Radio do Bloguer do capitão.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Quinta Linguagem do Amor: O Toque Físico.

Introdução

            Esta é a última linguagem do amor descrita por Gary Chapman. Não é nenhuma novidade de que o toque físico é uma maneira de comunicar amor emocional. Diversos projetos de pesquisa na área de desenvolvimento infantil chegaram a seguinte conclusão: - os bebês que são segurados, abraçados e beijados desenvolvem uma vida emocional mais saudável que aqueles que são deixados longos períodos de tempo sem contato físico.
            O toque físico é, também, um poderoso veículo para comunicar amor conjugal. Portanto, andar de mãos dadas, beijar, abraçar e ter relações sexuais são formas de comunicar amor emocional a seu cônjuge. Ele é a linguagem do amor primária de algumas pessoas. E, para elas, se não houver o toque físico, elas não se sentem amadas. Com o toque, seu tanque emocional se enche e elas se sentem seguras do amor de seu cônjuge.
            Há muitas situações ou circunsntâncias, em que o cônjuge está tão necessitado desse toque (pode ser um abraço, deitar sua cabeça ao colo do outro e ficar sendo acariciado, etc.), que este momento representará muito para o preenchimento de seu tanque emocional do amor (acréscimo nosso).  

Desenvolvimento

            Dos cinco sentidos que possuímos, o tato se difere totamente dos outros quatro, pois ele não se limita a uma área localizada do organismo (por exemplo, o ouvido está fixo em nossa cabeça). Em várias partes de nosso corpo, existem pequenos receptores tácteis. Quando eles são tocados ou pressionados, os nervos transportam impulsos até o cérebro, que os interpreta, e então percebemos que o que nos tocou é quente ou frio, duro ou macio, causa dor ou prazer. É possível interpretá-los também como amoroso ou hostil.
            Precisamos entender que algumas partes de nosso corpo é mais sensível que outras. A diferença se deve ao fato de os pequenos receptores tácteis não estarem espalhados de forma uniforme, mas arranjados em agrupamentos. Assim, a ponta da língua é altamente sensível ao toque, enquanto a área atrás dos ombros é a menos sensível. Outra duas áreas extremamente sensíveis são a ponta do nariz e as pontas dos dedos.
            O toque pode trazer benefícios ou vir a prejudicar um relacionamento. Pode comunicar ódio ou amor. Para as pessoas cuja linguagem do amor primária é o toque físico, a mensagem soará muito mais alto que as palavras. Um abraço terno comunica amor a qualquer criança, mas ele é extremamente válido àquela cuja linguagem do amor é o toque físico.
            No casamento, o toque físico pode assumir diversas formas. O toque amoroso no cônjuge em praticamente qualquer parte do corpo pode expressar amor. O que não quer dizer que todos os toques são iguais, ou seja, que trarão o mesmo resultado. Alguns trarão mais prazer a seu cônjuge do que outros. Seu maior aferidor será o próprio cônjuge.
            Lembre-se: não insista em tocar o seu cônjuge do seu jeito e na hora em que você desejar. Aprenda a falar o dialeto de amor dele (a), pois ele (a) pode considerar alguns toques desconfortáveis ou irritantes. E se você insistir com esses toques vai comunicar uma mensagem oposta do amor. Importantíssimo: não cometa o erro de achar que o toque prazeroso para você, também dará prazer ao seu cônjuge.
            Existem os toques explícitos que exigem sua total atenção, como por exemplo, um carinho nas costas ou uma preliminar sexual, culminando no ato em si. Se uma massagem nas costas (toque físico) comunica amor em alto volume (é a sua linguagem do amor), então o tempo, o dinheiro e a energia gasta para aprender a massagear serão um bom investimento em seu casamento (acréscimo nosso).
Se a relação sexual é o dialeto primário de seu cônjuge, ler e discutir sobre a arte do amor sexual certamente aprimorará sua expressão de amor. 
Lembre-se: geralmente, a mulher quer fazer amor. E em alguns casos, ela precisa de uma preparação antecipada (uma ligação carinhosa durante o dia, um bilhete com palavras elogiosas, deixado sobre a mesa antes de sair para o trabalho ou um presente, etc.). Enquanto que o homem quer fazer sexo. E ele simplesmente precisa que sua esposa se insinue para ele, ou seja, tire a roupa e vá em sua direção (acréscimo nosso).   
Os toques amorosos implícitos exigim pouco tempo, porém maior concentração, principalmente se você foi criado numa família que não tinha este hábito diariamente, isto é, pessoas propensas ao toque físico. O simples fato de você sentar ao lado de seu cônjuge, enquanto ele assiste um filme ou seu programa de televisão favorito, não exigirá nenhum tempo adicional, mas poderá comunicar seu amor em alto e bom som.
Tocar no outro quando estiver saindo e novamente quando voltar, pode envolver apenas um beijo ou um abraço breve, mas significará muito para seu cônjuge, cuja linguagem do amor é o toque físico. Se você descobriu que a linguagem do amor de seu cônjuge é o toque físico, a sua imaginação será o único limite quanto as maneiras de expressar o seu amor por ele (a).
Portanto, inove e invente maneiras, tente novos toques em novos lugares e permita que seu cônjuge lhe diga se acha aquilo agradável ou não. Lembre-se: a sua esposa (ou marido) é quem tem a palavra final. Você está aprendendo a falar a linguagem de amor dela (e).
Em nossa sociedade, o aperto de mão é uma maneira de comunicar abertura e intimidade social à outra pessoa. Todas as sociedades e em qualquer parte do mundo, tem alguma forma de toque físico como meio de saudação social. Provavelmente, o americano típico, não se sinta muito à vontade com os abraços fortes e os beijos dos brasileiros. No entanto, no Brasil, esse cumprimento tem a mesma função do aperto de mão nos Estados Unidos.
Logicamente, existem maneiras próprias e impróprias de tocar pessoas do sexo oposto. No casamento, porém, o que é próprio ou impróprio é determinado pelo casal, dentro de certas orientações bem amplas. É evidente que o nosso corpo foi feito para ser tocado, mas não para o abuso. Estamos vivendo um tempo caracterizado pela abertura da liberdade sexual (os cônjuges estão livres para ter intimidade sexual com outros indivíduos). Entretanto, para os cristãos, esta prática está totalmente em desacordo com a Palavra de Deus.  

Levítico 18:6-20. Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou o SENHOR.Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe: ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai. A nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fora de casa, a sua nudez não descobrirás. A nudez da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás; porque é tua nudez. A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. A nudez de tua nora não descobrirás: ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão. A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; parentas são; maldade é. E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã, para fazê-la sua rival, descobrindo a sua nudez diante dela em sua vida. E não chegarás à mulher durante a separação da sua imundícia, para descobrir a sua nudez, Nem te deitarás com a mulher de teu próximo para cópula, para te contaminares com ela.
(...)
Hebreus 13:4. Venerado seja entre todos o matrimónio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.

            Poderiamos inserir outros textos das Escrituras Sagradas, para respaldar a proibição do ato de adultério, mas para ilustrar e rebater esta prática mundana, acreditamos ser o suficiente (inserção de textos Bíblicos em relevo e comentário nosso).  Quando um dos cônjuges é traído, pode ocorrer uma dor emocional profunda e ser gerado um trauma, principalmente para aquele cuja linguagem do amor é o toque físico. O objeto de seu anseio profundo – ser tocado fisicamente como forma de expressar o seu amor -  foi concedido a outra pessoa.
            Seu tanque de amor emocional foi totalmente esvaziado, como também despedaçado por uma grande explosão. Provavelmente, serão necessários inúmeros reparos (consultas psicológicas ou psicanalíticas) para suprir essas necessidades emocionais. Lembre-se: num momento de crise, o toque físico é um poderoso comunicador de amor. Nessas situações, mais do que qualquer coisa, precisamos nos sentir amados.
            No momento de crise, a coisa mais importante a fazer por seu cônjuge é amá-lo. Se sua linguagem de amor é o toque físico, nada melhor do que abraça-la (lo) enquanto chora. Não precisa dizer mais nada, somente a abrace. Nessas horas, as palavras não terão quase valor algum, mas o toque físico lhe dirá o quanto se importa com ela (e).  
            O autor faz menção dum casal – Pete e Patsy, que cresceram numa mesma vizinhança, frequentaram a mesma igreja e se formaram na mesma escola. Seus pais tinham estilos de vidas muito parecidos, sendo que Pete e Patsy tinham gostos semelhantes. Gostavam de velejar, jogar tênis, entre outras coisas em comum.
            Eles começaram a namorar no último ano do ensino médio. Cursaram universidades diferentes, mas se viam com frequência, vindo a se casarem três semanas após receberem sua diplomação: ela em Sociologia e ele em Administração. Poucos meses depois de casados, Pete recebeu uma boa proposta de emprego na Flórida, distante três mil quilômetros do parente mais próximo.
            Com a mudança, muitas coisas também começaram a mudar em seu relacionamento conjugal. Ele trabalhava até mais tarde; e quando chegava em casa, ia direto para o computador dar continuidade ao trabalho. Com isso, Patsy não recebia sua atenção. Tornou-se habitual para ela, sair para fazer compras com amigas, indo direto do seu trabalho, haja vista que Pete só chegava mais tarde.
            O casamento começou a ficar monótono, pois ele chegava e ia para o computador. Ela, sentindo-se sozinha, pegava um livro e ia ler. As vezes, ela lia até a meia-noite. Quando ele ia para a cama, fazia observações sarcásticas: “Se você tivesse lido tanto assim na faculdade, teria tirado nota 10 em tudo”. Patsy respondia: “Não estou na faculdade, mas estou num casamento e, neste momento, ficaria satisfeita se tirasse nota 7”.
            O resultado foi que Patsy procurou o aconselhamento conjugal. Depois de três sessões, o conselheiro ligou para Pete e perguntou se ele estaria disposto a conversar sobre seu casamento. Ele concordou e o processo de cura teve início. Depois de seis meses de aconselhamento, eles saíram do consultório com um novo casamento.
            O Dr. Chapman, perguntou-lhes se poderiam resumir o que aconteceu para esta mudança? – Aprendemos a falar a linguagem do amor do outro. Então o perguntei: - Qual a sua linguagem do amor Pete? – Toque físico, disse logo sem hesitação.  E Patsy confirmou a sua resposta.
            - E qual a sua linguagem do amor Patsy? – Sem hesitar também, tempo de qualidade, Dr. Chapman. Eu desejava isso quando ele chegava em casa e ia direto para o computador. Ela está certa, disse Pete. E ele disse que durante o namoro, era quem sempre tomava a iniciativa de abraça-la, beijá-la, segurar em suas mãos, sendo que ela sendo correspondeu bem. Depois de casados, senti que ela não me achava mais atraente. Então, decidi que não tomaria mais a iniciativa,  pois tinha medo de ser rejeitado.
            Então Patsy disse: - Não fazia ideia do que ele estava sentido. Sabia que ele não estava me procurando. Não nos beijávamos, nem nos abraçávamos como antes, mas presumi apenas que, como estavamos casados, isso já não era tão importante para ele. Savia que ele estava sob pressão no trabalho. Eu preparava as refeições, limpava a casa, cuidava das roupas e tentava não atrapalha-lo. Eu não conseguia entender o seu afastamento ou sua falta de atenção comigo.
            Para mim, passar o tempo com ele, receber sua atenção, era o que me fazia sentir amada e apreciada. Não me importava se iria me beijar ou abraçar, contanto que me desse atenção, eu me sentia amada. Levamos um bom tempo para descobrirmos a raiz do problema. No entanto, assim que descobrimos, começamos a colocar em prática e buscar atender as necessidades emocionais amorosas um do outro.
            Tomei a iniciativa de lhe oferecer o toque físico, o que aconteceu foi muito maravilhoso. Sua personalidade e seu espírito mudaram drasticamente. Eu ganhei um novo marido. Quando ele se convenceu de que eu o amava, começou a se tornar mais responsivo às minhas necessidades.
            
Conclusão

            Percebemos que a tônica das cinco linguagens do amor, resume-se em que os cônjuges devem buscar descobrir qual a linguagem primaria do amor emocional de seu cônjuge. Em descobrindo, deve começar a colocar em prática o mais breve possível.
            Vimos aqui, na experiência de Pete e Patsy, que ao participarem de um seminário para casais, houve o despertamento sobre o problema que estavam enfrentando, haja vista que duma hora para outra, o seu relacionamento conjugal entrou num clima totalmente desconfortável. Quando ambos descobriram qual era a linguagem do amor primário deles, começaram a se dedicar em fazê-la um para o outro.
            Lembre-se: não basta descobrir a linguagem do amor primaria de seu cônjuge e não fazer mais nada. A partir dai, o próximo passo é mudar totalmente de atitude para demonstrar que a ama (o ama). Se preciso for, dialogue com ele (a) e diga carinhosamente o que mais lhe agrada que ele (a) faça para você e por você (acréscimo nosso).

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

A Quarta Linguagem do Amor: Atos de Serviço.

