Radio do Bloguer do capitão.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Terceira Linguagem do Amor: o Ato de Presentear

A Terceira Linguagem do Amor: Presentes

Introdução

Apresentamos a primeira e segunda linguagem do amor, conforme listadas por Gary Chapman. Agora iremos caminhar nas trilhas da terceira linguagem – o ato de presentear alguém que gostamos.
O autor conheceu lugares e pessoas fascinantes em suas viagens e pesquisas antropológicas (conhecimento ou estudo sobre o homem). Nas andanças pela América Central, estudou a cultura Maia e Asteca, além de cruzar o Oceano Pacífico para estudar a cultura das tribos da Melanésia e Polinésia.
Também pesquisou sobre os esquimós da tundra ao norte e os aborígenes[1] ainos[2] do Japão. Dentro desta vasta pesquisa, o autor buscou conhecer acerca dos padrões culturais do amor entre esses povos. O resultado encontrado pela pesquisa é de que em todas as culturas estudadas, o ato de presentear faz parte do processo amoroso.
Seria possível o ato de presentear alguém que gostamos, se constituir numa expressão fundamental de amor que transcende barreiras culturais? A atitude de amar é sempre acompanhada pelo conceito de doar? Segundo o autor, essas questões são acadêmicas e, de certo modo, filosóficas, mas, se a resposta for afirmativa, existem profundas implicações práticas para todos os casais ocidentais.

Desenvolvimento

            Numa destas viagens de pesquisa, o autor conheceu um jovem negro de nome Fred. Ele tinha 28 anos de idade e perdera uma das mãos num acidente de pesca com dinamite. Com isso, ele encerrou sua carreira de pescador. Eles passaram muito tempo juntos, principalmente conversando sobre sua cultura. Numa de minhas primeiras visitas a sua casa, Fred me ofereceu um suco:
- Sr. Gary, gostaria de um pouco de suco? Respondi entusiasmado que sim. Ele olhou para seu irmão mais novo e disse: - Vá pegar suco para o Sr. Gary. Ele saiu pelo piso de chão batido, subiu num coqueiro e desceu com um coco enorme. Estávamos numa ilha Dominicana. Fred ordenou a seu irmão: - Abra o coco.  Com três movimentos rápidos com o facão, ele descascou o coco e fez um buraco triangular na parte de cima. Fred me passou o coco e disse: - Suco para você.
Naquele lugar é cultura oferecer suco aos amigos. E caso não o tomemos, acaba se tornando numa desfeita (acréscimo nosso). Isto é para eles, um símbolo de amor. Portanto, um presente é algo que você pode segurar nas mãos e dizer: “Olhe, ele estava pensando em mim” ou “Ela se lembrou de mim”.
Para se presentear é preciso pensar em alguém. E o presente em si, é um símbolo desse pensamento e desta lembrança, isto é, o presente é um símbolo visual do Amor. Neste ato, não importa se ele custa dinheiro, o mais importante é que você pensou na pessoa e decidiu presenteá-la.
