira para sobrevivência.
O homem-águia tem como motivação espalhar seus genes por onde passar, usando suas habilidades de “predador” para seduzir as fêmeas. Mesmo desejoso de que seu  espermatozóide seja acolhido por um óvulo, não está biologicamente destinado à paternidade.

8.5  IDADE DO CONDOR (ou do Papagaio):

Tanto cobra quanto polvo padecem desse problema, o corpo começa a ficar enferrujado (inclusive o sexo), estou com dor aqui, com dor ali ...
Cobra-idoso ainda produz espermatozóides e tem desejo sexual, mas nem sempre consegue manter a ereção. Começa a falar de sexo (papagaio) do que praticar. Pode surgir nessa fase a acentuação para atos libidinosos (passar a mão, mostrar os genitais, dar uma cantada).
Polvo-idosa cada vez mais conserva sua exuberância após a menopausa, não sendo de sua natureza falar de sexo em público, mas basta observar seus comportamentos cheios de “estrogênio  psíquico”, falam alto, alvoroçadas, gostam de tirar fotos, etc.
Conhecida também da Idade do Pombo, tendo em vista que os pombos fazem muita sujeira, o que ocorre com os idosos por existir disfunção hormonal ou algum tipo de doença.

9.  COBRA E POLVO “JINGLES[3]”:

O cobra jingle procura morar sozinho num Flat para satisfazer caprichos pessoais. Ás vezes se vira tão bem que acabam comprando um apartamento para morar, recebendo amigos ou filhos para conversar.
Ele come de qualquer jeito fora ou em casa, não esquentando com talheres ou toalha de mesa. Ao beber água não liga para o recipiente, pois sua atenção está direcionada no foco principal.
A polvo jingle prefere um apartamento a um flat e torna o seu ninho muito pessoal. Elas têm dentro de si o esquema referencial da vida familiar.Não se sujeita a comer de qualquer modo, pode até se servir na própria panela, mas sem dúvida usa prato. O talher e a toalha é essencial e a água fica mais saborosa num recipiente próprio. É a classe que importa.

10.  RESPOSTAS SOBRE AS DIFERENÇAS CROMOSSÔMICAS ENTRE OS SEXOS:   

10.1  FALA:

1) POR QUE AS MULHERES FALAM MAIS QUE OS HOMENS?
A região cerebral da mulher responsável pela fala é mais ativa que no homem. Isso é comprovado através de ressonância magnética no cérebro.

2)    POR QUE AS MULHERES QUANDO CHEGAM EM CASA DEPOIS DO TRABALHO AINDA QUEREM CONVERSAR?
Elas produzem de 6 a 8 mil palavras por dia, enquanto os homens produzem de 2 a 4 mil palavras. Fácil entender por que o cobra chega em casa e quer ficar em silêncio, pois já gastou sua produção de palavras e precisa se recuperar. A polvo é totalmente o oposto, precisa continuar falando para gastar todo seu estoque de palavras (ai pode surgir o conflito).

3)    QUAL A FUNÇÃO DA FALA NO HOMEM E NA MULHER?

Os homens falam para comunicar fatos, enquanto as mulheres falam para se relacionar. Importante esclarecer dois fatos: Primeiro, quando a mulher pergunta ao homem não vai dizer nada? Na verdade ela está querendo se relacionar, e não fazendo cobranças. Segundo, quando um homem está calado, não significa que não quer se relacionar, mas apenas que quer ficar quieto.

10.2   AUDIÇÃO:

POR QUE O HOMEM ESTRESSADO PEDE PARA MULHER CALAR A BOCA?
Ele quer silêncio e precisa se concentrar na solução de seus problemas. Quando pede a mulher para fechar a matraca, não significa que quer brigar, mas que apenas quer silêncio a sua volta.

POR QUE A MULHER ESTRESSADA PRECISA FALAR MESMO QUE NÃO SEJA OUVIDA?
Ela alivia seu estresse conforme deixa as palavras saírem de sua boca. É como se ela precisasse descarregar as palavras, evitando que se acumulem na mente e acabem causando uma explosão.

10.3  VISÃO:

POR QUE O HOMEM NÃO SABE OLHAR DISFARÇADAMENTE:
Porque sua visão focaliza diretamente o objeto de sua atenção o que eu denomino de “olhar em tubo”.




POR QUE A MULHER ENXERGA SEM OLHAR DIRETAMENTE?
As mulheres possuem visão periférica desenvolvida, mais ampla e eficiente que a do homem. Quando quer olhar para outro homem (ou coisa), disfarça com tamanha tranqüilidade que seu companheiro não percebe.

10.4   OLFATO:
POR QUE O HOMEM NÃO SE IMPORTA DE SOLTAR “PUNS”?
O pum exala gás sulfídrico que em contato com a chama da queima se transforma em ácido sulfúrico, que não tem cheiro. Basta acender um palito de fósforo e o mau cheiro vai embora.

POR QUE PARA MULHER SOLTAR UM PUM É UM DRAMA SOCIAL?
Na verdade ela considera uma verdadeira falta de educação.

10.5   TATO:
POR QUE A MULHER QUER TOCAR O HOMEM E ACARICIAR MAIS NÃO QUER FAZER SEXO?
Desde criancinha que elas se tocam, abraçam entre si, faz parte das manifestações afetivas delas. Para ela tal comportamento é natural, desprovido de conteúdo sexual.

POR QUE O HOMEM SÓ TOCA NA MULHER QUANDO ESTÁ A FIM DE FAZER SEXO?
Eles querem demonstrar sua masculinidade e força, preferindo abraços fortes e tapas. Devido sua sexualidade estar a flor da pele, e a qualquer toque pode ocorrer a ereção.




[1] Endorfina. Cada uma de um grupo de substâncias produzidas pelo organismo (em especial após exercícios físicos intensos) e que diminuem a sensibilidade à dor e provocam sensação de bem-estar.
[2] Comichão. Coceira.
[3] Jingles. 1 Música de propaganda. 2 Tilinta. 3 Retinir. 4 Solitário.

