Radio do Bloguer do capitão.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

JESUS CRISTO EM SEU MINISTÉRIO TERRENO

Hebreus 8:1,6. Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade. (...). Mas agora alcançou ele ministério mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.
Introdução:

O texto acima inicia com a expressão “a suma do que temos dito (...)”; ou seja, quer dizer um resumo do que foi dito anteriormente. No capítulo 7, da Epístola aos Hebreus, o autor faz referência à pessoa de Melquisedeque, que foi rei de Salém (provavelmente nome anterior de Jerusalém) e Sacerdote do Deus Altíssimo. Este sacerdote e rei, foi contemporâneo do patriarca Abraão que, inclusive, deu-lhe o dizimo de tudo e foi abençoado por ele.

Gênesis 14:18-20. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.

          A Bíblia tem na pessoa de Melquisedeque, uma prefiguração de Jesus Cristo, que é tanto sacerdote e rei (cf. Hebreus 7:2-7). Quando a Palavra de Deus diz que “onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (cf. Hebreus 6:20); significa dizer que Cristo é anterior a Abraão, a Levi e aos demais Sacerdotes Levíticos e, também, que Cristo é maior do que todos eles.

Desenvolvimento:

            Quando o mesmo texto diz que “ele alcançou ministério mais excelente (...)”, o autor se refere ao ofício ou a função executada por Cristo, como sendo seu grande mediador. Ele está fazendo uma comparação entre o Velho Testamento (que estava centralizado na obediência da Lei de Moisés – o Decálogo) e o Novo Concerto que fora instituído por Jesus (que outorga graça e bênçãos àqueles que se aproximam de Deus mediante a Fé obediência).
            No Antigo Concerto (Velho Testamento), a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de uma aproximação com Ele à base duma fé expressa por meio da obediência a sua lei e ao sistema sacrificial assinalado na lei. Os sacrifícios neste concerto tinham três propósitos principais:

a) Ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado, pois este os separava do Deus santo. Sendo assim, somente com o derramamento de sangue haveria reconciliação com Deus e o recebimento do perdão (cf. Êxodo 12:3-14; Levítico 1:2-3; Hebreus 9:22);
(...)
b) Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (cf. Hebreus 4:16; 7:25; 10:1); e
(...)
c) Prenunciar o sacrifício perfeito de Cristo que aconteceria anos depois, pelos pecados da raça humana (cf. João 1:29; 1 Pedro 1:18-19; Gálatas 3:19-24).

No novo concerto (Novo Testamento), instituído por Jesus Cristo, pode ser entendido como sendo um acordo ou uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênçãos para todos aqueles que se achegam a Ele, através duma fé obediente.
Dito de outra forma, seria um concerto de promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como sendo o Filho de Deus. E, simultaneamente, afirmam ser Ele o mediador deste Novo Concerto (cf. Hebreus 8:6; 9:14-15; 12:24).
O encargo assumido por esse Mediador foi executado com grande maestria, tendo total aprovação do Pai Celestial, autorizando-o a descer de seu Trono de Glória (nos céus) e vir para a terra, isto é, encarnar-se e passar por todas as provações, como se fora somente verdadeiramente humano (Jesus Cristo era 100% Deus e 100% homem).
Nesta incumbência ou em seu Ministério terreno, Jesus Cristo gostava muito de se fazer presente em três momentos ou lugares específicos: no Monte ou no deserto, em meio à multidão ou pregando á sua Palavra (na Sinagoga, nas Aldeias e Cidades ou num diálogo em particular).
Em seus Evangelhos, no Novo Testamento, encontramos vários registros desses momentos de Jesus, em cumprimento a sua missão.

1. No Monte: Muitas vezes, Ele estava rodeado de uma grande multidão, depois de despedida, ia para o monte. O mais interessante, é que Ele ia para ficar a sós e orar.

Mateus 14:22-23. E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão. E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
(...)
Marcos 6:46. E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-os despedido, foi ao monte para orar.
(...)
Lucas 22:39,41. E, saindo, foi, como costumava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. (...). E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava.
(...)
João 6:15. Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir arrebata-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte.

            Vimos que em todos os quatro evangelhos, encontramos registros sobre a atitude diária de Jesus indo para o monte orar. Ele tinha por costume “orar sem cessar”, isto é, estava em constante oração.