O autor descreve o relacionamento de um casal que estava prestes a se separar. A esposa retirou a aliança de casamento e jogou em cima do marido, saindo bastante irritada. As alianças eram um símbolo do que deveria ter sido o casamento, mas, estando na mão dele e não no dedo dela, eram lembranças visuais de que o relacionamento desmoronava.
Lembre-se: símbolos visuais de amor são mais importantes para alguns do que para outros. Não se esqueça de que, geralmente os homens são mais visuais do que auditivos; enquanto as mulheres o inverso, ou seja, são mais auditivas do que visuais. Este é um dos motivos, entre outros, porque as pessoas possuem atitudes diferentes em relação as alianças de casamento.
Certas pessoas jamais a tiram depois de se casar. Outras nem sequer as possuem. Portanto, se a linguagem de amor de sua esposa (ou marido) for presentes, dará grande valor a aliança que ganhou e a usará com grande orgulho.
Um alerta para você que diz: “Não sou de dar presentes e não sei qual presente escolher. Não é natural para mim”. Parabéns! Você acabou de descobrir sobre como se tornar num cônjuge mais dedicado, haja vista que acabou de aprender que você e seu cônjuge falam linguagens de amor diferentes.
Caso a linguagem de sua esposa são presentes, você pode se tornar um especialista nesta área. Ela é uma das linguagens mais fáceis de aprender. Para um pouco, faça uma reflexão e anote os presentes pelos quais ela já demonstrou interesse em ganhar no decorrer desses anos juntos. A lista lhe dará ideias. No entanto, se tiver dificuldades em escolher, peça ajuda de familiares que conhecem bem sua esposa (ou marido).
Quero chamar sua atenção para a questão relacionada ao dinheiro. Cada um de nós tem uma percepção individual dos propósitos do dinheiro, bem como várias emoções associadas ao ato de gastá-lo.
Alguns gostam de gastar e se sentem bem com isso. Entretanto, se for um consumidor contumaz, poderá trazer sérios problemas conjugais e familiares (compulsivo por gastos).  Outros têm uma perspectiva voltada a poupar e investir e se sentem bem quando guardam dinheiro e o investem sabiamente. No entanto, correm o risco de se tornarem avarentos (obcecado por adquirir e juntar dinheiro; sovina) e, da mesma forma que os primeiros, podem trazer comprometimentos ao seu relacionamento conjugal e familiar (acréscimo nosso).
Se você fizer parte do primeiro grupo – gastador, terá pouca dificuldade em comprar presentes para seu cônjuge; entretanto, se você pertencer ao segundo grupo – poupador, sentirá uma forte resistência emocional à ideia de gastar seu dinheiro com presentes, com o objetivo de expressar amor por alguém (acréscimo nosso).
O autor faz a seguinte colocação, acerca do poupador: “Você (Eu) não compra coisas para si (mim); por que deveria comprar para seu cônjuge?” E dá a resposta: Essa atitude, porém, não leva em conta que você está comprando coisas para si mesmo. Neste ponto, quero acreditar que ele se apropriou das Escrituras Sagradas, pois no livro de Gênesis, 2:24, no Antigo Testamento, diz assim:

Gênesis 2:2-24. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

            A prescrição divina para o casamento é de “um só homem e uma só mulher”. E um dos significados da expressão grifada acima “(...), e serão ambos uma carne”, quer dizer que ambos estarão unidos em “corpo e alma”. Outro texto que gostaria de colocar em relevo é a Primeira Epístola aos Coríntios, 7:4, que se encontra no Novo Testamento:

1 Coríntios 7:4. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.

O apóstolo Paulo faz, no texto acima, uma comparação entre a Igreja de Cristo (seus membros e funções) e o Corpo Humano (seus membros e funcionamento), mas é possível fazermos uma aplicação para o tema que está sendo abordado por Gary Chapman.
A expressão “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido” e vice-e-versa; está se referindo, entre outras coisas, ao ato sexual entre os cônjuges, recomendando o escritor desta Carta, que tanto a esposa como o marido, deve estar em comum acordo quanto a atitude de abster-se da relação sexual por algum tempo, mas com propósitos específicos (1 Coríntios 7:5).
Voltando a questão do marido poupador, aquele que não gosta ou não quer dar presentes a esposa, mesmo identificando que sua linguagem do amor é esta; podemos dizer que quando ele compra um presente para a esposa, com base nos textos Sagrados em destaque, ele está presenteando a si mesmo, pois “serão ambos uma só carne”, isto é, os mesmos pensamentos, sentimentos e emoções.
Arrisco-me a dizer mais, ele é quem será o maior beneficiário, pois uma esposa feliz, sentindo-se valorizada e amada, terá seu tanque de amor cheio. E com certeza adotará atitudes que poderão surpreender seu marido (acréscimo nosso).
Este tipo de marido precisa entender que o melhor investimento a fazer é presentear a sua esposa (não de forma exagerada, mas equilibrada), pois estará investindo em seu relacionamento conjugal e, ao mesmo tempo, mantendo seu tanque de amor emocional cheio.   
Existe um presente intocável e que às vezes fala mais alto que um presente material. O autor o chama de “Presentear a si mesmo ou Presente da presença”. Penso que dinheiro algum ou qualquer bem material, jamais será capaz de substituir a contento a presença física e real da pessoa a quem amamos (acréscimo nosso).  É muito bom estar presente no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa.
Se a sua esposa (ou marido) precisa ou espera de você uma atitude, e você se mostra presente e pronto para atendê-la (lo), isto fará uma enorme diferença para quem possui esta linguagem de amor. Por exemplo; acompanhá-la as consulta médicas e estar com ela na hora do nascimento dum filho, entre outras. Para a esposa, o fato de o marido estar ao seu lado nesses momentos, é muito mais importante do que qualquer presente ou bem material.
Lembre-se: se a presença física de seu cônjuge é muito importante para você, diga para ele (a), mas de forma gentil e não como uma exigência ou imposição (acréscimo nosso). Ele (a) não tem o poder de ler seus pensamentos.
O autor descreve um fato muito interessante sobre um casal. A mãe do marido havido morrido (sogra da esposa). O chefe de sua esposa a liberou por apenas duas horas para ir ao velório, mas ela lhe disse que só poderia voltar pela tarde. O argumento usado por ela, era de que seu marido precisaria de sua companhia e apoio naquele momento.
O seu chefe respondeu: “Se você se ausentar o dia inteiro, talvez perca o emprego”. A esposa disse: Meu marido é mais importante que meu emprego. O marido se sentiu mais amado por ela naquele dia do que antes. Ele nunca se esqueceu do que ela fez e, a propósito, ela não perdeu o emprego. Seu chefe é que foi dispensado pouco tempo depois e ela assumiu seu cargo. Ela priorizou a linguagem de amor de seu marido e ele nunca se esqueceu disso.
Em todas as cinco linguagens do amor, há a exigência dos cônjuges se doarem um ao outro. Para alguns, porém, o ato de receber presentes, como símbolos visuais do amor, fala mais alto. Outra descrição muito interessante no livro trata-se de uma esposa que reclamava há anos do marido, dizendo-lhe que precisava do seu amor, mas ele não reagia.
Ela amava os filhos e eles a amavam, mas não sentia nada da parte do marido (relatos dela). Ele era uma pessoa metódica, tinha rotina para tudo. Era previsível como um relógio e ninguém conseguia interromper sua rotina (nesta segunda parte, me vi completamente). Durante muitos anos tentei ser boa esposa, fazia tudo que, a meu ver, uma boa esposa deveria fazer. Fazia sexo porque sabia que era importante para ele, mas não me sentia amada.
