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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

IGREJA: O POVO DE DEUS DO ANTIGA ALIANÇA.

         Antes de começarmos apresentar a abordagem sobre o tema proposto, gostaríamos de chamar a atenção dos leitores sobre duas coisas: uma se refere a grafia usada no título. Este termo não é encontrado nos 39 livros do Antigo Testamento (AT). A outra, diz respeito de como a igreja pode ser identificada na terra. Existem, no mínimo, três referencias que são usadas para se identificar a igreja:  a primeira, é que ela é composta e representada por pessoas ou por um grupo social. A segunda, é que pode ser vista como sendo um templo ou um santuário. E, por fim, ela faz parte da estrutura organizacional de uma sociedade. Em outras palavras, é uma instituição social voltada para tratar das questões religiosas e assistenciais. Neste artigo, usaremos o tempo todo a sua primeira identificação, ou seja, a igreja do Senhor que é composta por seres humanos, por pessoas. Nossa intenção é levar o leitor para a identificar como sendo um grupo de pessoas que se “reunem” regularmente, num local e horário específico, para ali louvar e bendizer o seu Deus. Portanto, todas as vezes que fizermos o uso da palavra igreja, estaremos nos referindo a um “conjunto de pessoas ou a uma assembleia por convocação”.

Em outras palavras, um ajuntamento de pessoas que professam a mesma fé, acreditam no mesmo Senhor e Deus e na inerrância de Sua Palavra (a Biblia). Igreja esta, como sendo o povo escolhido por Jeová para ser Seu: “Pois o SENHOR não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome, porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo” (cf. 1 Samuel 12:22). A igreja de Deus, mesmo vivendo e estando próxima de nações pagãs e politeístas, deve continuar a adorar e reverenciar o seu único Deus, praticando o monoteísmo, em total oposição as práticas do mundo em sua volta. 

1.  Seus Primeiros Alicerces:

         Desde o princípio da criação, quando Deus fez todas as coisas existirem tanto no céu como na terra; principalmente com a criação do primeiro homem, nasceu também a Igreja de Jeová. Embora, a princípio, composta de apenas um único alicerce. Portanto, ela foi representada por pessoas, neste caso, em Adão.

          . Adão: ele foi o primeiro ser humano criado por Deus. Seu nome em hebraico significa “Vermelho”. Foi criado a imagem e a semelhança de Deus. A este representante de Sua igreja, foi-lhe concedido  o domínio e autoridade sobre todos os demais seres viventes. Posteriormente, Jeová deu-lhe o encargo de cuidar, lavrar e proteger o Jardim do Éden.

 

Gênesis 1:26-27. E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. (...). 2:15-17. “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” 

        Todos os animais tinham sua companheira, mas Adão estava sozinho. Com isso, Deus viu que não era bom viver nesta terra em isolamento. De sua costela formou a sua ajudadora, a primeira mulher a ser criada. Adão deu-lhe o nome de Eva. Este nome em hebraico significa “Vida”. Ela passou a ser mãe de todos os viventes (cf. Gn 2:18-25; 3:20). Deste Casal, nasceram filhos e filhas, entre eles, Caim, Abel e Sete.

        . Caim: filho primogênito de Adão e Eva. Seu nome significa “Lança ou ciúme”. Ele era lavrador da terra, uma das primeiras profissões a serem exercidas na terra. Ele ofereceu produtos de suas terras, como um sacríficio a Jeová. Ele não se agradou de sua oferta, pois o seu coração estava carregado de ciúme, inveja e ressentimentos em relação a seu irmão Abel (cf. Gn. 4:2-8; 1 João 3:12). 

         1 João 3:11-12. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas. 

        Jeová, com seu atributo de Onisciência, esquadrinhou o coração de Caim e viu que apresentou aquela oferta, não com pureza de coração. Ele já tinha todo o planejamento para tirar a vida de Abel.

         . Abel: era totalmente diferente de seu irmão. Seu nome significa “Transitório”. Ele era pastor de ovelhas, a segunda profissão exercida na terra. Ele e seu irmão possuíam terras e resolveram apresentar um sacrifício ao Senhor. Entretanto, o seu sacrifico subiu como “cheiro suave e agradável” a Jeová. Ele o fez por amor e por ter pureza em seu coração (cf. Gn.4:1-5).

             Gênesis 4:8-11. E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. E disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão. 

         Foi morto de forma covarde por Caim, registrando-se o primeiro homicídio nas Sagradas Escrituras. Por esta grave transgressão, Caim recebeu uma severa repreensão da parte de Deus. Depois de ter passado alguns anos da morte de Abel, Adão e Eva tiveram outro filho homem, colocando-lhe o nome de Sete.

        . Sete: este nome foi dado por Adão, seu pai, pois ele significa “Designado”. Adão viveu por cento e trinta anos, vindo a gerar este outro filho homem: “(...), e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete” (cf. Gn. 5:3). Ele teve muitos filhos, vindo a formar raças desconhecidas e espalhadas por toda a terra.  

 

Números 24:14-17. Agora, pois, eis que me vou ao meu povo; avisar-te-ei do que este povo fará ao teu povo nos últimos dias. Então, alçou a sua parábola e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos; fala aquele que ouviu os ditos de Deus e o que sabe a ciência do Altíssimo; o que viu a visão do Todo-poderoso, caído em êxtase e de olhos abertos: Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas e destruirá todos os filhos de Sete.

         E os descendentes do primeiro Casal, faziam-se multiplicar e se avolumar sobre toda a face da terra. No decorrer da genealogia de Adão, surge mais um dos pilares da Igreja de Jeová. Um homem que não se deixava misturar com as civilizações politeístas e corruptas de sua época. Seu nome, Noé.

        . Noé: a sua história ocupa cinco capítulos do Livro de Gênesis (caps. 6 a 10). Seu nome significa “Repouso”. Ele era neto de Matusalém e o déscimo descendente, em ordem, de Adão. Pertencente a genealogia de sete (cf. Gn. 5:1-29). Seus três filhos se chamavam: Sem, Cam e Jafé. Mesmo vivendo em meio a uma civilização promiscua, corrupta e idólatra, mantinha-se em retidão de caráter.

         Gênesis 5:27-29,31-32. E foram todos os dias de Matusalém novecentos e sessenta e nove anos; e morreu. E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos e gerou um filho. E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou (...). E foram todos os dias de Lameque setecentos e setenta e sete anos; e morreu. E era Noé da idade de quinhentos anos e gerou Noé a Sem, Cam e Jafé.

         A sua integridade e retidão era tamanha, que “achou graça perante os olhos do Senhor” (Gn. 6:8). Diferentemente de Adão, recebeu uma ordem de Jeová, não questionou em nada e começou a executá-la fielmente. Levou cem anos para termina-la, mas a fez conforme o projeto que Deus lhe havia designado. Por sua total obediência, salvou a sua vida, de sua esposa e de seus filhos (cf. Gn. 6:14-22).

        . Sem: ele era o filho primogênito de Noé. Seu nome significa “Rocha”. Dele foi dada origem aos povos Semitas, entre eles: os caldeus, fenícios, assírios, hebreus e os árabes, entre outros. Eles ocuparam as melhores terras da Ásia (cf. Gn.5:32;6:10). Em Caim e Abel, ocorreu o primeiro ato de adoração a Jeová, quando apresentaram os seus sacríficos a Ele.

        Em Noé, assim que as águas do Diluvio baixaram e a terra ficou enxuta, saíram da Arca e ele  levantou um altar para agradecer por sua salvação e de sua Família: “E edificou Noé um altar ao SENHOR; (...) e ofereceu holocaustos sobre o altar. E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o Senhor em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz” (cf. G. 8:20-21).

         2. Suas Primeiras Lideranças:

        Noé e sua família se estabeleceram nesta nova terra, vindo a frutificar e se multiplicarem, povoando-a em todas as suas regiões. Com o passar dos anos, foram formadas várias nações. Numa destas regiões, na cidade de Ur dos Caldeus (Babilônicos), havia um homem de nome Terá, muito rico e idólatra, cuja arte era fazer ídolos e imagens de esculturas. Ele tinha um filho, e a este, Jeová o chamou para sair da convivência com seus familiares. O seu nome era Abrão.

    . Abrão: ele era descendente de Sem, o primogênito de Noé. Ele foi um dos maiores vultos de toda a Bíblia. De sua descendência surgiram os judeus e hebreus e, através de seu primogênito, Ismael, com a serva Agar, o povo árabe. Assim que O chamou, trocou logo o seu nome para Abraão, cujo significado é “Pai duma Multidão”. (cf. Gn. 12:1-3). Quando chegou nas proximidades de Siquém, Jeová falou com ele que aquela terra seria dele e de sua descendência.  

     Gênesis 12:4-7. Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã. E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam, então, os cananeus na terra. E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.

      Além daquelas terras, Deus lhe prometera que haveria de ter um filho com Sara, sua esposa. Ambos estavam com a idade bem avançada, mas mesmo assim, o Deus que promete é Aquele que cumpre com suas promessas: “E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la, aí está na tenda. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara, tua mulher, terá um filho. E ouviu-o Sara à porta da tenda, que estava atrás dele. E eram Abraão e Sara já velhos e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres” (cf. Gn. 18:9-11,ss...).

        Abraão foi pai de Ismael aos 86 anos de idade, mas não se menciona a idade de Agar, mãe de Ismael com o patriarca. Percorridos 14 anos desse nascimento, Sara veio a dar um filho a Abraão, conforme havia sido anunciado anos atrás. Eles puseram o seu nome de Isaque: ”(...). Porque eu a hei de abençoar e te hei de dar a ti dela um filho; e a abençoarei, e será mãe das nações; reis de povos sairão dela. Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, (...). E chamou Abraão o nome de seu filho (...), Isaque” (cf. Gn.17:15-17).

        . Isaque: o filho da promessa que foi feita por Jeová a Abraão. Seu nome significa “Riso”, muito pertinente este nome, haja vista de que no dia em que Sara ouviu o Anjo anunciar, de que geraria um filho, ambos riram. Eles não acreditaram por estarem com idades bem avançadas: “Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? (...). Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?” (cf. Gn.17:17; 18:12).

 

Gênesis 21:1-5. E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado. E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito. E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque. E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado. E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.

         Depois de aguardar um bom tempo pelo cumprimento da promessa, agora, isaque estando com dezesseis anos de idade, Jeová coloca a fé de Abraão em cheque. Ele prova sua fidelidade e pede que imole Isaque em sacríficio (cf. Gn.22:1-2). Duas coisas a observar deste fato: uma relacionada a Deus e, a outra, de Abraão. Jeová o provou, sabendo por antecedência de que ele o faria sem pestanejar. Abraão, quando chega próximo do local do sacrificio, fala no plural: “(...): Fiquem aqui com o jumento, enquanto eu e o rapaz vamos até lá. Depois de adorarmos, voltaremos” (cf. Gn. 22:5).

        Quando diz: “depois de adorarmos, voltaremos”, deixa claro que Deus faria algo sobrenatural durante o holocausto. Podemos extrair deste fato, de que o nosso Deus, quando anuncia para sua igreja de que fará tal coisa, comece a orar e aguarde, pois realmente acontecerá. Não estamos afirmando de que se dará de forma imediata, pois Abraão esperou por 25 anos. Mas, uma coisa é certa, se não houver dúvidas de nossa parte, ela irá ocorrer.

        Isaque casa-se com Rebeca, uma mulher de sua parentela, conforme havia sido ordenado por seu pai. Ela demorou 20 anos para engravidar, mas quando Deus abriu sua madre, vieram dois filhos gêmeos, cujos nomes dados foram: Esaú e Jacó. Eles eram totalmente diferentes. Esaú tinha o corpo cheio de pelos e era homem bruto, voltado para as coisas do campo e das florestas. Ele gostava muito de caçar. Jacó era mais amável e sociável, gostava de estar próximo de pessoas.

         . Jacó: o que tinha Esaú de agilidade e esperteza para a caça e pesca de animais, Jacó tinha para enganar e fazer trapaças com pessoas próximas. Seu nome é sugestivo em relação a isso, pois significa “Suplantador ou Engano”. Num dos episódios de esperteza, aproveitou-se da ocasião que seu irmão estava com fome e cansado, ofereceu-lhe a troca dum guisado (comida) e lentilhas, pelo seu direito a Primogênitura. O que foi aceito por Esaú (Gn. 25:33). Noutra ocasião, envolvendo novamente seu irmão, mas com a participação ativa de Rebeca, sua mãe, enganam a Isaque, seu pai, pois estava bem velho e já não enxergava bem.

        Ele se apresentou para seu pai, como sendo o seu irmão, Esaú. Neste momento, recebeu de Isaque, a benção que era de direito de seu irmão. Esaú, ao descobrir o que ele tinha feito, intentou em seu coração tirar-lhe á vida. Rebeca sabendo primeiro de sua intenção, enviou Jacó ás pressas para bem longe, indo morar na casa de seu tio, Labão. Ele acabou por habitar com seu tio, que tinha duas filhas, de nomes Lia e Raquel.

        Num primeiro momento, ele acabou sendo enganado por Labão, pois contratou trabalhar para ele, pelo tempo de sete anos para adquirir o direito de casar-se com Raquel, sua filha mais nova. Passado este tempo, acabou por casar-se com Lia, a filha mais velha. Quando foi questionar com o tio, recebeu nova proposta para casar com Raquel. Ele deveria trabalhar por mais sete anos. Ele fez assim, e casou-se com a filha mais nova.

        Durante os vinte anos que esteve morando com seu tio, casou-se com suas duas filhas e veio a prosperar em tudo: filhos, servos, animais, terras e muitas riquezas. Jacó teve doze filhos, gerados com quatro mulheres: com Lia (Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom) e Raquel (José e Benjamim), suas esposas; e de Zilpa (Gade e Aser) e Bila (Dã e Naftali), suas servas (cf. Gn. 29:32-35;30:22-25;35:16-26). Teve uma filha com Lia, de nome Diná: “E, depois, teve uma filha e chamou o seu nome Diná” (Gn.30:21).

De seus doze filhos, dez deles foram líderes de dez das Doze Tribos de Israel (cf. Gn.35:10). Depois de seu encontro e de travar uma luta á noite toda com o Anjo do Senhor (o próprio Deus), junto ao Val de Jaboque, teve o seu nome mudado para Israel. Nome muito pertinente, pois significa em hebraico “Que luta com Deus” (Gn.32:22-30). 

         2.1  O Líder em Terra Estrangeira: 

            Nesta grande família de Jacó, havia uma predileção por parte dele em relação a seu filho José. Duas coisas interessantes para ressaltar acerca disto: a primeira é que ele foi gerado com Raquel, a mulher que Jacó mais amava. A segunda foi que José nasceu no momento de sua velhice. Este foi um dos motivos que levou os seus outros filhos a odiá-lo. 

        . José: ele foi o filho da velhice de Jacó com Raquel e nasceu na terra de Padã-Harã. Seu nome em hebraico significa “Ele (Jeová) Acrescenta”. O afeto e a preferência de Jacó por ele era gritante, criando ciúmes e inimizades entre seus irmãos. Eles planejaram matá-lo, mas não o fizeram devido a intervenção de Judá: “Então, Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá em que matemos a nosso irmão e escondamos a sua morte?” (Gn. 37:26). Assim, eles resolveram vendê-lo como escravo para os Ismaelitas. Estes negociantes, o revenderam no Egito, para um homem de nome Potifar, chefe da guarda do Faraó.

Ele tinha dezessete anos de idade quando foi vendido. Mesmo na condição de escravo e vivendo em terra estrangeira, a sua conduta honesta e de retidão, acabou despertando a atenção de seu novo Senhor e de outras pessoas, inclusive da esposa de Potifar. Ela tentou seduzi-lo algumas vezes, mas teve resposta negativa de sua parte. Ela preparou-lhe uma cilada que o levou para o cárcere (Gn. 37:7-12). Neste local, destacou-se entre os encarcerados, sendo elevado a cuidar dos demais detentos. Depois, interpretou os sonhos de dois colegas de prisão: o padeiro e o mordomo de Faraó.

        O Maioral do Egito vinha sendo perturbado por dois sonhos, sendo que nenhum dos seus magos e feiticeiros conseguiram decifrá-los. Sabendo de José e que Deus o havia concedido este dom, mandou chamá-lo. Ele, além de interpretá-los, sugeriu que Faraó adotasse algumas medidas em relação as revelações. Depois disso, passou da condição de prisioneiro para ser o governador do Egito. Ele era o segundo homem mais poderoso do Egito. Ele estava com seus 30 anos de idade, quando esteve na presença de Faraó (Gn. 41:25-32,46). Faraó ficou tão encantado pela proeza realizada por José, que deu-lhe por mulher, Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. E com ela teve dois filhos:

 

Gênesis 41:50-52. E nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano de fome), que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. E chamou José o nome do primogênito Manassés, porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho e de toda a casa de meu pai. E o nome do segundo chamou Efraim, porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição.

        Esses dois filhos de José, nascidos no Egito, se tornaram em Cabeças das outras Duas Tribos de Israel:”Saiu, depois, a sorte dos filhos de José, desde o Jordão de Jericó às águas de Jericó, para o oriente, subindo ao deserto de Jericó pelas montanhas de Betel; e de Betel sai a Luz, e passa ao termo dos arquitas até Atarote; e desce da banda do ocidente ao termo de Jaflete, até ao termo de Bete-Horom de baixo e até Gezer, sendo as suas saídas para o mar. Assim, alcançaram a sua herança os filhos de José, Manassés e Efraim” (cf.Josué 16:1-4).

. Moisés: a história deste novo líder da igreja, o povo do Senhor, ocupa quatro livros do Antigo Testamento: Êxodo, Levítico, Números e Deuteronõmio. Ele foi chamado por Jeová para se tornar o libertador e legislador do povo hebreu. Segundo estudiosos, tornou-se no maior vulto do AT. Depois da morte de José, outros governadores sucederam ao trono no Egito. Estes, não conheceram José, aumentando muito a carga sobre o povo hebreu. Mesmo assim, os hebreus se multiplicavam e prosperavam. Logo após o nascimento de Moisés, filho de Anrão e Joquebede, foi dada ordem para que as parteiras matassem os filhos homens, nascidos dos hebreus (Numeros 26:59).

        Com isso, sua mãe conseguiu escondê-lo por três meses. Depois o colocou numa cesta de junco nas águas do Nilo. Daí surgiu o seu nome, pois Moisés significa “Tirado”. Ele foi tirado das águas do rio, pelas servas da filha de Faraó, que o levou para ser criado como sendo seu filho. Podemos pautar a sua vida em três momentos distintos: a) Até os 40 anos de idade: viveu de forma regalada e tranquila no Egito, recebendo todo o ensino e tratamento que era dado a um principe (cf. Atos 7:22). b) Dos 40 aos 80 anos: viveu como pastor de ovelhas, na cidade de Midiã. Casou-se com Zípora, filha de Jetro, o sacerdote, tendo dois filhos: Gerson e Ebenézer (cf. Êxodo 2:22;18:34;Atos 7:30) e, c) dos 80 aos 120 anos (sua morte): Foi chamado para libertar o povo de Deus da escravidão egípcia. Deu início a caminhada no deserto para possuírem a terra de Canaã (Êxodo 3:1-5; Deuteronômio 34:5-6).

        Durante a peregrinação, ocorreu alguns contratempos com os seus liderados, fazendo com que ele não viesse a entrar  na Terra Prometida. O próprio Jeová o avisou que só iria avistá-la: “E disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra de que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: À tua semente a darei; mostro-ta para a veres com os teus olhos; porém para lá não passarás” (Deuteronômio 34:7).

        . Josué: era o fiel escudeiro de Moisés, onde ele estava, Josué estava em sua companhia. Seu nome em hebraico significa “Jeová é salvação”, mas no idioma grego significa “Jesus”. Deus, com o seu atributo da Presciência, nunca deixa a sua obra parar, por isso, estava treinando e capacitando Josué para suceder Moisés, logo após a sua morte: “E ordenou a Josué, filho de Num, e disse:”Esforça-te e anima-te, porque tu meterás os filhos de Israel na terra que lhes jurei; e eu serei contigo” (Dt. 31:23,ss...). Ele era da tribo de Efraim, atuou como espia para averiguar a terra que iam possuir e é revestido por Jeová, como o era Moisés (cf. 1 Crônicas 7:27; Nm. 3:16; Dt. 34:9).