Introdução

            O autor, Gary Chapman, apresenta cinco linguagens do amor, o que me atrevo a chamar também de “os cinco idiomas oficiais do amor”. Entretanto, ele destaca que em cada uma dessas linguagens existem os dialetos, ou seja, outras linguagens que se adicionam ao idioma,oficial, para que haja o dialogo e bom êxito nesta comunicação entre os cônjuges.
            Nesta quarta linguagem do amor, ele escreve que é muito raro um casal em que os dois possuem a mesma linguagem do amor. No entanto, ele apresenta o caso de Mark e Mary, em que ambos, depois de casados, descobriram que possuíam a mesma linguagem: - atos de serviço. E foi a partir dai que começaram a melhorar seu relacionamento conjugal, pois deram início a fazer o que o outro gostava que fizesse e, ao mesmo tempo, demonstrava amor de um para com o outro (introdução nossa).  

Desenvolvimento

            Numa definição muito simples, o autor descreve o que seria atos de serviço: fazer coisas que sabemos que o nosso cônjuge gostaria que fizéssemos. Procurar agradar o outro por meio do serviço, isto é, expressar amor por ele (a) fazendo coisas para ele (a). Poderiamos inserir aqui um ditado popular que diz mais ou menos assim: “Faça ao outro, aquilo que gostaria que fizessem à você”.
            São ações simples, como preparar uma refeição, arrumar uma cama, estender uma roupa no varal, colocar a mesa (ou retirar a mesa), lavar a louça, passar o aspirador de pó, limpar a cômoda, trocar a fralda do bebê, manter o carro limpo e em boas condições de uso, pagar as contas, levar o cachorro para passear, entre tantas outras. Se essas atividades forem realizadas com um espírito positivo, se tornam em verdadeiras expressões de amor.
            O autor esteve na cidade de China Grove, na Carolina do Norte. Na época, uma cidade têxtil, com uma população estimada em 1.500 habitantes. A vida local girava em torno do trabalho e da igreja. Os cultos na igreja enfocavam basicamente a esperança das alegrias do céu. Neste cenário norte-americano remoto, descobri a quarta linguagem do amor.
            Estava em pé debaixo de um cinamomo (árvore que chega a atingir 15 metros de altura), depois do culto na igreja, no domingo pela manhão, quando Mark e Mary se aproximaram de mim. Ao apresentar-se, Mark disse: - Pelo que entendi, o senhor tem estudado aconselhamento. Sorri e disse: - Bem, um pouquinio. Ele continuou; - tenho uma pergunta: É possível existir um bom casamento mesmo que o casal discorde de tudo?
            Aproveitei e fiz uma pergunta particular: - Há quanto tempo vocês estão casados? – Dois anos, respondeu ele. – E não concordamos com nada. Perguntei-lhe; dê-me exemplos: - Bem, para começo de conversa, Mary não gosta que eu saia para caçar. Trabalho a semana inteira no moinho e gosto de sair para caçar aos sábados. Não todos os sábados, mas somente quando é temporada de caça.
            Mary esteve calada até este momento, mas interveio: - Quando a estação de caça termina, ele sai para pescar. Além disso, ele não caça apenas aos sábados. Ele sai do trabalho direto para caçar. – Uma vez por ano eu tiro dois ou três dias de folga para ir caçar nas montanhas com amigos. Não creio que haja algo de errado nisso. Perguntei-lhe: - Em que mais vocês discordam?
            - Bom, ela quer que eu vá a igreja o tempo todo. Não vejo problema em ir no domingo de manhã, mas gosto de descansar a noite. Não me importo que ela vá, mas não acho que eu tenho de ir. Mary interrompeu mais uma vez: - No fundo, você também não quer que eu vá. Fica irritado toda vez que saio pela porta. Sobre o que mais vocês discordam?
            Dessa vez, Mary respondeu: - Ele quer que eu fique em casa o dia todo e faça os serviços domésticos. Ele fica louco se saio para ver minha mãe, fazer compras ou qualquer outra coisa. Ele a interrompeu: - Não me importo que ela vá ver a mãe, mas quando chegar do trabalho, quero encontrar a casa limpa. As vezes, a casa fica desarrumada por dias e, na metade das vezes, quando chego do trabalho ela nem começou a preparar o jantar.
            Ela o interrompeu: - Qual o problema de ele me ajudar com as coisas da casa? Ele age como se o marido não precisasse fazer nenhum serviço doméstico. Tudo o que deseja é trabalhar e caçar. Ele espera que eu faça tudo. Olhei para Mark e perguntei: - Mark, quando vocês namoravam, antes de se casarem, você saía para caçar todos os sábados? – Na maioria, sim. Mas sempre chegava em casa a tempo de vê-la no sábado a noite.
            Mary, com que frequência Mark vinha vê-la? – Quase toda noite. Na verdade, vinha de tarde, e era comum ele ficar e jantar com minha família. Ele me ajudava com as tarefas de casa e, depois, nos sentávamos e conversávamos até a hora do jantar. Como ainda estava no ensino médio, ele me ajudava em algumas tarefas escolares.
            Mark, durante o namoro, você ia a igreja com Mary nas noites de domingo? – Sim. Se eu não fosse com ela à igreja, não poderia vê-la a noite. O pai dela era bastante exigente. Vi a possibilidade de existir uma luz no fim do túnel, mas não estava bem certo de que Mark e Mary conseguiam vê-la. Dirigi-me para ela e fiz-lhe uma pergunta: - Quando você namorava o Mark, o que a convenceu de que ele realmente a amava? O que o tornava diferente dos outros rapazes?
            - A maneira que ele me ajudava com tudo. Ele demonstrava desejo em me ajudar. Nenhum dos outros rapazes expressou interesse nessas coisas, mas isso parecia normal para Mark. Ele até mesmo me ajudava a lavar a louça quando jantávamos em  nossa casa. Era a pessoa mais maravilhosa que eu havia conhecido, mas depois que nos casamos, tudo mudou. Ele não me ajuda em mais nada.
            Perguntei a Mark: - Por que você acha que fazia todas aquelas coisas por ela e com ela antes de se casarem? – Simplesmente parecia natural para mim. Era o que eu gostava que alguém fizesse por mim caso se importasse comigo. – Qual a razão de ter parado de ajuda-la depois que se casaram? – Acho que esperava que funcionasse como em minha família. Meu pai trabalhava e minha mãe cuidava das coisas de casa.
            Nunca vi meu pai passando aspirador de pó, lavando louça ou qualquer outro serviço doméstico. Como minha mãe não trabalhava fora, ela mantinha tudo brilhando, preparava todas as refeições, lavava e passava. Talvez eu deduzi que era assim que as coisas deveriam ser. Respondi a ele: - Para você, era normal seguir o modelo de sua mãe e de seu pai no casamento. A maioria de nós tende a fazer isso, mas seu comportamento para com Mary mudou radicalmente em relação ao período de namoro.
            Nós, homens, temos a tendência de escolher para ser nossa esposa, uma mulher que se pareça com nossa mãe. Enquanto as mulheres, tendem a escolher como marido, um homem que tenha o perfil de seu  pai. Embora tanto um quanto o outro, pode vir a fazer isso sem perceber (acréscimo nosso). Na cabeça de Mark, como aquilo era natural para ele, passou desapercebido.
            Ele fazia todas aquelas coisas por você e com você porque, na cabeça dele, essa é a maneira de uma pessoa demonstrar amor. Portanto, meu palpite é que a razão de vocês dois estarem infelizes no casamento, é que nenhum demonstra amor ao fazer coisas pelo outro. Mary, disse: - O senhor está certo, e a razão de eu ter parado de fazer coisas para ele é que me ressenti do espírito exigente dele. Eu me sentia como se ele quisesse que eu me transformasse na mãe dele.
            De fato, o amor é sempre dado livremente, não se pode exigi-lo. Podemos pedir coisas um ao outro, mas jamais devemos exigir algo. Lembre-se: Os pedidos direcionam o amor, mas as exigências interrompem seu fluxo. Mark concordou com a fala de Mary, e disse: - Ela está certa. Eu era exigente e crítico porque estava decepcionado com ela como esposa. Sei que disse algumas coisas cruéis, e entendo por que ela estaria chateada comigo.
            Gary Chapman, sugeriu aos dois que pegassem caneta e papel. Disse a Mark, anote três ou quatro coisas que, se Mary optasse em fazer, você se sentiria amado quando chegasse em casa no final da tarde.  O mesmo fez com Mary, faça uma lista de três ou quatro coisas em que gostaria muito de ter a ajuda de seu marido, coisas que, se ele optasse em fazer, ajudariam você a saber que ele a ama.
            Eis a lista de Mark: - arrumar as camas todos os dias; - colocar os sapatos no armário antes de eu voltar do trabalho; - tentar pelo menos começar o preparo do jantar, antes de eu chegar em casa; - lavar o rosto do bebê antes de eu chegar em casa.
               E a lista de Mary: - lavar o carro toda semana em vez de esperar que eu faça isso; - trocar a fralda do bebê depois de chegar em casa de tarde, especialmente se eu estiver preparando o jantar; - que ele passasse o aspirador de pó pela casa uma vez por semana; - cortar a grama semanalmente durante o verão, não deixando a grama tão alta a ponto de eu sentir vergonha do nosso jardim.
            Quero sugerir que vocês tentem fazer estas quatro coisas por dois meses e analisem se isso os ajudará. Talvez, após este período, vocês queiram adicionar outros pedidos à lista e compartilhá-los. Vocês acham que conseguem fazer isso. Os dois disseram que sim. É muito raro encontrar um casal em que os dois possuem a mesma linguagem do amor. Neste caso em que acabamos de relatar aconteceu.
            Aqui cabe uma pergunta: Se Mark e Mary possuíam a mesma linguagem do amor, por que tinham tantos problemas em seu relacionamento? – A resposta é muito simples, reside no fato de eles falarem dialetos diferentes. Eles faziam coisas um para o outro, mas não eram as mais importantes. Depois dessas anotações, descobriram o que era mais importante para cada um e começaram a fazer, isto é, começaram a falar o mesmo dialeto, o tanque de amor de ambos começou a se encher.
            Lembre-se: antes do casamento, somos impulsionados pela força obsessiva da paixão (sentimento muito forte, mas que costuma não durar tanto tempo). Depois do casamento, voltamos a ser quem éramos antes de nos apaixonarmos. O amor é uma escolha e não pode ser forçados a amar. Assim que eles decidiram fazer pedidos em vez de exigências e críticas, o casamento começou a se transformar.
Não se esqueça: você pode dar orientação ao amor por meio de pedidos como: “Gostaria que você lavasse o carro (ou trocasse a fralda do bebê)”, mas não pode criar a vontade de amar. Se o amor é uma decisão e decidimos amar nosso cônjuge, então expressar esse amor da maneira que nosso cônjuge pede e gosta, tornará nosso amor mais eficiente em termos emocionais. Precisamos entender que excluímos a possibilidade do amor quando tratamos nosso cônjuge como objeto. Cuidado:

1. A manipulação através da culpa, não é a linguagem do amor; por exemplo: “Se você fosse um bom                   marido, faria isso por mim”;

2. A coerção pelo medo é algo estranho ao amor; por exemplo: “Faça isso, senão você vai se arrepender” (soa como ameaça e intimidação, isso não é amor, acréscimo nosso).

Não podemos nos permitir ser usados (como marionetes na mão do outro, simplesmente pelo fato de o amarmos, acréscimo nosso), pois somos criaturas com emoções, pensamentos e desejos. Temos a capacidade de tomar decisões e de agir. Gary Chapman afirma que: “Permitir-se ser usado ou manipulado por outra pessoa, não é uma ato de amor, mas de traição”.
Esta linguagem do amor exige que reexaminemos os papeis desenvolvidos pelo marido e pela esposa, tendo consciência que eles estão em constantes mudanças. Cuidado para não estar reproduzindo, igualmente ao Mark, o modelo de vida conjugal de seus pais. Muitas vezes, será necessário quebrarmos com os paradigmas (padrões e modelos) que não são nossos. 
           
Conclusão
             Estamos acompanhando muitas mudanças sociológicas em relação a constituição familiar, como também em relação aos papeis desempenhados pelos cônjuges. Antes, imperava a ideia de que ao homem era incumbido exclusivamente o papel de ser o provedor da família (manter o sustento integral), enquanto que a mulher era a responsável pelos afazeres domésticos e os cuidados dos filhos.
            Com o advento da televisão e da mídia, o crescimento da mobilidade humana, a crescente diversidade cultural, a proliferação de pais solteiros, entre outros fatores, tem influenciado nas mudanças da constituição familiar. Seja qual for sua percepção a respeito, é bem possível que seu cônjuge entenda os papeis conjugais de maneira um pouco diferente de você.
                Portanto, uma disposição de examinar e mudar os estereótipos (generalização que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros)  é necessária para que se possa expressar amor de forma eficiente. Entenda que, aprender a linguagem do amor de sua esposa (ou marido) e escolher falar essa linguagem diariamente, produzirá uma enorme diferença no clima emocional de um casamento.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Terceira Linguagem do Amor: o Ato de Presentear

A Terceira Linguagem do Amor: Presentes

Introdução

Apresentamos a primeira e segunda linguagem do amor, conforme listadas por Gary Chapman. Agora iremos caminhar nas trilhas da terceira linguagem – o ato de presentear alguém que gostamos.
O autor conheceu lugares e pessoas fascinantes em suas viagens e pesquisas antropológicas (conhecimento ou estudo sobre o homem). Nas andanças pela América Central, estudou a cultura Maia e Asteca, além de cruzar o Oceano Pacífico para estudar a cultura das tribos da Melanésia e Polinésia.
Também pesquisou sobre os esquimós da tundra ao norte e os aborígenes[1] ainos[2] do Japão. Dentro desta vasta pesquisa, o autor buscou conhecer acerca dos padrões culturais do amor entre esses povos. O resultado encontrado pela pesquisa é de que em todas as culturas estudadas, o ato de presentear faz parte do processo amoroso.
Seria possível o ato de presentear alguém que gostamos, se constituir numa expressão fundamental de amor que transcende barreiras culturais? A atitude de amar é sempre acompanhada pelo conceito de doar? Segundo o autor, essas questões são acadêmicas e, de certo modo, filosóficas, mas, se a resposta for afirmativa, existem profundas implicações práticas para todos os casais ocidentais.

Desenvolvimento

            Numa destas viagens de pesquisa, o autor conheceu um jovem negro de nome Fred. Ele tinha 28 anos de idade e perdera uma das mãos num acidente de pesca com dinamite. Com isso, ele encerrou sua carreira de pescador. Eles passaram muito tempo juntos, principalmente conversando sobre sua cultura. Numa de minhas primeiras visitas a sua casa, Fred me ofereceu um suco:
- Sr. Gary, gostaria de um pouco de suco? Respondi entusiasmado que sim. Ele olhou para seu irmão mais novo e disse: - Vá pegar suco para o Sr. Gary. Ele saiu pelo piso de chão batido, subiu num coqueiro e desceu com um coco enorme. Estávamos numa ilha Dominicana. Fred ordenou a seu irmão: - Abra o coco.  Com três movimentos rápidos com o facão, ele descascou o coco e fez um buraco triangular na parte de cima. Fred me passou o coco e disse: - Suco para você.
Naquele lugar é cultura oferecer suco aos amigos. E caso não o tomemos, acaba se tornando numa desfeita (acréscimo nosso). Isto é para eles, um símbolo de amor. Portanto, um presente é algo que você pode segurar nas mãos e dizer: “Olhe, ele estava pensando em mim” ou “Ela se lembrou de mim”.
Para se presentear é preciso pensar em alguém. E o presente em si, é um símbolo desse pensamento e desta lembrança, isto é, o presente é um símbolo visual do Amor. Neste ato, não importa se ele custa dinheiro, o mais importante é que você pensou na pessoa e decidiu presenteá-la.
O autor descreve o relacionamento de um casal que estava prestes a se separar. A esposa retirou a aliança de casamento e jogou em cima do marido, saindo bastante irritada. As alianças eram um símbolo do que deveria ter sido o casamento, mas, estando na mão dele e não no dedo dela, eram lembranças visuais de que o relacionamento desmoronava.
Lembre-se: símbolos visuais de amor são mais importantes para alguns do que para outros. Não se esqueça de que, geralmente os homens são mais visuais do que auditivos; enquanto as mulheres o inverso, ou seja, são mais auditivas do que visuais. Este é um dos motivos, entre outros, porque as pessoas possuem atitudes diferentes em relação as alianças de casamento.
Certas pessoas jamais a tiram depois de se casar. Outras nem sequer as possuem. Portanto, se a linguagem de amor de sua esposa (ou marido) for presentes, dará grande valor a aliança que ganhou e a usará com grande orgulho.
Um alerta para você que diz: “Não sou de dar presentes e não sei qual presente escolher. Não é natural para mim”. Parabéns! Você acabou de descobrir sobre como se tornar num cônjuge mais dedicado, haja vista que acabou de aprender que você e seu cônjuge falam linguagens de amor diferentes.
Caso a linguagem de sua esposa são presentes, você pode se tornar um especialista nesta área. Ela é uma das linguagens mais fáceis de aprender. Para um pouco, faça uma reflexão e anote os presentes pelos quais ela já demonstrou interesse em ganhar no decorrer desses anos juntos. A lista lhe dará ideias. No entanto, se tiver dificuldades em escolher, peça ajuda de familiares que conhecem bem sua esposa (ou marido).
Quero chamar sua atenção para a questão relacionada ao dinheiro. Cada um de nós tem uma percepção individual dos propósitos do dinheiro, bem como várias emoções associadas ao ato de gastá-lo.
Alguns gostam de gastar e se sentem bem com isso. Entretanto, se for um consumidor contumaz, poderá trazer sérios problemas conjugais e familiares (compulsivo por gastos).  Outros têm uma perspectiva voltada a poupar e investir e se sentem bem quando guardam dinheiro e o investem sabiamente. No entanto, correm o risco de se tornarem avarentos (obcecado por adquirir e juntar dinheiro; sovina) e, da mesma forma que os primeiros, podem trazer comprometimentos ao seu relacionamento conjugal e familiar (acréscimo nosso).
Se você fizer parte do primeiro grupo – gastador, terá pouca dificuldade em comprar presentes para seu cônjuge; entretanto, se você pertencer ao segundo grupo – poupador, sentirá uma forte resistência emocional à ideia de gastar seu dinheiro com presentes, com o objetivo de expressar amor por alguém (acréscimo nosso).
O autor faz a seguinte colocação, acerca do poupador: “Você (Eu) não compra coisas para si (mim); por que deveria comprar para seu cônjuge?” E dá a resposta: Essa atitude, porém, não leva em conta que você está comprando coisas para si mesmo. Neste ponto, quero acreditar que ele se apropriou das Escrituras Sagradas, pois no livro de Gênesis, 2:24, no Antigo Testamento, diz assim:

Gênesis 2:2-24. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

            A prescrição divina para o casamento é de “um só homem e uma só mulher”. E um dos significados da expressão grifada acima “(...), e serão ambos uma carne”, quer dizer que ambos estarão unidos em “corpo e alma”. Outro texto que gostaria de colocar em relevo é a Primeira Epístola aos Coríntios, 7:4, que se encontra no Novo Testamento:

1 Coríntios 7:4. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.

O apóstolo Paulo faz, no texto acima, uma comparação entre a Igreja de Cristo (seus membros e funções) e o Corpo Humano (seus membros e funcionamento), mas é possível fazermos uma aplicação para o tema que está sendo abordado por Gary Chapman.
A expressão “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido” e vice-e-versa; está se referindo, entre outras coisas, ao ato sexual entre os cônjuges, recomendando o escritor desta Carta, que tanto a esposa como o marido, deve estar em comum acordo quanto a atitude de abster-se da relação sexual por algum tempo, mas com propósitos específicos (1 Coríntios 7:5).
Voltando a questão do marido poupador, aquele que não gosta ou não quer dar presentes a esposa, mesmo identificando que sua linguagem do amor é esta; podemos dizer que quando ele compra um presente para a esposa, com base nos textos Sagrados em destaque, ele está presenteando a si mesmo, pois “serão ambos uma só carne”, isto é, os mesmos pensamentos, sentimentos e emoções.
Arrisco-me a dizer mais, ele é quem será o maior beneficiário, pois uma esposa feliz, sentindo-se valorizada e amada, terá seu tanque de amor cheio. E com certeza adotará atitudes que poderão surpreender seu marido (acréscimo nosso).
Este tipo de marido precisa entender que o melhor investimento a fazer é presentear a sua esposa (não de forma exagerada, mas equilibrada), pois estará investindo em seu relacionamento conjugal e, ao mesmo tempo, mantendo seu tanque de amor emocional cheio.   
Existe um presente intocável e que às vezes fala mais alto que um presente material. O autor o chama de “Presentear a si mesmo ou Presente da presença”. Penso que dinheiro algum ou qualquer bem material, jamais será capaz de substituir a contento a presença física e real da pessoa a quem amamos (acréscimo nosso).  É muito bom estar presente no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa.
Se a sua esposa (ou marido) precisa ou espera de você uma atitude, e você se mostra presente e pronto para atendê-la (lo), isto fará uma enorme diferença para quem possui esta linguagem de amor. Por exemplo; acompanhá-la as consulta médicas e estar com ela na hora do nascimento dum filho, entre outras. Para a esposa, o fato de o marido estar ao seu lado nesses momentos, é muito mais importante do que qualquer presente ou bem material.
Lembre-se: se a presença física de seu cônjuge é muito importante para você, diga para ele (a), mas de forma gentil e não como uma exigência ou imposição (acréscimo nosso). Ele (a) não tem o poder de ler seus pensamentos.
O autor descreve um fato muito interessante sobre um casal. A mãe do marido havido morrido (sogra da esposa). O chefe de sua esposa a liberou por apenas duas horas para ir ao velório, mas ela lhe disse que só poderia voltar pela tarde. O argumento usado por ela, era de que seu marido precisaria de sua companhia e apoio naquele momento.
O seu chefe respondeu: “Se você se ausentar o dia inteiro, talvez perca o emprego”. A esposa disse: Meu marido é mais importante que meu emprego. O marido se sentiu mais amado por ela naquele dia do que antes. Ele nunca se esqueceu do que ela fez e, a propósito, ela não perdeu o emprego. Seu chefe é que foi dispensado pouco tempo depois e ela assumiu seu cargo. Ela priorizou a linguagem de amor de seu marido e ele nunca se esqueceu disso.
Em todas as cinco linguagens do amor, há a exigência dos cônjuges se doarem um ao outro. Para alguns, porém, o ato de receber presentes, como símbolos visuais do amor, fala mais alto. Outra descrição muito interessante no livro trata-se de uma esposa que reclamava há anos do marido, dizendo-lhe que precisava do seu amor, mas ele não reagia.
Ela amava os filhos e eles a amavam, mas não sentia nada da parte do marido (relatos dela). Ele era uma pessoa metódica, tinha rotina para tudo. Era previsível como um relógio e ninguém conseguia interromper sua rotina (nesta segunda parte, me vi completamente). Durante muitos anos tentei ser boa esposa, fazia tudo que, a meu ver, uma boa esposa deveria fazer. Fazia sexo porque sabia que era importante para ele, mas não me sentia amada.
Achava que ele deixara de demonstrar interesse por mim logo que nos casamos e não me dava mais valor. Eu me sentia usada e desprezada. Lembre-se: geralmente, se um homem sexualmente ativo, ficar mais de três dias sem ter relação sexual, poderá apresentar irritação e agressividade com palavras (se ele já é assim naturalmente, a abstinência sexual fará aumentar seu temperamento). Sendo assim, a mulher tem que ser sábia, pois se quiser castigar seu marido com abstinência sexual, poderá estimulá-lo para a prática do adultério (acréscimo nosso).
No caso deste casal, quando sua esposa foi falar com ele que era infeliz, ele simplesmente riu e disse que tinham um casamento tão bom quanto qualquer outro da vizinhança. Lembrou a esposa de que as contas estavam todas pagas, que tinham uma bela casa, um carro novo e que ela tinha a liberdade de trabalhar fora ou ser dona de casa. Finalizou dizendo que em vez de reclamar o tempo todo, ela deveria estar feliz.
Tempos atrás, eles participaram de um Seminário para Casais e o palestrante era Gary Chapman. Depois da participação ele não disse muita coisa, mas parecia ter gostado. Numa segunda-feira, ele chegou em casa e me deu uma rosa. Perguntei; onde conseguiu isso? – Comprei de um vendedor de rua. Achei que você merecia uma rosa. Eu comecei a chorar. Elogiei sua atitude. Na terça-feira, me ligou do trabalho e me perguntou o que eu achava de pedirmos uma pizza para o jantar. Talvez você gostasse de não ter que fazer o jantar. A ideia era maravilhosa, respondi. Na quarta-feira, chegou do trabalho com um pacote de biscoito para cada filho e um vaso de flor  para mim. Estava começando a achar que ele estava enlouquecendo! Na quinta-feira, depois do jantar, ele me deu um cartão com uma mensagem sobre o fato de ele nem sempre ser capaz de expressar seu amor por mim. Depois ele sugeriu que poderíamos contratar uma babá na noite de sábado e poderiam sair somente os dois para jantar? Respondi que seria maravilhoso.
Na sexta-feira, ele passou numa padaria e comprou os biscoitos favoritos de cada uma das crianças. Mais uma vez, ele nos fez uma surpresa. E não acabou por ai, no sábado a noite, eu estava nas nuvens. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas estava gostando muito. Ele nunca me dera um Cartão por qualquer ocasião que fosse. Ele nunca tinha me dado uma flor desde que nos casamos. Ele nunca comprou nada para as crianças e esperava que eu comprasse apenas o essencial. Nunca pediu pizza para o jantar.
O que estou dizendo é que essa foi uma mudança radical em seu comportamento. Portanto, resolvi perguntar-lhe o que estava acontecendo? – Depois de ter ouvido aquela Palestra, descobriu que a linguagem do amor de sua esposa era Presentes. Percebi também, que fazia muitos anos que eu não lhe dava nenhum presente, talvez desde a cerimônia de casamento. Lembrei-me de que, quando namorávamos, eu lhe trazia flores ou outros presentes.
A partir de então, decidi dar-lhe um presente por dia durante uma semana, com o propósito de ver se haveria alguma diferença nela. Preciso admitir que vi uma enorme diferença em sua atitude durante a semana. Depois, pedi desculpas por ter sido tão insensível durante todos aqueles anos e por ter deixado de suprir sua necessidade de amor. Prometi que, com a ajuda de Deus, eu seria um presenteador pelo resto da minha vida.
Sua esposa disse que ele não falhou uma semana sequer, nos últimos três anos. Ele é um novo homem. Nosso casamento foi restaurado e nossos filhos nos chamam de pombinhos apaixonados. Meu tanque de amor está cheio e transbordando.
           
