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terça-feira, 29 de março de 2016

VOCÊ TEM DÚVIDA QUANTO A SUA SALVAÇÃO?

                                               Romanos 8:1-8


Introdução

Observando todo o contexto da Epístola aos Romanos, numa visão geral, ela apresenta uma grande tensão vivida entre os cristãos judeus e os povos gentios que viviam em Roma (pagãos). Estes, provavelmente se reuniam em igrejas domésticas separadas (homílias[1]) e, o que pode se presumir, discordavam quanto à adesão dos gentios à Lei Judaica, principalmente em relação aos três meios de identificação dos judeus na Diáspora[2]:

1ª - A Circuncisão (capítulo 2:25—3:1; 4:9—12);
2ª - A Observância do Sábado e;
3ª - As Leis que se refere aos Alimentos (capítulo 14:1—23).

Quando nos voltamos para a questão Teológica da Carta aos Romanos, observa-se que o que está em jogo - é o próprio Evangelho de Jesus Cristo.  A “Justiça de Deus”, que se iguala a sua justa salvação e que trás como resultado - estar justificado diante de Deus; aí, sim, surge a grande questão: esta justificação vem por meio do cumprimento da Lei ou vem pela Fé em Cristo Jesus e pela dádiva do Espirito?
Dentro deste contexto, essa Epístola coloca diante de nós a pergunta feita por Jó, no capitulo 9:1-2, quando ele confessava acerca da justiça de Deus, em resposta ao que seu amigo Bildade dissera a seu respeito.

Jó 9:1-2. Então, respondeu Jó, dizendo: Na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus?

Esta pergunta feita por Jó é o maior questionamento feito no decorrer de todos os séculos: Como pode um homem ser justo para com Deus?  A Carta aos Romanos é, na verdade, uma resposta completa, lógica e inspirada para respondê-la, trazendo de forma lúcida uma explicação de fácil compreensão.
Em textos do Antigo Testamento e em vários Livros Novo Testamento, encontramos referências acerca dessa grande Doutrina que forma a própria base da Epístola aos Romanos, que é a – Justificação pela Fé.

Habacuque 2:4. Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé viverá.
(...)
Romanos 1:17.  Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.
(...)
Romanos 5:1-2. Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pela qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.

            Somente os textos em relevo acima, já seriam suficientes para satisfazer quanto à pergunta feita pelo próprio Jó, mas iremos discorrer um pouco mais sobre o tema, para consolidar melhor o entendimento sobre esta doutrina.
            Nos capítulos de 1 a 8 e 12 a 16, dessa Carta, o Apóstolo Paulo vai se reportar especificamente a IgrejaEnquanto que nos capítulos de 9 a 11, ele se afasta desse tema para voltar-se para a nação de Israel, com o propósito de relacioná-los com o plano da salvação.  A Epístola aos Romanos, segundo escreveu Myer Pearlman, pode ser dividida da seguinte maneira:

1º - Dos Capítulos 1:16---4:25. Ele, Paulo, trata sobre a pecaminosidade humana, mostrando primeiro a sua Universalidade, isto é, que tanto os judeus como os gentios, estavam em igualdade de condições. Aborda ainda, sobre a eficácia de Cristo em lidar com o Pecador e, que estes, num relacionamento Adequado (justificados) com Deus baseiam-se somente na Fé.

Romanos 1:16. Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê, primeiro do judeu e também do grego.
(...).
Romanos 4:24-25. Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor. O qual por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.

2º - Dos Capítulos 5:12---8:30. Paulo irá tratar de como a Fé em Cristo e a Dádiva do Espírito efetuam o tipo de justiça que a Lei pretendia, mas que não podia alcançar, visto que não tinha o Poder para lidar com a condição pecaminosa do homem.

Atos 13:39.  E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.

A Lei teve a sua importância na história do povo de Israel (os Hebreus), pois ela os serviu como aio[3] para conduzi-los a Cristo.

Gálatas 3:23-24. Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé eu se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fossemos justificados.

Portanto, foi através dela que se tomou conhecimento acerca de que algo estava sendo praticado de forma errada, isto é, o cometimento da violação da lei – o Pecado.

3º - Dos Capítulos 9:1---11:32. Nesta parte, ele irá tratar de como Deus é Fiel apesar da tamanha incredulidade da nação judaica, inclusive havendo lugar tanto para gentios quanto para judeus na nova “Oliveira”.

Romanos 11:20-21,24.  Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não se ensoberbeças, mas teme.  Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. (...). Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!

            O Apóstolo Paulo faz, de forma solene, uma advertência a todos os cristãos (judeus e gentios), que existe a terrível possibilidade de Deus repudiar (cortar) qualquer indivíduo, ministério ou grupo de igrejas que não “permanecessem na sua Benignidade, na Fé Apostólica e nos Padrões de Justiça” do Novo Testamento.
           
            4º - Dos Capítulos 12:1---15:12. Por fim, nos últimos capítulos de sua Carta, ele irá tratar de como a Justiça efetuada por Cristo e pelo Espírito (á parte da Lei), se afigura em termos de relacionamentos na comunidade cristã e fora dela.

Desenvolvimento:
           
Vimos nesta breve introdução que o próprio Deus dá uma resposta para a pergunta feita por Jó e, com ela, você pode não ter mais dúvida quanto a sua salvação:
                       
Romanos 8:1a. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (...)”.

Vemos de plano, na parte inicial deste versículo, que os pecadores são Justificados por Deus por Intermédio de Jesus Cristo.  Percebe-se, que quando ocorre à inserção da palavra agora neste texto, ela faz referência a questões anteriores, ou seja, que a Lei não tinha poder para justificar o pecador, mas o próprio Cristo Jesus, cria uma nova lei que o (nos) justifica – que é a Lei do Espirito. 
Ela cumpre a lei em nós e nos ajuda a resistir à natureza pecaminosa. O Espírito nos conduz no Presente (8:14-17) e nos garante o Futuro (8:18-25).
A Lei não diz: Não há nenhuma acusação contra eles (nós), pois ela existe. Entretanto, ela está eliminada e a denúncia foi anulada.
A Lei não diz: Não há nada neles (em nós) que mereça condenação, pois há sim. E eles (nós) sabem, reconhecem, lamentam e se condenam a si mesmo, mas isso não será sua ruina.
A Lei não diz: Não há nenhuma cruz e nenhuma aflição, mas isso pode haver... No entanto, “agora nenhuma condenação há (...)”.  Eles (nós) podem receber o castigo de Cristo Jesus, mas, por meio da Graça e Fé, eles (nós) estão seguros e protegidos do vingador de sangue[4] (Números 35:11—13,15—19).
Cristo Jesus, assumiu a posição de nosso Advogado e através de um ato legal - a Justificação nos livrou da condenação do pecado, isto é, estamos livres do casamento contraído com a Lei (Romanos 7:1-4), já que morremos e ressuscitamos com Cristo.

1 João 2:1. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.  

A sanção da pena exigia pela lei foi cumprida com a morte expiatória de Cristo.  Assim, a justiça foi totalmente satisfeita e não pesa mais sobre nós ... “agora nenhuma condenação há”. A condenação do pecado que cairia sobre nós, tendo em vista que a merecíamos, recaiu sobre Cristo que morreu em nosso lugar.
Com isso, Ele nos livrou de uma condenação que já era certa e esperada. E, também, veio reparar o nosso pecado (erro) mediante a Sua própria morte. Sendo assim, ninguém pode nos acusar, porque é Deus quem nos justifica (Romanos 8:3). Portanto, esta é a marca incontestável de todos aqueles que estão em Cristo Jesus, por isso estão livres da condenação.
Vale ressaltar de que esta justificação promovida por Deus na pessoa de Jesus Cristo, não foi realizada por nossos méritos ou por nossas obras, mas pela obra de Cristo na cruz por nós. E, por essa obra divina, Deus nos declara Inocentes, Inculpáveis e Salvos.

Romanos 8:1b. (...), que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Esta marca é dada a partir de um caminhar com Cristo Jesus ... “que não andam segundo a carne (...)”, e não depende de qualquer atitude particular e pessoal, mas estará na dependência de seu curso e caminho.
Portanto, para que estejamos livres da condenação do pecado, isto é, justificados em Cristo Jesus, precisamos estar caminhando a todo o tempo e o tempo todo com Cristo. A lei não podia nem justificar, nem santificar, muito menos nos livrar da culpa e, menos ainda, atuar contra o poder do pecado, haja vista que não tinha as promessas do perdão e nem da graça.

Hebreus 10:4. Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.
(...)
Galatas 3:11.  E é evidente  que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.

E o nosso Deus, pela sua Onisciência (sabedor de todas as coisas), criou uma nova Lei - a do Espírito para que pudesse atender a lacuna que não poderia ser preenchida pela lei anterior, isto é, a lei foi cumprida e a justiça satisfeita. Sem o Espírito, a lei permaneceria impotente ante ao pecado que ela despertava.

Romanos 8:2. “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”.

            A Carta aos Romanos, trás uma explicação perfeita para esta pergunta.  Em todo o transcorrer de sei capítulo 8, observa-se presente uma abordagem tratando da Santificação, mas seu ponto mais intenso e crucial é a garantia da Salvação Eterna.
Na antiga ordem ou aliança estávamos sujeitos a Lei do pecado e da morte e, nesse tempo, o fruto que colhíamos era somente a escravidão.  “Agora estamos debaixo da Lei do Espírito de vida, que nos trás como resultado a libertação.
Através dessa lei é possível eliminar o pecado, pois ela representa uma aliança da graça feita entre eles (nós) e Cristo Jesus. Através dela, recebemos o perdão e uma nova natureza, ou seja, “Somos livres da lei do pecado e da morte”.

2 Coríntios 5:17. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

            A velha escravidão da lei foi abolida, e o Espirito introduz os cristãos numa nova relação parental; isto é, “Agora somos filhos de Deus e nascidos livres. Com ela, estamos sob outra Aliança, outro Senhorio, outro Marido, ou seja, estamos sujeitos “Agora a Lei do Espírito de vida, que nos concede vida espiritual, com o propósito maior de nos capacitar para a vida eterna.
            Enquanto dependíamos de nós mesmos para atender as demandas da lei, vivíamos prisioneiros do pecado e caminhávamos para a morte; mas “Agora, uma vez que o Espirito Santo habita em nós, saímos da masmorra do pecado e fomos libertados da sua tirania. John Murray diz que a “Lei do Espírito de Vida” é o poder do Espírito Santo agindo em nós para nos tornar livres do poder do pecado, que conduz a morte.
  
Romanos 8:3a. “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, (...)”.

            1. A Impossibilidade da Lei.  Ela estava impossibilitada de nos justificar e santificar, muito menos ainda nos salvar, porque estava enferma por causa da carne. O que ela poderia fazer era simplesmente condenar o pecador, mas não o livraria do domínio do pecado. A lei não era fraca, nós é que somos fracos. “A impotência da lei não é intrínseca; não reside nela mesma, mas em nós, em nossa natureza caída” (John Stott).
A lei exigia uma perfeição humana, mas não nos dava poder nem condições de fazer o que era certo, muito menos evitar o que era errado.
Entretanto, Deus já tinha preparado outra estratégia para socorrer e atender a esta falha legislativa - Ele envia o seu próprio Filho – Cristo Jesus, para fazer aquilo que a lei não podia fazer.
            Para exemplificar: Moisés conduziu o povo de Israel (os Hebreus) até a fronteira divisória de Canaã, mas não pode entrar, e ali morreu. Sendo assim, Deus já tinha preparado Josué, fiel escudeiro de Moisés, que fez aquilo que ele não podia fazer. Assim fez Deus com seu Filho – Cristo Jesus, que veio fazer aquilo que a lei não poderia.
           
Romanos 8:3b. “(...), Deus, enviando o seu Filho”.  

2. A Intervenção Divina.  Sendo assim, o que a lei não podia fazer, Deus fez. Ele enviou ao mundo o seu próprio Filho e, com isso, revela para todos nós que a salvação é um projeto eterno de Deus - o Pai, realizada pelo Deus - o Filho, e aplicada pelo Deus - Espirito Santo.
            Deus nos justifica por meio de seu Filho e nos santifica pelo seu Espírito. Ele deixa bem claro que o meio da justificação proporcionado por Ele não provém da lei, mas especificamente da graça.  E, ainda, que o meio da santificação também não vem pela lei, mas pelo Espírito.
           
Romanos 8:3c. “(...) em semelhança da carne do pecado (...)”

            3. A Encarnação de Cristo.  Paulo escreve aqui nesta parte que a encarnação de Cristo foi real.  Ele se fez carne, mas não se tornou pecador. Assumiu a nossa carne, mas não a nossa natureza pecaminosa. “A encarnação pôs o Filho na mais estreita das ligações possíveis com nossa condição pecaminosa, sem se contaminar com o pecado” (Geoffrey Wilson).
            O sentido empregue por Wilson aqui é que, quando o Filho participou da nossa condição decaída, ele venceu o pecado na carne, isto é, no mesmo campo onde o pecado tomara posse.

Romanos 8:3.d. . “(...), pelo pecado condenou o pecado da carne”.

4. A Condenação do Pecado. A conclusão apresentada pelo Apóstolo Paulo, desbanca todas as investidas e pretensões dos hereges. O verbo grego Katekrinem refere-se tanto ao pronunciamento da decisão quanto na execução da sentença.
            Deus lançou nossos pecados sobre Cristo na cruz. Logo, Cristo carregou em seu corpo e sobre o madeiro nossos pecados.  Então, neste momento, Deus condenou na carne de seu Filho o nosso pecado.  “Deus julgou os nossos pecados na humanidade sem pecado de seu Filho, que os carregou em nosso lugar” (John Stott).
            Com esta condenação, foi dada e executada a sentença sobre o pecado. Portanto, para os que “Estão em Cristo Jesus” (v.1), o poder do pecado sobre sua carne foi destruído. Para estes, o pecado, a partir de então, foi destituído e tornou-se um poder derrotado, um tirano totalmente destronado.
            Logo, subentende-se, que o pecado não tem mais domínio algum para todos aqueles que “Estão em Cristo Jesus”, isto é, você pode vir a pecar, e com certeza pecará, mas o pecado não te domina mais. Ele passa a ser para estas pessoas um “acidente de percurso” (Pastor Jairo Carvalho).
           
Romanos 8:4. “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

            Quando Cristo foi pregado no madeiro e morreu, morremos com Ele. Quando Ele cumpriu a lei, cumprimos a lei n’Ele. Os preceitos da lei se cumpriram em nós; porque estamos no Espírito e não mais na carne, andamos no Espírito, numa nova dimensão espiritual. Segundo John Stott, esse versículo é de grande valor para compreendermos a santidade cristã. E isso se deve por três razões:

1ª. A Santidade é o propósito supremo da encarnação e expiação de Cristo. O propósito de Deus não era apenas justificar-nos, livrando-nos da condenação da lei, mas também santificar-nos por meio da obediência aos mandamentos da lei.

2ª. A Santidade consiste em cumprir a justa exigência da lei. A lei moral não foi abolida por nós; ela deve ser cumprida em nós. Embora a obediência à lei não seja à base da nossa justificação, mas é fruto da nossa justificação, e é exatamente isso o que significa santificação.
            Portanto, estamos livres de guardar a lei enquanto ela constitui um meio para sermos aceitos por Deus, mas, porém estamos obrigados a guarda-la enquanto ela constitui o caminho para a santidade.

3ª. A Santidade é obra do Espírito Santo. Ela é fruto da graça Trinitária: é o Pai que envia seu Filho ao mundo e seu Espírito ao nosso coração. “Fomos salvos para ir ao céu e também para cumprir a lei, coisa que não podíamos fazer antes. Deus nos salvou para andarmos em novidade de vida, a fim de frutificar para Deus e cumprir o preceito da lei em nós” (Francis Schaeffer).
           
Com a antiga aliança, tudo ficava sobre nossa dependência, nada provinha de Deus, mas, “Agora”, com a nova aliança, tudo vem de Deus, e nada de nós. Outrora a lei mostrava os nossos pecados, mas não nos capacitava para triunfar sobre eles; mas, “Agora”, a Lei do Espírito, nos capacita a vencer o pecado, a obedecer à lei e nos deleitar dela.

Romanos 8:5.Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espirito para as coisas do Espírito (...)”.

A carne a que se refere o apóstolo Paulo nesse versículo é a palavra “sarx”, que não é o tecido muscular mole e macio que cobre o esqueleto humano, nem aos instintos e apetites do nosso corpo, mas ao todo que compõe a nossa natureza humana, vista como corrupta e irredimida, ou seja, nossa natureza caída e egocêntrica.
Nesse versículo, é apresentado pelo apóstolo Paulo duas forças antagônicas e conflitantes que operam sobre a natureza humana que são a Carne e o Espírito. Desta forma, nós, homens, somos governados por uma ou por outra.
Warren Wiersbe explica que aqui o Apóstolo Paulo contrasta os que têm a salvação com aqueles que não têm. Ele enfatiza alguns aspectos quanto a este assunto:

1º. A carne escraviza o homem, enquanto que o Espírito o liberta;
2º. A carne produz dor e tormento, já o Espírito produz Paz;
3º. A carne traz inclinação para a morte, o pendor (propensão) do Espírito te conduz a vida;
4º. A carne nos leva a inclinar-se para a ambição e desejos que vão ocupar todo o nosso tempo, enquanto o Espírito inclina nossa mente para desejá-lo. Essa inclinação transforma-se num desejo forte que nos arrasta e impulsiona.

            Romanos 8:6-8. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita á lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

            Nos versículos em relevo, dois resultados opostos e conflitantes são colhidos pelos homens. O primeiro, é a propensão da carne que nos dá a morte. E que resulta em contrairmos uma inimizade contra Deus. Enquanto que o segundo, o pendor do Espirito, produz vida e paz.
            Os que estão na carne jamais podem agradar a Deus, pois a única maneira de agradá-lo é pelo ato de submeter-se e obedecer à sua lei. John Stott resume o assunto ao dizer que:
            “Vemos aqui duas categorias de pessoas (os não regenerados, que estão “na carne”; e os regenerados, que estão “no Espírito”); as quais têm duas perspectivas ou disposições de mente (a inclinação da carne e a inclinação do Espírito); que levam a dois padrões de comportamento (viver segundo a carne ou de acordo com o Espírito) e que resultam em dois estados espirituais (morte ou vida; inimizade ou paz)”.

Conclusão

            O que se espera com este estudo, após ter sido dada ênfase a um dos capítulos da Carta aos Romanos (8:1—8), escrita pelo Apóstolo Paulo, com comentários extraídos de livros ou pregações dos Pastores Myer Pearlman, Paul Washer, Hernandes Dias Lopes, entre outros, que você tenha tirado sua dúvida quanto estar salvo ou não.
            Certa vez, o Pastor Paul Washer, após pregar em uma determinada igreja, foi abordado por um jovem romeno, que lhe disse: “Eu já falei com vários pregadores e, mesmo assim, estou em dúvida quanto a minha salvação, pois estou muito confuso”. Washer disse-lhe: - filho você conhece alguma boa discoteca? J. Romeno: - Sim. E conheço muitas garotas. Washer: - Vai lá! Peque com toda força da sua mente, entre no meio deles e aproveite. J. Romeno: - Não posso. Washer: - Peque como nunca pecou antes. J. Romeno: - Eu não posso ir, Eu Temo ao Senhor.

Jeremias 32:40-41. E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem;e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim. E alegrar-me-ei deles, fazendo-lhes bem; e plantá-lo-eis na minha alma.     

            Jovem Romeno: - Eu nunca poderia fazer isso, pois temo a Deus. Washer: - Filho, você é salvo. Você está diante d’Ele e seus pecados foram expiados (perdoados), pois você é justo em Cristo.    
            Vimos então, que Cristo Jesus nos justificou com sua morte expiatória na cruz, assumindo nossa culpa e nossos pecados.  Assim, o pecado não mais nos domina.  Agora” o que precisamos fazer é caminhar com Cristo, isto é, nos arrepender dos nossos pecados, desistir e parar de lutar contra Deus (pois assim atrairemos a sua inimizade e ira) e, por fim, nos rendermos a Cristo, pois isso sim é Salvação.


EDUARDO VERONESE DA SILVA
Membro e Obreiro da AD Ministério IX Marcas
Campo Grande, Cariacica/ES.



[1] Homília. Contém o significado de conversas familiares em que um Sacerdote (ou Padre), instrui aos fiéis sobre a religião, principalmente em relação aos Evangelhos. 2. Discurso em estilo simulado que tem como tema a moral.
[2] Diáspora. Dispersão dos judeus pelo mundo e a consequente formação de comunidades judaicas fora da Palestina. A primeira foi em 586 a.C., quando Nabucodonosor invadiu Jerusalém e deportou vários judeus para a Babilônia. 2. Dispersão de um povo de sua pátria em consequência de preconceito, perseguição política, religiosa ou étnica.
[3] Aio. Entre os Gregos e os Romanos, era um criado de confiança, encarregado de acompanhar e educar uma criança de família ilustre até que chegasse a maioridade.
[4] Vingador de Sangue. Aquele que, por suas próprias mãos, castigava o assassino dum parente. 

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