O CORPO FALA

WEIL, Pierre, TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal. Petrópolis: Vozes, 1986.

1. REALCE DAS PARTES DO CORPO:

Desde as civilizações primitivas usamos símbolos, mensagens sintéticas de significado convencional. São como ferramentas especializadas que a inteligência humana cria e procura padronizar para facilitar a sua própria tarefa – a imensa e incansável tarefa de compreender.
A característica marcante do símbolo é fugir da palavra escrita por extenso. A frase já é o grupo de símbolos (palavras), por sua vez também compostas de símbolos (letras) de fugazes vibrações sonoras. E tudo isso sujeito a um código gramatical de origem empírica e lastrado com a inevitável imprecisão semântica, especialmente a deterioração do significado percebido através de gerações.
Sim, vem de longe, da noite dos tempos, o significado de muitas coisas. Aquele carro do Corpo de Bombeiros foi pintado hoje – mas o simbolismo da sua pintura nos fala uma linguagem tão antiga como o próprio fogo. Tão antiga como a linguagem dos nossos gestos, das nossas atitudes em relação ao meio que, neste livro, tentaremos descodificar.
Momento oportuno para usarmos o símbolo ao compararmos o corpo humano a uma esfinge, aquela dos Egípcios ou dos Assírios. Composta de quatro partes: corpo de Boi; tórax de Leão; asas de Águia e cabeça de Homem.
Há uma tradição muita antiga segundo a cada qual uma destas partes representa uma parte do físico do homem e também a sua correspondência psicológica. Eis como seria essa correspondência:

BOI
ABDÔMEN
VIDA INSTINTIVA E VEGETATIVA
LEÃO
TÓRAX
VIDA EMOCIONAL
ÁGUIA
CABEÇA
VIDA MENTAL (Intelectual e Espiritual)
HOMEM
CONJUNTO
CONSCIÊNCIA E DOMÍNIO DOS TRÊS INCONSCIENTES ANTERIORES

a)    BOI – colocado em evidência na nossa expressão corporal, tende a traduzir por uma acentuação do Abdômen, possuindo a característica das pessoas que gostam de boas refeições (plano alimentar), os homens diante do rebolar das mulheres, engancham  os polegares no cinto (cós), com os dedos direcionados para o órgão genital (plano sexual).

b)    LEÃO – coloca-se em relevo o tórax onde reside o coração, o centro da emoção. Simbolizando a preponderância do EU, essas pessoas são vaidosas, egocêntricas e extremamente narcisistas[1], ou que naquele momento querem se impor perante as demais.
Com o avançar do tórax, no Homem, o movimento inspiratório é ativado e nele entra em ação o diafragma (músculo côncavo que separa o tórax do abdômen), os intercostais, as costelas e certos músculos abdominais, estes mais acentuados. Na Mulher, além do diafragma, a respiração é acionada mais pelas costelas e músculos intercostais.

c)    ÁGUIA – representada pela cabeça, indicando o estado de controle do corpo pela mente. Cabeça erguida significa hipertrofia do controle mental; em contrapartida, cabeça baixa significa que o indivíduo é controlado pelos estímulos externos. Em posição ereta (linear) indica um controle normal da mente.
Com isso, observe sempre a atitude da cabeça das pessoas, destarte, perceberá a intensidade do domínio intelectual e espiritual daquela mente, naquele instante, aprovando ou rejeitando as emoções e instintos do seu corpo.                                                      

2. TENSÃO:

É uma cumulação de energia contraindo certos músculos ou grupos musculares, à espera da ação decisiva para alcançar certo objetivo. Este objetivo pode ser material ou mental, consciente ou não. (pág.168)
Possivelmente começando com Reich (ou, com Freud tentando encontrar conexões entre o Consciente e o Sistema nervoso) que chamou a atenção sobre a Linguagem do Corpo, o mistério começou a ceder. Surgiu a análise energética de Lowen, a terapia Gestalt de Perl e muitas outras. Destarte, Green e demais colaboradores (1970) obtiveram dados suficientes e formularam o Princípio

             PSICOFISIOLÓGICO: - “Cada modificação no estado fisiológico é acompanhada por uma mudança apropriada no estado mental-emocional; e reciprocamente cada modificação no estado mental-emocional é acompanhada por uma mudança apropriada no estado fisiológico”. (pág.169)
Alexandre Lowen, médico norte-americano, inspirado nos trabalhos de discípulo dissidente de Freud e Willen Reich, apresentou uma explicação muito lúcida de como se instala uma tensão muscular. No entanto, ele lembra primeiro os princípios fundamentaisimeiro psiquico"ue rege o que Freud chamou de "ou uma explicaonal; e reciprocamente cada modifica que regem o que Freud chamou de “aparelho psíquico”.
Segundo o psicanalista em apreço, é do corpo que vem a origem de nosso “Ego” animal que é o “Id”, i.e., os impulsos tais como comer, beber, defecar, urinar, ter relações sexuais, procurando garantir a nossa sobrevivência pessoal e a da espécie.
Só que o meio em que vivemos e, mais particularmente, a sociedade bloqueia estes impulsos ou, pelo menos, atrasam a sua descarga: só se pode mamar em horas determinadas, urinar em local próprio e ter relação sexual com certas pessoas e em certas condições conhecidas de todos.
Em princípio os agentes que assumem o papel repressivo desses impulsos são os Pais e, posteriormente, passam a ser introjetados paulatinamente em nossa mente, com o passar dos anos assumimos totalmente o papel que antes era desempenhado por eles. Exemplos: não defeque nas calças ou não urine na cama, existindo uma “voz” interior que nos impede de o fazer. É essa voz interior que se torna inconsciente e que foi denominada por Freud como o “superego”.
Sendo atribuído ao “Ego” a função de apaziguar esta luta entre o desejo entre o mundo exterior de um lado e o Id, e o mundo interior do outro que é o Superego, assumindo a posição repressora daquelas vontades.
Em síntese, toda tensão muscular  crônica, toda postura ou expressão forçada permanente que se traduz em linguagem “fixa” do corpo, é uma expressão corporal de superego que conseguiu se impor naquelas circunstâncias. (pág.174)

3.  TÉCNICAS DE RELAXAMENTO:

Alguns psicoterapeutas modernos,  inspirados na Ioga, têm desenvolvido métodos e técnicas para o extravasamento de tensões musculares, com a finalidade de:

*  descansar e recuperar energias depois de esforço físico e mental prolongado;
*  preparar o terreno para dormir, nos casos de insônia. (pág.268)

Existem outros métodos mais sofisticados com fins psicoterápicos, como exemplo o “Training” autógeno de Schultz. O Judô, na qual “JU”  ceder, suavidade e “Do” doutrina, princípio, é mais do que defesa pessoal ou meramente esporte, é um meio de desenvolver mais harmonicamente nosso ser integral.
Mais precisamente o Aiki-do tem por objetivo, como afirma o mestre Nakazono, de Tóquio, inocular nos seus adeptos o amor e a beleza que existem em toda vida humana e realizar a permanência da paz no mundo. O ponto de partida, nesta via fundamental, se faz estudando a teoria e a prática dos movimentos.

A TÉCNICA DE ALEXANDER:

Em torno de 1900,  o australiano F.M. Alexander, ao perder totalmente sua voz e nenhum tratamento médico conseguiu solucionar o problema, passou a observar diante de um espelho que seu corpo inteiro estava envolvido, relacionado a posturas inadequadas.
Criou então uma técnica que não se tratava de exercícios fisicos, mas de uma aprendizagem do uso adequado do corpo, utilizando-se dos principais equipamentos: um espelho, uma mesa e uma cadeira.
O ponto marcante de sua técnica é o encontro do uso correto do centro de gravidade. Disto resultam malformações físicas, tensões de músculos dorsais, abdominais ou outros grupos musculares, e um mal-estar com repercussões sobre o estado geral do humor. Em engenharia e medicina isto é “stress”, denominada também de tensão.

4. PSICOTERAPIA CORPORAL:

Ilana Churgin descobriu, ao procurar “nós” musculares de tensão, que certas pessoas começavam imediatamente a associar a referida tensão com acontecimentos passados ou a revivê-los. Essa descoberta lhe permitiu elaborar um método que consiste em provocar verdadeiras catarses[2] e revivência de acontecimentos antigos, através da massagem direta de partes musculares em tensão, ou a partir de simples gestos estereotipados.
Ela observou que o sentimento de culpa, por exemplo, está muitas das vezes localizado nos músculos dorsais, fato já observado por Feldenkrais que notou que toda emoção negativa se “inscreve” nos músculos extensores dorsais.

5. ENERGEMAS E SEMANTEMAS:

Agora você já sabe ler; braço, nariz ou mão dizem palavras ou até frases inteiras. Somadas formam um sentido geral que, por percepção direta, um observador treinado entende na sua totalidade e instantaneamente!
Em linguagem da Teoria da Informação e Percepção Estética (A. Moles), diríamos que você juntou Morfemas, i.e., unidades neutras e mensagens básicas para formar um Semantema (unidade-mensagem) que, equacionando seus morfemas componentes, emite um conceito completo.
Em linguagem da Teoria da Percepção Cinésica (Weil e Tompakow), os morfemas que você juntou são:
                              Concordantes – entre si.              
ENERGEMAS   { 
                              Discordantes – entre si.

Com isso, você obteve:

                             Harmônicos
SEMANTEMAS  {
                             Discordantes
Vejamos um exemplo para melhor entendimento: Um náufrago numa ilha deserta junta pauzinhos e coquinhos isolados (morfemas) para formar o pedido de socorro – SOS – em código morse (semantema).

6. FRONTEIRAS INVISÍVEIS:

Talvez você ainda não percebeu, mas o seu EU não é limitado pela sua pele, as fronteiras do seu corpo são invisíveis. Freud, em “Eu e o Id”, disse que nossa pele era o limite entre o ego  e o mundo exterior.
É melhor conceber esta nossa periferia física como apenas um limite descritivo do universo, ou melhor, entre o Universo do lado de fora e do lado de dentro de nós. O nosso EU inclui o exterior.

6.1   O TERRITÓRIO FAZ PARTE DO “EU”

Para entendermos melhor é o espaço pessoal e social, podendo ser definido assim: a territorialidade regula a densidade das espécies de seres vivos, a distância ideal entre seus componentes individuais, para as diversas manifestações da vida em comum.
No reino animal a territorialidade apresenta funções vitais, desde os reflexos necessários para se esconder do inimigo até surpreender a presa, comunicar-se ou reproduzir a espécie. Em suma, mantém o grupo coeso e por isso vivos.
O espaço social e pessoal humano e a nossa percepção do mesmo, é assunto de um conjunto de observações e teorias da nossa ciência que Edward Hail, um dos notáveis pioneiros, batizou de “proxemics” em inglês. Esta ciência das “distâncias ou proximidades” condiz perfeitamente com o princípio geral que já estudamos, e que é básico para compreendermos a linguagem do nosso corpo: só podemos estar livres de “stress” quando cada atitude psíquica nossa for acompanhada da sua correspondente atitude física ideal.
Portanto, queremos estar próximos da mulher amada, do bom livro e do copo de bebida, quando queremos ser amados, adquirir o saber e saciar nossa sede. E queremos estar distantes do copo quando estamos fartos de tanto beber, da pessoa amada quando houve algum desentendimento entre eles e assim por diante.




[1] Narcisista. Pessoa extremamente vaidosa.
[2] Catarse. Liberação de pensamentos e ideias que estavam reprimidos no inconsciente, seguindo-se alivio emocional.

ANSIEDADE: COMO ENFRENTAR O MAL DO SÉCULO?


                                          CURY, Augusto. 1ª ed. Ansiedade: como enfrentar o maldo século? SãoPaulo: Saraiva, 2014.

Prefácio

Vivemos numa sociedade urgente, rápida e ansiosa. (...). Raros são os que contemplam as flores nas praças ou se sentam para dialogar nas suas varandas ou sacadas. (...) é muito triste descobrir que grande parte das pessoas de todas as nações não sabe ficar só, se interiorizar e refletir sobre as nuances da existência, se curtir, ter um auto diálogo.
Essas pessoas conhecem muitas outras nas redes sociais, mas raramente conhece alguém a fundo e, o que é pior, raramente conhecem a si mesmo. Muitos pensam que o mal do século é a depressão, mas neste livro outro grande mal, talvez mais grave, embora menos perceptível: a ansiedade decorrente da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porém, pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade.
Não são somente as drogas psicotrópicas que viciam, mas também o excesso de informação, de trabalho intelectual, de atividades, de preocupação, de uso do celular, entre outros. Desacelerar nossos pensamentos e aprender a gerir nossa mente são tarefas fundamentais: “O dinheiro compra bajuladores, mas não compra amigos; compra a cama, mas não o sono; compra pacotes turísticos, mas não compra alegria; compra todo e qualquer produto, mas não uma mente livre; compra seguros, mas não o seguro emocional”. (p. 15)

Cap. 1: O Mal do Século: Depressão ou Síndrome do Pensamento Acelerado?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,4 bilhão de pessoas, cedo ou tarde, desenvolverão esta doença (dor humana), e que corresponde a 20% da população mundial. Entretanto, a SPA provavelmente atinge mais de 80% dos indivíduos de todas as idades, de alunos e professores, de iletrados e intelectuais, de médicos e pacientes. (p.17)
A sociedade moderna é consumista, rápida e estressante. Com isso, alterou o ritmo da construção de pensamentos, gerando consequências seríssimas para a saúde emocional, o prazer de viver, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais. Adoecemos coletivamente.
“O sono é vital para uma mente equilibrada, produtiva e saudável”. As escolas (sistema educacional clássico), estão levando os alunos a conhecer milhões de dados sobre o mundo em que estamos, mas quase nada sobre o mundo que somos – o planeta psíquico”. (p. 21)
Um homem (Jesus Cristo), que talvez seja o maior educador da história, enxergava essa limitação de maneira clara como uma brisa. Quando morria no madeiro, disse algo surpreendente: “Pai, perdoa-os, pois não sabem o que fazem”. Fazendo uma análise sociológica e psicológica, demonstra que a afirmação carrega um altruísmo sem precedente. Mas, ao mesmo tempo, parece inaceitável sua atitude de proteger os carrascos”. (p. 28)
Os soldados romanos sabiam o que faziam, pois cumpriam ordens de Pilatos. Para o Mestre dos mestres, o pensamento construído por eles eram, por uma lado, fruto da livre escolha, e, por outro, reféns da base de dados da sua memória, da cultura tirânica do Império Romano. Eles não eram autônomos nem donos do próprio destino. Eram prisioneiros do seu passado, “escravos” de sua cultura. Para o Mestre da Galiléia, por detrás de uma pessoa que fere, há sempre uma pessoa ferida.

Cap. 2: O Eu Pode ser Dominado pelo Fenômeno do Autofluxo:

Mesmo dentro dessa base de dados, não temos plena liberdade de escolha, como defendia Sartre. (...). Mas, apesar da liberdade que o Eu tem de acessar e utilizar informações para construir cadeias de pensamentos sob sua responsabilidade. Há fenômenos inconscientes que constroem pensamentos e emoções sem sua autorização. Se esses fenômenos realmente existem, isso muda drasticamente nossa compreensão sobre quem somos - homo sapiens. (p.29)
Afirmo que tal fenômeno inconsciente é de vital importância para o psiquismo humano, para a criatividade e para o prazer de viver, porém pode perder sua função saudável por produzir a SPA.
O nosso Eu é livre para pensar, para organizar os dados da sua memória, mas, ao mesmo tempo, há fenômenos inconscientes, que até então não tinham sido estudados por outros teóricos, que produzem pensamentos sem a autorização do próprio Eu e que podem sabotá-los, escraviza-los e encarcera-los.
Podemos e devemos ser educador para ser autores da nossa história, mas esta liberdade é conquistada e tem seus limites. A história da humanidade, com suas inúmeras injustiças e atrocidades, é um exemplo clássico disso.

O Fenômeno RAM domina a Memória e o Eu:

O registro de tudo o que contatamos é automático e involuntário, produzido por um fenômeno inconsciente chamado Registro Automático da Memória (RAM). Não apenas o que o nosso Eu deseja será arquivado, mas também o que ele odeia e despreza. Tudo o que mais detestamos ou rejeitamos será registrado com mais poder, formando janelas traumáticas que denomino de Killer.
Se o Eu, que representa a capacidade de escolha, não tem liberdade para evitar o registro de nossos pensamentos perturbadores e dos estímulos estressantes que nos abarcam, como podemos dizer que o ser humano está condenado a ser livre? O fato de o mais complexo de todos os fenômenos do intelecto – o pensamento, ter sido muito pouco investigado trouxe consequências seríssimas para o desenvolvimento da nossa espécie. (p. 31-32)

O Erro de Einstein e outras Consequências:

Estamos no apogeu da medicina e psiquiatria, mas nunca estivemos tão doentes. Estudo recente do Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan aponta que, ao longo da vida, uma em cada duas pessoas deve desenvolver um transtorno psiquiátrico, ou seja, mais de 3 bilhões de pessoas.
Estamos na era do conhecimento, da democratização da informação, mas nunca produzimos tantos repetidores de informações, em vez de produzirmos pensadores. Quando estudamos o processo de construção de pensamentos, somos iluminados para entender que a loucura e a racionalidade são mais próximos uma da outra do que imaginávamos. Por isso, uma pessoa inteligente jamais discrimina ou diminui os outros.

Cap. 3: Quem somos? Teses e Fundamentos.

A construção de pensamentos não é unifocal, mas multifocal, não dependendo apenas da vontade consciente, ou seja, do Eu, mas de fenômenos inconscientes. Essa tese já é suficiente para demonstrar que a mente humana é mais complexa do que postulam a psicanálise, as teorias comportamentais, as teorias cognitivas, as teorias existencialistas, as teorias sociológicas e as teorias psicolinguísticas. (p. 35)
Somos tão complexos que, quando não temos problemas, nós os criamos. Quem cobra excessivamente se si mesmo pode ser ótimo para a sociedade e para sua empresa, mas certamente será seu próprio algoz. Quem não souber dar um choque de lucidez em sua emoção e em seus pensamentos, jamais poderá dizer que é autor da própria história.
Certa vez, (...), afirmei que nunca houve nas sociedades livres e democráticas, tantos escravos no único lugar onde é inadmissível ser um prisioneiro: em nossa própria mente. O Tempo de escravidão não terminou, apenas mudou de endereço. Antes, algemavam-se o corpo; hoje, algema-se a psique. Antes, havia algozes que puniam os encarcerados; hoje, nós mesmos nos encarceramos. (p.37)

Pensar é uma Grande Aventura:

(...), os nossos pensamentos estão distorcidos e contaminados por nossa cultura e personalidade (quem sou); por nossa emoção (como estou); pelo ambiente social (onde estou) e por nossa motivação (o que pretendo). Não há interpretações puras.  Por isso há julgamentos políticos, baseados menos na lei e muito mais nas intenções subjacentes e subliminares de quem julga. (p.40)
O ciúme é a necessidade neurótica de controlar o outro, tão comuns na juventude, são exemplos de distorções do raciocínio nas relações interpessoais.  De acordo com a Teoria da Inteligência Multifocal (TIM), a virtualidade dos pensamentos demonstra que a verdade absoluta é sempre um fim inatingível. (p.41)

O Pensamento e suas Armadilhas:

Um profissional de saúde mental deve saber que jamais tocará ou sentirá minimamente a dor do pânico ou da depressão de um paciente. Se sentir, ela será sua, e não do outro, pois estamos ilhados em nós mesmos. Muitos profissionais desta complexa área não entendem que conhecemos o outro sempre a partir de nós mesmos. Nossos pensamentos jamais representam o outro em sua plenitude. Se pais, educadores e executivos não treinarem seu Eu para se esvaziar de seus preconceitos e aprender a se colocar no lugar do outro a fim de entende-lo tanto quanto possível, cometerão erros crassos (grosseiros).

Cap. 4: As Estatísticas Nos Denunciam:

Pesquisas revelam que 80% dos jovens do mundo apresentam sintomas de timidez e insegurança. E aí fica a pergunta: SPA ou Hiperatividade? Muitos profissionais que labutam na área de saúde mental, chegam a diagnósticos errados, ao observarem crianças e adolescentes agitados, rebeldes, inquietos, com dificuldade de concentração e (...) com normas sociais. Quando a maioria desses pacientes é vitima de SPA. (p.46)
          Hiperatividade, há um fundo genético, pois frequentemente um dos pais é hiperativo. Ademais, a agitação e inquietação de uma pessoa hiperativa manifestam-se na infância. O que mais me preocupa na SPA e na Hiperatividade, é a retração de duas funções vitais para o sucesso social, profissional e afetivo: pensar antes de agir e colocar-me no lugar do outro (empatia).
Observe que um simples barulho no motor de um carro nos faz buscar o mecânico. Entretanto, muitas vezes o nosso corpo grita através de fadiga excessiva, insônia, compulsão, tristeza, dores musculares e outros sintomas psicossomáticos e, mesmo assim, não procuramos ajuda. (p.47-48)

Cap. 5: A Vida é Bela e Breve como um Orvalho:

Para os sábios, a brevidade da vida convida-os a valorizá-la como um diamante de inestimável valor. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma ocasião para corrigir caminhos e cada fracasso, uma chance para recomeçar.  
De acordo com TIM, construímos pensamentos não apenas porque queremos construí-los conscientemente pela divisão do Eu, mas também por meio de outros três fenômenos  inconscientes: Gatilho da Memória (auto checagem); auto fluxo e janelas da memória. (p.50)

a)    Gatilho da Memória: é o primeiro fenômeno inconsciente que constrói pensamentos. Ele é acionado quando estamos em contato com cada estímulo extrapsíquico (luz, sons, estímulos táteis, gustativos, olfativos etc.), ou intrapsiquico (imagens mentais, fantasias, desejos, emoções etc.) e inclusive com determinados estímulos orgânicos (substância metabólica,  drogas psicoativas, etc.);

b)    As Janelas da Memória: são áreas de leitura da memória num determinado momento existencial. São arquivos em que o Eu, o gatilho e o autofluxo se ancoram para ler, utilizar as informações e construir o mais incrível dos fenômenos: o pensamento. (p.52-59)

Existe um consenso na Psicologia de que a personalidade não muda. Na verdade, este consenso não tem fundamento, não se sustenta. A personalidade não é rígida, não é linear, ela está em processo de mudança. Ela se desloca ou se transforma quando se muda a base das janelas da memória e quando o Eu é equipado para ser líder de si mesmo. Se a personalidade é mutável, por que então não é fácil mudar características doentias como o mau humor, impulsividade, timidez? Porque a intenção ou o desejo de mudança produz uma janela solitária e, além disso, “pobre” e com poucos recursos. (p.60)

Cap. 6: O Dependente de Drogas:

Eles não se tornam encarcerados pelas drogas (substância química) em si, mas pelo arquivamento das experiências que tiveram com elas. Com o passar do tempo, o problema não é mais a substância psicoativa, mas a masmorra construída dentro do Eu, financiada pelas inumeráveis janelas Killer espalhadas por sua memória. (p.61)

Porque os Dependentes Recaem com Facilidade:

Por mais que eles tenham tido sucesso em seu tratamento, na realidade, eles reeditaram uma parte das janelas traumáticas que contém a representação da droga. Entretanto, outras janelas doentias permanecem “vivas” e capazes de ser encontradas durante um foco de tensão e financiar uma nova compulsão.
Existe um conceito falso de que um dependente de drogas será dependente a vida toda. Embora o conceito seja falso, ele é útil para o Eu viver sempre em estado de alerta, pois numa crise, perda ou frustração, o gatilho da memória poderá encontrar janelas doentias que ainda não foram reeditadas.
E, neste caso, se o Eu não proteger a emoção e nem gerenciar seus pensamentos, poderá recair e se autodestruir novamente. Ao recair, ao invés de se punir e se autodestruir, o Eu poderá usar a recaída par dar uma nova chance para si mesmo, ser mais seguro e reescrever as janelas que o enredaram.  (p.62)

Cap. 7: Tipos de Janelas da Memória:

Janelas Neutras: corresponde a mais de 90% de todas as áreas da memória. Contem milhões de informações “neutras”. Em tese, estas informações são sem conteúdo emocional, tais como: números, endereços, telefones, informações escolares, dados corriqueiros, conhecimentos profissionais. Todas as informações existenciais registradas no córtex cerebral, desde a aurora da vida fetal até o último fôlego, estão contidas nessas janelas. Essas informações se apagam ou são substituídas com o tempo?
É difícil dizer com certeza, mas é bem possível que uma parte seja necessariamente substituída, haja vista que são milhões de informações por ano. O “passado” é reorganizado pelo “presente”. É muito provável, que milhões de dados do passado, organizados eletronicamente nas células do córtex cerebral, ficam arquivados não no centro consciente, que chamo de Memória de Uso continuo (MUC), mas sim, na imensa periferia da memoria, que chamo de Memória Existencial (ME).
Janelas Killer: correspondem a todas as áreas da memoria que tem conteúdo emocional angustiante, fóbico, tenso, depressivo, compulsivo. São as janelas traumáticas ou zonas de conflito. Killer em inglês significa “assassino”. Por isso o nome, pois são janelas que assassinam não o corpo, mas o acesso a leitura de inúmeras outras janelas da memoria, dificultando ou bloqueando respostas inteligentes em situações estressantes. (p.66)
Essas janelas controlam, amordaçam, asfixiam a liderança do Eu. Há vários tipos de janelas Killer, como as janelas do mau humor, ciúme, raiva, pessimismo, alienação, fobias, excesso de autoconfiança e dependência.  Todos devemos saber que não é possível deletar essas janelas, mas é possível reescrevê-las. (p.67)
Janelas Light: corresponde a todas as áreas de leitura que contém prazer, serenidade, tranquilidade, generosidade, flexibilidade, sensibilidade, coerência, ponderação, apoio, exemplos saudáveis. Elas, como seu significado em inglês – “luz ou acender”, traduzem a ideia de que iluminam o Eu para o desenvolvimento das funções mais complexas da inteligência: capacidade de pensar antes de reagir, colocar-se no lugar do outro. Resiliência[1], criatividade, raciocínio complexo, determinação, (...), proteger a emoção, gerenciar pensamentos. (p.68)

O Eu entra no “Palco” quando o “Circo” está armado:

O fenômeno RAM arquiva todas as experiências que vivenciamos, sejam elas prazerosas ou angustiantes. Ela forma e preenche as janelas da memória que serão a base de sustentação e formação do Eu, que , como vimos, representa nossa consciência crítica e capacidade de escolha.

Os Exemplos Gritam mais que as Palavras:

Provavelmente, mais de 90% da influência que os pais exercem no processo de formação da personalidade dos seus filhos se deve não aquilo que falam, corrigem, apontam, mas aquilo que são fotografados pelo fenômeno RAM dos filhos. “O exemplo não é apenas uma boa forma de educar, é a mais poderosa e eficiente”. (p.70)

Cap. 8: O Fenômeno do Autofluxo e o Eu:

O autofluxo é um fenômeno inconsciente de inigualável importância para o intelecto humano. A leitura do autofluxo é diferente, ele faz uma varredura inconsciente, aleatória, não programada dos mais diversos campos da memória, produzindo pensamentos, imagens mentais, idéias, fantasias, desejos e emoções.  Ele tem outra função vital: ler e retroalimentar as janelas da memória desde o útero materno a fim de armazenar milhões de dados para o desenvolvimento do pensamento na primeira infância. (p. 73)
Freud foi quem descobriu o inconsciente ou, pelo menos, foi o primeiro grande porta-voz da existência do inconsciente. Ele discorreu sobre o principio do prazer como mola mestra da movimentação do psiquismo.  Dos bebês aos idosos, todos são famintos de prazer, mais a maior fonte de prazer é ou deveria ser o fenômeno do autofluxo.
Quando esta fonte falha, as consequências são serias, e um estado de infelicidade inexplicável surge no cenário psíquico. Sem a existência desse fenômeno, nossa espécie desenvolveria um tédio mordaz; uma depressão coletiva, uma total falta de sentido existencial.
Há pessoas bem sucedidas financeiramente, tem bons amigos, filhos maravilhosos, parceiro (a), ou seja, motivos de sobra para festejar sua existência, mas são mal-humorados e insatisfeitos. Qual seria a causa? O autofluxo não tem uma produção intelecto emocional capaz de inspirá-los a sentir o pulsar da vida como um espetáculo imperdível. (p.74-75)
Em muitos casos, o ponto de partida para a leitura realizada pelo fenômeno do autofluxo são as janelas abertas pelo gatilho da memória. Por exemplo, quando uma pessoa claustrofóbica pisa numa aeronave, seu gatilho dispara a janela traumática que contém o medo de que faltará ar ou de que o avião irá cair. Para dirigir a mente humana, que é mais complexo, é preciso ter ferramentas educacionais e treinamentos inteligentes.

O Eu e Seus Papéis:

O Eu é o centro de nossa personalidade, o líder da psique ou da mente, o desejo consciente e a capacidade de autodeterminação e a identidade fundamental que nos torna único. Muitos profissionais e intelectuais, tem um Eu não estruturado e intolerante a frustrações (...), não podem ser contrariados, e não sabem dar um choque de gestão em seus pensamentos. Sua mente é terra de ninguém, não tem segurança. (p. 76-77).

Há pelos menos 25 funções do Eu, mas destacarei apenas algumas (Veronese):

II. Ter consciência crítica e exercer a arte da dúvida sobre tudo o que o controla, em especial as falsas crenças;

III. Ser autônomo, aprender a ter opinião própria e fazer escolhas, mas saber que todas as escolhas implicam perdas;

V. Gerenciar os pensamentos e qualifica-los para não ser escravo das ideias que ruminam o passado ou antecipam o futuro;

VII. Gerenciar a emoção protegê-la como a mais excelente propriedade e filtrar estímulos estressantes;

X. Aprender a dialogar e transferir o capital das experiências, e não apenas comentar o trivial ou ser um manual de regras. Quem é apenas um manual de regras está apto a lidar com máquinas, mas não a formar pensadores;

XI. Reciclar influências genéticas instintivas (raiva, punição, agressividade, competição predatória) que nos tornam homo bios para enriquecer o homo sapiens;

XV. Pensar antes de agir e raciocinar multifocalmente; não ser escravo das respostas, mas em primeiro lugar ser fiel a própria consciência;

XVI. Colocar-se no lugar do outro para interpretá-lo com maior justiça a partir de si mesmo;

XVIII. Desenvolver resiliência: trabalhar perdas e frustrações e reciclar o conformismo e a autopiedade;

XX. Pensar como humanidade, e não apenas como grupo social, nacional, cultural, religioso.

Um dos meus gritos de alerta, é que o sistema educacional está agonizante, formando alunos imaturos e despreparados para ser lideres de si mesmo, numa sociedade desigual. (p. 80).

Cap. 9:  Os Seis Tipos de Eu:

1º. O Eu Gerente:

São as pessoas que exercem a arte de se autoquestionar. Elas libertam seu imaginário, são criativos, motivados, inspirados e também capazes de criticar suas ideias, verdades e crenças. Elas têm consciência de que o fenômeno do autofluxo é uma fonte de inspiração, entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominados por ele.

2º. O Eu Viajante:

Também conhecido como desconectado. O céu e o inferno emocional estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado. Como eles não tem gestão mínima de sua mente, dependendo do lugar da memória em que se ancora o auto fluxo, as pessoas deste tipo assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente. Elas vivem fantasiando, imaginando e pensando.

3º. O Eu Flutuante:

Não tem ancora, segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Elas não têm autonomia, ideias próprias e não exercem sua capacidade de escolha. São muito instáveis, desestabiliza a própria emoção, tornando-a volúvel. Por isso, estão alegres num período do dia e, noutro, entristecidos. Num momento, afetivos, noutro, irritadiços e até agressivos.

4º. O Eu Engessado:

Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham, não se inspiram, têm medo de ser abertos e pensar em outras possibilidades. Vivem  entediadas e entendiam quem está próximo. Costumam ser robotizados. Levanta sempre do mesmo modo, faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas. É uma pessoa encarcerada pela rotina.

5º. O Eu Auto Sabotador:

Por incrível que pareça, vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social. Uma das mais graves consequências de quem cobra excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que impede de relaxar, sentir-se realizado, satisfeito e feliz.

6º. O Eu Acelerado:

Um número de pessoas em todo o mundo pertence a este tipo de Eu, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente,  excitam o fenômeno do auto fluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).

Cap. 10: A Síndrome do Pensamento Acelerado – SPA:

Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida, uma emoção equilibrada, um intelecto criativo e produtivo. Qualquer pessoa sabe que uma máquina não pode trabalhar em alta rotação constantemente, dia e noite, pois ocorre o risco de aumentar sua temperatura e fundir suas peças.
Infelizmente, nós, seres humanos, não temos consciência de que pensar exageradamente e sem nenhum autocontrole é uma fonte de esgotamento mental. Crianças e adolescentes estão esgotados mentalmente. Pais e professores estão fatigados sem saber as causas. Profissionais das osmais diversas áreas já acordam sem energia e carregam seu corpo durante o dia. Estamos levando a psique a um estado de falência coletiva e não percebemos o mal do século.

Alguns dos Sintomas: O autor apresenta neste capítulo dezesseis sintomas, dentre os quais, destaco alguns:

Ansiedade;
Cansaço físico exagerado;
Sofrimento por antecipação;
Dificuldade de lidar com pessoas lentas;
Baixo limiar para suportar frustrações;
Déficit de concentração;
Déficit de memória;
etc.

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Do final do século XX para cá, crianças e adolescentes estão cada vez mais agitados, inquietos, sem concentração, sem respeito uns pelos outros e sem prazer em aprender. Porque muitos estão fatigados?
O sono deixa de ser reparador, não consegue repor a energia na mesma velocidade. E os sintomas físicos, porque surgem? Quando nosso cérebro está desgastado, estressado e sem reposição de energia, procura órgãos de choque para nos alertar. Nesse momento, aparece uma série de sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça e músculos, que representam o grito de alerta de bilhões de células suplicando para que mudemos nosso estilo de vida. (p.101)

Cap. 11: O Assassinato da Infância

O sistema social cometeu um dos mais dramáticos assassinatos coletivos: o assassinato da infância. Uma criança de sete anos, na atualidade, provavelmente tem mais informações do que tinha um imperador da Roma antiga.
O mundo fica estarrecido com o uso de armas de destruição em massa, mas silencia diante das “armas” usadas pelo sistema social que provocam a destruição em massa da infância de nossas crianças. (p.107)
Nossas crianças são instáveis, irritadiças, intolerantes a contrariedades, inseguras em relação a situações novas e tem enorme dificuldade de debater ideias em ocasiões minimamente estressantes.

Nunca Foi Tão Difícil Educar:

Todos nós temos responsabilidade no assassinato da infância. Quando as crianças são atingidas pela SPA, na primeira infância, até os cinco anos de idade, os pais ficam extasiados achando que seus filhos são gênios. Eles não conseguem perceber os sintomas. Para piorar, colocam os filhos num mar de atividades (escola, aprendizagem de idiomas, música, esportes, etc.) e, além disso, permitem que acessem as redes sociais indiscriminadamente. Esse processo agita mais ainda a mente deles. (p. 109)
Os pais se esquecem de que as crianças precisam ter infância, caso contrário, terão uma emoção instável, insatisfeita, irritadiça, intolerantes e, claro, hiperpensantes. Quando chega a segunda infância, dos seis aos dez anos, a pré-adolescência e adolescência, os pais começam a perceber que algo está errado, pois o gênio desapareceu.
É fundamental que os pais não deem presentes e roupas em excesso aos filhos, mas também não deixem que fiquem o dia inteiro conectados em redes sociais. A utilização ansiosa desses aparelhos pode causar dependência psicológica, igualmente aos usuários de drogas.

Cap. 13: Graves Consequências da Síndrome do Pensamento Acelerado:

13.1 Emocionais:
1. Envelhecimento Precoce da Emoção: Insatisfação Crônica. Quando hiperaceleramos os pensamentos, a emoção perde em qualidade, estabilidade e profundidade. São necessários cada vez mais estímulos, aplausos, reconhecimento para sentirmos migalhas de prazer.
Uma mente hiperpensante envelhece precocemente a emoção, gerando um estado desconfortável que é bem caracterizado: irritabilidade, reclamação frequente, impaciência com quem não pensa a mesma coisa ou não tem o mesmo ritmo, falta de disciplina para correr atrás dos sonhos, dificuldade de desfrutar o próprio sucesso.
Tem jovens de 10, 12, 15 e 20 anos, com idade emocional mais avançada do que muitos idosos de 80 e 90 anos. Se muitos jovens estão emocionalmente envelhecidos, imagine os adultos mentalmente acelerados. Vários se encontram num asilo emocional. Felizmente, a emoção humana pode e deve rejuvenescer. Por isso, há idosos com a idade biológica de 80 anos, mas com um vigor inacreditável (p. 122).
2. Retardamento da Maturidade da Emoção: Quando uma pessoa tem um SPA impactante e seu Eu é incapaz de gerenciar minimamente os pensamentos, o processo de elaboração das experiências, que contém perdas, decepções, derrotas, limites, fica muito comprometido. O fenômeno RAM não forma núcleos saudáveis de janelas light no córtex cerebral para dar sustentabilidade as funções complexas da inteligência, como proatividade, autodeterminação, resiliência, tolerância.
Além da consequência anterior (número 1), também ocorre o retardamento da maturidade. Imagine um ser humano adulto com uma emoção envelhecida e, ao mesmo tempo, imaturo? Alguns exemplos você já conhece: executivos, médicos,  advogados, psicólogos, jornalistas, entre outros, que não aceitam ser contrariados, criticados ou confrontados. São pessoas sem juventude emocional e imatura intelectualmente. (p. 123-124)
3. Morte Precoce do Tempo Emocional: Esta é uma das mais graves consequências da SPA, a morte da percepção do tempo emocional. A SPA nos leva a viver uma vida tão rápida em nossa mente, que acaba por distorcer nossa percepção. Em relação ao passado, vivemos mais tempo biologicamente, mas também morremos mais cedo emocionalmente.
A medicina prolongou a vida, mas o sistema social contraiu o tempo emocional. Estamos tão atolados com atividades mentais e profissionais que não temos tempo para desfrutar, digerir e assimilar as experiências existenciais. Um dos nossos maiores desafios é dilatar o tempo.
4. Desproteção Emocional e Desenvolvimento de Transtornos Psiquiátricos: Uma pessoa agitada e hiperpensante reduz a habilidade de filtrar estímulos estressantes. Ela tem uma facilidade enorme de formar janelas kyller. Qualquer crítica ou injustiça a derrota. Perdas e decepções a afetam tanto que desertificam seu dia, sua semana, seu mês e, ás vezes, sua vida.
Estando desprotegida emocionalmente tem grande chance de desenvolver hipersensibilidade. Ela não só se preocupa com a dor do outro, mas acaba vivendo esta dor. Costuma ter uma preocupação exagerada com sua imagem social (reputação), com o que os outros pensam dela. Elas tem mais facilidade de intensificar a SPA e deflagrar ou desenvolver depressão, síndrome do pânico e doenças psicossomáticas. Lembrem-se: nossos piores inimigos não estão fora de nós (p. 127).

Outras Consequências da SPA:
5. Doenças Psicossomáticas: A ansiedade crônica (contínua) pode causar inúmeros sintomas e transtornos psicossomáticos: taquicardia, hipertensão, nó na garganta, queda de cabelos, entre outros. Pode, inclusive, desencadear ou acelerar a evolução de determinados tipos de enfarto e de câncer. (p.129)
6. Comprometimento de Desempenho Intelectual Global: Em longo prazo, a SPA afeta o processo de observação, assimilação, resgate e organização de dados. Provas orais e escritas podem ser severamente afetadas por uma mente hiperpensante e hiperpreocupada com seu rendimento intelectual e com a opinião de pais e professores. O estresse crônico da SPA pode dificultar a abertura das janelas da memória e a construção do raciocínio. (p. 129)
7. Deterioração das Relações Sociais: Uma mente hiperacelerada tem tendência a ser impulsiva, a não pensar antes de reagir e a ter baixo nível de paciência com filhos, amigos, cônjuges, colegas de trabalho. Este comportamento acaba por comprometer a afetividade, a estabilidade e a profundidade das relações interpessoais. Muitos casais começam sua relação no céu do afeto e a terminam no inferno dos atritos. (p. 130)

8. Dificuldade de Trabalhar em Equipe: Uma mente agitada tem maior dificuldade de expressar seus pensamentos, debater ideias, promover seus colegas, ser simpático (agradável) ou empático (olhar com os olhos do outro). A SPA compromete a saúde psíquica de um ser humano, o futuro de uma empresa, o Produto Interno Bruto (PIB) de um país e a sustentabilidade de meio ambiente e da espécie humana.















[1] Resiliência. É a capacidade de voltar ao seu estado natural, principalmente após alguma situação crítica e fora do comum.