Conclusão

            Doug se sentia amado por Kate e gostava de todas as coisas que ela fazia por ele e pelas crianças, mas ela vivia totalmente infeliz. Quase que este casamento veio a ruir, pelo simples fato dele não ter identificado qual era a linguagem do amor de sua esposa. Depois da descoberta, ele começou a mudar radicalmente em suas atitudes diárias, vindo a restaurar definitivamente seu casamento. Quem sabe, se você em seu relacionamento conjugal não está passando por problemas parecidos! Vale a pena atentar para esta mensagem e observar mais o seu cônjuge, pois mudanças significativas podem ocorrer. E para melhor! Amém (conclusão nossa).



[1] Aborígene. Expressão de origem latina com o significado “habitantes originais”. Provavelmente, eles migraram da Ásia para a Austrália há 50 mil anos.
[2] Ainos. No original é “Ainu”. É uma comunidade indígena que vive ao norte do arquipélago Japonês, com traços físicos parecidos com os dos esquimós, com uma cultura e idioma próprio. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A Segunda Linguagem do Amor: Tempo de Qualidade

A Segunda Linguagem: Tempo de Qualidade.

Introdução

Muitos homens casados, acabam esquecendo-se de que tem a responsabilidade de fazer sua esposa feliz (a mesma responsabilidade tem as esposas). Com isso, dedicam-se boa parte de seus dias ao trabalho, achando que pelo fato de suportarem o sustento de toda a família, fazem muito bem o seu papel no relacionamento conjugal e familiar. Uma mulher disse certa vez sobre seu marido: “de que adianta adquirir tantas coisas, se nem conseguimos desfrutar das mesmas em família, isto é, juntos”.
Com isso, ela estava dizendo que desejava ter um tempo de qualidade de seu marido, ou seja, ela estava necessidade de sua atenção. Quando nos referimos a “tempo de qualidade”, estamos querendo dizer dar atenção completa a alguém, como também que os cônjuges precisam estar fazendo coisas juntos e que, ao fazê-las, ambos devem se concentrar somente neles.

Desenvolvimento

A expressão tempo de qualidade não é sinônimo de sentar-se no sofá e assistir televisão juntos, pois nesta situação, quem estará recebendo sua atenção é um aparelho eletrônico e o apresentador do programa que estiver passando naquele momento. Certas pessoas dizem: “estamos casados a quarenta e cinco anos”, quando, na verdade, apenas estão juntos, isto é, convivem debaixo do mesmo teto durante todos esses anos.
Tempo de qualidade é muito mais do que apenas estar um ao lado do outro. É sair juntos e passear abraçadinhos; conversar olhando nos olhos; namorar e trocar carícias um com o outro; jantar sozinhos ou ir ao cinema, entre outras coisas. Muitos casais sentam-se a mesa de um restaurante, onde cada um pega seu aparelho telefônico e ficam o tempo todo com a atenção voltada para o aparelho. Isto nunca foi tempo de qualidade.
Portanto, maridos; se suas esposas tem reclamado que você não passa tempo com ela; não dá atenção a ela e nem brinca com seus filhos; que nunca mais a levou para passear ou jantar fora, entre outras reclamações. Se ela faz isso diariamente, abra o olho que a linguagem de amor dela pode ser – Tempo de Qualidade. Não adianta você dizer para sua esposa que trabalha demais, para que eles tenham uma vida melhor!
Lembre-se: não basta estar sentado no sofá da sala com o marido ou a esposa. Muitas pessoas passam o tempo todo (ou por bom tempo) em meio a multidões, mas, na verdade, estão se sentindo completamente solitárias. Quando um pai para de fazer qualquer coisa e chama seu filho pequeno para brincar de bola, sua atenção não estará focado na bola, mas no filho. O tempo que irão brincar, naquele momento, não importa, o que fará a grande diferença é que eles estão juntos. Portanto, tempo de qualidade significa fazer alguma coisa juntos e dedicar atenção completa à pessoa, pois a atividade em si será secundária.
Vimos na linguagem do amor anterior – Palavras de Afirmação, que a pessoa precisa estar sendo elogiada ou admirada pelo que faz ou pelo que é (esta linguagem concentra-se no que falamos ou dizemos). No tempo de qualidade, é necessário que os cônjuges estejam atentos para desenvolverem um ”Diálogo de Qualidade”.
O que queremos dizer com isso, é que nesta conversa os dois devem compartilhar experiências, pensamentos, sentimentos e desejos num contexto amigável e sem interrupções. Muitas vezes, ouvimos alguém reclamar desse jeito ”meu marido (ou esposa) não conversa comigo e nem presta atenção no que falo”. Isto não quer dizer que ele (a) seja uma pessoa fechada (não abre a boca para falar) ou que não lhe dê atenção (não da forma que ela deseja), mas que essa pessoa raramente participa de um diálogo agradável ou uma conversa de qualidade (esta linguagem concentra-se no que ouvimos).
Dito com outras palavras, “se eu compartilho meu amor por você através do tempo de qualidade e passamos muito tempo conversando, deve concentrar-me totalmente em ser atencioso ao que ela (e) está dizendo, e isto deve ser feito de forma natural, simpática e agradável”.
Não podemos esquecer de que o casamento é um relacionamento e não um projeto a concluir ou um problema a resolver. 
Lembre-se: este relacionamento exige um ouvido solidário, concentrado em entender os pensamentos, sentimentos e desejos da outra pessoa.
Não se iluda ou engane, aprender a ouvir pode ser tão difícil quanto aprender um outro idioma, mas é necessário se quisermos comunicar amor ao nosso cônjuge. Além do tempo e do diálogo de qualidade, também é necessário que façamos atividades de qualidade.
Elas incluem qualquer coisa na qual um dos dois ou ambos gostam de fazer. Lembre-se: a ênfase na está na atividade em si, mas no motivo ou na razão de praticá-la. Quais seriam os ingredientes essenciais duma atividade de qualidade? – 1º O desejo de pelo menos um dos cônjuges em realizá-la; - 2º  A disposição do outro em fazê-la; - 3º A consciência acerca da razão de fazerem a atividade: expressar amor por meio do ato de estar juntos.

Conclusão

O ideal como consequência desta linguagem do amor, seria do casal lembrar-se de vez em quando das atividades que costumavam realizar juntos e, simultaneamente, voltar a praticá-las. Muitas vezes teremos que abdicar de algumas atividades que apreciamos e praticamos individualmente, para fazermos outras coisas com nosso cônjuge, e até que, de repente não apreciamos muito. Entretanto, este sacrifício valerá a pena, haja vista que seu cônjuge se sentirá amado e feliz em saber que você se esforçou para aprender a sua linguagem do amor com certa fluência. Esta atitude é algo essencial para o bom relacionamento e convivência conjugal e familiar.

A Primeira Linguagem do Amor: Palavras de Afirmação.

                                        A Primeira Linguagem: Palavras de Afirmação.

           Você sabe qual é a sua linguagem de amor? Melhor ainda, qual a linguagem de amor de seu cônjuge? Se você não sabe responder a estas duas perguntas, talvez também não saiba dizer, o real motivo de seu relacionamento conjugal está indo tão mal! 
           Tem pessoas que possuem uma necessidade de ser elogiadas o tempo todo. E precisam também de uma autoafirmação constante (exaltarem-se a si mesmas). Não estou sugerindo que você minta para esta ou aquela pessoa, mas que acentue nela (e) o que de melhor ela tem ou faz. As palavras são poderosos comunicadores entre duas ou mais pessoas, principalmente entre casais, pois caso elas sejam palavras de apreciação (admiração ou elogio), poderão comunicar o amor. 
E por mais simples que sejam, podem melhorar este relacionamento; por exemplo: - Você fica tão bem com este vestido! - Gosto muito que você venha me buscar no trabalho! – Esta comida está simplesmente uma delicia! – Gosto do seu jeito meigo de me tratar!
       Se determinadas pessoas gostam de ouvir palavras elogiosas a seu respeito ou do que fazem, provavelmente, a sua linguagem do amor é – Palavras de Afirmação. Quando são elogiadas, admiradas ou encorajadas, elas se sentem motivadas e podem se tornar melhores do que são ou do que fazem. Muitas vezes nos sentimos inseguros e carecemos de coragem para fazer certas coisas. 
        Talvez, seu marido ou sua esposa, podem estar a espera de uma palavra encorajadora para tomar aquela iniciativa. Dependendo da forma como verbalizamos ao outro, podemos achar que estamos transmitindo uma mensagem positiva (para nós), mas não para quem está ouvindo. Muitas vezes as palavras dizem uma coisa, mas o tom de voz empregado diz outra. Assim ocorre diariamente em nossos relacionamentos com nossos cônjuges; por exemplo:

      - Adoraria lavar a louça hoje à noite! Se for dita com tom de reclamação, não será recebida como uma expressão de amor. Por outro lado, podemos compartilhar mágoa, dor e até raiva, mas se for dita de maneira gentil, será uma expressão de amor.
      - Fiquei magoada e decepcionada por você não se oferecer para me ajudar esta noite! Quando dita de maneira honesta e gentil, pode ser uma expressão de amor. Quando compartilhamos sentimentos, damos passos para construir intimidade. 

      Neste caso, ela pode estar pedindo uma oportunidade de discutir uma ferida com o propósito de encontrar a cura. Nossa maneira de se expressar é muito importante, Precisamos policiar nossa forma de verbalizar, pois se as palavras forem expressas em voz alta e de forma dura, jamais irão expressar o amor, mas, sim, censuras e julgamentos. Salomão, um dos maiores sábios do passado, escreveu que: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1).
      Precisamos entender que quem ama faz pedidos, e não exigências! Se começo a exigir coisas de meu marido (minha esposa), deixo de ser cônjuge para assumir o papel de “pai” ou “mãe”, e o outro, passa a assumir o papel de filho ou filha. No casamento, somos parceiros um do outro, adultos e iguais.       Para fazermos o outro feliz, precisamos conhecer os seus desejos e as suas necessidades, isto é amor. No entanto, não podemos expressar esses desejos como exigências, pois eliminamos a possibilidade de adquirirmos intimidade. Se nos expressarmos colocando nossas necessidades em forma dum pedido, estamos afirmando o valor e as capacidades dele (a). 
      Noutras palavras, você está dizendo que ele (a) tem algo ou pode fazer alguma coisa que é significativa e valiosa para você. De forma contrária, quando fazemos exigências ao nosso cônjuge, deixamos de serem parceiros um do outro, e nos tornando num tirano; deixando-o (a) desmotivado (a) ou se sentindo menosprezado. 
       O Psicólogo William James, disse que é bem possível que a mais profunda necessidade humana seja a de sentir-se apreciado (admirado). Portanto, as palavras de afirmação ou encorajamento, satisfazem essa necessidade em muitas pessoas. Portanto, pode ser que seu cônjuge seja uma dessas pessoas, sendo necessário que você aprenda a dizer tais palavras diariamente para ele (a). 
        Talvez, você possa dizer: eu não sei fazer isso! Se você quiser fazer seu cônjuge feliz e ter um bom relacionamento conjugal, terá que aprender. Vou apresentar-lhe algumas sugestões:

       - quando estiver com os parentes dele (a), fale sobre suas qualidades para eles! Eles farão a simples tarefa de contar-lhe. Assim, o elogio (palavra de afirmação) será ampliado e você receberá seu crédito. 
         – Faça elogios de seu cônjuge na frente de outras pessoas, principalmente quando ele (a) estiver ausente! Essas pessoas irão contar-lhe e você verá o bom resultado. 

          – Se você tiver dificuldade de falar, escreva num papel e deixe para ela (e) palavras de afirmação e encorajamento. 

          - Não se esqueça de enaltecer alguma qualidade de seu cônjuge com um elogio, pelo menos, uma vez por semana; por exemplo, “fiquei muito feliz, por você ter levado as crianças para escola” ou “Você caprichou em nossa refeição hoje!. 

         – Diga para seus filhos que excelente pessoa é seu pai (ou sua mãe)! Procure fazer isso tanto na presença como na ausência dele (a). – Procure dizer ao seu cônjuge seus pontos fortes (virtudes) e o quanto você os aprecia.

            Provérbios 18:19-22. O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como os ferrolhos de um palácio. Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios ficará satisfeito. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto. Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevolência do SENHOR.
         Temos que estar atentos ao poder que possuem as “palavras”, pois como afirma o texto, elas podem ferir profundamente e até matar. Precisamos descobrir qual é a linguagem de amor de nosso cônjuge e, caso seja, Palavras de Afirmação, que venhamos a mudar o nosso linguajar diário, para que o nosso relacionamento conjugal melhore e busquemos a felicidade!