     Ele, juntamente com seus irmãos, durante a jornada até chegar em Canaã, venceram diversas nações, sendo possuidores de seus despojos. Com isso, prosperaram grandemente antes mesmo de possuírem a Terra Prometida. Terra esta, como disse Jeová, que mana leite e mel. Logo que conseguiram entrar em Canaã, ele mesmo fez sua repartição por sorte, entre as Tribos de Israel.

     Josué 14:1-4. Isto, pois, é o que os filhos de Israel tiveram em herança na terra de Canaã, o que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças dos pais das tribos dos filhos de Israel lhes fizeram repartir, por sorte da sua herança, como o SENHOR ordenara pelo ministério de Moisés, acerca das nove tribos e da meia tribo. Porquanto às duas tribos e à meia tribo já dera Moisés herança além do Jordão; mas aos levitas não tinha dado herança entre eles. Porque os filhos de José foram duas tribos, Manassés e Efraim; e aos levitas não deram herança na terra, senão cidades em que habitassem e os seus arrabaldes para seu gado e para sua possessão.

        Como alguém já disse, o mais importante é terminarmos bem. Moisés começou muito bem o seu encargo como guia e libertador do povo hebreu. Os conduziu com muita retidão e vigor, mas não tomou posse da terra de Canaã, apenas a pode vislumbrar (cf. Dt. 34:1-5). Seu servo e fiel escudeiro, Josué, tornou-se o seu sucessor. Ele conduziu o povo e repartiu a terra prometida entre os Israelitas, vindo a comandá-los durante um bom tempo, quando todos já estavam estabelecidos na terra Canaã. Envelhecendo-se, despediu-se de seu povo e morreu aos 110 anos de idade (cf. Josué 23 e 24). 

        3. O Desgoverno da Igreja e a Era dos Juízes: 

        Após a morte de Josué, o povo hebreu, povo de Abraão, Isaque e de Jacó (Israel), começou a desviar-se dos caminhos ordenados por Jeová. Parece que se esqueceram de todas as bençãos proporcionados por Deus: a libertação da escravidão egípcia, o envio do Maná e das Codornizes no deserto, o jorrar das águas de dentro da Rocha, a Travessia do Mar Vermelho etc. Estas atitudes estavam cheirando mal diante das Narinas de Jeová. Quando eles se viam em aperto, sofrendo afrontas e opressões de povos inimigos, clamavam pelo socorro de Jeová. Ele, por seu amor incondicional e sua infinita misericórdia não deixava “mancharem” o seu Nome. Com isso, levantava “seus ungidos” para socorrê-os diante de suas aflições. Vale ressaltar, que bastava a sua liderança vir a óbito, que eles voltavam a fazer “o que era mal aos olhos do Senhor” (cf. Juízes 2:7-13). 

        Esse período foi caracterizado como de total anarquia[1] por parte da igreja de Jeová, o povo de Israel. Ele foi denominado como a Era dos Juízes, vindo a perdurar por um período entre 360 a 410 anos. No decorrer deste tempo, 14 homens foram elevados por Deus, para atuarem em defesa de Seu povo; a saber: Otniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom, Sansão, Eli e Samuel. Desses quatorze juízes, destacaremos a atução de apenas quatro deles:

        . Otniel: segundo relata as Escrituras Sagradas, ele era o irmão mais novo de Calebe. Seu nome significa “Deus é força”. Ele foi o primeiro Juíz de Israel depois da morte de Josué. Era um dos filhos de Quenaz: “E disse Calebe: Quem ferir a Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher. E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe, mais novo do que ele; e Calebe lhe deu a sua filha Acsa por mulher”. Depois de derrotar os inimigos de seu povo, a terra descansou por um período de 40 anos (cf. Jz. 1:12-13; 3:7-11).

        . Débora: ela era profetiza e atuou como sendo o quarto juiz em Israel. Seu nome significa “Abelha”. Depois dela, somente outra mulher esteve á frente do povo de Israel: Atalia (cf. 2 Reis 11:1-3). O povo vinha até onde ela estava, entre a região das cidades de Ramá e Betel: “E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. E habitava debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo”. Por certo, além de julgar as causas do povo, ela deveria ser muito aguerrida, haja vista que Baraque não teve coragem de enfrentar o povo que oprimia Israel, a não ser que ela fosse junto com ele (cf. Jz. 4:4-10).

        . Sansão: foi o décimo terceiro juiz de Israel. Seu nome significa “Pequeno sol”. O nome de seu pai era Manoá, pertencente a tribo de Dã: “E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril e não tinha filhos. E o Anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe: Eis que, agora, és estéril e nunca tens concebido; porém conceberás e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda” (cf. Jz. 13:2-4). Ele foi consagrado para servir ao Senhor, pelo voto do Nazireado. Não podia ser passado navalha em sua cabeça, nem beber suco de uva ou bebida forte (com teor alcoólico) e nem se aproximar de algum cadáver. Ele deveria manter-se puro, mas veio a desobedecer tanto a Jeová como o seu pai. Casou-se com uma mulher filistéia.   

Juízes 14:1-3. E desceu Sansão a Timna; e, vendo em Timna a uma mulher das filhas dos filisteus, subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Tomai-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.

      O envolvimento com esta mulher dos Filisteus, embora eles não soubessem, tinha a permissão de Deus, haja vista que eles oprimiam o povo de Israel. Com isso, Sansão iria ser usado para libertá-los desta opressão. No entanto, ele teve envolvimento com outra mulher, desta vez, com uma prostituta que veio a traí-lo. Neste novo relacionamento, buscou para si a própria perdição e morte: “E foi-se Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela” (cf. Jz. 16:1). Ele julgou a Israel durante 20 anos, morrendo e sendo sepultado por seu povo (cf. Jz. 16:1-31).

        . Samuel: foi o último juiz de Israel e o primeiro dos profetas do Senhor, após Moisés. Seu nome em hebraico comporta dois significados “Ouvir de Deus ou Nome de Deus”. Atribui-se a ele a fundação da Monarquia. Em outras palavras, o governo do povo que promoveu a união entre a Teocracia[2] e a Monarquia. Sua mãe, Ana, fez um voto ao Senhor, dizendo-Lhe: Se o Senhor abrir a minha madre e me der um filho homem, assim que ocorrer o seu desmame, o levarei para servir a Jeová, no templo de Jerusalém.

 

1 Samuel 1: 9-11. Então, Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, o sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR. (...), orou ao Senhor e chorou abundantemente. E votou um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas à tua serva deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.

      Desde criança, cumprindo-se o voto de sua mãe, começou a servir ao Senhor no Templo, mais especificamente, ao sacerdote Eli. Com o passar dos anos, tornou-se em profeta do Altíssimo. Ele residia na cidade de Ramá, onde fundou uma escola (tipo um seminário). Depois de muitos anos profetizar por aquelas regiões, veio assumir a função de juiz, passando a ir em algumas cidades para julgar as causas do povo, principalmente em Betel, Gilgal e Mizpá (cf. 1 Sm. 7:2-6,15-17). Antes de sua morte, ele ainda ungiu a Saúl como rei de Israel, atendendo o desejo de seu povo (cf. 1 Sm. 9:1-2,15-17;10:1).   

        4. A Monarquia Unificada em Israel: 

        Este tipo de governo popular, estava fundamentado em concentrar todo o poder nas mãos de um monarca (rei). Com isso, houve uma diminuição da balbúrdia que havia ocorrido no tempo dos juízes. Este novo tipo de liderança foi colocado em prática, tendo como seu primeiro rei Saúl, filho de Quis: “E havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, filho de um homem de Benjamim, varão alentado em força. Este tinha um filho, cujo nome era Saul, jovem e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo” (cf. 1 Samuel 9:1-2).

        . Saúl: ele foi o primeiro rei Israel. Seu nome em hebraico significa “Pedido”. Como dissemos anteriormente, o nome dado pelo pai aos filhos, estava relacionado com algum fato ou acontecimento á época. Neste caso, o povo pediu a Samuel que ungisse um rei para Israel, igualmente ás demais nações. Mesmo não gostando do que havia sido pedido, ele consultou ao Senhor e ouviu atentamente o que Ele dissera. Após isso, resolveu atender o desejo do povo.

         1 Samuel 8:4-7. Então, todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR. E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele.

         Ele conduziu bem o reinado sobre Israel durante um tempo. Depois, desobedeceu a ordem dada pelo profeta Samuel, para que o aguardasse por sete dias, pois sacrificariam juntos ao Senhor. Não aguentou esperar e quis agradar o povo, vindo a sacrificar o holocausto. Por isso, o seu reinado foi rejeitado pelo Senhor. Esta função era exercida especificamente pelos “ungidos” de Jeová, os sacerdotes. Posteriormente, viu-se perturbado por um espírito maligno, e ameaçou matar o seu próprio filho, Jonatas (cf. 1 Sm. 13:8-13; 14:44).

        Depois, com a sua lança, tentou matar por duas vezes o jovem Davi, filho de Jessé, o Belemita. Tudo por inveja e ciúme, tendo em vista que por meio dele e com a força de Jeová, venceu o maior e mais destemido soldado filisteu, o gigante Golias. A partir desta proeza, ele ficou muito conhecido e afamado por todas as regiões, aumentando a raiva de Saul por sua pessoa. Por isso, passou a persegui-lo e tentava tirar-lhe a vida (cf. 1 Sm 17:48-52;18:7-16). Jeová, sabendo que Saúl iria cometer alguns deslizes durante o seu governo, inclusive consultar uma feiticeira da cidade de En-Dor (cf. 1 Sm. 28:7-8), tinha escolhido e estava preparando o jovem Davi para sucedê-lo ao trono de Israel. Saúl esteve á frente deste povo durante 40 anos.

        . Davi: o segundo e o mais ilustre rei de Israel. Seu nome em hebraico significa “Amado”. Vale lembrar que Is-bosete era também filho de Saúl e foi levantado rei por Abner, seu capitão, mas outro grupo de israelitas, havia proclamado a Davi como rei. Dai surgiu uma guerra entre eles (cf. 2 Samuel 2:8-11). Logo que souberam acerca desta proclamação de Is-bosete, como sendo o rei de Israel, os homens de Davi o informaram:

         2 Samuel 2:4,7;5:5. Então, vieram os homens de Judá e ungiram ali a Davi rei sobre a casa de Judá. E deram avisos a Davi, dizendo: Os homens de Jabes-Gileade são os que sepultaram Saul. (...). Esforcem-se, pois, agora as vossas mãos, e sede homens valentes, pois Saul, vosso senhor, é morto, mas também os da casa de Judá já me ungiram a mim rei sobre si. (...). 5:5. Em Hebrom (Davi) reinou sobre Judá sete anos e seis meses; e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá (acréscimo nosso).

 

       Não devemos esquecer, de que ele foi ungido rei, ainda muito jovem, pelo profeta Samuel, na sua cidade natal, em Belém. Depois de passado alguns anos desta unção, foi  ungido novamente, mas pelo de Israel, para governar a cidade de Hebron, pertencente a Judá (cf. 1 Samuel 1:16:1-13;2:4-7). Com a morte de Saúl e de seus filhos (inclusive, Is-Bosete/2 Samuel 2:8-11) Davi foi mais uma vez ungido rei, desta vez, sobre todo o território de Israel: “Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel. Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos reinou” (cf. 2 Sm. 5:3-4).

        Vimos que Davi, no transcorrer de toda a sua história, foi três vezes ungido como rei. No entanto, a primeira vez, ordenado pelo próprio Jeová e ungido pelo profeta Samuel. Ele era jovem, adolescente e pastor das ovelhas de seu pai, Jessé, em Belém. Ele tinha sete irmãos, todos pertenciam as tropas de Israel. Davi era menosprezado pelo pai e por seus irmãos, mas foi por suas mãos que libertou da afronta e opressão que sofriam dos filisteus (cf. 1 Sm 17:4,8-11). Ele reinou por 40 anos: 33 anos em Israel e 7 anos em Hebron. Tornou-se conhecido como o homem segundo o coração de Deus (cf. Atos 13:22). 

        . Salomão: ele foi o terceiro rei de Israel, filho de Davi com Bate-Seba. Sua história encontra-se registrada nos Livros de 1 Reis (caps. 1 a 11) e 2 Crônicas (caps. 1 a 9). Seu nome em hebraico significa “Pacífico”. Deus havia dito a Davi antes de sua morte, de que não deixaria de estabelecer no trono de Israel, seus descendentes para sempre: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade (não mentirei a Davi). A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim” (cf. Salmos 89:34-36).

        Neste concerto entre Jeová e Davi, estava implícito o cumprimento imediato da ascendência ao trono, por seu filho Salomão (cf. 2 Samuel 7:12-16). Quanto a permanência de seus descendentes no governo de Israel, ficaria na dependência de haver por parte deles, fidelidade e obediência as suas ordenanças e de não servirem e nem se encurvarem a outros deuses. Seu reinado durou 40 anos, o mesmo tempo que o de Davi, seu pai. Na verdade, podemos dizer que pegou tudo pronto, pois Davi deixou tudo preparado para seu sucessor e a terra estava em descanso e em paz com as demais nações.

        Nos primeiros 20 anos sobre o comando do povo de Israel, houve muita prosperidade, paz, riqueza, poder e glória. Tanta era a sua fama, que acabou despertando a curiosidade da rainha de Sabá: “Então ela disse ao rei: Tudo o que ouvi em meu país acerca de suas realizações e de tua sabedoria é verdade. (...). Na realidade, não me contaram nem a metade; tu ultrapassas em muito o que ouvi, tanto em sabedoria como em riqueza” (cf. 2 Crônicas 9:1-6). Seu nome e sua fama percorriam por todas as terras e regiões. Depois desses anos de sucesso, buscou por alianças políticas com nações pagãs, vindo a casar-se com várias mulheres, mesmo já sendo casado com a filha de Faraó, passando a ser polígamo (cf. 1 Reis 11:1-13).

 

1 Reis 11.1-3. E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.


    Durante os últimos 20 anos de seu governo, ocorreram coisas totalmente opostas aos primeiros. Houve muita sensualidade, imoralidade e perversões sexuais, idolatria, decadência moral, social e espiritual. Salomão escreveu dois dos Salmos (72 e 127) e foi o autor de três Livros: Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Segundo a tradição judaica, ele escreveu Cantares quando era jovem. Os seus Provérbios, quando estava na meia-idade e o livro de Eclesiastes, quando estava no final de sua vida, descrevendo a sua experiência, principalmente pelos erros cometidos. Logo após a sua morte, ocorreu uma divisão de todo o seu reino e de suas conquistas.

        4.1  A Divisão do Povo de Israel: 

        Durante o governo dos três primeiros reis que atuaram sobre Israel, Saúl, Davi e Salomão, um período que durou por cento e vinte anos, eles o fizeram com o território de Israel unificado. Além disso, todo o povo concordava com as decisões tomadas por seus Monarcas. Com a morte de Salomão, houve a divisão política, territorial e religiosa das Doze Tribos de Israel. Com isso, foi posto fim a monarquia unificada de Israel. Surgiu conflitos entre os filhos de Salomão, Jeroboão e Roboão. O primeiro tomou as Dez Tribos e estabeleceram-se na região norte de Israel, onde formaram o Reino de Israel. Roboão ficou com Duas Tribos, estabelecendo-se na região Sul de Israel, formando-se o Reino de Judá. Este acontecimento trouxe para os dois reinos declínio social, moral, político e espiritual (ou religioso): “Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). 

        Toda a história dos reis que estiveram no comando de Israel e Judá, tanto durante a monarquia unificada como depois de sua separação, encontram-se registradas nos livros: 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. Nesses livros, você observará que todos os homens que atuaram como reis de Israel, foram devidamente advertidos pelos profetas, acerca do que poderiam vir a sofrer, caso cometessem pecados e infidelidade á pessoa de Jeová.

           . O Reino do Norte: ele foi conhecido e chamado de Israel. A sua capital era a cidade de Samaria. Por um período entre 210 e 245 anos, passaram por seu trono 19 reis que pertenciam a 9 Dinastias. Neste período, alguns profetas tiveram atuações importantíssimas, entre eles: Amós, Oséias, Elias e Eliseu (2 Reis caps. de 1—9). Mesmo assim, eles não deram muito ouvido a voz desses porta-vozes de Deus, com isso, acabaram sendo deportados para Assíria, por volta do ano 722 a.C. (cf. 2 Reis 17:3-6).

 

2 Reis 15:29. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, e Abel-Bete-Maaca, e a Janoa, e a Quedes, e a Hazor, e a Gileade, e à Galiléia, e à toda a terra de Naftali, e os levou para a Assíria. 17:3-6. Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oséias ficou sendo servo dele e dava-lhe presentes. Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração, porque enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava presentes ao rei da Assíria cada ano, como dantes; então, o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere. Porque o rei da Assíria subiu por toda a terra, e veio até Samaria, e a cercou três anos. No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos.

(...)

Jeremias 50:17-18. Cordeiro desgarrado é Israel; os leões o afugentaram. O primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria; e, por último, Nabucodonosor, rei da Babilônia, lhe quebrou os ossos. Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que visitarei o rei da Babilônia e a sua terra, como visitei o rei da Assíria.

     . O Reino do Sul: ele foi chamado de Judá, sendo composto por 2 Tribos (Efraim e Manassés), sendo a sua capital a cidade de Jerusalém. Durante o período de aproximadamente 345 anos, passaram pelo seu trono 20 reis (entre eles, uma rainha, Atalia) e praticamente 1 Dinastia, a Davídica, isto é, os monarcas eram da linhagem de Davi: “Vendo, pois, Atalia, mãe de Acazias, que seu filho era morto, levantou-se e destruiu toda a descendência real. (...). Mas Jeoseba, filha do rei Jeorão, irmã de Acazias, tomou a Joás, filho de Acazias, e o furtou dentre os filhos do rei, aos quais matavam, e o pôs à sua ama, na recâmara, e o escondeu de Atalia, e assim não o mataram.  E Jeoseba o teve escondido na Casa do SENHOR seis anos; e Atalia reinava sobre a terra” (cf. 2 Reis 11:1-3).

      Os profetas Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias, atuaram fielmente durante todo este período de governo. Mesmo sabendo que seus irmãos haviam sido levados em cativeiro para Assíria, eles não mudaram dos comportamentos que desagradavam o Senhor. Com isso, sofreram com as deportações de seu povo para o cativeiro Babilônico: levaram primeiro á nobreza jovem de Judá, entre eles, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abedenego (em 605/609 a.C.). Depois, levaram mais de 11 mil exilados, entre eles, o profeta Ezequiel (em 597/598 a.C.) e, por fim, levaram o restante que havia ficado em Judá (em 586/587 a.C).

 

2 Reis 24:8-10;14-15. Tinha Joaquim dezoito anos de idade quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém. E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme tudo quanto fizera seu pai. Naquele tempo, subiram os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, e a cidade foi cercada. (...). E transportou a toda a Jerusalém, como também todos os príncipes, e todos os homens valorosos, dez mil presos, e todos os carpinteiros e ferreiros; ninguém ficou, senão o povo pobre da terra. Assim, transportou Joaquim para a Babilônia, como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunucos, e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém a Babilônia (ver o cap. 25).

      De todos os reis que governaram tanto em Israel (Reino do Norte) como em Judá (Reino do Sul), somente dois deles, tiveram a plena aprovação como fiéis a Jeová e ao seu Povo: os reis Ezequias e Josias: “E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. Este tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã. No SENHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2 Reis 18:1-5).

 

2 Reis 22:1-2. Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda.

     Tanto o rei Ezequias como o rei Josias, assim que ascenderam ao trono de Israel, promoveram uma restauração total sobre o seu povo, tanto a nível social, político e religioso. Mesmo assim, não podemos esquecer que os pecados que foram cometidos por todo o seu povo, não impediu que as duas regiões de Israel e o seu Templo, fossem totalmente destruídos por seus invasores, o império Assírio e o impetuoso rei Babilônico, Nabucodonosor. 

        Desde o início da criação do mundo, como também com a inserção da igreja do Senhor nesta terra, os homens que foram escolhidos por Ele, para ser os seus representantes diretos á frente de seu povo, por mais que fossem pessoas de boa reputação e idôneas, TODOS, cometeram algum tipo de erro e pecado. Uns mais, outros menos! Mas, mesmo assim, o Senhor Jeová, o Cabeça da Igreja e o Deus deste povo, nunca deixou de amá-los. E por esse amor, ainda há de cumprir promessas feitas á sua Igreja.


[1] Anarquia. Estado de um povo que, de fato, não tem mais liderança ou governo.

[2] Teocracia. Esta palavra é constituída de dois termos gregos: Theos (Deus) e Logos (palavra/estudo).

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