2. No Deserto: Este é outro local em que Jesus constantemente se dirigia. Ora pela necessidade de prosseguir a uma determinada cidade, ora para fugir de seus perseguidores, ora para isolar-se da multidão e ficar a “sós” com seu Pai Celestial.

Mateus 3:1,13. E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia. (...). Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. (...). 4:1. Então, foi conduzido Jesus pelo Espirito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
(...)
Marcos 1:9-12-13. E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. (...). E logo o Espirito o impeliu para o deserto. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
(...)
Marcos 1:35. E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
(...)
Lucas 3:2. Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João (Batista), filho de Zacarias. (...). 4:1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.
(...)
Lucas 5:15-16. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava.
(...)
João 1:28-29. Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando. No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele (no deserto), e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

            Vimos nos textos acima, que Jesus constantemente estava no deserto. Em alguns textos acima (de cima para baixo), podemos notar que registram seu batismo nas águas do rio Jordão, realizado por João, filho de Zacarias, como também a tentação sofrida por satanás. Noutros textos (Marcos 1:35; Lucas 5:15-16), percebemos que o povo se reunia próximo a Ele para ser curado de suas enfermidades e ouvir os seus ensinamentos.

3. Em Meio a Multidão: Jesus amava estar com pessoas, pois um de seus maiores ensinamentos é que devemos nos relacionar bem com nosso próximo. Quando estava envolto a várias pessoas, Ele não perdia a oportunidade, aproveitava para executar, no mínimo, dois propósitos: 1º. Ensiná-los acerca de sua Doutrina e, . Dar atenção e assistência aos pobres, necessitados e enfermos.

Mateus 8:1. E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. E eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
(...)
Marcos 1:32,40-42. E, tendo chegado a tarde, quando já estava se pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados. (...). E, aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse: Quero, sê limpo! E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
(...)
Lucas 5:1,12-13. E aconteceu que, apertando-o a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré. (...). E aconteceu que, quando estava em uma daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele.
(...)
João 6:1-2. Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. (...). E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.

4. Nas Sinagogas: eram igrejas judaicas. A palavra significa assembleia ou congregação e aparece mais de sessenta vezes no Novo Testamento. Provavelmente, teve sua origem entre os judeus que estavam exilados na Babilônia, pois sentiam a necessidade de orar e de se edificarem, tendo em vista que estavam muito distantes do Templo.

Lucas 6:6. E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada (ressequida). E os escribas e fariseus atentavam nele, se  o curaria no sábado, para acharem no que acusar (acréscimo nosso).
(...)
João 6:57-59. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre. Ele disse essas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum.

4.1Dialogando com Pessoas: Jesus gostava também de dialogar com pessoas, em particular ou em pequenos grupos. Nessas ocasiões, Ele não perdia a oportunidade e apresentava a sua Doutrina.

João 4:6-10. E estava ali de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. (...). Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe: Dá-me de beber. Porque os seus discípulos tinham ido a cidade comprar comida. Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)? Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
(...)
Lucas 24:13-15,17. E eis que, no mesmo dia, iam dois deles (discípulos de Jesus) para uma aldeia que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido (a crucificação de Jesus). E aconteceu que, indo eles falando entre si e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou e ia com eles. (...). E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós e por que estais tristes?
  
            Nota-se, pelos textos escolhidos deste artigo, que verdadeiramente Jesus gostava de se fazer presente nestes lugares e reunido com pessoas. Ele que é Onisciente, sabia que nessas ocasiões poderia fazer muito bem o oficio que lhe fora confiado por seu Pai.

Conclusão:

            Não abordei neste texto (artigo ou sermão) outro lugar em que Jesus Cristo ama estar, mas diferentemente dos demais, Ele gosta de permanecer o tempo todo - em nossos Corações. Portanto, que nós possamos estar ávidos por uma transformação completa em nossos corações, deixando o Espirito Santo agir e operar, de acordo com o que escreveu o profeta maior Ezequiel: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne” (cf. Ezequiel 36:26).
            Antes, o Velho Concerto estava gravado em Tábuas de Pedras (ou impresso em pergaminhos e papiros). Mas, agora, o Novo Concerto deve estar gravado em nossos corações. No entanto, é preciso que o Meu e o Seu coração sejam de carne (sensível à voz do Senhor), e não de pedra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário