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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O PECADO DE SOBERBA DE DAVI

2 Samuel 24:1-4. E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá. Disse, pois, o rei a Joabe, capitão do exército, o qual tinha consigo: Agora percorre todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o número do povo. Então disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR teu Deus a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei meu senhor o vejam; mas, por que deseja o rei meu senhor este negócio? Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe, e contra os capitães do exército; Joabe, pois, saiu com os capitães do exército da presença do rei, para numerar o povo de Israel.

Introdução    

            Existe já a algum tempo, um ditado popular que diz assim: “quer conhecer o homem, dê-lhe poder”. Davi em sua juventude era um cuidador das ovelhas de seu pai, Jessé. Dito em outras palavras, era um pastor de ovelhas. E pelo que se pode extrair das Escrituras Sagradas, seu pai não lhe dava muita valorização em relação aos demais filhos:

1 Samuel 16:10-11. Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido a estes. Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui

Jessé, após saber que o profeta Samuel viera em paz e tomar conhecimento do motivo de sua visita, fez questão de apresentar-lhe seus sete filhos, belos e bonitos, mas não fez nenhuma menção acerca do mais novo e menor – Davi. Apresentados todos os sete, o profeta teve a resposta de Deus que não era nenhum deles, mas quando mandaram chamar aquele jovenzinho ruivo, teve a revelação divina de que era ele a quem o Senhor escolhera, pois “Deus não vê como o homem vê, pela aparência (...), Ele olha para o seu coração” (1Samuel 16:7).
 
Desenvolvimento

            Depois desta primeira unção de Davi (1 Samuel 16:13), ele ainda não havia se dado conta do grande poder e responsabilidade que recaira sobre si, tendo sido entregue pelo profeta Samuel a mando de Jeová. Antes dessa unção, já havia matado um urso e um leão para proteger as ovelhas de seu pai (1 Samuel 17:32-36). E depois de passado um tempo, derrotou o gigante Golias, o filisteu que afrontava o povo de Israel (1 Samuel 17:48-58). Com isso, sua fama se espalhou sobre todas as regiões.
            Outras conquistas foram sendo feitas por Davi, aumentando cada dia mais a sua fama sobre o povo de Israel, com isso, começou a atrair o ciúme e inveja do atual rei – Saul. Pode-se dizer, que a gota d’água para aumentar a ira de Saul contra Davi, se deu quando andavam pelas ruas e ele ouviu umas mulheres cantarem:

1 Samuel 18:5-9. E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse e conduzia-se com prudência, e Saul o pós sobre os homens de guerra; e era aceito aos olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul. Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de música.  E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita.

A partir de então, Saul deixou entrar em seu coração, o desejo satânico de tirar a vida do jovem Davi. E por algumas vezes tentou fazê-lo, mas Deus sempre estava com ele, livrando-o das ciladas preparados para o matar. Sabemos na verdade, que no decorrer da história, Davi teve, no mínimo, duas excelentes oportunidades de tirar a vida do rei Saul (1 Samuel 24:4,10).

Com o passar do tempo, principalmente, depois da morte de Saul, sua fama e poder se multiplicaram. E foi assim que veio o comportamento de sua soberba, ponto este que passaremos a abordar agora.

Versos 1-4.  Após receber a ordem do rei Davi para numerar o povo, o capitão do exército de Israel – Joabe, questiona por qual motivo da necessidade de assim fazê-lo. Sugerindo ao rei que era só multiplicar “cem vezes tanto quanto agora é (...)”. Entretanto, o rei fez prevalecer o seu poderio e posição, seria como se dissesse assim: “faça o que estou mandando, pois eu sou o rei de Israel”.
            Esta fala pode muito bem ser lembrada em nossa atualidade, pois quantas vezes já não ouvimos algo parecido, dito por alguém que está em uma hierarquia superior a nossa, mas mesmo sendo alertado sobre tal decisão, prevaleceu a sua ordem, tal como “faça o que eu estou mandando (...)”.  

Versos 8-10. A empreitada a ser executa por Joabe e seus homens, por determinação do rei Davi, levou aproximadamente 10 (dez) meses para ser realizada: “Assim, rodearam por toda a terra e, ao cabo de nove meses e vinte dias, voltaram a Jerusalém” (2 Sameul 24:8).
            Ele apresentou o resultado da contagem do povo ao rei: em Israel – 800 mil homens de guerra que arrancavam a espada; e em Judá – 500 mil homens. Depois de apresentada a numeração do povo a Davi, seu coração condoeu-se, entendendo que havia pecado contra Deus (e, também, contra seu capitão Joabe, por não ter-lhe dado ouvido), e inicia um diálogo com Ele, confessando-o: “(...): Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó Senhor, peço-te que traspasses a iniquidade do teu servo, porque, tenho procedido mui loucamente” (2 Samuel 24:10).

Versos 11-16. O interessante da vida deste homem de Deus, entre outras coisas, é que quando pecava e sabia que tinha errado com Deus, voltava-se rapidamente para Ele, confessando-lhe a sua transgressão. No episódio com Bate-Seba, Deus usou o profeta Natã para adverti-lo (2 Samuel 12:13), mas neste caso, foi usado o vidente Gade, para exortá-lo: “(...): três coisas te ofereço; escolhes uma delas para que ta faça. (...); e disse-lhe:  Queres sete anos de fome que te venham sobre a terra; ou que por três meses fujas diante de teus inimigos, ou que por três dias haja peste na tua terra?” (2 Samuel 24:12-13).
            Ele preferiu cair nas mãos do Senhor Deus, pois Ele é misericordioso, do que nas mãos dos homens sanguinários (inimigos). No entanto, por causa de sua provável soberba (enumerar o povo), 70 mil pessoas foram mortas pela peste. E a cidade de Jerusalém seria totalmente destruída, mas, pela sua misericórdia, Deus reteve a ação do anjo da morte e destruição: “(...), o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu” (2 Samuel 24:16).

Versos 17-24. Davi reconhece que havia pecado e que o povo não poderia pagar pelo seu erro. Ele, avistando a ação do Anjo que feria seu povo, falou ao Senhor e disse: “Eis que eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém, estas ovelhas o que fizeram?  Seja, pois, a sua mão contra mim e a casa de meu pai”.
            Davi, mas uma vez, pela ação do profeta Gade, é orientado a levantar uma altar e apresentar uma oferta ao senhor, pois com esta atitude aplacaria a sua ira. Ele vai a eira de Araúna com o intuito de compra-la, no entanto, ele a oferece gratuitamente, inclusive, dispondo-lhe também a lenha e os bois para o sacrifício.

2 Sameul 24:21-22. E disse Araúna: Por que vem o rei meu Senhor ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao SENHOR, para que este castigo cesse de sobre o povo. Então disse Araúna a Davi: Tome, e ofereça o rei meu senhor o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha.

            O rei Davi rejeita a oferta feita por Araúna, por entender que deve haver sacrifício (pagar um preço) para que a nossa oferta seja aceita pelo Senhor: “Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata” (2 Samuel 24:24). Ele entendeu que o valor real de nossas dádivas (ato ou efeito de dar, espontaneiamente, algo de valor a alguém) e vida diante de Deus, são medidos pelo sacrifício e o custo envolvido neles. Como alguém já disse: “um Cristianismo que nada custa, nada vale”.

Isaías 1:11. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
(...)
Malaquias 1:8-9. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos. Agora, pois, eu suplico, peça a Deus, que ele seja misericordioso conosco; isto veio das vossas mãos; aceitará ele a vossa pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.

            Como Cristãos e servos do Senhor, precisamos oferecer o melhor que possuímos para Deus – a nossa vida por completo em sacrifício vivo, em tempos dedicados a oração, a leitura e estudo de sua Palavra (Romanos 12:1).

Conclusão:

            O Pastor e Teólogo Martyn LLoyde- Jones, em um de seus vários livros, escreveu que um dos piores pecados dos homens (principalmente dos que sobem aos púlpitos, pastores e pregadores) é a soberba, e em vários de seus sinônimos (orgulho, altivez, exaltação etc.). O rei Davi, provavelmente no texto ao qual abordamos, cometeu este pecado. Entretanto, ao percebê-lo, correu para os braços do Senhor para confessá-lo, mas, não podemos esquecer, de que o perdão não nos isenta das consequências do ato pecaminoso (70 mil homens morreram). Que assim sejamos nós, haja vista que a soberba é uma chaga que permeia a vida de todos nós, por isso, precisamos o tempo todo e a todo tempo, buscarmos a limpeza e purificação deste mal em nossas vidas. 

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