Achava que ele deixara de demonstrar interesse por mim logo que nos casamos e não me dava mais valor. Eu me sentia usada e desprezada. Lembre-se: geralmente, se um homem sexualmente ativo, ficar mais de três dias sem ter relação sexual, poderá apresentar irritação e agressividade com palavras (se ele já é assim naturalmente, a abstinência sexual fará aumentar seu temperamento). Sendo assim, a mulher tem que ser sábia, pois se quiser castigar seu marido com abstinência sexual, poderá estimulá-lo para a prática do adultério (acréscimo nosso).
No caso deste casal, quando sua esposa foi falar com ele que era infeliz, ele simplesmente riu e disse que tinham um casamento tão bom quanto qualquer outro da vizinhança. Lembrou a esposa de que as contas estavam todas pagas, que tinham uma bela casa, um carro novo e que ela tinha a liberdade de trabalhar fora ou ser dona de casa. Finalizou dizendo que em vez de reclamar o tempo todo, ela deveria estar feliz.
Tempos atrás, eles participaram de um Seminário para Casais e o palestrante era Gary Chapman. Depois da participação ele não disse muita coisa, mas parecia ter gostado. Numa segunda-feira, ele chegou em casa e me deu uma rosa. Perguntei; onde conseguiu isso? – Comprei de um vendedor de rua. Achei que você merecia uma rosa. Eu comecei a chorar. Elogiei sua atitude. Na terça-feira, me ligou do trabalho e me perguntou o que eu achava de pedirmos uma pizza para o jantar. Talvez você gostasse de não ter que fazer o jantar. A ideia era maravilhosa, respondi. Na quarta-feira, chegou do trabalho com um pacote de biscoito para cada filho e um vaso de flor  para mim. Estava começando a achar que ele estava enlouquecendo! Na quinta-feira, depois do jantar, ele me deu um cartão com uma mensagem sobre o fato de ele nem sempre ser capaz de expressar seu amor por mim. Depois ele sugeriu que poderíamos contratar uma babá na noite de sábado e poderiam sair somente os dois para jantar? Respondi que seria maravilhoso.
Na sexta-feira, ele passou numa padaria e comprou os biscoitos favoritos de cada uma das crianças. Mais uma vez, ele nos fez uma surpresa. E não acabou por ai, no sábado a noite, eu estava nas nuvens. Não fazia ideia do que estava acontecendo, mas estava gostando muito. Ele nunca me dera um Cartão por qualquer ocasião que fosse. Ele nunca tinha me dado uma flor desde que nos casamos. Ele nunca comprou nada para as crianças e esperava que eu comprasse apenas o essencial. Nunca pediu pizza para o jantar.
O que estou dizendo é que essa foi uma mudança radical em seu comportamento. Portanto, resolvi perguntar-lhe o que estava acontecendo? – Depois de ter ouvido aquela Palestra, descobriu que a linguagem do amor de sua esposa era Presentes. Percebi também, que fazia muitos anos que eu não lhe dava nenhum presente, talvez desde a cerimônia de casamento. Lembrei-me de que, quando namorávamos, eu lhe trazia flores ou outros presentes.
A partir de então, decidi dar-lhe um presente por dia durante uma semana, com o propósito de ver se haveria alguma diferença nela. Preciso admitir que vi uma enorme diferença em sua atitude durante a semana. Depois, pedi desculpas por ter sido tão insensível durante todos aqueles anos e por ter deixado de suprir sua necessidade de amor. Prometi que, com a ajuda de Deus, eu seria um presenteador pelo resto da minha vida.
Sua esposa disse que ele não falhou uma semana sequer, nos últimos três anos. Ele é um novo homem. Nosso casamento foi restaurado e nossos filhos nos chamam de pombinhos apaixonados. Meu tanque de amor está cheio e transbordando.
           
Conclusão

            Doug se sentia amado por Kate e gostava de todas as coisas que ela fazia por ele e pelas crianças, mas ela vivia totalmente infeliz. Quase que este casamento veio a ruir, pelo simples fato dele não ter identificado qual era a linguagem do amor de sua esposa. Depois da descoberta, ele começou a mudar radicalmente em suas atitudes diárias, vindo a restaurar definitivamente seu casamento. Quem sabe, se você em seu relacionamento conjugal não está passando por problemas parecidos! Vale a pena atentar para esta mensagem e observar mais o seu cônjuge, pois mudanças significativas podem ocorrer. E para melhor! Amém (conclusão nossa).



[1] Aborígene. Expressão de origem latina com o significado “habitantes originais”. Provavelmente, eles migraram da Ásia para a Austrália há 50 mil anos.
[2] Ainos. No original é “Ainu”. É uma comunidade indígena que vive ao norte do arquipélago Japonês, com traços físicos parecidos com os dos esquimós, com uma cultura e idioma próprio. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário